Titular: Helio Fernandes

sexta-feira, 24 de junho de 2016

ESPECIAL: PLEBISCITO NO REINO UNIDO

A permanência perdeu. Mas o Reino Unido e a UE perderam muito mais

HELIO FERNANDES

Desde o principio, muito antes do plebiscito, defendi com intransigência, que continuasse tudo como estava. Minha motivação se baseava num ponto fundamental: a vitória da saída, obrigatória a uma transformação colossal.  Alguns aspectos dessa mudança já foram analisados, mas ainda estamos longe de imaginar a que ponto chegaríamos. Agora estamos livres da analise, podemos nos concentrar no exame da realidade, que a permanência desvendou com uma clareza acima de qualquer duvida.

Às 4 horas da manhã, (meia noite no Brasil) estavam apurados 6 milhões de votos, com uma diferença de 25 mil votos para a permanência. (Dados oficiais da hora) ainda não conclusivos, mas que nos endereçavam para a uma indecisão que. levaria a madrugada inteira.Todos os analistas do mundo, este repórter e os verdadeiros profissionais, não tinham nem poderiam ter a menor duvida. O Reino Unido estaria cruelmente dividido com a permanência ou a saída.

O que aconteceu: conservadores votaram contra conservadores, desobedeceram seus lideres e até suas convicções. Trabalhistas  procederam da mesma forçosamente igual, eram os outros 27 membros da UE . E acreditavam que se forma, não atenderam ás lideranças, votaram pela própria orientação.

Para os dois lados valia qualquer coisa. Os mudancistas, garantiam que os imigrantes levariam desemprego aos ingleses. Os que defendiam a permanência, respondiam que isso era ridículo num país que tem apenas 4 por cento de desempregados. Falavam que a permanência ou a saída, exporia o Reino Unido mais facilmente ao terrorismo. Os únicos que pensavam, orientavam e até sonhavam rigor que Reino Unido saísse, seria seguido por outros.   

A partir das 2 da madrugada do Brasil, o resultado foi se concentrando a favor da saída, e isso ia se consolidando, á medida que a apuração ia avançando. Ás 3, os mudancistas chegavam a 50 por cento dos votos, não podiam mais perder. E ás 4 da madrugada, 8 da manhã em Londres, era anunciado o resultado oficial. 51,9 para a saída, 48,1 para a permanência. Era a tragédia anunciada. Sua projeção e profundidade irão sendo projetadas a partir de agora.

PS- Primeira conclusão efetiva. 8,30 em Londres, Cameron anunciou, deixará cargo.


O sujíssimo Eduardo Cunha, tenta influir na guerra suja da presidência da Câmara. Vaccari Netto, ex-tesoureiro do PT, sofre pressão da mulher, cansada da prisão.

HELIO FERNANDES

A eleição para a presidência da Câmara já deveria ter acontecido ha meses. Desde que Eduardo Cunha foi afastado do cargo e suspenso do mandato, a substituição deveria ter sido providenciada. Era obvio que ele não voltaria mais, não tinha nem condições de freqüentar a Câmara.

O Supremo determinou: se ele entrar no território da Câmara, não poderá nem chegar ao plenário ou ao seu gabinete, será preso. 15 dias depois num desafio bravateiro ao Supremo, anunciou: "Segunda feira voltarei á Câmara". Como bravata não se sustenta, no fim de semana, mudou de ideia, ficou na residência oficial, que ocupa por "generosidade" dos apanigua 

Nos últimos meses, numa união esdrúxula e extravagante, apaniguados e omissos assistiram, silenciosos, o inacreditável espetáculo negativo de uma Câmara sem presidente. "Assumiu" o vice, teleguiado pelo próprio Cunha. Seu partido, uma sigla de aluguel, deu a ordem para renunciar ou ser expulso. Cunha ordenou, "fica". Ficou e não foi expulso.

Mas também não assumiu. Toda vez que tentava abrir uma sessão, era vaiado, gritavam em conjunto, "fora", ele se retirava. Mais tarde, o segundo vice ou o secretario geral, abriam uma sessão que não valia nada.

A culpa era dos apaniguados de Cunha, mas a cumplicidade era e continua sendo dos partidos que se consideram importantes: PMDB, PT, PSDB, PSB e por aí vai. Meses e meses, assistindo as manobras espúrias de Cunha na Comissão de Ética e até mesmo no plenário. Com a omissão descarada e desavergonhada de todos os deputados.

Um só exemplo da depravação moral da Câmara. Anteontem á tarde, quarta feira, único dia de plenário lotado, o Procurador Chefe do Paraná, foi á Câmara defender o projeto contra a corrupção. Tem 2 milhões de assinaturas populares e 10 itens importantíssimos. Assim que o Procurador chegou, o plenário se esvaziou. Uma vergonha. Ficaram menos de 20 parlamentares. Não ouviram o libelo feito por ele, lição de civismo e dignidade.

Agora, chegando ao fundo do poço da falta de credibilidade, decidiram que a Câmara tem que ter um presidente, mesmo temporário. Com um Presidente da Republica provisório,um governador do Estado do Rio também provisório, tem que usar a vestimenta da moda.
Está dificílimo encontrar alguém que esteja distanciado do corrupto, duas vezes REU no Supremo, por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção, conta no exterior não declarada. Os candidatos que fingem "não querer", são os que mais trabalham. Um foi relator da Comissão do impeachment, o outro presidente. Não foram eleitos e sim impostos por ele.

Num levantamento feito por este repórter, ha mais de 1 mês, encontrei 12 deputados (mais ou menos 3 por cento) que poderiam presidir a Câmara com dignidade, credibilidade, respeito popular. Entre esses, Jarbas Vasconcellos, Osmar Serraglio, Julio Bueno, que desde o inicio se colocou de forma intransigente contra Cunha Mas não serão aceitos.

Existe também a tremenda divisão no grupo que era chamado de baixo clero e agora tenta se firmar e se afirmar como "centrão". Já disseram ao presidente provisório: "Faremos o presidente da Câmara". Nada surpreendente, já "ganharam" o líder do governo, indicado por Eduardo Cunha e levado pessoalmente por ele ao presidente provisório.

Agora, nesse "centrão", dois problemas que não conseguem contornar ou resolver. 1-Consideram que Cunha acabou, está ultrapassado. A desunião, desavença, divergência dentro do "centrão" está irreversivelmente instalada. E ninguém deseja lembrar que teve alguma ligação com ele.

2-No próprio grupo, 4 ou 5 candidatos que colocam seus nomes, como "insubstituíveis e invencíveis". Balela, bazofia, bravata. De qualquer maneira o problema está colocado, falta espírito publica. Numa coisa o pessoal do "centrão" acertou de forma irreversível: Eduardo Cunha não existe mais. Chegaram a essa conclusão por falta de caráter e escrúpulos. Pelos mesmos motivos, Cunha não foi substituída até agora. Lamentável.

 A prisão de outro Ministro do PT

Paulo Bernardo foi ontem, o personagem que centralizou todas as atenções. Não pela relevância, mas a surpresa total. Ex-ministro de Lula e Dilma, sempre no Planejamento, que normalmente não seduz ninguém. Ainda mais nos governos de Lula e Dilma, que não planejam nada, agem e atuam por impulso. Apesar de tudo isso, a prisão teve repercussão, por circunstancias diversas. Inclusive na cúpula do PT, que considerava que não haveria mais prisão. E então volta a preocupação maior: a possível prisão de Lula.

O ex-ministro foi preso ás 7 da manhã em Brasília, na residência funcional dele e 
da mulher, senadora Gleise Hoffman. Na mesma hora, a policia fazia operação de busca e apreensão no apartamento onde moram, em Curitiba. Nos dois locais foram levados computadores e outros aparelhos eletrônicos. Da sede do PT, em SP, foram apreendidos 4 computadores com informações financeiras.

A cúpula do PT não tem mais nenhum momento de tranqüilidade. Agora, informação inesperada e preocupante, vinda da parte do João Vaccari Netto. Sua mulher, que o visita pelo menos duas vezes por semana, tem insistido com o marido: "Acaba com isso, conta o que você sabe, e vamos pra casa, viver o resto da vida". Disseram que no principio ele reagia, agora já está tendendo para o conformismo. Mandaram alguém conversar.com ela. Duas amigas. Voltaram preocupadíssimas. Informaram: "Ela está revoltadissima". (Esta nota, como muitas outras, é rigorosamente exclusiva).

Governador do Rio: a maldição da residência 

Começou com Sergio Cabral. Fez uma carreira política e financeira, fulminante. Senador e governador, revoltou o povo das ruas, que tomava conhecimento: ele ia de carro oficial do Leblon, onde morava, até á Lagoa. Aí pegava o helicóptero, tambem oficial, que o deixava no Guanabara, nas Laranjeiras. Passava os fins de semana em Paris, com empreiteiros fornecedores do seu governo.

As televisões mostraram fartas gravações sobre essas farras. O povo passou a montar guarda na porta do seu edifício. Aos 45 anos, já estava "queimadíssimo". Teve que deixar o cargo para o filho se eleger deputado. Tenta voltar á política, encontra vetos e dificuldade

Tentam repetir o protesto, na porta do edifício do governador interino, Francisco Dornelles. Injustiça completa. Com 25 anos, era Secretario Particular do Primeiro Ministro, Tancredo Neves, seu tio. Quando Tancredo pediu demissão, foi para a Universidade de Nancy, na França. Fez um curo de Economia. Voltou, foi Secretario Geral da Receita Federal. Continuou a carreira, foi 5 vezes deputado federal, 3 vezes Ministro, sendo um deles o da Fazenda.

Na véspera da tragédia com Tancredo, eu estava em Brasília para a sua posse. Fui então para o gabinete de Dornelles. Lá se discutia o absurdo: quem deveria tomar posse, o vice Sarney ou o presidente da Câmara Ulisses Guimarães. Eu estava farto de saber a resposta.

Mas o General Leônidas Pires Gonçalves, convidado por Tancredo para Ministro do Exercito, tirou do bolso uma Constituição, provou o obvio: o vice assume, no seu impedimento, o cargo vai para o presidente da Câmara. Quando estava com 72 anos, Dornelles me disse: "Está acabando meu ultimo mandato de deputado. Vou concorrer ao Senado. Se me eleger, acabo a carreira aos 80 anos". Foi eleito, mas convidado a vice por 4 candidatos ao governo, escolheu o Pezão. Este ultimo mandato, não tem nada a ver com ele. Em todos os cargos que ocupou, nenhuma duvida ou acusação.

O mundo inteiro voltado para a decisão do Reino Unido

Ontem eu dizia aqui, que torcia e acreditava, que os ingleses que votassem a favor da PERMANENCIA, seriam vitoriosos. Não apenas o prazer de ter acertado, mas por ter escolhido a melhor solução. Não só para o Reino Unido, mas também para os outros 27 membros da UE. (União Européia). È um sonho de 200 anos, concretizado ha 43. Que não pode ser interrompido inesperadamente.


Continuo achando que a PERMANENCIA será aprovada. Nenhuma informação, apenas fuso horário, jornalisticamente desfavorável. As urnas fecharam ás 22 horas de Londres. Se passarem a noite toda apurando, saberão o resultado pela manhã desta sexta feira.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Doar dinheiro a governadores irresponsáveis, não é "pacto federativo", é mais irresponsabilidade e cumplicidade

HELIO FERNANDES

Acreditando que será o mais eterno e admirado presidente provisório, Michel Temer mostrou uma parte, apenas uma parte da sua leviandade governamental. Destinou 461 BILHÕES para os 27 governadores que de uma forma ou outra, assaltaram os estados. Alem do dinheiro que reforçará os caixas estaduais, mais prodigalidades generosas. Nos 6 meses que ainda faltam para que este 2016 chegue ao fim, não pagarão ou amortizarão nada da divida acumulada em metade de 1 TRILHÃO.

Nenhum comentário por mais incandescente que seja, dará ao cidadão-contribuinte-eleitor, a ideia do tamanho do seu prejuízo. Pois afinal, no país que tem a maior carga de impostos sem devolução em serviços, o presidente provisório doador não assumirá nem pagará coisa alguma. Suas duas aposentadorias estão garantidas, e até mesmo a terceira, em gestação, já nasce sem poder ser atingida de forma alguma.

Podendo falar para os 27 governadores, o presidente provisório se entusiasmou, e garantiu: "Depois da votação final do impeachment, tratarei de consolidar o Pacto Federativo". O que é isso que propõe aos 75 anos de idade, uma perda de tempo e de oportunidade? Depois da Independência, (agosto de 1782) os americanos partiram logo para a Republica.

O primeiro partido fundado foi o Federalista. O segundo, Republicano. O Democrata surgiria em 1829, 40 anos depois da posse de Washington, o primeiro presidente.  Grande debate na Constituinte que promulgaria a Constituição de 1788, a única que têm em 238 anos, se travou em 2 pontos prioritários. 1- A duração dos mandatos presidenciais. 2- A prevalência dos interesses Federalistas ou Estadualistas.

Os "8 pais Fundadores", como eles mesmos se identificaram e está na Constituição, perderam a batalha dos mandatos. Não queriam mandatos ininterruptos, ficaram assim até 1952, quando a Emenda 24 estabeleceu a Revolução eleitoral, que vai durar para sempre. Apesar de não ser uma Federação e sim uma Confederação, os “8 pais Fundadores" ganharam a guerra pelo Estadualismo.

A Constituição dos EUA, é 75 por cento Estadualista e 25 por cento Federalista. Isso inclui a Organização do Estado, Justiça, Segurança, Relações internacionais. O Presidente da Republica não interfere com os estados. Que eram 13 na Constituição de 1788, hoje são 50.

O presidente provisório, que nem sabe se será prorrogado,devia abandonar a ideia do "Pacto Federativo", que jamais funcionou. E aprovar no Congresso, 2 medidas importantes, uma já existe nos EUA. 1- Governadores e prefeitos, são proibidos de deixarem dividas para os sucessores. Digamos que fique uma divida de 1 bilhão, essa importância tem que estar no caixa. Estado do Rio, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, principalmente, são vitimas da irresponsabilidade e impunidade dos antecessores.

2- Está transitando em Comissões do Congresso lentamente, o projeto popular (constitucional) que com 1 milhão de assinaturas, pode se transformar em lei. Pois esse projeto tem 2 milhões de assinaturas, relacionando "10 medidas contra a corrupção”. Já tentaram retirar 3 dessas medidas, "que consideram muito duras". Pela internet e telefones colocados á disposição pelo Legislativo, milhares de protestos. EXIGEM a aprovação do projeto, como está no original, defendido p elo Procurador Lavagnol.

O presidente provisório poderia apoiar imediatamente esse projeto, Não percebeu o tremendo potencial que contem. Não basta dizer, DEFENDEMOS A LAVA-JATO. È preciso demonstrar efetiva e publicamente. Seria recuperação notável.

Surpresa: Congresso desmoralizado, aprova medida altamente moralizadora

Ninguém acreditava: no mês passado, o Senado votou e aprovou condições e restrições para cargos em estatais e Fundos de Pensões. Ex-deputados e ex-senadores ficam proibidos de exercer esses cargos. Mais: cidadãos que disputaram e perderam eleições, só poderão ocupar um desses cargos, depois de quarentena de 3 anos. O projeto foi para a Câmara, que acabou a quarentena. Voltou para o Senado, que ontem aprovou o original, restabelecendo a quarentena. Vai á sanção presidencial.

Para estimular o Legislativo, mais aplausos. O Senado aprovou também, sem protesto de ninguém, o seguinte: "Ministros de Estado não podem fazer parte do Conselho de estatais". Ministros usam esse subterfúgio para aumentarem seus vencimentos. Estatais remuneram com jeton que vai de 7 a 12 mil reais, não exigem nem presença. Assim, ultrapassam o teto, que é o salário de Ministros do Supremo.

Hoje, o Reino Unido, deve se manter na UE

A pressão nos últimos dias foi total. A expectativa é que votem entre 30 e 40 milhões de pessoas. Acredito na vitoria da permanência. A saída não serve a ninguém, nem mesmo aos outros 27 membros da UE. (União Européia). As conseqüências e os efeitos paralelos ou colaterais da ruptura, inimagináveis. Agora não ha mais nada a fazer. È votar, contabilizar e lamentar. Se o Reino Unido decidir pela solução extrema e inexplicável.

Eduardo Cunha: réu no Supremo, segunda vez

Não havia a menor duvida. Acusado por corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, antes. Repetida a acusação, não havia como mudar de roteiro ou de comportamento. O Ministro Zavascki, minucioso ao extremo, utilizou 2 horas e 59 minutos, examinando todos os pontos.

Não deixou nenhuma brecha, e assim foi acompanhado por todos os Ministros. Com isso desmontou definitivamente a declaração de Cunha na entrevista coletiva sozinho: "Não serei cassado, preso, condenado, voltarei á presidência da Câmara". Errou tudo, está perto de todas as afirmações, menos a reconquista da presidência da Câmara. Com royalties para Edgard Alan Poe: "O corvo disse, nunca mais".


No recurso da mulher e da filha de Cunha, que pretendiam ser julgadas no Supremo, apelando para o que todos os Ministros chamaram de principio da “ubiqüidade", derrota contundente. Negaram o recurso, 9 Ministros negaram, 2 aceitaram. Acontece que a mulher e a filha, não têm foro privilegiado. Criminalmente, elas, agora, residem em Curitiba. Falta esperar a reação de Eduardo Cunha. Cunha, réu no Supremo. Novamente.
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E-mail do leitor:

Jornalista Helio Fernandes

Prezado

Estou sempre lendo as suas publicações neste blog, que é um presente para nos que estamos acompanhando a luta do povo brasileiro para se libertar do julgo capitalista. Mas, venho aqui para pedir uma análise do nobre jornalista, quando do governo Café Filho.

O Vice-presidente teve um curto mas agitado governo. Durante os pouco mais de 14 meses em que ocupou a Presidência da República, Café Filho teve que conciliar os problemas econômicos herdados do Vargas e a pressão política por conta da morte de Getúlio Vargas.

Teve um episódio nebuloso, me parece para garantir seu governo e a sua própria segurança, a Marinha do Brasil manteve Café Filho a bordo de um navio, ao largo da Baia da Guanabara. fale exatamente sobre isso.
Aproveito para agradecer seu apoio a luta dos petroleiros
Vilmar Celestino Soares


quarta-feira, 22 de junho de 2016

Eduardo Cunha tenta a salvação impossível. Os senadores "indecisos", discutindo o preço da "definição"

HELIO FERNANDES

Mistificação, irresponsabilidade colossal de mostrar ou provar, que "estavam todos
contra mim, dispostos a me tirar da presidência da Câmara, por causa do que chamaram de pauta bomba". Começou exclamando, "quero falar". Disse algumas tolices, voltou, "preciso falar, tenho que me defender". Parou ligeiramente, falou 54 minutos sem interrupção. Todo esse tempo destinado ao convencimento geral de que era e é um "herói do povo", isso os outros não podiam suportar.

Explicou que a primeira tentativa de me afastarem da presidência, tinha uma justificativa. Foi quando em aprovei projeto que favorecia "13 milhões de terceirizados". Atingi grandes interesses, não me derrubaram, mas o projeto não andou no Senado.

Minha saída da presidência, se transformou em "obsessão". Não conseguindo, me acusaram na Comissão de Ética. "No auge da mentira e da falta de constrangimento, inverteram os fatos, disseram que eu é que estava manobrando para não haver julgamento". Impressionante. 

Foram mais de 8 quase 9 meses, o próprio Cunha, que agora se diz "perseguido", ofendeu a Câmara antes e agora, está em pleno desespero. E desacatou a opinião publica que acompanhou os trabalhos da Comissão de Ética. (Que cobri ininterruptamente, chamando sempre de Comissão da FALTA de ética. Como combati sempre o corrupto criminoso, como poderia elogiá-la por fazer tudo para evitar a cassação?).

Se adiantando nos fatos, criticou o presidente interino da Câmara, apaniguado dele, que preparou uma serie de indagações para apresentar á Comissão de Constituição e Justiça, e impedir o cumprimento. Agora que Cunha perdeu, o interino voltou atrás, irritando o amigo que o chamou de traidor. Na coletiva, disse as mesmas mentiras que vem repetindo ha 1 ano. Textual mas não inédito: "Estou convicto que sou inocente, que não menti ao dizer que não tenho e nunca tive conta no exterior".

Esgotou o tempo dos repórteres, e irritou o publico que teve que assistir sua fala, as TVS transmitiram. Até mesmo a TV-Camara. O que provocou protesto do deputado Julio Bueno. A entrevista provocou repulsa geral.

Termino com a afirmação de Eduardo Cunha, rigorosamente surrealista: "Não serei cassado, condenado preso, nem farei delação. E não demora, voltarei á presidência da Câmara".

15 senadores ditos indecisos

Os jornais impressos publicaram com nome e sobrenome, partido e fotografia, os que afirmaram, "ainda não defini como votarei no julgamento do impeachment". Todos pertencem ao "baixo clero" do Senado. Não estão indecisos nem incertos, esperam a melhor e a mais suculenta recompensa pelo voto.

São dominados por uma natural inquietação. Esses supostos "15 indecisos", pertencem a partidos sem convicções e sem responsabilidade, é com eles que o presidente provisório conversa.

Estão receosos que sejam obrigados a votar pela continuação de Temer, mas os favores fiquem com a cúpula. Alem do mais se declarando "indecisos", esses 15 senadores criam um inédito problema aritmético. O Senado tem 81 membros. Os articuladores da continuação de Temer, garantem que têm, certos e garantidos, 58 votos. No momento não é exagero.

Como estamos examinando o momento, concordamos. Portanto, 15 com 58, igual a 73. Sobram ou sobrariam 8 votos. Ora, o PT, PC do B, PDT, no mínimo, no mínimo, reúnem 20 votos. O que atingiria o total de 93 senadores, para um plenário no Maximo de 81. Este, o único numera irrefutável e irrevogável.

O fracasso da OI, privatização das aéreas

A telefônica confessou dividas de 65 bilhões, pediu recuperação judiciária. Antes era falência direta. Não consigo entender como é que atuando num setor prospero e seguro, pôde acumular uma divida como essa. E não consigo explicar como conseguirá pagar esses 65 bilhões. A Fitch não esperou 24 horas para rebaixar sua cotação de B para C.

O governo provisório não levou muito tempo para anunciar: "Vamos vender ativos". Foi uma forma de comunicar, desajeitadamente, que vai repetir FHC, DOAR o patrimônio nacional. Está começando pelas empresas aéreas, um setor altamente lucrativo. Naturalmente bem administrado. Os porta-vozes do governo provisório, podem citar o exemplo da OI. Até aceito. Com incompetência, imprudência, inconsciência, até a Petrobras é uma fabrica de prejuízos.

O Brasil, hoje, se volta para o Supremo

Sessão sensacional. Eduardo Cunha pode receber ordem de prisão. Mas não é o mais importante, o destino dele é esse mesmo. O país espera que o mais alto tribunal do país, confirme o que decidiu em fevereiro: todo condenado em segunda instancia, perde imediatamente a liberdade.

A pressão para que o Supremo modifique a decisão de fevereiro, total. Principalmente da parte das empreiteiras roubalheiras. O Supremo não enganará o povo, nem trairá a si mesmo.

ACREDITO NO SUPREMO, CONTRA O ADVOGADO DONO DE RESTAURANTE.

Tomaz Alva Edison o gênio da invenção

Quando criou as chamadas lâmpadas incandescentes, foi uma revolução. Reverenciado pela humanidade, tido e havido como herói, contribuiu para
diminuir o desemprego, que era muito grande. No mundo inteiro foram instaladas fabricas com esse tipo de lâmpada. Agora, com as modernas Leds, as incandescentes são chamadas de "vilães, atingindo negativamente o inventor.

PS- A recém fundada Associação Nacional e Internacional de Imprensa – ANI, na qual me associei, começou grande, não pelo tamanho, mas pela qualidade de sua atuação em prol do jornalismo. Lançou no dia 21 de junho o seu Plantão das Prerrogativas, disponibilizando um elenco de advogados para atuar na defesa dos jornalistas, repórteres e comunicadores durante todo período dos eventos da Olimpíada de 2016, aqui na cidade do Rio de Janeiro.  

PS2- No seu site: anicomunicacao.wix.com/brasil, o repórter associado ou não associado, pode mandar sua denúncia ou então ligar para os telefones disponibilizados 24 horas por dia.

PS3- No inicio de julho, a ANI vai enviar ofício as autoridades e do Comitê Olímpico, anexando seu Estatuto, solicitando que seja respeitado o direito de expressão, liberdade de imprensa e direitos humanos.


terça-feira, 21 de junho de 2016

Eduardo Cunha, os últimos dias de Pompéia. Eduardo Paes, sem charme e liderança, aproveitou bem a Olimpíada, pensou que seriam presidentes, atropelados pela Lava Jato

HELIO FERNANDES

Depois de pouco mais de 2 anos, a Lava-Jato atinge o apogeu que mobiliza praticamente todo o pais.Iniciada em março de 2014,parecia um prolongamento do retardado,espetacular mas inócuo e inútil mensalão. Este dominou as manchetes, popularizou discussões, ganhou notoriedade. Não pela decisão e sim pela inovação.

Condenações elevadas, réus praticamente desconhecidos. Personagens poderosos e sempre intocáveis, denunciados publicamente e de forma retumbante, foram "esquecidos". Inocentados sem serem julgados, atravessavam, incólumes, a larga abertura da frase repetida por todos: "Jamais ouvi falar nisso".

 Em março de 2014, surgia a Lava-Jato, em Curitiba. União da Policia Federal, da Procuradoria Federal, do juiz Sergio Moro, também Federal. Todos de primeira instancia e rigorosamente desconhecidos. Mas foram conquistando espaços pela competência, dignidade, credibilidade. Se afirmando, se consolidando, ganhando a 
confiança da comunidade.

Assustando e transformando em alvos e inimigos, políticos do primeiro time da baixaria e da politicalha. E famosas e enriquecidissimas empreiteiras. Unidas pela corrupção. Pela roubalheira dos dinheiros públicos. Pela divisão, "irmãmente", de fortunas entre as até então intocadas superfaturadoras de obras. E políticos "líderes" dos maiores e mais relevantes partidos, transformadas em ocupantes dos cargos reluzentes, poderosos e intocados.

Foi atingindo personagens jamais ameaçados. Descobriu,identificou, indiciou, prendeu e condenou membros proeminentes de uma quadrilha 5 estrelas, que só da Petrobras, ROUBOU 88 bilhões. Dona Dilma manteve como presidente da empresa, Graça Foster, amiga e companheira do "vicio" das novelas, ela "não sabia de nada".

Mas quando Dona Graça revelou esse numero num "relatório" oficial, foi impiedosamente demitida. (Não no estilo Temer, que ainda era vice e nem conspirava, mas na sua forma usual e especial. De quem também "não sabia de nada", desde a confissão inquestionável de Pasadena).

Lava-Jato agora, consagração ou destruição

O cidadão-contribuinte-eleitor, sabe quase tudo do que aconteceu publicamente nesses 26 meses da Lava-Jato. Mas não sabe nada ou muito pouco dos bastidores. Importantíssimo para o que pode ser o desfecho a partir de hoje. Antes de surgir a Lava-Jato, um dos personagens mais turbulentos, tumultuados, quase desconhecido, tinha um plano ambicioso para cumprir: presidente da Câmara - Governador do Estado Rio-Presidente da Republica. Seu nome, Eduardo Cunha. 2015 -16, Presidente da Câmara, consumou no prazo previsto. 2018, governador. 2022, Presidente da Republica.

Hoje se sabe que poderia ter realizado o projeto ambicioso, não fosse à desonestidade, maior do que a sua ambição. Eleito presidente da Câmara,com maioria estrondosa,se transformou num personagem poderoso.No meio de 2015, ainda não descoberto por Curitiba,mostrou como estava atento.

Sabia que não ganharia de Eduardo Paes, a disputa para Governador. Lançou então,com espalhafato,o nome do prefeito como presidenciável pelo PMDB.O partido,que ainda não abandonara a posição de coadjuvante,nem pensava na conspiração-traição,encampou a ideia.

Mas o inacreditável, imponderável e inimaginável, aconteceu. O prefeito publicamente aceitou a "indicação",não percebeu o que estava por trás.Já havia anunciado seus planos.Confessou em varias entrevistas:"Deixo a prefeitura em janeiro de 2017,vou passar mais de1 ano estudando no exterior,volto para ser candidato a governador em 2018".

Bastante razoável e perfeitamente realizável. Só que não sendo muito brilhante,praticamente desconhecido,sem charme ou liderança,desistiu"de governador,"assumiu" a presidência.

Desapareceu. Ganhara repercussão municipal ,aproveitando muito bem a Olimpíada.Fez obras vistosas,como o Museu do Amanhã,a transformação e a utilização de um bairro abandonado.( A Saúde,entre o túnel João Ricardo,o primeiro construído no Rio,para ligar a Central e o Campo de Santana á Praça Mauá.

E a audaciosa e aplaudida decisão de demolir a Perimetral. Quem teve a ideia foi o prefeito arquiteto Conde,não teve  tempo. Paes conseguiu e consumou).

"Assumindo”, a condição de presidenciável, cometeu erros clamorosos. Encampou a candidatura á sua sucessão do amigo acusado de agredir a mulher.desprezou municípios,Manteve aqueles diálogos vergonhosos com Lula,criticadissimos aqui na época.Seu "patrono" Eduardo Cunha, só cumpriu a primeira parte da ambição,continua nas manchetes,inteiramente negativas

Está cassado pela Comissão de Ética, se chegar ao plenário, perde esmagadoramente. Seus  bens moveis e imóveis bloqueados.Tem que pagar mais de 1 milhão determinado pelo Banco Central.Falam que pode diminuir o tempo de condenação e prisão,fazendo delação.Nega.Mas é a Justiça de Curitiba que não se interessa.Talvez aceite a delação da mulher,Claudia Cruz.  

Pressão no Supremo, contra a Lava-Jato

Julgamento sensação está marcado para amanhã. Em fevereiro o mais alto tribunal decidiu: "Condenado em segunda instancia, o cidadão deve ser preso imediatamente, embora os recursos continuem”. Visível avanço,fim das ações  protelatórias.Os interessados alegaram: "Prejudica a presunção de inocência". Falsidade e mistificação. O objetivo dos recursos é a prescrição. Só os ricos e poderosos se beneficiam. Sentindo que poderiam ser prejudicados, coordenaram ação dupla para derrubar a ação do Supremo.

Souberam que Sergio Machado faria delação, dando como prova-base,  gravações, providenciaram entendimento. Como ele terá que devolver entre 75 e 100 milhões, a proposta. Provocaria os interlocutores a falar contra a decisão do Supremo, pagariam a indenização. Acrescentaram: "Do Supremo nós tratamos". Essa segunda parte está sendo tratada pelo causídico famoso, caro e dono de  restaurantes em Brasília. Está marcada sessão do Supremo para amanhã, quarta feira.

O Supremo não pode anular a própria decisão. Nem acredito que isso seja cogitado. Se voltasse a valer a "prisão depois da sentença transitada em julgado", vitoria completa das empreiteiras roubalheiras. Não haveria mais delação de ninguém. Até mesmo as da Odebrecht e Andrade Gutierrez, que já começaram, seriam interrompidas. E fariam tudo para recomeçar depois da prescrição. No final do dia, circulou: a questão saiu da pauta. Não consegui apurar. Se for verdade, pode ser apenas um adiamento.

De qualquer maneira, haja o que houver, ACREDITO NO SUPREMO.


O PT DESTRAMBELHADO, DILMA DESGOVERNADA, E LULA EM PÂNICO. PLEBISCITO, QUE PLEBISCITO? ELEIÇÃO MUNCIPAL É UM PESADELO QUE O PT VAI TER QUE ENFRENTAR.
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Um plebiscito poderia ser convocado para outubro de 2016, junto com as eleições municipais, mas a data de um novo pleito presidencial ainda não é consenso entre os aliados de Dilma.
Embora trabalhem com um cronograma possível para o plebiscito e assumem que "haverá discussão" sobre a questão de Temer. Mas alegam que, caso a pressão venha das ruas, o peemedebista "não terá força política" para impedir que haja novas eleições presidenciais.

Na terça-feira (14) a presidente afastada recebeu no Palácio da Alvorada senadores, presidentes de partidos políticos e integrantes de movimentos sociais para tentar buscar um consenso sobre o plebiscito para a convocação de novas eleições presidenciais.
Um novo encontro ficou marcado para a próxima terça-feira (21), também no Alvorada, com a promessa de todos os participantes de "avançar na discussão".
Existe uma barreira para que o projeto caminhe, porém, está na própria base social do PT. Enquanto o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, apóia a idéia de novas eleições, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), de João Pedro Stedile, e a CUT (Central Única dos Trabalhadores), de Vagner Freitas, ainda resistem à proposta. Sem o grupo, nada feito.
Porque uma presidente eleita, afastada por 180 dias, pensa em uma alternativa, onde ela estaria fora do contexto? Afinal, ela admite culpa dos erros que cometeu, há ponto de confessar ‘entre aspas’ que cometeu as irregularidades que levaram ao seu impeachment?
Depois do que assistimos no Congresso, aquela transloucada votação do impeachment, com declarações indignas dos representantes do povo, tudo é possível nessa República feudalista, tuteladora, escravagista e demolidora do povo brasileiro.

A bem da verdade Plebiscitos por ser matéria infraconstitucional só podem ser convocados pelo Congresso Nacional. O presidente do senado Renan Calheiros e o ex-presidente Lula da Silva. Porém com vênia para os que discordarem, eles articulam uma última saída para atrapalhar a formação do destrambelhado governo Temer.

O texto da Carta Magna dispõe: Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. 

O calendário eleitoral determina que a votação do ano de 2016 será municipal. Outra eleição presidencial apenas em 2018, a menos que haja vacância do cargo até a metade do atual mandato. Tudo o mais constante não é periódico.  Desta forma, nem pode ser feita uma PEC emendando a Constituição para novas eleições, nem mesmo pode ser criado um plebiscito com esse objetivo. Não são apenas minhas essas observações, elas estão em rede social há dias.

Lula e Renan estão precisando urgentemente de contratar um bom Constitucionalista. Eleição extemporânea se enquadra na categoria proibitiva, uma vez que a Constituição, em suas cláusulas pétreas, assegura a existência apenas de eleições periódicas.

O fato é que Lula está no foco dos holofotes, ganhando a cada dia mais popularidade, ou melhor, resgatando sua popularidade, entregue nas mãos da incompetente presidente afastada Dilma Rousseff, por conta de um erro grosseiro de avaliação.

Quando lhe deu o apoio para sua reeleição, mesmo sabendo que ela o trairia, porque o compromisso era que ele, Lula seria o candidato em 2014.


Agora estão nos devaneios, conjunto com ele Renan no senado, e sem “lenço e documento”, Dilma hospede do Alvorada gasta nosso dinheiro com mimosos cafezinhos, para pseudas lideranças discutirem o plebiscito. Quem viver vera!!!

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Fugindo de explicações, presidente provisório vai montando ministério de interinos

HELIO FERNANDES
Logo que foi quebrado o sigilo da delação do ex-presidente da Transpetro, Michel Temer mostrou inquietação. E confidencio que para dois auxiliares graduados: "Quase todos estão fora da minha alçada. Os que estiverem, serão afastados". (Não usa mais a palavra demitidos, contaminada).

Parou um pouco e disse em tom de conclusão: "Quanto á citação do meu nome, darei uma satisfação definitiva, não ao SENHOR (textual) Sergio Machado e sim á opinião publica". Pouco depois pediu para convocar a imprensa, "vou conceder uma coletiva". Precisa freqüentar dicionários, revisitar palavras.

Quando foi comunicado que os jornalistas estavam esperando, apareceu. Falou 7 minutos. Não disse nada importante, nem permitiu perguntas. Sua idéia sobre coletiva, muito mais perto de solilóquio do que de dialogo.

Se tivesse permitido perguntas, na certa teria que explicar o que se continha nesta afirmação: "Se eu tivesse recebido contribuições de propinas não poderia ser presidente do Brasil". Usou alguns adjetivos pejorativos contra o delator, se retirou ás pressas, deixando os jornalistas perplexos.

Nenhuma proximidade com as acusações do SENHOR Machado. Não tentou mesmo de longe, contestar o que se continha na delação. E quando o delator, imediatamente respondeu ao provisório, comentou com auxiliares: "Não vou alimentar dialogo com um criminoso". Mas poderia ter dado coletiva verdadeira. E deixado que tentassem entender a frase, "eu não poderia ser presidente do Brasil". Ora, não chegou à ocupante interino do País por méritos ou deméritos, examinado, aprovado ou reprovado pela coletividade.

Sua ascensão de vice a presidente, mesmo provisório, se deu em razão de uma conspiração-traição, muito bem coordenada e orquestrada. E utilizando, sem constrangimento, tudo o que hoje existe de pior no mundo e no submundo da política. Melhor seria dizer, politicalha.

Não podia conversar com jornalistas, conhecia as perguntas, mas não tinha respostas. Nesse tortuoso e criminoso (royalties para ele mesmo) roteiro ou caminho das propinas, ninguém podia ou pode lhe ensinar coisa alguma. Na matéria tem mestrado em Harvard e doutorado em Oxford.

Em 2014, antes da reeleição sem votos e a tiracolo de Dona Dilma, foi chamado ás pressas. Foram rápidos e diretos: "Você precisa reassumir a presidência do PMDB, resolver uma pendência de dezenas de milhões entre o PMDB da Câmara e o PMDB do Senado. Só você pode conter a explosão". Sabia que era verdade, não podia nem queria recusar, seu cacife ficaria elevado. Era um cacique sem votos, muitos ficariam lhe devendo.

 Aceitou imediatamente. Sabia que precisava transformar a colisão em coalizão, era o que esperavam da sua falta de convicções, identificada como habilidade. Tinha a informação: o quase rompimento da cúpula do PMDB, origem numa doação perto de 50 milhões, gentileza eleitoral da JBS, poderosa exportadora de carne, a maior empresa do país. Conversou com o dono da empresa, ficou satisfeito de resolver o problema.

Mas saiu de lá, estarrecido. Essa JBS destinara um pouco mais de 400 milhões para a campanha eleitoral de 2014. Financiara o PT, PMDB, PSDB, os 3 maiores partidos protagonistas. E mais uns 6 ou 7, coadjuvantes. Também gostou de conhecer o presidente da holding da JBS,Henrique Meirelles.

Não imaginava que 2 anos depois, ele seria seu Ministro da Fazenda. Desde que foi vice sem votos, carregado pela candidata do PT, imaginou (nem uso a palavra pensou, inimaginável para Temer), que poderia ser promovido, era só um degrau. Sonhou com isso varas vezes, aconteceu neste 2016.

Escravizado a Meirelles, deu a ele todos os poderes. Não só de nomeação dos auxiliares, mas também das medidas que julgasse necessárias para a tão esperada promoção, de provisório para efetivo. E se chegar a 2018, sem direito á reeleição, espera que o carreirista Meirelles, lhe preste um novo favor ou serviço: vença Lula, Marina e os 3 derrotados de sempre do PSDB: Serra em 2002 e 2010. Alckmin, 2006, Aécio, 2014.

Concretizada a traição e a conspiração, Temer ficou com a organização do governo, f ora da parte econômica. Cometeu as maiores estripulias, convocou personagens inacreditáveis. Estava interessado apenas em quantidade e não em qualidade. Queria numero e não imponência.

No Senado precisava dos votos para se garantir. Na Câmara, para as votações. Já entregou a liderança do governo, entregará a presidência, assim que Cunha for expulso.

Sabia que teria grandes problemas. Mas não imaginava que fossem tão graves e urgentes. Exigissem 3 demissões de ministros, em pouco mais de 1 mês. Atingindo amigos e cúmplices de longa data. Fora as que estão a caminho. Para facilitar a compreensão do provisório, criei para ele, 3 categorias de demissões. 

DEPRESSIVAS, para identificar a saída de Ministros como Romero Jucá, poderoso tido e havido como intocável. PREVENTIVAS, para Henrique Eduardo Alves, lealíssimo. Muita gente acreditou que tivesse saído por causa da delação de Sergio Machado. Ilusão. Se fosse por isso, o próprio provisório teria que sair. Tudo o que contei, é rigorosamente verdadeiro. O Ministro do Turismo foi demitido pelo que ainda vão contar.

E finalmente as demissões OFENSIVAS. As que derrubam ministros com quem Temer não tem maiores ligações. O primeiro foi o Advogado Geral da União. Existem outros na fila, como o Ministro da Educação. Se for demitido, será um favor. Talvez a "Pátria Educadora", ganhe um personagem com autoridade para fazer, coragem e liberdade para impedir que cortem em primeiro lugar, as verbas necessárias e indispensáveis. O presidente interino, vai montando um ministério de interinos .Faz sentido.

Inflação e insatisfação

Assim que foi empossado, o novo presidente do Banco Central fez a seguinte declaração: "Envidarei todos os esforços para que a inflação fique no centro da meta, 4,5 por cento, em 2017”. A frase é una,mas precisa ser dividida em três, para ser compreensível. E até mesmo cobrada, como se fosse um compromisso cartorial.

1- Utilizarei "todos os esforços", é obrigação. Independe de afirmação. 2- Precisa competência das maiores para reduzir a inflação a 4,5 por cento. É bem verdade que fechou 2015, acima de 11 por cento. Em abril de 2016, já estava entre 7 e 8 por cento. 3- Prometeu essa redução "para 2017".

Mas 2017 pura e simplesmente, é muito vago. Janeiro, fevereiro ou março, uma coisa. Junho, julho, agosto, muito diferente. E novembro ou dezembro, já é praticamente 2018, ninguém suporta. E haverá redução dos juros? 14, 25 é o mais alto do mundo. Dessa forma não haverá confiança, investimento, esperança.

E o desemprego, já batendo em 12 milhões. E com previsão de chegar a 14 milhões no final do ano. Escrever sobre desemprego, é lancinante, deprimente, ultrajante. O emprego é o único bem do cidadão. Presidente, Ministros, deputados, senadores e as chamadas "altas autoridades", não deveriam receber enquanto o desemprego estivesse nesse nível inacreditável.

PS- Quando o mundo soube que o Rio entrara em estado de calamidade, espanto, incompreensão, susto, pânico. Por três motivos principais. A palavra sempre foi ligada a tragédia, catástrofe, resultado de tumultos ambientais destruidores. O fato do Rio sediar a Olimpíada dentro de 50 dias. (Naquele momento). A conclusão obvia, ha 18 meses, todas as noticias do Brasil eram inquietantes.

PS 2- Até a Anistia Internacional, que não tinha nada a ver com o assunto, chamou a atenção para as "conseqüências e efeitos colaterais”. (Textual) Se tivessem colocado a palavra financeira, talvez não houvesse o estrondo e a repercussão. Na quarta feira o governador interino procurou o presidente idem. Conversaram.

PS3- Por causa da Olimpíada e o desgaste direto para o país, e indireto para o seu desgoverno, Temer concordou em ajudar o Rio. Por questões legislativas e constitucionais, o próprio Temer sugeriu o estado de calamidade. Até ideia correta, podia liberar o dinheiro, se houvesse urgência. E só com urgência poderia editar medida provisória. Surgiram então as duvidas e contradições.

PS4- No sábado, em SP, em agenda oficial o presidente interino afirmou de forma extravagante: "Ainda não tomei conhecimento do assunto". Duas horas depois, Moreira Franco, porta voz mais autorizado, dizia na televisão: "O presidente decidiu ajudar o Rio por causa da Olimpíada e dos salários atrasados. Segunda feira se reunirá com outros governadores".

PS5- Segunda feira é hoje. O encontro com os governadores está confirmado, a confusão também. È possível que por causa da contradição, o Rio fique sem recursos. Mas com a Olimpíada, preocupação internacional.