Titular: Helio Fernandes

sexta-feira, 5 de março de 2021

 1930, 34, 38, 42, VARGAS NÃO SAIU DO PODER, SEM VOTO, POVO, URNA, ELEIÇÃO. IDEM, IDEM PARA OS GENERAIS DE 1964

HELIO FERNANDES 

*Publicações históricas no Centenário do jornalista

 PARTE III

Valadares substitui Negrão 

Os dois eram mineiros, espertíssimos e altamente governistas. Todos os governadores foram transformados em interventores, incluindo Valadares. Para interventor de São Paulo, Vargas nomeou Armando Salles de Oliveira, genro do doutor Julio Mesquita, dono do “estadão”.

Acreditaram que não aceitariam, o que fizeram com a maior satisfação. Só que Vargas era como os elefantes, “não esquecia”. Na noite do próprio dia 10 de novembro, o doutor Julio Mesquita foi asilado em Portugal.

O que ninguém entendeu foi o asilo do ex-presidente Artur Bernardes. Grande nacionalista, como governador de Minas, acabou com o monopólio da Hanna Mining. E como presidente da República, liquidou a multinacional.

O asilo foi tido como medo de uma possível candidatura de Bernardes. Como se Vargas era um ditador, apoiado “mil por cento” pelos militares? 

Stalin manda pedir a liberdade de Prestes  

Em 1940 chegou ao Brasil um alto membro do Politburo Soviético. Recebido logo por Vargas, transmitiu o recado de Stalin: “Manda dizer ao senhor, que agora que somos aliados, gostaria de ver Prestes em liberdade”. Rapidíssimo no que lhe interessava, disse que precisava de um tempo.

Compreendeu logo o “trunfo” que tinha na mão. Transferiu Prestes para a Penitenciária da Frei Caneca. Construíram para ele, uma casinha de madeira, dois quartos e uma sala. Liberdade total para receber amigos e correspondência.

E manteve contatos com ele, através de amigos. Até que no fim de 1945, libertou Prestes que imediatamente lançou o slogan: “Constituinte Vargas-Prestes”. Mas seu fim havia chegado, não percebera. 

No dia 29 de outubro de 1945, às 5:10 da tarde saiu preso do Catete. Às 9 da manhã nomeara o irmão “Beijo”, estroina, bêbado que varava as madrugadas nos cassinos, para o cargo de Chefe de Polícia. Foi um ato de desespero, civis e militares retiraram o apoio o apoio a ele. Mas durou 15 anos. 

O absurdo da volta, a tragédia do suicídio 

Dutra que durante 15 anos era chamado de “condestável do Estado Novo”, mantendo o apoio dos militares, herdou o Poder. Em 1950, empossado em 1951, Vargas devia ter ficado no Rio Grande do Sul. Além do mais não sabia “governar democraticamente”.

Criou tantos problemas, que os militares ficaram contra ele. Pouco mais de 3 anos da posse, não tinha mais condições de continuar. Depois de uma reunião ministerial tumultuadíssima, subiu, deu um tiro no coração, “deixo a vida para entrar na História”.

Nada improvisado, o texto já estava escrito pelo jornalista Maciel Filho. Entrou realmente na História, mas o país no mais completo caos. 

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