Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Renan: o intermediário entre a corrupção e o Planalto

HELIO FERNANDES

A chamada desavença ou divergência histórica entre Renan e Temer, é apenas histérica ou circunstancial. Primeiro suplente de deputado, Temer assumiu o mandato, e quase imediatamente, foi eleito presidente da Câmara. Os dois atos, conseqüentes e coincidentes, maquinados e executados exclusivamente por Renan, ainda simples deputado.

Oculto por elipse, como se fosse apenas um teste gramatical, o objetivo maior: salvar o presidente FHC dos vários pedidos de impeachment. Garantido, conseguiu comprar até a reeleição, paga com dinheiro impuro. Tão impuro e sujo, que seria porta estandarte da Lava-Jato, se já existisse na época.

Quase que imediatamente, o deputado Renan Calheiros recebeu a recompensa por tudo, através de um telefonema do presidente FHC: "Quero que você seja Ministro da Justiça". Renan tomou posse, não era indispensável, mas nem se lembrava que frequentara uma faculdade de Direito. 

A vida seguiu seu curso, jamais brigaram, embora ás vezes ficassem em lados ou posições contrarias, abertamente hostis. Quase sempre por causa de ciúmes. Renan cobrava de si mesmo, o fato de Temer, nos últimos 10 anos, ter chegado sem obstáculos a alturas que sempre desejou, ambicionou ou projetou.

Agora, juntos pelo medo do que pode acontecer

Independente do que o Supremo pode decidir na sessão de hoje, (se não for adiada), os dois estão juntos e incondicionais, em projetos mais duradouros e ambiciosos. Prioridade total e absoluta, para o combate á Lava-jato. Já tentaram numa madrugada escura, aprovar sem votação, a ANISTIA para o Caixa 2. Apanhados em flagrante, retirada humilhante e desastrosa. Ficaram imaginando o que fazer, descobriram num jantar a dois. (Depois contaram a Rodrigo Maia, que concordou integralmente). 

 Alem de aprovar a mesma anistia, fundamental, o que consideraram "genial e degradante" para a equipe da Lava Jato.

Já está circulando numa Comissão Especial, o projeto enviado pela equipe da Lava-Jato, com mais de 2 milhões de assinaturas populares. Ninguém tem coragem de se manifestar contra esse projeto. O maximo que conseguem; retardar o andamento, que ha 6 meses não sai do lugar. E "vetarem'“ uma ou duas das 10 instruções contra a corrupção. 

Mas não consideraram o suficiente. Partiram então para o combate "cara a cara", desafiando e afrontando a equipe de Curitiba, no seu próprio terreno. Decidiram felizes, satisfeitos e vitoriosos: enxertar no projeto CONTRA a corrupção, a anistia a FAVOR dos que usaram propina e dinheiro sujo, como Caixa 2.  

Aplausos gerais, não só pela ideia rotulada de "genial” por eles mesmos. Mas por anular os efeitos destruidores das confissões que não demoram a serem reveladas. Alguns não concordam. Não entenderam, mas estão sendo cooptados. Usando os mesmos métodos consagrados na conspiração do impeachment. Na Câmara e no Senado. Embora não contem mais com o principal coordenador. Preso e ameaçando com delação. Mas existe outra, mais desesperadora.

Pânico com a delação Odebrecht

Jornalistas de jornais, comentaristas de TV, blusões e sites, não poderão fugir do assunto Lava-Jato, nos últimos 2 anos. Mas na sexta feira, fui o único repórter a revelar: acabaram as conversas com Marcelo Odebrecht e 50 ou 70 executivos e ex-executivos da poderosa empresa. Negociaram quase 1 ano, foi a mais longa. Por um motivo: ninguém tinha a chave de tantos cofres, aqui e no exterior. E com a quantidade de nomes, documentos e quantias (propina) pagas.

Marcelo não se alterou um momento que fosse. Está preso ha mais de 1 ano, se adaptou á nova rotina. Não fez nenhuma exigência. Dizia apenas, sem a menor alteração na voz: "Depois do meu depoimento, vocês podem acabar a Operação, ninguém poderá acrescentar mais nada". E completava: "Estou aqui ha mais de 1 ano, quero ir para casa, inteiramente livre".

Tudo acertado, ficou assim. Condenado há 19 anos, já foi feita a redução para 10 anos. Antes de sair, a condenação estará em 2 anos. Como já cumpriu mais de 1 ano, ficará alguns meses em DOMICILIAR, sem tornozeleira, e depois TOTALMENTE LIVRE. Podendo ir ou fazer o que bem entender,

Dentro das circunstancias, e levando-se em consideração as quase 200 potencias, que seu depoimento irá tirar da circulação, foi um excelente acordo. Fica em liberdade 1 que PAGAVA, são atingidos mortalmente quase 200 que RECEBIAM. Gostaria de saber mais do que isso. Mas meu conhecimento dos fatos, termina com estas revelações.

Policia Federal e Ministério Publico Federal, estão fazendo revisão minuciosa de tudo o que gravaram. È como um escritor que leva 1 ano escrevendo o livro, e 2 fazendo ou reescrevendo o mesmo livro. Os membros da equipe não sabem ainda se revelarão tudo ainda neste turno 2016. Ou se começarão 2017, dando esse presentaço á comunidade, que espera com ansiedade. 

 Vereadores queriam aposentadoria VITALICIA

Foi uma grande vitoria da opinião publica. Vereadores do Rio, apresentaram projeto garantindo para eles mesmos, aposentadoria para toda a vida. O que significa ou significaria esse fato? Qualquer vereador, eleito 3 vezes seguidas, ou 4 com alternância, teria direito a ir para casa, tenha a idade que tiver, com aposentadoria integral.

Houve movimento de protesto, retiraram o projeto. Mas achando que não era muito forte, voltaram a colocá-lo em pauta, para votação imediata. Alguém teve a idéia de recolher pela Internet, assinaturas para um manifesto de protesto. Em menos de 15 minutos, já haviam 70 mil assinaturas online.

Os vereadores souberam, convocaram sessão extraordinária para votar o projeto. Por 40 a zero, foi recusado e derrotado. Isso na Câmara de Vereadores. A Alerj estava funcionando, seu presidente, o notório Jorge Picciani, presidindo a sessão, afirmou: "Fui consultado, imediatamente fiquei contra".

A opinião publica deve guardar e espalhar: esse recurso de MANIFESTO online, é um recurso instantâneo contra a corrupção. Fulminante, provocando pânico nos corruptos.
Desemprego

Todo dia o Ministro da Fazenda está na televisão, com afirmações fantasiosas. A de ontem: "O desemprego começará a cair em 2017". Ora, o que economistas e especialistas independentes se fartam de ensinar: "Numa economia em crise, o primeiro a ser atingido é o emprego. E o ultimo a se recuperar, é o desemprego". Explicação: a crise começa com o desinvestimento. E a recuperação e a retomada do emprego, só com investimento. O Ministro fala em 2017. Quando será isso?

PS- Quinta feira passada, o barril de petróleo estava a 50 dólares em Nova Iorque, e 51 em Londres. Ontem fechou a 45 em Nova Iorque e 46 em Londres. Não compartilho de jeito algum com o entusiasmo no exterior. Acredito que no final deste 2016, o limite não passará de 45 a 50.

PS2- Dona Dilma, que estava interessada em eleição, pelo fato de não ter perdido os direitos políticos, parece que mudou de rumo. Por não ter ido votar, surpreendeu até amigos. 

PS3- Alguns, antes do domingo, diziam a ela: "Não adianta disputar eleição e até ganhar, não vai recompor a carreira". E acrescentavam: "Para isso, tem que disputar a presidência em 2018". Contam que ela ficou extremamente preocupada. Talvez por isso, não tenha saído de casa no domingo.


PEC PODERÁ EXUMAR A LEI DO DESACATO. ESTABILIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO TAMBEM TEM OS DIAS CONTADOS. PEC 241 PRECISA SER REVISTA, REEXAMINADA E RETOCADA. NA PRÓXIMA ETAPA LEGISLATIVA, A CONVERSA MUDA DE TOM.

ROBERTO MONTEIRO PINHO

A PEC 241 afronta a Constituição Cidadã de 1988 principalmente quando trata dos artigos 198 e 212, que garantem um limite mínimo de investimento nas áreas de saúde e educação.

A partir de 2018, o montante assegurado para estas áreas terá um novo critério de correção que será a inflação e não mais a receita corrente líquida, como prescreve a Constituição Federal.

Em Nota Oficial a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou há pouco seu posicionando em relação à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que congela investimentos públicos pelos próximos 20 anos. O documento afirma que a medida é “injusta e seletiva”.
Os Bispos propõem uma ampla discussão antes da aprovação da PEC, e convoca a sociedade civil organizada, sob o argumento de que são fundamentais para superação da crise econômica e política.
No dia 17 de outubro a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) discutiu os efeitos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016 sobre áreas como a saúde pública e a educação.
Já sabemos que a proposta estabelece um novo regime fiscal ao país para os próximos 20 anos, congelando os gastos públicos. O limite permitido será o gasto realizado no ano anterior corrigido pela inflação. A medida irá valer para os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
No dia 25 o texto foi aprovado em segundo turno pelo plenário da Câmara e agora segue para o Senado. O avanço legislativo preocupa o funcionalismo público.

Ocorre que o trabalhador comum, ou seja: aquele que não tem os mesmos privilégios do funcionário público.

Ele trabalha jornada de 44 horas semanais, não tem estabilidade e seu salário é ínfimo e não é acrescido de rubricas das mais variadas formas, a exemplo o auxilio moradia do juiz.

Analisando seu texto, caso o limite de gastos seja descumprido, o Judiciário, não poderá conceder aumentos para seus funcionários nem realizar concursos públicos. Outras sanções são impedir a criação de bônus e mudanças nas carreiras que levem a aumento de despesas.

Em seu eixo, a PEC, após sua implementação  poderá ter o congelamento de salários e uma discussão maior sobre distorções do funcionalismo público do país.

De acordo com os especialistas, existe a possibilidade de que, com a aprovação da proposta, os funcionários públicos deixem de ganhar reajuste e não tenham suas remunerações corrigidas pela inflação - mesmo com o cumprimento do teto.

Textualmente, sou contra o nosso modelo do serviço público, bem como dos privilégios, não só por criar e manter uma casta, mas sim porque comprovadamente os serviços prestados são de péssima qualidade, e o tratamento dispensado aos brasileiros é um acinte a educação e responsabilidade administrativa.

Na Associação Nacional e Internacional de Imprensa – ANI, a qual sou presidente, estamos apoiando a PEC que extrai do contexto jurídico a lei de desacato. Neste sentido já entramos com Nota Técnica no processo que tramita na Câmara.

Essa é uma das mais exorbitantes, cretinas e maléficas das leis, uma arma covarde, insana que protege o barnabé, em detrimento da liberdade de expressão, um dos princípios basilares da estado democrático.

Por sorte da comunidade contribuinte, de fonte segura, posso dizer que: o servidor público e a estabilidade estão com os dias contados.



quarta-feira, 2 de novembro de 2016

2016, 2017,2018: hipóteses, ambições, possibilidades


HELIO FERNANDES

Faltam exatamente 2 anos para a sucessão presidencial, se é que haverá alguma. (Esse 3 de outubro ficou marcado como data da eleição, depois de implantada uma ditadura de 15 anos, apelidada de Revolução. Foi também o primeiro asilo da Republica. Derrubado, o presidente Washington Luiz foi expulso do país, obrigado a morar nos EUA).

2 anos é muito tempo para qualquer analise, principalmente quando se trata do cargo mais importante. Durante esse período, acontecerão muitas coisas, mas nenhuma evolução, modificação, transformação. Os personagens serão rigorosamente os mesmos que estão nas manchetes, às brigas serão internas para conseguir a imprescindível legenda. 

Na eleição municipal, três prefeitos eleitos, se lançaram e se fixaram na afirmação, "não sou político". Apenas oportunismo e mistificação. Tão políticos, que tiveram que se filiar a um partido, e já demonstram que querem mais.

A eleição municipal, que era considerada plataforma excelente para o salto presidencial, não revelou ninguém. Todos sem exceção, serão os mesmos de antes. Alguns irão se refugiar nos resultados de agora, apregoando vantagens, e jogando as desvantagens para os supostos adversários. Mas ha muita contradição, e a importância tão apregoada para 2016, ganhou um novo patamar, 2017.

Primeiro a contradição, ou as contradições. O PSDB é tido como o grande vencedor, por causa do numero de prefeitos eleitos. Mas o maior perdedor não foi Lula, como tantos gostam de ressaltar, e sim Aécio Neves. Presidente do partido, era lugar comum, que seria indicado candidato, com previa ou sem ela. Agora, tendo perdido o governo de Minas, ficou também sem a Prefeitura. 

Com duas derrotas como essas, "dentro de casa", para continuar como "jovem presidenciável", terá que derramar sangue, suor e lagrimas. E está muito longe de ser um Churchill, que criou e imortalizou a frase. 

Alem do mais, Alckmin cresceu muito, não só pela vitoria no primeiro turno, mas também pelo bom desempenho, nas outras 13 cidades importantes. E não se esqueçam de Serra, candidato certíssimo. Com 76 anos não se agarra muito á vitoria, mas pode favorecer Alckmin e prejudicar Aécio. Portanto, o PSDB monopolizou os resultados municipais, contra e a favor.

Outro grande derrotado, foi o presidente indireto. Perdeu em matéria de votos e apoios para outra conspiração em 2018, esta não mais parlamentar. E demonstrou falta de visão, se comprometendo com a ligação com Marta Suplicy. Assinou a ficha de entrada no PMDB. E não escondeu que era sua candidata. Apoiou uma concorrente que chegou em quinto lugar, numa eleição com 5 candidatos.

Para 2018, 2017 é mais importante do que 2016

Já distante a eleição municipal, desvanecidos seus resultados e interpretações, ganha prioridade o que já vem sendo discutido, não apenas nos bastidores: a eleição do presidente da Câmara. Tão importante e com enorme poder de destruição, o presidente indireto, em conluio com Renan Calheiros, tentou a reeleição para Rodrigo Maia. Mesmo tendo que pagar o preço, da reeleição também do presidente do Senado.

Ainda não se falava no que o Supremo deve julgar amanhã: REU não pode figurar na hierarquia sucessória. O obstáculo contra a reeleição, vem de longe, até mesmo nos tempos do doutor Ulisses. Ele nunca foi reeleito presidente da Câmara, apesar de ter ocupado o cargo varias vezes. 

É que descobriu ou inventou a formula que permitia se eleger,quando a Câmara voltava, inteiramente vazia. Fim da legislatura. O Senado não permite a invenção, está sempre em funcionamento. O grande problema para Temer, a maioria para as votações, passa pela eleição do Presidente da Câmara.

Essa escolha acontecerá no dia 1 de fevereiro. Já existem três candidatos, lançados, e por enquanto, inarredáveis. Como revelei ha mais de 1 mês, com exclusividade, Aécio Neves comunicou ao presidente indireto: "O PSDB quer o cargo, e já tem o nome, unânime, Antonio Imbassahy".

Com o desprestigio atual se não conseguir a presidência da Câmara, Aécio pode até ser expulso. Pelo menos perderá a presidência da legenda. 

Outros dois candidatos, que trabalham a céu aberto: Rogério Rosso e Jovair Arantes. Temer sabe a importância deles na Comissão Especial do impeachment. Estão cobrando a recompensa. Temer teve que ir almoçar no apartamento funcional deles, impossível dizer NÃO. O que conversou é desconhecido, mas não difícil de compreender.

Sem Vice presidente da Republica, é o substituto natural. Fácil de perceber a luta pelo cargo. Deputados sem maiores expectativas, inesperadamente são projetados para o alto. 2 anos de importância, biografia melhorada, manchetes de jornais, entrevistas de televisão, cacife eleitoral aumentado. Como desistir de tudo isso, facilitando a vida de Temer?

Isso é visível no caminho de 2018. Mas ha o invisível ou imprevisível. Estão considerando Lula "destroçado e ultrapassado". Apenas uma parte é verdadeira. O destino dele não está consumado.

Faz planos para 2022, lógico, passando por 2018, mesmo que não dispute pessoalmente. Estará com 77 anos, Serra com 76,
 Temer com 78. Será a campanha presidencial mais medíocre. Mas também a mais longeva.

Dona Marina descansa, se prepara e disputará pela terceira vez a presidência da Republica. Já conquistou 20 milhões, depois 18, qual o tamanho da sua votação na ultima oportunidade. E ainda existe o PRB, e o projeto do bispo Macedo, representado pelo prefeito Crivella?

Julgamento no Supremo, amanhã

Importantíssima a decisão dos Ministros. É tão obvio, que REU não pode participar da linha sucessória, que a sessão é totalmente redundante. E só pode haver um resultado, 11 a 0, se comparecerem todos.

A movimentação de Renan Calheiros, nos últimos 10 dias, um insulto ao tribunal e á comunidade.

O presidente do Senado vem tentando se salvar, com duas soluções. A primeira, transferir a decisão para 2017, fim do recesso, quando não será mais presidente do Senado, estará fora da hierarquia da substituição. A segunda, um Ministro pedir vista, a conclusão seria a mesma.

PS- O Ministro da Fazenda, falastrão: "O Brasil VOLTA a crescer em 2017". Não tem a menor base para a afirmação. Se tivesse, os sinais teriam que ser muito mais evidentes. Como exemplo, a queda do desemprego.

 PS2- Alem do mais, provando a mistificação, usou a palavra errada. Como se refere a um crescimento futuro (2017), deveria ter dito, VOLTARÀ em vez de VOLTA. È o Meirelles que foi demitido do Banco Central por ineficiência.


terça-feira, 1 de novembro de 2016

O povo vota sem interesse, com desprezo, até com raiva. O futuro de Crivella

HELIO FERNANDES

O segundo turno foi pior do que o primeiro. Em todos os sentidos. No Rio, 48,7 por cento nem saíram de casa. Ou premidos pelo voto "obrigatório", saíram, votaram em branco, ou sua opção foi anular o voto. Dessa forma, de cada 2 eleitores, apenas 1 identificou sua vontade ou marcou seu voto.

Impossível, assim, fazer a definição arriscada que muitos comentaristas fizeram. Dando a vitoria a representantes do centro, esquerda ou direita. Os pouco mais de 50 por centro que sobraram, tendências esparsas, dificilmente identificáveis. Como avaliá-los ideologicamente?

Em Belo Horizonte, o outro município-capital cujo donatário se decidia ontem, importante geograficamente, mas não política ou eleitoralmente. Kalil não tem objetivo nem futuro, ou qualquer possibilidade de ir alem de prefeito. Exatamente o contrario de Marcelo Crivella, que representa um projeto de Poder, definido, articulado, que pretende chegar bem longe.

Esse PRB, que abriga Crivella, não é um partido qualquer. Fundado ou criado pelo Bispo Macedo, com o objetivo de fundir religião, política, comunicação, Poder, o Bispo Macedo, que fez tudo, pretendia ser o candidato a transformar isso em realidade, pessoalmente.

Tendo compreendido, que teria que ficar de fora para não escancarar as intenções, colocou em primeiro plano, o sobrinho Crivella. Só que este precisava de uma ratificação majoritária nas urnas. Eleito senador, e Ministro da Pesca, não bastava.
Consideraram então, que o mais fácil e rápido, seria se eleger prefeito. Fixado no Rio se candidatou. Saiu na frente, o projeto parecia um sucesso. Derrotado, perdeu 4 anos. Teve que repetir era a única opção. Nova decepção, mais 4 anos desperdiçados.

Ganhou ontem, na terceira candidatura. O bispo Macedo, que comanda tudo, já tem um problema praticamente insolúvel. O projeto inicial, que só se consolida com uma vitoria presidencial, continua em 2018, ou espera 2022? Essa é a grande duvida. Que só ele pode decidir.

Já vinham estudando essa questão ha meses, desde que Crivella disparou na   campanha. Mas era apenas discussão episódica. Transformada em realidade ontem. Alguns sensatos, consideram que para ser presidenciável em 2018, teria que ficar prefeito apenas 15 meses. Se desincompatibilizar em abril de 2017. Muito pouco tempo para realizar alguma coisa.

Mas os que decidem, defendem que se transforme em presidenciável imediatamente, apresentam como exemplo as campanhas para prefeito. Como têm legenda, estrutura e recursos, justificam de varias maneiras.

A sucessão de 2018 será a mais fraca de todas. E Crivella pode se apresentar com outro argumento solido: ficar na Prefeitura não era e não é objetivo final. Assim, tanto faz ficar 15 ou 48 meses. 

Dentro do objetivo que levou a fundar o PRB, ratifica a hipótese da candidatura imediata. Como tudo isto é contado com exclusividade, surpresa e inconveniência, para os candidatos de sempre, já lançados.

Lula jogou a toalha?

Desde o massacre do primeiro turno, o ex-presidente não tem saído de casa, nem recebido ninguém. Tinha certeza da derrota, mas não da forma como aconteceu. Principalmente a derrubada de todo o cinturão vermelho, domínio do PT, 
inatingido e inatingível ha muito tempo.

Mas o que atingiu profundamente Lula, foi o fato do juiz Sergio Moro ter marcado para o dia 21, o depoimento das testemunhas contra ele. Essas testemunhas, Cerveró, Paulo Roberto Costa, Paulo Pinheiro e outros, nada tranqüilizantes. 

Alguns da intimidade, sabiam que não iria votar. Quando tentavam mostrar, que repercutiria contra ele, respondia: "Para que votar se não poderei mais ser votado?". Antecipação nada otimista, até mesmo dramática. Principalmente feita por ele mesmo.

A Síria é aqui

Noticia que não gostaria de publicar, comentário que faço de forma lancinante. E que me faz sofrer desde o momento em que coloquei o titulo. Rigorosamente verdadeiro. A guerra civil que destrói esse país, completa 4 anos. Dados fornecidos pela ONU, comprovam: já morreram 415 mil pessoas. Fora centenas de milhares de feridos ou desabrigados. Alem de 11 milhões de refugiados.

Já nas ruas ou até dentro de casa, o Brasil, que "vive na mais completa tranqüilidade", (royalties para o presidente indireto), nos mesmos 4 anos, teve 479 mil pessoas ASSASSINADAS. De forma covarde, cruel, indefensável. È uma comparação inexplicavel. Pior ainda: pelo menos metade dessas mortes, foram praticadas friamente pela própria policia. Sem nenhuma punição.

O feriado protege Renan

A pauta do Supremo de amanhã, quarta feira, foi transferida para quinta. È que amanhã é feriado universal, pelo Dia dos Mortos. O ainda presidente do Senado continuará hierarquicamente vivo. Se Renan Calheiros for salvo apenas por causa do feriado, nada de mais grave. 
O pior é que ele continua se movimentando, para que a sucessão "suja", só seja limpa a partir de fevereiro de 2017. Não acredito. Mas já vi tanta coisa estranha e extravagante, que mais essa, nenhuma surpresa. 

Petróleo, PIB, Taxa Selic

Durante 5 dias seguidos, o barril de petróleo em Nova Iorque, ficou em 50 dólares. E em Londres, 51. Ontem em Nova Iorque caiu para 47 e em Londres para 48. Lá se vai o otimismo. O PIB que era previsto fechar 2016 em menos 3,1, tem previsão mais pessimista: 3,2.

O superávit primário (amortização e não pagamento de juros, como dizem alguns tolos), em setembro, acumulou 26 bilhões. A expectativa e a necessidade, muito maiores. O "mercado", decepcionado, reclama. Quanto á queda dos juros, o BC insiste numa cautela suicida. E retrocesso visível.

Anistia para o Caixa 2

Deputados, senadores, ministros, e o próprio presidente indireto, preocupadíssimos com a Lava-Jato. Com o conhecimento e apoio de Temer e Rodrigo Maia, o presidente Renan Calheiros procurou aprovar um projeto sem autoria. Por causa da hora da tramitação e da tentativa de silencio, foi rotulado de "projeto da madrugada". Foi descoberto, naufragou.

Agora, querem ressuscitar o "projeto da madrugada", em emenda constitucional. Motivo: na iminência da terminação da delação de Marcelo Odebrecht, entraram em desespero. Consideram que a delação não surgirá ainda neste 2016. E a PEC, apesar de precisar de duas votações na Câmara e duas no Senado, será aprovada até por unanimidade. E não pode ser revogada, nem ser atingida por recurso ao Supremo.


As conversas estão caminhando com pleno sucesso. Quase todos os partidos serão atingidos. E o governo, chefiado pelo presidente indireto, tem todos os motivos para se manter inseguro. O pessimismo da semana passada, se transformou em otimismo.
ANÁLISE & POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO


Crivella um prefeito diplomata por excelência

As pessoas mais próximas do prefeito eleito pelo Rio de Janeiro, Marcello Crivella, afirmam que o bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, é um diplomata por excelência. Descendente de imigrantes italianos e de migrantes nordestinos após ter seu ministério aprovado, chegando a Bispo na sua Congregação. Trabalhou por dez anos como missionário em países da África. É Engenheiro Civil, e inspirado no aprendizado quando esteve em Israel, desenvolveu um vitorioso projeto de terras produtivas na cidade de Irecê na Bahia. É cantor gospel e pelo sucesso do titulo “O Mensageiro da Solidariedade” (vendeu 1 milhão de cópias) foi laureado com o “Disco Diamante”.

Na política

Marcelo Crivella nas eleições de 2002 foi eleito senador da República para um mandato no período 2003-2011. Disputou e perdeu, o governo do Rio de Janeiro em 2006 e 2014 e prefeitura da capital em 2004, 2006 e agora em 2016 conquistando o cargo. Em 2005 deixou o Partido Liberal e fundou o Partido Republicano Brasileiro (PRB). O seu maior revés foi na disputa pela prefeitura em 2008, quando ficou no terceiro lugar. Três anos depois se reelegeu senador, para um mandato que termina em 2019. Foi ministro da Pesca no governo Dilma, mas deixou a pasta em 2014 “para fugir dos respingos” quando pressentiu o desastre da sigla petista.

Freixo sem pegada

No comício da Cinelândia Marcelo Freixo, derrotado fez seu pronunciamento, alguns medalhões do PSOL não queriam que a agremiação fosse exposta. Seu discurso destilou um fundo de frustração, demonstrando que tinha a convicção que se elegeria. De toda forma foi derrotado por um candidato com um dos melhores históricos político e socialista do país. Portanto nada a reclamar. Para muitos faltou para Freixo no segundo turno: “pegada”.

Em 2018 o partido fará alianças?

O candidato do PSOL teria que ter ido mais alem do que martelar que preside a “CPI das Milícias”. Nem mesmo o filme “Tropa de Elite 2”, personificado pelo ator Felipe Farias, o credenciou a ser o mais votado. Por outro lado sua assessoria falhou grosseiramente quando concentrou seu foco em acusações. Muitas inócuas, inoportunas e até rançosa. Tido como sectário, o candidato sucumbiu por si mesmo. Uma ala minoritária, já pensa em lançar um candidato a governador em 2018. Este terá quer ser aglutinador e aberto ao diálogo. Querem quebrar o trauma da perda em majoritárias, abrindo o partido para alianças, com isso ir mais alem dos votos de “estudantes”, pilotado por professores nas universidades.

Legenda é a sombra do PT de 80...

Analisando o comportamento das urnas no mundo inteiro, a maioria dos eleitores tende a votar em candidatos mais moderados, tanto à esquerda quanto à direita.

Refúgio e clone do PT de 80, leia-se uma alternativa de esquerda ao PT, o PSOL não tem o “sapo barbudo”, que Brizola estigmatizou em Lula da Silva, mas tem guetos ruidosos, que rosnam a tudo e a todos, tipo aquele PT avesso ao diálogo, mas que aceitou à mudança para a moderação que permitindo a eleição de Lula."

O PT. O efeito Dilma e eleição que foi uma lastima...
Em 83 capitais e grandes cidade o histórico Partido dos Trabalhadores (PT), fundado e emoldurado por Luiz Inácio Lula da Silva, ficou com apenas 1 cidade – Rio Branco, no Acre. No total, o PT foi de 638 prefeitos eleitos em 2012 para 254 neste ano - de 11,2 milhões de eleitores sob sua gestão nas cidades, a apenas 1,6 milhão. No final de tudo, o efeito Dilma, acabou por fulminar as bases do partido.
.

O PSDB se consagra

 

O segundo turno consagrou a legenda de FHC repetindo a performance da primeira eleição. O PSDB emergindo como a principal força nas urnas. Os tucanos administravam 18 cidades do G-83, o grupo das capitais e cidades com mais de 200 mil eleitores, e passarão em 2017 a ter o comando de 28. O PSDB venceu 14 dos 18 segundos turnos que disputou. Será ainda a sigla a administrar o maior número de eleitores nas cidades (13 milhões) e a maior quantidade de capitais: 7.

O PMDB resiste...

O PMDB, partido do presidente Michel Temer, manteve a liderança no total de prefeituras (1.021 em 2012 e 1.038 em 2016), mas administrará menos eleitores (9,5 milhões para 8,1 milhões). O maior partido do país melhorou seu desempenho no grupo do G-83: 10 para 14 cidades, e conquistou quatro capitais (tinha duas): Boa Vista, Goiânia, Florianópolis e Cuiabá. Das 15 cidades em que a legenda estava nas urnas no segundo turno, venceu em nove.


Eleitor responde com abstenções, brancos e inválidos


Agora os analistas políticos vão debruçar sob os altos índices de votos brancos, nulos e abstenções. Ao todo, 25,8 milhões de eleitores compareceram às urnas neste domingo, entre 32,9 milhões aptos a votar. Não votaram, portanto, cerca de 7 milhões de pessoas - índice de abstenção de 21,5%. No Rio de Janeiro, a abstenção chegou a 26,8% (1,3 milhão de pessoas) e houve 569,4 mil votos nulos. A desconfiança, a onda de escândalos envolvendo a classe política, e a insegurança jurídica, vista na mais alta Corte do país o STF, é o mais forte ingrediente para a reação popular.

 Lula não saiu de casa

A turma do Instituto Lula informou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não votou no segundo turno das eleições municipais. Será a primeira vez que o petista não comparecerá às urnas. A pesar de justificar ter mais de 70 anos de idade. 

O fraco desempenho do PT nas eleições, em especial em São Bernardo do Campo, cidade da Grande São Paulo, sequer reelegeu o filho vereador, justamente onde o petista reside e começou sua carreira política. Tarcisio Secoli, apoiado por Lula, ficou em terceiro lugar na disputa para prefeito no primeiro turno, realizado no último dia 2. Ele teve 84.768 votos, o equivalente a 22,57% do total.  A cidade é governada desde 2008 pelo petista Luiz Marinho, que é afiliado político de Lula e foi ministro da Previdência Social e do Trabalho.
Afinal porque os políticos insistem num segundo turno eleitoral?
Gastos são astronômicos
Para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o custo das eleições municipais de 2016 foi de R$ 650 milhões (em 2012 foi R$ 483 milhões) ao todo o país desembolsou R$ 1,1 bilhão para realizar as eleições, onde votaram analfabetos, menores de 18 anos e presidiários. No entanto há controvercias, estimadas de que foram gastos R$ 3 bilhões. Números oficiosos apontam o dobro do divulgado, e levando em conta os gastos de campanha, o país joga ao relento do “vocês não nos representam”, bilhões de reais.

Eleição com custo zero...

Guardo aqui o bom exemplo do meu filho quando se candidatou a prefeito na primeira serie do seu colégio. Ele não gastou um centavo. Urnas de papelão, cédulas Xerox (devidamente rubricadas pelos mesários). Tudo pelo bom direito do voto, inclusive fiscais de quatro candidaturas. Todo material doado pelos pais e amigos. Custo zero. Detalhe: ele se elegeu. Precisamos aprender com esses garotos, (pensei). Mas não é isso que ocorre, a cada eleição o custo aumenta.

Dia 9 de novembro é o dia “D” da terceirização no STF

A polêmica questão da terceirização será julgada pelo STF no dia 9 de novembro. O caso a ser analisado é o Recurso Extraordinário 958.252, que teve a repercussão geral decretada no ARE 713/13.211 e é relatado pelo ministro Luiz Fux. Para quem não sabe a Terceirização não tem legislação específica no Brasil. O próprio presidente do TST, ministro Ives Grandra Martins Filho, defende a regulamentação da terceirização. “Não adianta ficar com briga ideológica de que não pode terceirizar na atividade-fim, só meio. Não existe mais a empresa vertical, em que você tem do diretor ao porteiro, todo mundo faz parte do quadro da empresa. Hoje, você funciona com cadeia produtiva. A gente precisa urgentemente de um marco regulatório, disse a um jornalão.

Greve dos servidores é ilegal

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu no dia 27 de outubro, por 6 votos a 4, que o poder público deve cortar os salários de servidores em greve. A sentença tem repercussão geral e obriga todos os tribunais do país a adotarem o entendimento da corte sobre esse tema. A maioria dos ministros acompanhou o entendimento do relator, Dias Toffoli. Para ele, não deve haver descontos somente nos casos em que a paralisação for motivada por quebra do acordo de trabalho por parte do empregador, com atraso de pagamento dos salários, por exemplo.
Justiça do Trabalho ainda na “berlinda”
As declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes de que o Tribunal Superior do Trabalho “desfavorece as empresas em suas decisões” e que há um aparelhamento da Justiça do Trabalho por “segmentos do modelo sindical" não foram bem recebidas na corte trabalhista. Na sexta-feira (28/10), 18 dos 27 ministros do TST encaminharam ofício à presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, manifestam “desconforto profissional e pessoal” sobre o episódio. Para os ministros, as declarações de Gilmar são injustas e “decerto fruto de desinformação” ou “má informação”.
O documento do desespero

Os ministros também repudiam as conotações de parcialidade em desfavor do capital que Gilmar Mendes atribuiu aos TST. O ofício diz ainda que o teor das declarações não eleva e em nada modifica as instituições, desprestigiando e enfraquecendo o Poder Judiciário e cada um de seus juízes. “O limite da autoridade, máxime judiciária, em qualquer nível, repousa na lei e na razão. O respeito, a tolerância e o juízo devem pautar as relações entre as instituições e as pessoas em uma sociedade civilizada, até por uma imposição da inteligência”, ressaltam no documento.
A fila anda 

FERNANDO CAMARA

A festa acabou. O PT vai tentar juntar os cacos, mas está atordoado e mal sabe por onde começar. Lula está atolado em denúncias, que brotam todos os dias feito água em cachoeira. Sítio em Atibaia é para os fracos. A PF vem investigando um certo chalé (chalé? ) em Punta Del Leste, no Uruguai, para onde seu filho já se aninhou. Tudo vai ficando cada dia mais nebuloso.

Com o fim das eleições nos municípios, o eleitor traduziu em números sua absoluta insatisfação com o quadro político vigente.

Não se fala em outro assunto, a não ser o baixíssimo desempenho eleitoral do PT em 2016. Havia de se esperar cenário diferente? Nem o cinturão vermelho, composto pelas cidades no entorno de São Bernardo resistiram. O resultado feriu o PT, e Lula consequentemente, de morte.

Votos em Ninguém

É imperativo refletir sobre o fato de, nesta eleição, a quantidade de votos que se identificam com o protesto ou com o nada.

No Rio de Janeiro

1.314.950 abstenções
569.536 nulos
149.866 brancos
2.034.352 Total de votos em desperdício
Crivella 1.700.030
Freixo   1.163.662

Freixo ficou em 3o lugar. O primeiro foi dos nulos e brancos, em segundo Crivella.

Mariano Marcondes Ferraz ficará preso

Enquanto o País se debruça sobre as comemorações dos resultados da eleição, o juiz Sérgio Moro e a Força Tarefa tocam os trabalhos de investigações, seguindo o DINHEIRO. E foi assim que prenderam o executivo da TRAFIGURA.

A Trafigura fatura mais de 125 bilhões de dólares por ano, é a terceira traiding em faturamento no mundo, maior do que a Cargill e do que a Bünge. Tem negócios no Brasil nos setores de petróleo, mineração, logística, portos, granéis e outros. Moro seguiu o dinheiro e achou 800 mil dólares de Mariano Trafigura nas contas de Paulo Roberto Costa. Achará mais 2,4 milhões de dólares. E, se seguir a partir de agora os dinheiros da Trafigura, achará mais propinas em contas de outras autoridades.

O empresário Mariano, de família tradicional do Rio de Janeiro, ficará na lista negra da Força Tarefa da Lava Jato.

Renan, o destemperado, mas todos estavam errados

O presidente Renan Calheiros carregou no verbo para qualificar o juiz de primeira instância que expediu mandado de prisão e de busca e apreensão no Senado. O juiz estava errado; exagerou  ao não encaminhar a Ação para o STF, fórum adequado para esta intervenção.

O MPF errou em solicitar a intervenção sem considerar a competência do Fórum. A PF errou ao aceitar tal ordem sem questionar a autoridade do magistrado.

Errou a Polícia Legislativa quando deixou de tomar uma atitude imediata no momento em  que recebeu em seu território de atuação e de competência a PF.

Errou a ministra Cármen Lúcia em comentar publicamente o fato, quando externou a sua opinião.  O ministro Teori, demorou em analisar e a sentenciar o ato.

Erra o STF em manter a prática de postergar, por anos, o julgamento de ações e de dar seguimento a inquéritos que envolvem os altos comandantes da Nação.

ECO

Se eu fosse o Renan, escreveria a função de todos usando o diminutivo ECO (juizeco, ministreco, procuradoreco, delegadoeco, policialeco) para todos.
Renan encontrou apoio entre os parlamentares, mas sabia que este episódio da adjetivação não daria em nada.

Fórum Privilegiado

O Fórum Privilegiado tem sentido bastante quando é posto para preservar o funcionamento dos Poderes. Considerando-se que existem mais de mil varas federais, caso todas elas recebessem denúncias contra as autoridades e estas fizessem carga, não haveria tempo nem um número de advogados que dessem conta de atender a demanda.

Assim, o legislador resolveu concentrar no STF as investigações das autoridades de congressistas, que se transformou em privilégio,  pois o STF não foi dotado de condições e equipamentos para dar sequência às investigações. E assim elas ficam engavetadas.

Caixa 2

Essa semana entra em pauta o que tem tirado o sono de 11 entre 10 políticos em Brasília: flexibilizar ou não o Caixa 2. Diante do que pode vir por aí, articula-se no Planalto um plano para anistiar o Caixa 2. Antes resistente, tudo indica, agora, que até Rodrigo Maia estaria disposto a trabalhar por isso.

Nenhum parlamentar assume publicamente a emergência do caso, mas em off, quando a luz apaga, é evidente a preocupação e urgência com que irão tratar o caso. Resta saber como a sociedade vai reagir.

Executivos da Odebrecht Executam

Dentro de alguns dias a Delação Premiada dos executivos da Odebrecht irá mudar completamente o cenário político brasileiro. Será democrática, contemplará a todos os partidos.

Portas fechadas

Até aqui o comportamento dos prefeitos eleitos era padrão. Fechadas as urnas, batiam às portas de Brasília para buscar recursos. Com o GF sem dinheiro e as prefeituras em estado lastimável em todos os sentidos, será muito difícil o cumprimento de tantas promessas.

Os prefeitos vão precisar muito mais do que criatividade se quiserem realmente extrair desse resultado algum efeito para suas carreiras no futuro.

Invasão nas escolas: negligência, leniência ou omissão do poder público?

Nenhum dos envolvidos entendeu até agora que os direitos de uns começam quando acaba do outro. A quem mais interessa o fechamento dessas escolas? Por que os pais, mesmo contrários, permitem que seus filhos se mantenham confinados? Por que os sindicatos e associações metem tanto medo no governo?

Ocupações. A sociedade aguarda as respostas.

Informações veiculadas pela mídia apontam mais de 1.000 ocupações. Os estudantes, que não leram e não gostaram da PEC 241, batizaram o movimento de primavera secundarista.