Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Magistrados positiva e negativamente, no centro dos acontecimentos. Temer garante aumento de impostos, barbaridade

HELIO FERNANDES

Em 1890, senador constituinte, Rui Barbosa era também autor do anteprojeto da Constituição e relator da Constituinte de 1891. Mas escrevia sobre os mais diversos assuntos. Nessa fase um artigo que ficou famoso, tinha como titulo, "O cadáver vaiado". Um ex-ditador do Ceará, que dominou o estado no final do Império e no inicio da Republica, Antonio Acioly, era um carrasco e exibicionista.

Deixou testamento com a exigência: queria que o caixão com o seu corpo, passasse pela principal Avenida de Fortaleza. Rui estava lá, viu tudo, escreveu sobre o assunto, magistralmente. Ainda em 1890, num artigo sobre varias coisa, registrou: "A palavra mais bonita da língua portuguesa é magistrado". Em 1956 vi o artigo, escrevi no Diário de Noticias: "A palavra mais bonita da língua é mãe".

Lógico, claro e evidente, nenhuma intenção de contestação. Alem da admiração, ele já havia morrido em 1923, depois de três candidaturas a presidente. Na distancia do tempo, eu estava convencido que Rui não se preocupava com a profundidade ou comparação das palavras, e sim seu efeito verbal. Principalmente porque na época, só existia o verbo. O radio só foi inventado precisamente nesse 1890. E a televisão surgiria apenas a partir do fim da Segunda Guerra Mundial. Lembrei de tudo isso, neste momento em que no Brasil, os magistrados dominam o espetáculo.

"Magistrados" contra o jornal "Gazeta do Paraná"

Foi o fato mais escabroso, tenebroso, acintoso. Jornalistas, cumprindo seu direito e obrigação, apuraram e publicaram um fato rigorosamente verdadeiro: juízes do Paraná recebiam muito acima do que a lei permitia. Não contestaram o fato e sim a publicação. Que devia ser de domínio publico, tinha transparência obrigatória. Se julgaram humilhados e ofendidos (naturalmente sem conhecerem Dostoievski), e não procuraram justiça e sim vingança, da forma mais torpe. O fato teve repercussão
nacional, não preciso repetir nada.

Tiveram cobertura de outros "magistrados", e mais estarrecedor: foram defendidos pela Associação de magistrados, que coonestaram o que era inqualificável. Não satisfeitos com os crimes que praticaram, entraram no terreno da bravata e da baixaria. Sem saber que estavam sendo gravados, garantiram que "ainda iremos mais longe, isso é apenas o começo". Todos os órgãos jornalísticos se manifestaram. Diante do clamor publico,a questão foi para o Supremo.

Representado por Instituição com alta representatividade, houve o recurso ao Supremo. Surgiu então um magistrado sem aspas: Rosa Weber. Não é o único nem a única. Como relatora tomou conhecimento, examinou, decidiu: "Estão suspensos todos os processos ou ações contra os jornalistas". Falou sobre o áudio, juntado ao recurso, sem se basear nele, mas deixando bem claro, que representava o pensamento dos "magistrados". Recorreu para o plenário, que dará a ultima palavra.

O contraventor e o desembargador

Quando um magistrado mandou prender Carlinhos Cachoeira, satisfação geral, principalmente na comunidade. Imediatamente o Desembargador Ivan Até transformou a prisão preventiva em domiciliar. Estranhei aqui essa decisão. O dono da Delta, Fernando Cavendish, que curiosamente viajara para a Europa dias antes da prisão, também foi beneficiado.

Voltou, foi preso no aeroporto. Em investigação, o Ministério Publico constatou: Ivan Athiê tem um passado altamente comprometido, é muito mais "magistrado" do que magistrado. Pediu seu afastamento do caso. Numa confissão total, o próprio desembargador se deu por impedido, pediu para se afastar do caso, O bicheiro e o corrupto que faturou 12 bilhões com a empreiteira Delta e distribuiu centenas de milhões de propinas, continuarão em Bangu. Sem tornozeleira.

O presidente do STJ é Magistrado ou "magistrado"?  

Seu nome é Francisco Falcão, gosta de se exibir assinando artigos com
pretensa sabedoria. Conheci seu pai, Djacy Falcão, notável figura, da minha geração. Foi Ministro do Tribunal Federal de Recursos. Quando este foi extinto em 1988 e substituído pelo STJ, Djacy foi para o novo tribunal, logo depois para o Supremo Tribunal Federal. Agora, estaria envergonhado.

Ha meses recebi informe de que haveria um movimento grande para livrar Odebrecht da cadeia, através de decisão judicial. Revelei com todas as reticências, ainda não era informação confirmada. Algum tempo depois a tentativa se concretizou. Com Francisco Falcão como coordenador. Conseguiram nomear Ministro do STJ, Marcelo Navarro. Iria para uma Turma, onde consideravam que tinham 2 votos certos. Odebrecht seria libertado por 3 a 2.

Questões de ego estaduais, fizeram 1 voto mudar de lado. O que provocou a mudança do outro Ministro. Odebrecht ficou preso (continua), por 4 a 1. Só quem "honrou" o acordo, foi precisamente Marcelo Navarro.O presidente do TSE sob suspeição, está sendo investigado. Acaba o mandato, já pediu licença de 30 dias. Dizem: "Isso acontece". É verdade. Mas por outros motivos.

O Magistrado Luiz Roberto Barroso

Grande advogado, se destacou logo no Supremo. Por votos, competência e frases. Na semana passada, em tom de lamento, declarou publicamente: "O Brasil está doente". Agora proclamou uma frase completa, de grande repercussão e que vai glorificar ainda mais, sua biografia.

Textual: "Criamos uma sociedade cheia de RICOS delinqüentes, RICOS que sonegam, RICOS que fraudam licitações, RICOS que subornam, RICOS que fazem lavagem de dinheiro".

Ricos que tentaram dominar o país, inundando-o num terremoto de corrupção. Não conseguiu por causa do próprio Barroso, Zavascki, Sergio Moro. E outros, em varias instancias. Incluindo o Supremo como um todo. Quando apavorou as empreiteiras roubalheiras, determinando a prisão de qualquer cidadão na segunda condenação. Ainda tentam pressionar o mais alto tribunal do país, 
Gilmar e Temer, aparecendo juntos em publico, surpreendentemente

Antigamente, o Presidente da Republica era chamado normalmente de "Primeiro Magistrado". A identificação caiu em desuso. Se ainda vigorasse, Michel Temer seria normalmente Primeiro "magistrado”. E não exclusivamente pelo fato de ser 
provisório. E sim pela ausência de respeito com ele mesmo, com a coletividade, com a credibilidade, com a cumplicidade com personagens como o corretíssimo Eduardo Cunha. E  a subserviência com um Congresso do qual depende para tudo. Da Câmara para fingir que governa. Do Senado, para tentar chegar a 2018.

E de Gilmar Mendes e de uma parte do TSE, para se acompadrar e se acumpliciar com ele, e não cumprir o seu dever publica. Aparecendo juntos em homenagens. Temer e Gilmar,o que  deve ser cassado, e o que tem que presidir o tribunal que deve consumar a cassação. O processo está ha tanto tempo no TSE, que Aécio Neves que tem varias ações pedindo a cassação da chapa Dilma - Temer, já está aliado a Temer. Seu partido participa do governo surgido da conspiração-traição. 

De 1937 a 1945, o execrável Supremo

Foi à pior fase do mais alto tribunal do país. Vargas, mais esperto do que brilhante, ficou 15 anos no poder, sem eleição, sem voto, sem povo, sem urna. E sem vice presidente. Em 10 de novembro de 1937 tirou a mascara, plantou a ditadura aberta e ostensiva, chamada de "Estado novo”. (Que o genial barão de Itararé, só tratava  de "o estado a que chegamos"). Cassou deputados e senadores, prendeu centenas de pessoas. Fechou a Câmara e o Senado, criou o abjeto Tribunal de Segurança Nacional, presidido por um Ministro do Supremo. 

O Supremo ficou funcionando, fazia tudo que o ditador queria ou mandava, Quando os nazistas exigiram a extradição de Olga Benario (Prestes), Vargas concedeu, ela estava presa e grávida. Para coonestar a decisão, exigiu o aval do Supremo. O Ministro da Justiça conversou com ministros, eles ratificaram o que Vargas queria. Nem 1 voto contra a decisão nefanda. Ela foi entregue aos nazistas, morreria numa câmara de gás. Quando a ditadura foi derrubada em 29 de outubro de 1945, não havia linha sucessória ou hierarquia de poder. 

Sem vice, sem presidente da Câmara e do Senado, que estavam fechados, só havia o Presidente do Supremo, José Linhares, que assumiu. Fez uma administração tão ruim, nomeou tantos parentes, que passou a ser conhecido como José "milhares". No julgamento de Olga, o grande Sobral Pinto tentou defendê-la, obteve apenas alguns minutos, que ninguém "levou a serio ou considerou. Em toda a Historia, Sobral Pinto foi o único a defender presos e perseguidos políticos, em duas ditaduras. Sem jamais cobrar nada. A mulher pedia a ele: "Heráclito, cobre alguma coisa".

A combatida Lava-Jato, se multiplica no combate á corrupção

 Querem destruir de todos os modos, a equipe de. Curitiba. Policia Federal, Ministério Público Federal, juiz Federal Sergio Moro. Entram com recursos no Supremo, que não prosperam. O senador Renan Calheiros, recordista de indiciações no Supremo apresenta projeto URGENTE no Senado para inutilizar a grande campanha nacional. Mas não conseguem o menor sucesso. apesar do projeto ser uma blindagem ou tentativa de blindagem dos corruptos.Até agora, Renan só conseguiu o apoio vazio. Inútil e extravagante de Gilmar Mendes.

O que acontece é exatamente o contrario. Juízes, policia e Ministério Publico, seguem a linha de trabalho da Lava-Jato, e conseguem sucesso e respeito da opinião publica. Ontem, o almirante que presidia a Eletronuclear e estava em prisão domiciliar,foi transferido  para uma prisão coletiva. Ele recebia e distribuía propina, até mesmo da Angra 3. As investigações e prisões, na linha da Lava-Jato, mas sem a sua participação. Isso é que merece o maior aplauso.

Temer: "Temos que tomar medidas impopulares".

È preciso verificar o que ele define como impopular. Sua presença sem eleição, apenas a vitoria de uma operação muito bem montada e executada. O IBOPE já mostrou que o presidente provisório tem apenas 13 por cento que acreditam nele. Menos do que isso, é praticamente impossível. Antes, logo na primeira semana depois da posse, quem falou pela primeira vez em "aumento de impostos", foi o Ministro da Fazenda. Acrescentou: "Isso só em caso de necessidade" Acréscimo tolo.

Agora é o próprio presidente que, pessoalmente, volta ao assunto. Num país que tem um das mais altas cargas tributarias do mundo, aumento de imposto, tem que estar incluído no que ele chama de impopular. Mas nem Michel nem Meirelles, dão indicação de onde virá mais essa extorsão ao cidadão-contribuinte. Que perdeu o direito de ser eleitor. Nem agora, nem se sabe quando.

Transformado em falastrão, o presidente provisório informou, sem ninguém perguntar nada: "Em agosto, estarei fazendo minha primeira viagem ao exterior". Surpresa, mistério, imprudência. Com a desinformação abre-se caminho para as maiores indagações ou especulações. Em primeiro lugar a necessidade de preencher três datas do mesmo agosto.

1-Depois da cassação de Eduardo Cunha. 2-Durante a Olimpíada, enfrentando vaias. 3- Logo que o plenário do Senado afastar definitivamente Dona Dilma. Não ha uma possibilidade em 1 milhão, de Dona Dilma ser mantida no cargo. Todos os senadores "indecisos", têm essa indecisão amainada ou resolvida por emissários do governo provisório. Podem fazer as exigências que acharem necessária, serão atendidas.

Ninguém acredita na viagem de Michel em agosto. Pelas razões expostas aqui, e pela ausência de alguém para assumir a presidência provisória. E Michel só viajará, seja quando for agosto ou outro mês, depois de efetivado. Ou seja: no mínimo, a partir  do dia 25 de agosto. O Ministro Lewandowski, já decidiu: o julgamento do impeachment, só depois de terminada a Olimpíada. Como o fim será no dia 22, vale o que o presidente do Supremo determinou.

Aqui jaz Eduardo Cunha, só ele e Temer não acreditam

A sessão da CCJ, ontem, foi uma vergonha. O relator fez todos os malabarismos, para anular a decisão da maioria da Comissão de Ética. Todos se lembram, que depois de mais de 8 meses, Cunha foi derrotado. Nunca uma decisão da Comissão de Ética foi anulada, a não ser pelo plenário. Pois o relator conseguiu desqualificar a votação da Ética. O julgamento ficou, presumivelmente para agosto. Só voltarão a tratar da questão, depois do recesso. O relator cumpre ordens, das mais diversas alturas e alternâncias.

A Petrobras, entrou ontem, com um pedido no Supremo: quer participar do julgamento de Eduardo Cunha, como participante da acusação. E explica: "O deputado Eduardo Cunha, praticou enriquecimento ilícito, desviando recursos da empresa".

PS- Semana passada, informei com exclusividade: Dona Dilma não irá depor pessoalmente na Comissão de Impeachment.

PS2- Isso é um direito e não obrigação. Ontem, seu advogado confirmou minha informação, leu seu depoimento.




FICÇÃO: ALI BABÁ TERIA VERGONHA DO CONGRESSO, JUDICIÁRIO E EXECUTIVO BRASILEIRO. LULA E DILMA E A DELAÇÃO SEM PRÊMIO.
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Eduardo Cunha, deputado federal (PMDB), ex-presidente da Câmara, é um turbilhão de irregularidades, tido como obsessivo em busca do poder, e que já, até sonhou ser presidente do Brasil, perde para ele mesmo. Comparado a presidente afastada Dilma Rousseff difere apenas num ponto, ela: “nunca soube de nada”, ele “sabe de tudo”. Mas ambos ainda não fizeram delação premiada. Se isso ocorrer o Brasil fecha as portas.
Versa a enredo das ficções em películas que encantaram o público, de que “Ali Babá e os 40 Ladrões”, diferencia dos ladrões do Brasil, apenas no conteúdo, enquanto a fórmula é a mesma. Numa versão tangente, Ali Babá estava à frente do tesouro, e um dos comparsas, perguntou: Ali, você não vai pegar nada? Não! Respondeu o personagem facínora, vocês pegam, e depois eu roubo de vocês!

É o que temos por aqui “ladrão roubando ladrão”, e como alternativa, fica com um pouco, um “nicho” da negociado na delação premiada, um modelão tupiniquim, do aprendizado da espionagem internacional, que durante a Segunda Guerra Mundial, serviu de lastro para decantar estratégias militares.

Dilma afirma que nunca roubou. Eduardo Cunha, “devo, não nego, pago quando puder”. Na verdade o episódio que se arrasta desde o caso do “mensalão”, e falta abrir a “caixa preta“ do BNDES, as cenas se repetem. Na República tupiniquim, tal qual nas ditaduras sanguinárias, o quadro é igual.

Aqui um presidente da indireta, apareceu na janela, pálido, imóvel e acenou maquinalmente para um close, e gerou a sucessão pela via indireta deTancredo Neves, o tenebroso José Sarney. Um formato bipolar para lavar a alma da ditadura militar, no famigerado pós golpe de 64, com bilhete seguro da impunidade da “Anistia, Ampla Geral e Irrestrita”.

Veio a versão “bolsa família” e a “midiática global” da direita. A primeira elegeu Collor de Melo, desastroso, confiscou, mutilou milhões com seu “plano”, abriu as porteiras para China fulminar com a nossa indústria de consumo. Surrupiou a poupança dos pobres, desencadeou o impeachment.

Aqui a China entra pela porta da frente e o Paraguai pela porta dos fundos. Um desastroso negócio que desmanchou nossas indústrias de pequeno porte.

PC Farias, o homem da mala, apareceu morto em sua cama. Crime até hoje, blindado, quase esquecido, como tantos outros. Fernando Henrique Cardoso, professor, poluto, com seu livro verde amarelo obrigatório no currículo das universidades, e bem mandado – o ventríloquo mor do capital. Assinou com tudo e todos, fez o PDV, (lesionou direitos trabalhistas) e abriu sua loja de negócios, convidou os felizardos para festa das estatais.

Num país, que ex-presidentes morrem do nada, surgem, conotações assustadoras. O deputado, mediador pacificador Ulisses Guimarães, presidente do MDB, desapareceu num vôo de helicóptero, no litoral de Santos. Juscelino Kubitschek morreu de desastre na via Dutra. Seu automóvel colidiu com um caminhão, num acidente obscuro, mal contado e pouco esmiuçado.

Não muito recente Eduardo Dutra, um aceno socialista de que teríamos uma chance de investir numa promissora proposta de governo, as vésperas das eleições, morreu tragicamente naquele acidente aéreo, com o avião caindo sobre casas.

Recente, seu piloto, Paulo Cesar de Barros Morato, aparece morto, a autópsia concluída em 30 de junho, revelou: “morte por envenenamento”. Quem teria envenenado ou ele próprio ingeriu no mortífero.

O que mais posso comentar?
Se o caso Celso Daniel, petista, próximo de tudo e de todos da cúpula agremiativa, assassinado no auge de sua liderança no ABC paulista, ainda não tem a verdade e sequer autoria confirmada.

Se hoje o presidente em exercício Michel Temer. Em recente pesquisa, tem a confiança de 61% dos brasileiros. Eu particularmente prefiro aguardar a próxima pesquisa.

Ávido e compulsivo quanto todos os nacionalistas que sentem no sangue, o fulgor e o latejante desejo de libertação do seu povo, assisto a tudo atônito. Por mais que tento entender, esbarro nos mesmos obstáculos de qualquer cidadão comum. A blindagem sobre esses temas é total. Só vaza aquilo que pode vazar. Quando se chega próximo do caso, alguém desaparece.

Se Ali Babá não fosse ficção, melhor seria ser verdadeiro.

A “caixa preta” está ligada a Cunha, que está ligada ao PMDB, que está ligada ao Congresso e envolve a poluta e estável Caixa Econômica. A caverna do tesouro dos 40 tupiniquins tem caminho sinalizado, seta indicativa para, onde ironicamente, por mera coincidência, os três: Caixa, BNDES e Petrobrás, todos na Avenida Chile.

Até aqui no banquete das delações, a Odebrecht, OAS e Delta, todas honrosas empreiteiras, financiadoras e intimas do poder. Palmas para a louvável e nacionalissima ação da Policia Federal, uma benção para a comunidade. Deus é brasileiro!

Dilma não volta, mas tem o “volta Lula”. Eduardo Cunha não volta. Mas a “caixa preta” do BNDES, essa sim pode voltar, e se aberta nada será encontrado. Estiveram antes. Ali Babá não dorme no ponto!

Mas isso, sem exagerar, bem! isso é mera ficção.


terça-feira, 5 de julho de 2016

OS PERSONAGENS MAIS IMPORTANTES DO GOLPE DE 64, FORAM JOÃO GOULART E OS GENERAIS. JANGO QUERIA FICAR NO PODER, OS GENERAIS QUERIAM TOMAR O PODER.

HELIO FERNANDES
Matéria reprise de 17.01.15

A História do Brasil é inundada e conspurcada por golpes e mais golpes. O primeiro aconteceu em 1889 quando República foi dizimada por dois marechais cavalarianos, que mal podiam subir num cavalo. Essa República que não é a dos nossos sonhos se dissipou nos 41 anos do partido Republicano, até 1930.

Aí veio outro golpe a longo prazo, que se transformou numa ditadura de 15 anos, que chamaram de Revolução. Os primeiros sete anos, poder de apenas um homem (Vargas), pelo menos não havia violência, tortura, prisão, perseguição. Era apenas preparação para o que surgiria em 1937, o assombroso e cruel "Estado Novo", com o mesmo Vargas, apoiado e garantido pelos generais.

Como explico sempre não existe ditadura civil ou ditadura militar, e sim a conjugação de civis e militares. Uns não podem manter o poder sem os outros, são aliados sem o menor constrangimento. Pulemos logo para 1960, quando foi dado o inicio ao golpe de 64.
Nesse ano, pela primeira e única vez, os vice-presidentes eram eleitos pelo voto direto, junto com os presidentes. Era registrada uma chapa, dois nomes, o cidadão-contribuinte-eleitor votava duas vezes, no presidente e no vice.

Jânio Quadros, franco favorito, apoiadissimo pela UDN, teve que aceitar um candidato da UDN, o responssabilissimo Milton Campos. Queria como vice, João Goulart, sabia que este faria tudo o que ele mandasse. Coisa que não aconteceria com um homem como Milton Campos.

Sem caráter, escrúpulos ou convicções, Jânio corrigindo as coisas, criando o Comitê, Jan-Jan, mandando que votassem em Jango para vice-presidente, o que aconteceu.

Jânio: posse, véspera da renúncia.

Jânio chegou ao poder em janeiro de 61, começou logo a articulação com os generais que o apoiavam, para que "conquistasse" o poder sem tempo sem limitação. Meses depois mandou o vice João Goulart para Cingapura, o outro lado do mundo, sem nenhum projeto, nenhuma negociação ou acordo com outros países.

Jango que não era brilhante, mas não tinha nada de tolo, desconfiou da viagem, mas foi. Quando estava lá, recebeu duas notícias. 1 - Jânio renunciara, não se sabia onde estava. 2 - Os generais não dariam posse a ele, apesar de ser vice e o substituto natural, não assumiria. Confusão terrível, os generais tinham armas mas não tinham popularidade. Tiveram que negociar.

Jango voltou, mas não veio direto para o Brasil, parou em Montevidéu. Tancredo Neves, que fora Ministro da Justiça de Vargas em 1951, e tinha ficado intimissimo de Jango, Ministro do Trabalho, negociou. E os generais para não perderem tudo, sugeriram o "parlamentarismo com Tancredo de Primeiro Ministro", o que aconteceu.

 (De passagem, esclarecimento para mostrar o péssimo relacionamento de Jango com os militares, exatamente o contrário do seu mestre e protetor, Getúlio Vargas. Ministro do Trabalho, em 1952 Jango dobrou o salário mínimo, os militares não gostaram. Publicaram então o que se chamou de "Manifesto dos coronéis". 69 deles exigiam a demissão de Jango, este aceitou cordatamente. Tancredo aconselhou-o a ficar, Jango não aceitou).

Brizola não queria que Jango aceitasse o Parlamentarismo, obteve do cunhado, a resposta: "Já aceitei. Tancredo é nosso amigo, estamos no poder". Todo o ano de 1962, foi de preparação para o referendo.

Conseguiu marcar a escolha para o dia 6 de janeiro de 1963. Vitória facílima, 8 milhões para o presidencialismo, apenas 2 milhões parlamentarias, Jango tomou posse logo, era outro Jango inteiramente diferente. A eleição estava marcada para outubro de 1965, tinha muito tempo pela frente, começou a agir.

Tenta atingir Lacerda.

Em março desse 1963, manda Mensagem ao Congresso, decretando Intervenção na Guanabara. O objetivo nítido e visível é tirar Carlos Lacerda do governo da Guanabara. O Congresso reage assombrado, não concorda, nem mesmo os partidos que o apóiam.
Os líderes Waldir Pires (PSD) e Doutel d Andrade (PTB) vão ao palácio Laranjeiras, (Jango quase não ia a Brasília) dizem a ele, “não há clima para a intervenção”. Jango imediatamente retira a Mensagem.

Chega a vez deste repórter.

Em 21 de julho, recebo de um extraordinário informante, cópia autentica de uma circular que o Ministro da Guerra, Jair Dantas Ribeiro mandara a 12 generais. (no total eram 36). No, dois carimbos: “Sigiloso e confidencial”.

Lógico, publico no mesmo dia, assim que a Tribuna sai, Jango telefona para o Ministro, e deu a ordem: “mande prender o jornalista AUDACIOSO, e enquadre na Lei de segurança”.
Fui preso no mesmo dia, no Batalhão de Polícia, na Barão de Mesquita, onde anos depois se abrigaria o Doi-Codi, comandado inicialmente pelo general Orlando Geisel, mais tarde Ministro da Guerra. Na hora do banho de sol, pude constatar a tremenda divisão do Exército.

Alguns oficiais cruzavam comigo, diziam, "resista, Hélio, estamos com você". Outros me olhavam com ar feroz, se pudessem me fuzilavam. Enquanto isso, meus advogados, Sobral Pinto, Prado Kelly, Adauto Cardoso e Prudente de Moraes, neto, entravam com Habeas-Corpus no Supremo.

O bravo presidente, Ministro Ribeiro da Costa mandou ouvir o Ministro para "saber quem mandara me prender". O general confirmou, aí o Supremo teve que julgar. Desconfiando de que havia alguma coisa fora da curva. O ministro ficou como relator, o que o regimento interno permite. Aceleraram o julgamento, para que terminasse em julho mesmo, os poderosos são supersticiosos, têm pânico do mês de agosto.
Ganhei de 5 a 4, surpresa para o presidente Jango e seu Ministro da Guerra. Tudo estava preparado para que me condenassem a 15 anos de prisão.
Vou numerar os quesitos para facilitar a compreensão.
1- "Em março de 63 foi feita pesquisa, Jango aparece com 70% de aprovação. 86 na classe pobre, 62 na A e B". Desculpe, Navarro não houve nenhuma pesquisa oficial. Se tivesse havido, Jango não teria obtido 62% nas classes A e B.
2- Outra suposta pesquisa, perguntava. "se Jango pudesse ser candidato, o que aconteceria?". Não houve mais essa "pesquisa", a reeleição era impossível.
3- Folha e Estadão não tinham censores nas redações. Os censores só foram impostos para alguns jornais, a partir de 1968, pouco antes do macabro AI-5. A situação do Estadão, sempre foi a mesma, desde 1932, quando surgiu a "Revolução Constitucionalista de 32", comandada pelo Doutor Julio Mesquita. Em 1937 ele foi exilado em Portugal, junto com o ex-presidente Bernardes.
Em 64 apoiou o golpe, não demorou muito foi dos maiores combatentes. Da ditadura. Doutor Julio era assim, gostava do que considerava o bom combate. Não tinha interesse, acima de tudo convicções. Diferente de quase todos os outros.
4- Depois foi sempre contra o golpe, a tortura, a perseguição, não transigia. O jornal foi sempre independente, contra ou a favor. 5- Juscelino era franco favorito para 1965. Pouco antes de terminar seu mandato, fez sondagens sobre uma possível reeleição, confessou, "não havia clima, desisti". Mas lançou seu nome para 65, não perderia.
6- Jango nem era considerado, jamais ganhou eleição, a não ser a fraude da vice montada por Jango em 1960. 7- Os candidatos para disputaren contra JK, se não tivesse havido o golpe, seriam Ademar de Barros pelo PPS, e Lacerda pela UDN. Este sempre admitiu que "sua grande meta era a presidência".
Final: vi, vivi, convivi. Tudo aqui é fato. Conclusão é outra coisa, cabe a cada um. Os jornalões enriqueceram com o golpe, ganharam canais de radio, televisão (que nem havia na época), hoje explicam o passado: "Apoiar a ditadura foi equivoco jornalístico".
Enriquecidos mas não arrependidos. Só que sabem que nada é esquecido, precisa ser explicado


segunda-feira, 4 de julho de 2016

Sem constrangimento, Renan tenta dinamitar a Lava-Jato. Governo Temer acha que Cunha não se livra de Curitiba

HELIO FERNANDES

Isso só pode ou poderia mesmo acontecer no Brasil de hoje, império das empreiteiras roubalheiras. O reconhecimento é unânime: é o maior escândalo de corrupção de todos os tempos. Não só em volume de dinheiro roubado, mas também o quase inacreditável numero de políticos e partidos envolvidos.

E pela primeira vez, estão sendo enquadrados, investigados, indiciados, acusados, condenados e presos, personagens que sempre estiveram "acima do bem e do mal", impunes e imunes por direito de conquista.

"Tombada" pela própria credibilidade, consagrada pela opinião publica, a Lava Jato é alvo das formas e maneiras mais inacreditáveis. Unidos pelo desespero, empreiteiras, senadores, deputados, ministros, ex-ministros, tentam torpedear esse movimento de recuperação nacional.       

Com os louvores merecidos ao julgamento do mensalão, o reconhecimento inabalável: a Lava Jato é mil vezes mais abrangente. Envolvendo personagens tão poderosos, que ninguém jamais imaginou que pudessem ser atingidos, responsabilizados, condenados e presos. Usaram e continuam usando os mais espetaculares, caríssimos e torpes recursos para destruir a Lava-Jato.

Até agora, o mais audacioso movimento se localizou na Transpetro. Financiado pelas empreiteiras roubalheiras Sergio Machado gravou conversas com Renan, Jucá, Sarney. Recebeu das empreiteiras uma relação de fatos comprometedores, que deveria provocar nas gravações.

O ex da Transpetro colocou seu problema: "Fez acordo de devolver 100 milhões de reais". Resposta: "Isso não é dificuldade". Feito o acordo, consumadas as gravações, foi o assunto de semanas. Contei tudo com detalhes e dados minuciosos.

Não imaginei que iriam mais longe, passariam da teoria á pratica. Mas foram. E de maneira audaciosa, atualmente conseqüência do desespero cada vez maior. O presidente do Senado, Renan Calheiros, 9 vezes citado na Lava-Jato, apresentou projeto pretensamente "contra abuso de autoridade".

Mas que na verdade, é uma afronta e uma ofensa á comunidade. E uma forma de enquadrar os responsáveis pelo maior movimento de recuperação da dignidade nacional. Em cada linha o pretenso "abuso" se refere unicamente a juízes.

Renan deu caráter de URGENCIA ao Projeto. De todos os personagens ligados ás empreiteiras roubalheiras, ele é o mais antigo. Em 2007, teve uma promiscuidade financeira com a Mendes Junior, para financiar os gastos de uma promiscuidade sexual. Ninguém esperava, nem o próprio Renan, que no mesmo dia seu projeto começasse a repercutir. O Ministro Gilmar Mendes, movido pela paixão "holofotica", entrou em campo.

Sem ter tempo sequer para examinar o projeto, foi exibicionista e insensato.  Apoiou sem restrições, e ainda afirmou: "O projeto não tem nada a ver com a lava-Jato". Não deve nem ter lido. E um homem cuja única atividade é julgar e decidir no mais alto tribunal.

Enquanto isso acontece, não sai da televisão, podia ter examinado os fundamentos. E concluído para ele mesmo: "Qual a razão de um projeto que está ENGAVETADO no Senado desde 2009, é DESENTERRADO agora, 7 anos depois, em caráter de urgência?".

Uma surpresa, que deve ser ressaltada. O projeto foi para a Comissão presidida pelo senador Romero Jucá. Ha pouco mais de 1 mês atingido duramente pela própria Lava-Jato, não se deixou levar por espírito de vingança. Veio a publico, e declarou textualmente: "Esse projeto não tem nenhuma urgência.

Está ha 7 anos sem pauta, não tenho pressa". E afirmou que vai promover intenso debate, com todos os setores. Incluindo a voz das ruas, ou seja, a opinião publica. Jucá trouxe alivio para uma parte imensa do Legislativo. Que concorda: "Aprovar agora esse projeto, iria parecer RETALIAÇÃO".

O IBOPE de Temer

O Planalto e o Jaburu não gostaram. Não se manifestaram publicamente, mas comentaram, inclusive na presença do presidente provisório. Principal restrição, na verdade duas 1-Consideram que Temer teve pouco tempo para fazer, "13 por cento de bom ou ótimo, é uma injustiça visível". 2-Na comparação entre Dilma e Temer, "ela com 26 e ele 24. inaceitável".

Não entenderam o fato do Instituto ter colocado mais de 50 por cento, que consideram o governo Temer REGULAR. Nos arredores do presidente provisório, raros com capacidade ou competência para examinar a pesquisa. Só sabem ver o mais ou o menos. E mais nada. Os 13 por cento positivos, uma dádiva. A forma desastrosa da escolha do líder da Câmara e do Senado, tirou muitos pontos.

A complacência com Eduardo Cunha, imprudência que o cidadão-contribuinte-eleitor acompanha. E o ponto mais favorável da pesquisa, os 50 por cento que não se manifestaram contra ou a favor, é que estão estudando. A definição para um lado ou outro, depende do próprio governo.

O doleiro enterrou Eduardo Cunha

Lucio Funaro, é um dos muitos doleiros que atuam na área da Lava-Jato. È considerado o mais importante, pelas somas que movimenta, e pelos setores os mais diversos. È também o mais "eclético". Pelos personagens com quem trabalha e para quem arrecada. È considerado o verdadeiro COORDENADOR de todas as operações financeiras de Eduardo Cunha. E deixou isso claro no longo depoimento.
O doleiro foi tão elucidativo e definitivo, que o próprio presidente provisório, lamentou em comentário no Jaburu: "Agora Eduardo Cunha não tem mais salvação".

Na matéria, Michel é autoridade. O presidente afastado da Câmara só está politicamente vivo até agora, por causa da proteção do amigo. Aliás, os dois se merecem e se acumpliciam de muito longe. Desde antes da conspíração-traição. Até á votação do impeachment.

Mas não foi apenas o doleiro que massacrou Cunha. Fabio Cleto, ex vice da Caixa, num longo depoimento, contou fatos espantosos sobre Cunha. Indicado por ele para o cargo, fez denuncias irreversíveis. Pode ser dito. Cleto fechou o caixão, Funaro patrocinou o enterro. Um único acompanhante, ele mesmo. 

(Funaro não falou apenas sobre Cunha. Girou a metralhadora, e visou diretamente o grupo JBS, a empresa mais poderosa do Brasil. Fica para amanhã).

Meirelles fala sobre 2017

Sua tonica e sua técnica, a mesma de 2003 a 2006, quando presidia o BC. Só que ficou desempregado, sem boas referencias para outra ocupação. Voltou ao habito de falastrão. Ontem: "E m 2017, haverá crescimento, com certeza". Apenas afirmação sem base. Mas que está influenciando o economista que ocupa o cargo no qual Meirelles não se destacou.

Ao tomar posse, Ilan afirmou: "Vou envidar esforços, para que a inflação chegue ao centro da meta, 4,5 por cento, em 2016 ou 2017".
Comentei logo; 2016 são impossível. E 2017, assim vago, é muito tempo. Pois agora, o presidente do BC reforma suas previsões e diz: "A inflação estará em 4,2 por cento em 2018". De adivinhação em adivinhação, acaba acertando. E de 2018 não pode haver qualquer modificação, pois o governo já terá acabado. Se chegar lá.

Noticia positiva: está faltando tornozeleira

O contraventor Carlinhos Cachoeira foi preso por ordem judicial. O motivo pode ser
qualquer um, todo o tempo de liberdade, já é lucro. Menos de 24 horas, depois, um desembargador do seu estado, transformou a preventiva em domiciliar. Não pôde gozar do beneficio, faltava tornozeleira. Foi para Bangu.

O dono da Delta, Fernando Cavendish, faturou 12 bilhões em serviços para empresas publicas. Distribuiu 375 milhões em propinas. Curiosamente, 4 dias antes de ser preso,viajou para a Europa. Coincidência. Soube que estava beneficiado pela generosidade que favorecera Cachoeira. Voltou,foi preso no aeroporto,por não existir tornozeleira, cumprirá a domiciliar em Bangu.

As televisões aproveitaram para reproduzir a "farra dos guardanapos", que o governador Cabral produzia em Paris, com tudo pago. È sempre um sucesso e recorde de audiência, exibir essa paspalhice e festejo da corrupção. Aliás, está demorando a vez de serginho cabralzinho filhinho

PS- Continua a comoção nacional Messi, que domina a Argentina. È um sentimento sem escalas ou restrições. Vai do Presidente Macri ao mais humilde cidadão. Ontem, domingo, debaixo de um temporal, 10 mil pessoas se reuniam na praça de Mayo vibrando por Messi.

PS2- Ate agora discutiam duas incógnitas: Messi volta ou não. Antes de viajar com a família, conversou longamente com Neymar, hoje unidos por um sentimento de grande amizade.

PS3- Surgiu uma terceira hipótese. Depois das ferias iria para o Barcelona, não disputaria as eliminatórias. Se a Argentina se classificar, voltaría á seleção. Com a convicção e a sensação de que ele e a seleção teriam a ultima oportunidade de
se reencontrarem e se reconciliarem definitivamente.

PS4- Associação Nacional e Internacional de Imprensa – ANI, presidida pelo combatente jornalista Roberto Monteiro Pinho montou o inédito “Plantão das Prerrogativas” para os profissionais da comunicação e do jornalismo.

PS5- A proposta inédita no segmento está fazendo escola. Varias entidades de classe estão montando seu Plantão. Bom para o segmento, bom para a comunidade que deseja avidamente que o jornalismo seja “Informação e Opinião” como sempre defendi na Tribuna de papel.

PS6- Para quem não sabe o Brasil caiu cinco posições e ficou em 104º lugar no ranking mundial da liberdade de imprensa deste ano. Os dados são da pesquisa realizada pela ONG Repórteres sem Fronteiras.


PS7- O Instituto Barbosa Lima Sobrinho, (o qual tenho a honra de presidir) órgão cultural da ANI, realizou com a colaboração de seus laboriosos associados, a sua primeira pesquisa de opinião. O escolhido foi o advogado Felipe Santa Cruz presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Rio de Janeiro. A pesquisa foi realizada com 262 advogados de todo estado do Rio de Janeiro, revelou que o dirigente tem 86,4% de avaliação positiva de sua administração.  Contra, apenas 9,4 por cento. Nas duas administrações, a (ANI e a OAB) um ponto convergente e positivo: ambas incrementam com prioridade a “Defesa das Prerrogativas” dos seus profissionais.
A desigual estabilidade do serviço público
(...) “Existe de fato o inconformismo da sociedade aos privilégios de uma minoria de trabalhadores em detrimento de 45 milhões, e com taxa de desemprego na ordem de 12%”.

ROBERTO MONTEIRO PINHO                               

A taxa de desemprego no País, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, ficou em 11,2% no trimestre encerrado em maio deste ano. Ela é superior aos 10,2% de fevereiro e aos 8,1% do trimestre encerrado em maio de 2015, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A situação é mais grave entre os jovens com menos de 25 anos, que atinge 1 em cada 4 brasileiros (fonte Ipea).
O desemprego não assusta o funcionalismo público brasileiro. São estáveis e recebem os maiores salários do planeta. As benesses capturadas pelo segmento nas gestões políticas nos governos de FHC, Lula e Dilma, são infinitamente bondosas. A renda por habitante na economia norte-americana é cinco vezes mais elevada, já os servidores brasileiros do poder Judiciário levam vantagem na remuneração.
Os funcionários públicos brasileiros têm pouco o que reclamar, em relação à remuneração que recebem trabalhadores com a mesma função no exterior. A comparação tornou-se mais fácil após a popularização de páginas na internet com informações salariais sobre todas as profissões.

De acordo com o site norte-americano PayScale, a robustez da remuneração do funcionalismo no país pode ser notada em funções dos Três Poderes. Mas, nos casos do Legislativo e do Judiciário, o contraste é ainda maior.

Isso ocorre apesar de os Estados Unidos terem renda por habitante cinco vezes superior à brasileira. “Não é à toa que os concursos são tão concorridos no Brasil”, destaca o economista-chefe da Opus Investimentos, José Márcio Camargo, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Ele explica que o poder de lobby dos funcionários públicos é muito forte no país. “Eles tratam no dia a dia com os administradores eleitos, que dependem da burocracia”, diz Camargo.

Cerca de 1,5 mil juízes do Trabalho associados à classista Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) aderiram ao manifesto dos ministros do Tribunal Superior do Trabalho-TST, no qual critica uma possível desconstrução do Direito do Trabalho no Brasil.

Pesquisa da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrava que a confiança do brasileiro no poder judiciário, no governo federal, e nos partidos políticos caiu no primeiro trimestre de 2015, na comparação com o último relatório lançado, feito no mesmo período de 2014. Segundo a pesquisa, denominada Índice de percepção do Cumprimento das Leis (IPCLBrasil), a maioria das instituições analisada tem confiança de menos de 50% da população. A proporção de pessoas pesquisadas que afirmaram confiar nos partidos políticos caiu de 7% (2014) para 5% (2015); no governo federal, de 29% para 19%; no Congresso Nacional, o índice permaneceu em 15%; no poder judiciário, caiu de 30% para 25%.

A iniciativa partiu de 20 ministros do TST e traz uma resposta às propostas que estão sendo discutido no governo do presidente interino Michel Temer, que planeja uma reforma previdenciária seguida de uma reforma trabalhista. Intitulado de “Documento em defesa do Direito do Trabalho e da Justiça do Trabalho no Brasil”, os ministros afirmam que é preciso esclarecer a sociedade que a desconstrução do Direito do Trabalho será nefasta sob os aspectos: econômico, social, previdenciário, segurança, político, saúde pública, entre outros.

Existe de fato o inconformismo da sociedade aos privilégios de uma minoria de trabalhadores em detrimento de 45 milhões, e com taxa de desemprego na ordem de 12%. Aja visto que a manifestação dos juízes e dos demais membros do judiciário não tem apoio da população, por essa razão a queda da confiança no judiciário se acentuou. Em todos os Poderes, o funcionário pode também ter uma função comissionada, (cargos de chefia), que não é levada em conta na comparação.

Tampouco são levados em conta os benefícios previdenciários: funcionários públicos que entraram por concurso anterior a 2013 têm direito a aposentadoria integral. Os contratados depois disso, têm um fundo de pensão no qual as contribuições são altamente subsidiadas. Já nos Estados Unidos, inexiste padrão: cada órgão tem um fundo de pensão específico. Outra peculiaridade brasileira é a estabilidade no emprego, que não existe nos EUA. “Vive Le Republic!


sexta-feira, 1 de julho de 2016

Dona Dilma não vai depor no Senado

HELIO FERNANDES

Não é obrigação é direito dela. Mas posso informar com exclusividade: decidiu não ir ao senado. Talvez mande um depoimento escrito, também depende só dela. Quem vai ficar decepcionada, é a jurista-judoca, que "fala" com as mãos e os braços. Dona Janaína Paschoal já preparava um espetáculo especial. E não pode recorrer ao parceiro de denuncia do impeachment, ele cansou dela.

Se Dona Dilma resolver mudar de posição e comparecer, haverá problema no tratamento dos senadores. È lógico que não serão ofensivos ou agressivos. Mas terão que se dirigir a ela de forma correta. Não apenas verbal, mas constitucional. Não podem dizer "senhora presidente", não é. Se usarem "senhora ex-presidente", novo equivoco, também estaria errado.

A única forma correta: "Senhora presidente afastada "as como seriam centenas de perguntas, ninguém suportaria. Os correligionários também não poderiam usar o habitual "presidentA".

O espetáculo Eduardo Cunha

Nos processos contra ele, tudo é farsa e falsidade. Anteontem e ontem, um ponto dominante: a renúncia Antes do almoço, um apaniguado ia ao palácio residencial, ficava uns 15 minutos, voltava, espalhava: "Cunha está intransigente na decisão de não renunciar". Parava um pouco, dizia: "Fiz um apelo, renuncia e salvamos o teu mandato". À tarde de ontem, quinta feira, o "recado" era diferente, vinha com números. Sobre a CCJ e o Supremo.

Na CCJ: "São 66 membros. Para não ser cassado, preciso de 33 votos Já tenho 27 apoios garantidos. Até á votação, consigo chegar aos 33, sem muita dificuldade". Tudo isso através de intermediários. Ele não pode ir á Câmara, e telefonemas ou mensagens de texto, nem imaginar. O surpreendente é que os que se dizem "aliados" ou os que ele considera "inimigos" não contestam nada. A respeito de votação no plenário, silencio completo. Antigamente era lugar comum constitucional: "O plenário é soberano".

Desafio aberto ao Supremo, e as palavras do ex-presidente da Câmara: "Não sendo cassado pela CCJ, não posso mais ser julgado pelo plenário. Meus processos vão para a 2ª Turma, onde sairei vencedor, por 3 a 2.  E como os processos são iguais, as decisões também têm que ser iguais. Como eu sempre disse. Minha volta á presidência da Câmara, infalível".

O impressionante é que tudo isso começou a um tempo incontável, ele vem repetindo, e nada lhe acontece. De onde vieram s 27 deputados da CCJ, que ele já transformou em 33? E quem garante que ele não pode mais ser julgado pelo plenário do Supremo? Os advogados e juristas com quem conversei, me disseram: "O Supremo não tem nada que esperar o julgamento da CCJ. E basta o Ministro Zavascki pedir pauta, o plenário se manifestará.

Quando o dólar sobe, um grupo festeja. Quando cai, outros vibram. E o povo?

Ninguém escreve sobre o assunto, é um monopólio avassalador e destruidor. São poderosos, invencíveis, intocáveis. Enfraquecem ou fortalecem empresas. Da mesma forma, enfrentados ou contestados, usam todo seu poder de fogo para eliminar os adversários. Esse sistema que se instalou no mundo, vai completar 75 anos. (Acabou em 1991).

Foi imaginado e concretizado a partir de 1942. Os chamados "aliados" (Inglaterra, União Soviética, EUA, e alguns coadjuvantes) estavam perto de vencer a Segunda Guerra Mundial, faltava a Segunda Frente, a fantástica Invasão da Normandia

Conquistavam o mundo pelas armas, inicialmente para derrubar e eliminar o tenebroso "Reich dos Mil Anos". Intimidação e ameaça do nazismo de Adolf Hitler. Mas os EUA rapidamente compreenderam e convenceram a todos, que era preciso completar e complementar a vitoria militar, com uma revolução no sistema econômico. Principalmente no mais importante, o setor monetário. Ainda vigorava o chamado "Padrão Ouro", cada pais tinha a sua moeda, quase todas enfraquecidas, pois a importância era regulada pelo volume das reservas de ouro.

Os EUA convocaram então uma reunião mundial para tratar do assunto. Local: Woods, 1942. Era o Maximo que sabiam. Só os EUA tinham conhecimento do plano maquiavélico. Jamais imaginado, implantado em menos de 1 mês. Não havia pauta, a primeira comunicação: era para acabar com o "padrão ouro", intitulado de herança maldita. Criariam uma moeda de troca universal. Escolheram para presidir a reunião, um economista inglês tão vaidoso e inoperante, que não percebeu nada. Criou até a moeda nova, que se chamaria BANCOR. Nada a ver com os objetivos americanos.

 O plano dos EUA, era simplesmente implantar o dólar, como moeda de troca universal. Era tão inacreditável, que não acreditaram, seguiram com a criação do BANCOR. O general Marshall, que comandava a guerra e a paz, não se irritou, falou com Roosevelt, pediu que conversasse com Churchill para a retirada do economista inglês. O que foi feito imediatamente. Todos assinaram ingenuamente. Logo depois o dólar passou a ser a iminência do mundo.

Marshall deu ordem para montarem maquinas gigantescas para funcionarem 24 horas fabricando aquele dólar falso. Formavam montanhas que eram armazenadas no Fort Knox. Eu não estive em Bretton Woods. Anos depois fui ao Fort Knox, e escrevi sobre o que chamei de DÓLAR PAPEL PINTADO.

Ganha a batalha monetária, Marshall se voltou para a guerra na Europa. Nomeou comandante em chefe, seu assistente,General Eisenhower. A invasão foi histórica, épica, heroica. Junto com a homérica Batalha de Stalingrado, foram os dois maiores episódios rigorosamente militares, que decidiram a guerra. È impossível esquecer ou subestimar a contribuição da União Soviética.
Terminada a parte militar, Marshall, que estava na Europa, percebeu logo: em quase todos os países do continente, havia enorme simpatia pela União Soviética que não era vista mais como terror. Compreendeu: os EUA ajudariam a Europa Ocidental, ou ficariam sozinhos no mundo. Criou então o Plano Marshall. Anunciado fartamente.

Voltou para os EUA, utilizou aqueles dólares falsos. A primeira remessa foi de 38 BILHÕES de dólares, uma fortuna. Como o dólar já era "genialmente" a moeda oficial do mundo, inundou a Europa, sem custo para os EUA. A fabricação de dólares continuou, a União Soviética encurralada junto com o que se chamou de Alemanha Oriental, cometeu o erro incrível de utilizar os recursos unicamente no que se chamou de Guerra Fria, Outra espantosa vitoria financiada pelo DÓLAR PAPEL PINTADO.

Essa Guerra Fria durou de 1948 até a véspera de Natal de 199. A União Soviética não foi á Lua, mas o soviético Gagarin foi o primeiro a ir ao espaço, A União Soviética fabricou os primeiros submarinos atômicos. Mas fabricou um carro, o Lada, que enguiçava a todo o momento. Não sabia fazer um liquidificador. Em 1991 com 80 por cento do orçamento destinado a armamento, não resistiu á traição de Gorbachov e ás bebedeiras de Yeltsin, desapareceu. Poderia ser o que é hoje a China. Metade democracia, metade ditadura, Só que é aceita pelo mundo.

A China tem uma vantagem que a União Soviética não teve: não precisa combater o dólar PAPEL PINTADO. Tão diferente, que a China tem 3 TRILHÕES de dólares investidos ou  resguardados nos EUA. Não são inimigos, se completam, como PRIMEIRA e SEGUNDA potencia mundial. O Brasil não teve representante em Bretton Woods.

O ditador Vargas não ligava para essas “quinquilharias”. Durante 43 anos, a duração do dólar falso, ignorante e ignorado, o Brasil foi miseravelmente roubado. Terminadas as duas ditaduras, uma de 15 anos e outra de 21, parece que a  desatenção e o desprezo pelo dólar é o mesmo.

FHC não ligava para nada que não fosse sua projeção. Com Lula, o presidente do BC era o mesmo Meirelles, hoje Ministro da Fazenda. Mas em 2003 não era o gênio, como é considerado hoje. O dólar veio a 1,70, achou muito baixo. Foi até 3,20, tido como alto. Completou os primeiros 4 anos de Lula, queriam se ver livre dele. Conseguiram. Dona Dilma trouxe Tombini, o anti-BC. Com o dólar a 1,90 e os exporta dores reclamando, mexeu, o dólar foi a 4,37 não soube "desmexer".

Agora com Meirelles querendo teleguiar o BC, o mesmo de sempre. A 4 reais, exportadores bebendo champanha. Ontem fechou a 3,20, já voltaram a se movimentar. Os importadores, querem dólar cada vez mais baixo. E o presidente do BC e o Ministro da Fazenda, tão falsos quanto o dólar papel pintado que durou 43 anos, pensam (?) que um país é apenas EXPORTAÇÃO e IMPORTAÇÃO. SE durarem mais 2 anos, surpresa dentro e fora do governo.