TEMER: "SÒ TRATAREI DA
SUCESSÃO
A PARTIR DE MAIO"
HELIO FERNANDES
Nenhum
presidente no cargo foi tantas vezes e tão repetidamente chamado de corrupto.
E ninguém como ele, desarvorada e desavergonhosamente usou e abusou
do dinheiro do contribuinte. Para fugir e se esconder bem longe do STF.
E a
autorização não era para processá-lo, apenas para investigá-lo. Mas ele
conhecia muito bem seu passado, sabia que investigado, o presente explodiria. Agora
cuida do futuro, prevenidamente de cartas marcadas. Como os supostos ou presumíveis
candidatos têm até 7 de abril para confirmarem suas condições presidenciais,
estabeleceu maio, para começar as conversas sobre sucessão.
Sem
a menor credibilidade, curiosamente ninguém duvida: antes de maio o que vale é
a afirmação de Temer. Candidato á reeleição (podem tentar desmentir, mas os
fatos confirmarão), dará inicio oficial á campanha, sabendo quem será candidato
ou quem desistirá antes. Temer tem á disposição o tempo que quiser, pode se
candidatar sem sair do cargo.
Pode não
ganhar, é até mesmo quase impossível acreditar que vença, mas já esteve
considerado fora do cargo, resistiu até agora. Ha meses, surpreendentemente
confessou publicamente: "Já estive na eminência de renunciar, meu pessoal
já estava preparado para a saída". Em 48 horas resolveu ficar, até
senadores e deputados do seu grupo se surpreenderam.
Nem
ele nem ninguém contou o motivo do FICO. Mas a reviravolta e a permanência
têm um fator importante: FHC. Não pelo APOIO e sim pelo DESAPOIO. O
ex-presidente insistiu tanto, em entrevistas, "Temer deveria
RENUNCIAR", que ele e acólitos mais íntimos concluíram e acertaram em
cheio: FHC queria a vaga.
Com a sua
RENUNCIA, haveria eleição indireta em 60 dias, FHC era candidatissimo. Chegou a
marcar viagem para ficar 15 ou 20 dias longe dos acontecimentos. E deu
entrevista badalada á Globo News, abrindo o jogo. Temer assistiu, na mesma
noite jogou FHC para o ostracismo.
Dentro da
desonestidade, da falta de apoio político, da impopularidade total, desculpem,
Temer foi sábio. Ficando não arriscou, saindo, perderia tudo. Ganhou um período
até 2018 e a possibilidade da reeleição sem nunca ter sido eleito. E se vingou
de FHC.
PS- Diga-se
a bem da verdade, FHC não queria precisa ou unicamente o cargo, curto.
PS2-
Pretendia entrar na Historia, como o homem que salvou e pacificou o país.
PS3- Num
personagem inteiramente dominado pelo ego e pelo exibicionismo, ficou apenas
com o ostracismo. Esse é o FHC, professor universitário aposentado aos 35
anos de idade. E candidato a suplente de senador em 1978, em plena ditadura.
Ele que se apregoa como tendo sido cassado, o que jamais aconteceu.
PS4- De
hoje até 7 de abril, vejamos quem desiste. E quem admite enfrentar o próprio
presidente corrupto e no cargo.
O INCERTO FUTURO DE MEIRELLES
Semana
passada apregoava, sem restrição: "Meu objetivo sempre foi ser
presidente, por isso voltei para o Brasil ha quase 20 anos”. Questionado
que não saía dos 2% nas pesquisas, respondia:"Assim que eu
sair do ministério, o mercado me joga lá pra cima".
Agora com
Temer candidato, Meirelles precisa conversar com ele. Mas como o calendário
imposto só permite tratar de sucessão a partir de maio, o ministro
da Fazenda não sabe o que fazer. Pode deixar o cargo, comunicar ao
chefão. Duas possibilidades.
1- Temer
concordar, desejar felicidades. Mostrando que é candidato.
2-O presidente
corrupto responder, "foi ótimo, eu ia mesmo pedir para você ser o
candidato do governo".
PS- De
qualquer maneira, a situação não suporta 2 candidatos, ambos fraquíssimos.
PARABÉNS A JUCÀ, PESAMES À JUSTIÇA
Depois de
14 anos os processos contra o senador foram arquivados. Seu mandato termina no
fim de 2018, a "inocência" reforça a reeleição. E ele já reivindica a
presidência do senado, sucedendo Eunicio de Oliveira, cujo mandato termina no
fim deste ano.
Explicação
justíssima de Jucá: "Nunca presidi o senado". Outra também
verdadeira: "Em 14 anos nunca fui preso"
NA MESA DO STF, OS PRESIDENTES DOS TRÊS PODERES
Abre o
pano, em primeiro plano, isolada, a Mesa do tribunal. Carmen Lucia não está
sozinha. Inesperada e surpreendentemente, ladeada pelo presidente da Republica,
do Senado, da Câmara. Deviam falar depois da presidente do STF.
Ela faz
um longo discurso, olha para os lados, todos constrangidos e envergonhados,
estão sendo processados, cheios de acusações. Ninguém quer falar.
Chico
Caruso não perde a oportunidade, transforma a foto ocasional numa charge
genial. Basta o talento, a imaginação e um rolo de esparadrapo, e está
eternizada a cumplicidade de dois dos Poderes, o Executivo e o Legislativo.
PS- Na
manhã seguinte, vendo a charge, Temer comenta olhando para o espelho: "Eu
devia ter discursado"
*NO PERÍODO DO CARNAVAL DE 9 DE A 14 DE FEVEREIRO A COLUNA NÃO SERÁ PUBLICADA. BOM DESCANSO AOS AMIGOS SEGUIDORES DO BLOG.
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