Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

*Blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Aqui teremos suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).
(Circulação em 19.11.14)

O DESESPERO DE DONA DILMA, COM A “HERANÇA MALDITA” DELA MESMA. E A REELEIÇÃO, QUE IMPEDE A ALTERNACIA NO PODER.

HELIO FERNANDES

A contradição e até punição da reeleição. O presidente que não fez ou fez errado, recebe o legado ostensivamente negativo, com a obrigação de fazer corretamente. Dona Dilma, reeleita pela campanha mais suja da Republica, usando a máquina e abusando da baixaria, está diante do problema, sem saber o que fazer.

Com a agravante: a situação agora, no segundo mandato, é muito mais grave do que no primeiro. Os erros, os equívocos agravados pela corrupção dominadora e impiedosa, proíbem até que comece a governar.

Como escolher, indicar e nomear personagens, se todo o circuito político está supostamente manchado, verdadeiramente ameaçado? Sem reeleição, a realidade seria outra.

Nos EUA, na constituinte de 1788, os oito "pais fundadores", (como eles mesmos se identificaram na Constituição), tinham enorme preocupação com a alternância no poder. Lutaram por mandatos de dois anos, de três, de quatro, sempre derrotados. Washington (guerreiro), J. Adams (gigante), Thomaz Jefferson (genial) então no Partido Federalista, tiveram que conviver com a reeleição ininterrupta. Quatro não aceitaram a presidência, os outros quatro ficaram oito anos. Ninguém pretendeu mais do que isso.

Franklin Delano Roosevelt.

Em 1932, era governador de Nova Iorque, se elegeu presidente. Reeleito em 36,40 e 44, com tinha 61 anos admitiam que conquistaria o quinto mandato. Morreu no inicio de 1945, pouco antes de terminar a Segunda Guerra Mundial. Vitoria creditada muito a ele, e a coalizão de países líderes, (Churchill, Stalin, De Gaulle) que não tinham nada em comum.

20 anos depois da primeira eleição de Roosevelt, em 1952, Republicanos e Democratas se uniram e por unanimidade, aprovaram a emenda constitucional número 24, revolucionária. A partir daí, o presidente eleito poderia e pode ficar quatro anos, disputar a reeleição, e depois, mais nada. Nem eleito nem nomeado. O primeiro a ser enquadrado nessa nova realidade, foi Eisenhower.

A reeleição no Brasil.

Desde a Republica ate 1998, apenar ensaios, sugestões, tentativas ou recusas. Foram 109 anos. O primeiro a recusar foi Prudente de Moraes. Sondado, recusou terminantemente. Campos Salles que veio depois dele, queria não tinha lastro.

Em 1910 Rui Barbosa foi derrotado pela máquina do Partido Republicano, único ele era candidato independente, opção que seria eliminada em 1934 com a chegada do pluripartidarismo. Em 1914, Rui se lançou novamente, foi procurado pelo senador Pinheiro Machado, presidente do partido republicano.

Os dois eram senadores, nenhuma dificuldade, Pinheiro Machado foi direto "Rui, o Partido Republicano admite apoiar tua candidatura, você tá eleito. Só queremos algumas modificações na Constituição, nada que altere o teu projeto de 1991”. (Rui fez o anteprojeto da primeira Constituição, e como senador foi relator na constituinte).

Rui perguntou quais seriam os compromissos, Pinheiro respondeu: "Cinco ou seis modificações, preservando a Federação, adotando a reeleição, e atualizando alguns pontos". Pergunta de Rui: "Posso pensar algum tempo?". Pinheiro respondeu afirmativamente, lembrando que ainda faltava muito tempo para a eleição presidencial.

Só que Rui não esperou mais do que 48 horas, foi para a tribuna, e num discurso violentíssimo, denunciou a proposta de Pinheiro Machado, que sentado em frente ao orador, estava assombrado. Rui: "Estou renunciando à minha candidatura, a proposta do senador Pinheiro Machado é vergonhosa".

Rui voltaria a ser candidato em 1919, com 69 anos. Exausto, doentes sem recursos, enfrentou Epitácio Pessoa, lançado pelo partido Republicano, nem estava no Brasil. Disputou de Paris, a Constituição permitia, ganhou de Rui.

Logo depois viria 1930, derrubado o presidente eleito e no cargo, (Washington Luiz) não haveria eleição durante muito tempo, Só em 1959 quase no fim do mandato, Juscelino começou a conversar sobre a reeleição. Sentiu que não havia receptividade, abandonou a ideia, passou o cargo a Jânio, lançando sua candidatura para 1965, data que não existiu. E ninguém mais tentou reeleição.

Em 1998, FHC comprou a reeleição seu ministro pagou deputados e senadores.

Depois de um presidente indireto que não assumiu, o impeachment de um direto assumiu o vice Itamar. Ficou no cargo pouco mais de dois anos, não pode tentar um mandato completo. O candidato em 1994 para o mandato que era de cinco anos, FHC. Acreditava que não ganhava de Lula, reduziu o mandato Com aquela velha justificativa: "Em quatro anos, o primeiro é de se ajustar ao poder, o ultimo é de ir embora". Surpreendentemente FHC foi eleito.

Só não foi mensalão, porque FHC pagou à vista. Os preços foram diferentes. No senado alguns receberam 500 mil. E quatro, exigiram 1 milhão, receberam o dinheiro era fácil. O ministro: do "trem pagador", sócio de Golbery um dos artífices e mais importantes lideres do golpe de 64.

Em 1982 os dois foram pedir patrocínio ao presidente em exercício. Era Aureliano Chaves, que substituía Figueiredo que foi operar em Cleveland. Queriam o quê? Financiamento para tirar álcool da madeira. Aureliano, que era engenheiro e professor catedrático da matéria, disse a eles: "Isso está ultrapassado". Mas ficou a lição e a ligação de FHC com o "pai" da ditadura de 64.

Em 1997 o Plano Real "empacou", não saía do lugar. Os "gênios" pediram socorro a Francisco (Chiquinho) Lopes, economista e gênio sem aspas. Em apenas uma sessão diante de um quadro negro, resolveu todos os problemas para a criação da nova moeda. Só que FHC não acreditava, precisava de tempo, negociou a reeleição, câncer político que vai completar 20 anos.

O economista genial foi condenado quase todos os outros enriqueceram e não apenas as biografias. Muitos viveram anos na Europa como aristocratas, gastando majestosamente, voltaram. FHC elevou os juros por 44% ao ano, prazer, lucro e satisfação dos multinacionais, que não acreditavam que ganhariam tanto. Reeleito e não conseguindo o terceiro mandato, FHC passou a Lula os juros por 25%. A primeira conta amaldiçoada da reeleição.

Dilma: mais 4 anos que custam a começar.

Está desesperada. Novembro se arrasta, dezembro não chega, ganhou (?) a reeleição, perdeu autonomia. Incompetente, imprudente, inconsciente e inconsequente, não pode nem formar o novo ministério, angustia total. Os nomeáveis, todos estão em três círculos ou categorias. 1- manter os fracassados do primeiro governo. 2- Nomear os derrotados, muitos são do PT. 3- Escolher e convidar possíveis ministros, dependentes da delação premiada. Pode estar nomeando alguém, que em vez do Planalto se encaminhe para a Papuda ou faça companhia a corruptores, que jamais acreditavam que poderiam ser exibidos em horários nobres de televisão ou Primeira de vários jornalecos.

PS- Pela primeira vez na nossa História acontecerá alguma coisa. Corruptos e corruptores não ficarão impunes; O pânico se instalou em Brasília, ninguém imaginava que executivos e poderosos donos de empreiteiras pudessem passar por essa realidade. No auge do faroeste dos EUA, em todos os lugares, os cartazes de “procura-se”. Agora foram todos presos, na hora. E vem mais mandado.

PS2- A tática e estratégia da Polícia Federal, Ministério Público e do juiz Federal Sergio Moro, é visível: deixarão para mais tarde os acusados que têm foro privilegiado. Deputados, senadores, Ministros, governadores, ex-de qualquer desses cargos serão denunciados ao Supremo. Que não pode negar o pedido.

PS3- E o pânico aumenta na capital da mordomia. Dos 17 executivos e mais outro ex-da Petrobras, quantos não trocarão o silencio da cadeia pela liberdade da delação?

P S4- Tudo isso pode ser colocado na conta da reeleição, reforçará, no segundo mandato todo fracasso do primeiro, com a mesma personagem no Planalto-Alvorada.

PS5- Todos serão punidos, corruptos e corruptores, agora não há mais dúvida. Mas é preciso implantar um mandato de cinco anos, sem permanência no poder. Desde FHC defendo isso. Foi necessário a corrupção chegar ao apogeu, para a alternância no poder se transformar em realidade.


Essa coluna não circulará nos dias 20 e 21 de novembro.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

*Blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Aqui teremos suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

FALASTRONA. DONA DILMA VIVE ASSUSTADA. COM EXECUTIVOS PRESOS, QUEM COMANDARA EMPREITEIRAS? FALAM EM BILHÕES E CENTENAS DE MILHÕES, SEM O MENOR CONSTRANGIMENTO.

HELIO FERNANDES
18.11.14

Isolada, sitiada, enclausurada, reeleita e mergulhada praticamente no ostracismo, a presidente não vê a hora de começar esse segundo e amaldiçoado mandato. Amaldiçoado pela incompetência dela mesma. A inflação sobe junto com os juros e o dólar. Uma coisa tem a ver com a outra, mas ela nega por interesse próprio.

Insensata e desinformada, demitiu publicamente o Ministro da Fazenda, imaginava que podia nomear logo o substituto. Não pode. Nem sabia que a Lava Jato estava em pleno desenvolvimento, atingindo todo seu circulo do executivo e do Legislativo, de onde teriam que sair como aconteceu no primeiro mandato, uma parte maior dos 39 ministros.

Agora todos, supostamente são suspeitos, e o pânico geral reforça a convicção de que “existe alguma coisa no ar e não são os aviões de carreira”. (Do genial Barão de Itararé pouco antes de instalada a ditadura Vargas, o tenebroso Estado Novo).

Arrogante, pretensiosa, não percebe que está sendo cercada pelo próprio PT e principalmente pelo lulismo revoltado. Já deixei bem claro aqui, que quando Gilberto Carvalho e Dona Marta Suplicy, criticam seu governo, não têm opinião, são apenas porta-vozes. De quem? Lógico, do “volta, Lula”.

Tenta mistificar até mesmo confundindo a essência do poder, procurando colocar todo o mérito da lava-jato na conta dela e não do Ministério Público, da Polícia Federal e do juiz Federal Sergio Moro. Engana a opinião pública fingindo que foi ela que movimentou todo esse aparato de poder. Mas não consegue iludir a opinião pública, todos sabem que esses órgãos servem ao estado e não ao governo.

Não existe “terceiro turno”, oposição e governo não estão “mais em palanque”, bem que gostariam. E a satisfação maior de Dona Dilma seria de poder governar. Vai começar em algum tempo, com restrições, mas começará. Só que não conseguirá remover os obstáculos que colocou no seu próprio trajeto em quatro anos.

Que não terminam. Se dois meses custam tanto a passar, como acreditar na duração dos novos quatro anos? Chegarão ao fim, ou serão lentos como o de agora?

Com executivos poderosos presos, quem comandará as empreiteiras?

Por enquanto estão presos 16 corruptores dessas empresas que dominam as obras do país. Desde 1950, todas elas mínimas ou pequenas, foram crescendo suntuosamente, se transformaram em indispensáveis para qualquer construção. Tornaram a corrupção tão passiva e alienada, que dominam todo país.

Quando a operação lava-jato chegar á refinaria Abreu de Lima, e constatar a razão dessa obra ter um orçamento inicial de 2 bilhões e estar chegando a 20 bilhões sem prazo para terminar, a explosão será retumbante.

E ainda terão que investigar o setor elétrico. O próprio Ministro Lobão, que foi citado e desapareceu desde o 7 de setembro, não poderá ser ministro ou reassumir no Senado. Tudo começará pela investigação da Usina de Monte Belo e outras.

Quem dirigirá essas empreiteiras denunciadas e as outras que ainda virão: Recorrendo ou não á “delação premiada”, não terão condições mínimas de voltarem ás empresas. Com tornezeleiras ou sem elas, não terão condições nem mesmo de enfrentar ou dar ordens aos funcionários.

 Dona Dilma, quando disse e repetiu no exterior, “não ficará pedra sobre pedra”, ou então todos serão punidos, “doa a quem doer”. Estava falando diante do espelho: Ninguém sabe mais do que ela. Do setor elétrico e da Petrobras. Foi arrogante Chefe da Casa Civil, Ministra de Minas e Energia (que tem ligação diretissima com a Petrobras), presidente do Conselho dessa empresa, que assinou e autorizou tudo o que se chamou e ainda se chama de “escândalo de Pasadena”.

Pode sair pela tangente, com o mesmo lugar comum que serviu para ela e o Lula, “eu não sabia de nada?”. E com isso escaparam do mensalão e acreditam que escaparão também dessa notável roubalheira de agora?

Emparedada, sequestrada, desterrada dos círculos da moral e da ética, Dona Dilma conseguirá governar mais quatro anos, o que não fez nos outros quatro anos que não terminam? Não pode nomear Ministros, venho dizendo a longos meses: “Como indicar parlamentares, que em vez de tomarem posse no Planalto serão encaminhados para o centro penitenciário do Paraná?”.

Já revelei aqui: deputados, senadores, ministros, ex-ministros que têm foro privilegiado, serão os últimos a serem indiciados.

Ficarão para o fim, terão que responder no Supremo, por causa desse absurdo foro privilegiado. Não se conhece nomes ou números desses arrogantes senhores da corrupção, manobrados e mobilizados pelos corruptores.

No “vazamento” inicial, poucos nomes, mas certamente todos do primeiro time. Em matéria de enquadramento, as citações vão de 50 a 100, só no Congresso. “Desconfia-se” de muitos, nem é preciso ser bem informado para acertar em alguns.

O Pais administrativo e político fica parado. Dona Dilma não sabe o que fazer, talvez possa indicar o Ministro da Fazenda e o presidente do Banco central, “que não sejam os dos nossos sonhos”. Mas que podem estar fora da maldição da lista infamante e indefensável.
Mas não é apenas o poder Executivo que está e ficará paralisado, imobilizado e assustado não se sabe até quando.

O Poder Legislativo, igualmente em pânico não pode nem resolver ou decidir como ficará a sua cúpula. Antes, se reuniam, conversavam, escolhiam, tomavam posse. Agora, quem será o presidente da Câmara?

E o do Senado? Aqui, mais dependência onde só havia independência. Quem será o presidente? E os senadores que foram derrotados, mas ainda têm quatro anos de mandatos e querem um ministério: Serão indicados e nomeados por quem?
Alguns, muitos, vários, mais perto de serem indiciados do que indicados.

Roubalheira devolvida em velocidade de formula 1

Lógico, a devolução foi apenas uma parte. Como o ultimo escândalo da Petrobras movimentou 59 bilhões, os 720 milhões que foram devolvidos, representam apenas pouco mais de um por cento. Um dos envolvidos  “Reimpossou” para a Petrobras, imediatamente 272 milhões. E esse era apenas um “gerente” imaginem os que eram mais importantes, hierarquicamente?

Eu já mais havia ouvido falar nesse Pedro Barusco, o que dizer de outros que não saiam dos holofotes? Foram diretores desde 2004 ou 2005, convidados para o casamento “privado” da filha da dona Dilma?

Mesmo sem acordo taxativo fechado com Procuradores, delegados e juízes, também estão devolvendo entregando nomes e números de contas, altíssimas, principalmente de Banco da suíça.

Não custa repetir: semana passada contei revelações de um advogado brasileiro que trabalha na Suíça, estava aqui em férias, tudo exclusivo.

Textual: “Os Bancos da Suíça estão assombrados”. Fizeram pesquisa, concluíram que 90 por cento depósitos feitos no país, eram provenientes de corrupção. Cortaram os juros, 60 por cento mantiveram as contas, assim mesmo, sem remuneração mas com segurança. 40 por cento transferiram as contas para os paraísos fiscais, sem maior segurança mas com remuneração.

PS- Com o dólar entre 2,60 e 2,61, o presidente do Banco Central, que as vezes e confirmado teoricamente no cargo ou passado para a Fazenda, se diz desconfortável.

PS3- Desconfortável e toda a economia do país, juros, dólar, inflação, desconfiança, PIB, falta de investimento, infraestrutura destrambelhada, consumidores sem recursos.

PS4- Mas a Moodys espalha que o dólar chegara a 2,80 ainda este ano. Acho pouco provável. E até acredito que pode vir para 2,50 o que não e nenhuma vitória. Mas pode ser uma realidade de fim de ano.

PS5- O Supremo negou habeas- corpus para vários diretores presos da OAS. Há 30 anos, o dono dessa empresa era genro de ACM - Corleone, cresceu por causa disso. Há 30 anos eu identificava esse OAS, como Obrigado Amigo Sogro.




sábado, 15 de novembro de 2014


Blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Agora com suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

AS PRIMEIRAS DERROTAS DE DONA DILMA, PREVISIVEIS E ININTERRUPTAS, DEIXANDO PELO CAMINHO PEDAÇOS DO SEU GOVERNO E DELA MESMO.

HELIO FERNANDES                                                                                                    

Ninguém tinha dúvida a respeito da trajetória deste segundo governo de Dona Dilma. Ainda nem sobraram dois meses deste primeiro, mas já mostrou, está aberto e claro, o caminho que percorrerá. No primeiro, muita incompetência, vontade de autoritarismo, mas pouca truculência, apesar das ameaças á liberdade de Imprensa.

Tentava compensar a imprudência e os erros repetidos, dando a impressão do que defendia a democracia, que era ameaçada pelo PT e não por ela. Agora, sem futuro e sem poder pretender mais nada, vai se mostrar de corpo inteiro, pregar diálogos e praticar autoritarismo.

Não podia ser mais desarvorada, desinformada e destrambelhada, enfrentando um dos Poderes, o Legislativo, com duas propostas ditatoriais, nada Republicanas. A primeira o plebiscito, desenterrou a mesma proposta quando o povo foi para as ruas, em junho de 2013, na primeira manifestação das ruas. Derrotadíssima, como antes.

Embalada pelo gosto do desafio inglório e imprudente, mandou para o Congresso o Decreto Legislativo de usurpação clara do que é privativo do Legislativo. Esse decreto amplia o comando do Executivo, afronta e reduz o Congresso. Não imaginou que seria massacrada, na primeira votação depois da eleição presidencial.

Toda a base votou contra o governo, de tal maneira, que o próprio líder dessa base fez a proposta da “votação simbólica “. De 360 a 400 deputados votaria, contra, assim não se conhece publicamente o tamanho da derrota. Não acredito que seja apenas e desinformação do governo e sim a tentativa de desafio.

Mais do que imprudência e incompetência, é o desconhecimento da convicção da Câmara e do Senado. Acreditar que o Congresso votasse pela redução dos seus poderes, verdadeiros autocastração, loucura completa. Alem do mais, esse Conselho, com composição privativa do Executivo, seria a criação de um Legislativo paralelo, que se reuniria no Planalto, quando interessasse a Dona Dilma.

E esses Conselhos têm precedentes históricos de fascismo. Quando tomou o Poder em 1922, na sua famosa “marcha sobre Roma”, Mussolini começou a governar com a criação desses Conselhos. Mussolini se dizia socialista, era dono de um jornal tido como esquerda, o “II Popolo di Roma”. Logo governaria como fascista, se ligaria ao nazismo de Hitler.

Para terminar o assunto, que já está encerrado no Congresso, o Senado acompanhará a Câmara. Querer mostrar á comunidade que a derrota foi manifestação de vingança e ressentimento do presidente da Câmara, idiotice explicita. Quanto ao plebiscito idiota, Dona Dilma já recuou como aconteceu em 2013. Que governo vem por aí.

Dívida assustadora.

Estão falsificando os números do total que o governo deve com as Letras do Tesouro, e conseqüentemente, o que precisa ser economizado para a amortização, que chamam indevidamente de “superávit primário”. Falam que o governo precisaria no fim do ano de 90 BILHÕES. Desinformação ou deturpação.

No mercado, essas letras do tesouro totalizam 2 TRILHÕES e 200 BILHÕES. A parte do governo federal seria de 160 BILHÕES. Mas o total de 200 BILHÕES é todo de garantia do governo de Dona Dilma. Dizem que precisam de 90 BILHÕES, MENTIRA. Economizaram apenas 49 BILHÕES, VERDADE. O que fazer? 

Reforma política-partidária.

É imprescindível, mas Dona Dilma ficou isolada ao lançar a derrotadíssima ideia do passado, de plebiscito e constituinte exclusiva. Mas sugestão que tenha a mesma tramitação no Congresso da aprovada lei da Ficha Limpa, nada contra, até a favor.

Manifesto popular com 1 milhão e 500 mil assinaturas, enviado ao Congresso, pedindo ou exigindo  reforma, mas sem entrar em detalhes. O Legislativo apreciaria, decidiria, e então voltaria para a comunidade, como referendo SIM ou NÃO, longe do plebiscito.

Com urgência, alguém precisa assinar a Dona Dilma, a diferença entre referendo e plebiscito. Muitos que estão perto dela e conhecem o assunto, poderia, alerta-la. Mas ela é tão arrogante e mal humorada, que ninguém se arrisca a conversar, mesmo que seja para melhorar a reputação dela.

PS- Ontem revelei nomes que estão sendo citados ou estudados como novo Ministro da Fazenda. Da lista, da preferência de Dona Dilma apenas o ex-secretario Executivo do ministério, da preferência dela, mas que não têm força para nomeá-lo ou empossa-lo.

PS2 – Fiquei impressionado com o numero de pessoas que me contataram, de todas as maneiras, estranhando o fato de eu não ter colocado o nome de Mercadante. Não tem a menor chance, apesar de ser o mais antigo “quase” Ministro.

PS3- Eleito senado em 2002 (primeira vitória de Lula), era tido e havido como Ministro da Fazenda. O suplente no senado festejadissimo. Mas Mercadante ficou isolado no senado, não foi chamado para nada.

PS4- Em 2006, candidato ao governo de São Paulo, derrotadíssimo por Serra, voltou ao senado. Um ano depois, Lula indicou-o líder do governo no senado. Ficou apenas um ano, pediu demissão IRREVOGÁVEL. Aí o grande vexame, reprovado até pela família. Lula publicamente determinou que ficasse na liderança, explicando: “No meu governo quem diz o que é IRREVOGÁVEL sou eu”.

PS5- Em 2010 a segunda candidatura a governador. A segunda derrota, agora para Alckmin. Voltou para Brasília, sem cargo, futuro ou esperança. Surpreendentemente, Dona Dilma nomeou–o Ministro, duas vezes e depois para a Casa Civil. Mas falastrão, foi decaindo, até na preferência dela.

PS6- Agora um grupo tentou coloca-lo como “futuro” Ministro da Fazenda. O PT não quer, o empresariado repudia abertamente. Só poderia ser nomeado se Dona Dilma tentasse afrontar os vetos, coisa que não está disposta a fazer. Bastam as derrotas no Congresso e até na opinião pública.

PS7- O mercado de ações não está inseguro e apreensivo, e sim manipulado pelo “capital motel”, lógico, estrangeiro. Na segunda, venderam em massa, 1 bilhão de reais, a descoberto, botaram para baixo. Quando caiu 13 por cento, zeraram, lucro de 120 milhões. Na terça, compraram mais um bilhão a alta estava em 14 por cento, venderam, outros 130 milhões e lucro, 250 milhões em 24 horas.

PS8-Absurdo dos absurdos: estrangeiros não pagam imposto de renda. Ontem não atuaram, o mercado funcionou normalmente. As televisões noticiam, silenciam, se omitem, não explicam coisa alguma

LAVA JATO DESNUDA A FARSA PETISTA E ALIADOS. UM QUINTO DO CONGRESSO PODE PARAR NA CADEIA. PT, PMDB E PP SERVIRAM DE CARTÓRIOS PARA OS CORRUPTOS. LULA E DILMA DEVEM COMPARTILHAR A ALEGRIA, MAS TAMBÉM A TRISTEZA.

ROBERTO MONTEIRO PINHO

Está em curso a Operação Lava Jato. O ministro Teori Zavascki, relator do caso de corrupção da Petrobras no Supremo Tribunal Federal, analisa o que fazer com os nomes de 70 pessoas citadas nas investigações e delações premiadas (todas com Foro privilegiado), que só podem ser julgadas pelo STF, ou seja, políticos com mandato no Congresso Nacional. O quando é “insano”, saber que quase 15% do Congresso brasileiro está contaminado, e as agremiações mais atingidas são: PMDB, PP e PT.

O assunto foi de forma nebulosa, discutido durante a participação dos candidatos a presidência nos debates da campanha eleitoral, E assim se manteve, até chegar ao segundo turno com, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Já se sabe que mega instituições, juntas com outras envolvidas, têm contratos que somam R$ 59 bilhões com a Petrobras, considerando o período de 2003 a 2014. O “banquete” com o dinheiro público e dos acionistas privados, foi simplesmente desviado para negociações, tidas pela investigação da Polícia Federal, de ilícitas.
De acordo com informações divulgadas, os executivos que tiveram a prisão preventiva ou temporária decretada pela Justiça Federal, a pedido da Polícia Federal durante a sétima fase da Operação Lava Jato, estão presidentes de cinco companhias: da OAS, da Camargo Corrêa Construções, da Iesa Óleo e Gás, da UTC e da Construtora Queiroz Galvão. Até o dia 14 de novembro (sexta-feira) foram emitidos mandados de prisões preventivas e temporárias contra 27 pessoas.
Agora a oposição no Congresso aproveita a nova fase da Operação Lava Jato para tentar mais uma CPI da Petrobras. Os tucanos já estão coletando assinaturas pedindo a instalação de uma comissão de inquérito em fevereiro.
Na medida em que as investigações avançam, a responsabilidade se aproxima da presidente Dilma Rousseff, responsável pelas pessoas que foram por ela nomeadas, “se não criminosamente”, moralmente com certeza. O caso da refinaria de Pasadena é um considerável escárnio, que exige explicação por parte de Dilma Rousseff e de Lula. Existe mais: por conta da Petrobras está a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Anunciada por Lula com a pirotecnia oficial que todos conhecem, a refinaria de Abreu e Lima deveria seria erguida em parceria com a Venezuela do tirano e moribundo Hugo Chávez, que até o momento não aportou um tostão no empreendimento. Com a Venezuela, que tem 40% do negócio, deixando de honrar o compromisso, restou ao governo brasileiro usar o dinheiro do contribuinte para não interromper a obra.

Com previsão inicial de investimento na casa dos US$ 3 bilhões, o orçamento da refinaria pernambucana já saltou para incríveis e absurdos US$ 20 bilhões, podendo ganhar, até o final do empreendimento, um acréscimo de mais US$ 10 bilhões.

Agora, o escândalo já toma forma e corpo, e os nomes estão sendo divulgados, para o conhecimento da sociedade, ou melhor, ainda, “parcela dessa sociedade” que deu a candidata Dilma à reeleição para presidente com a vantagem de pouco mais de 1 por cento de votos sobre Aécio.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

*Blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Agora com suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

DONA MARTA: OPORTUNISTA Á PROCURA DE OPORTUNIDADE. NO SENADO, COLISÃO EM VEZ DE COALIZÃO. E RENAN?

HELIO FERNANDES
14.11.14

Na semana passada revelei: Dona Marta vai deixar o ministério, voltará para o senado. Disse que seria candidata a prefeita da capital de São Paulo, mas não sabia que sairia atirando em Dona Dilma. Oportunista mas praticamente suicídio eleitoral. Gilberto Carvalho fez a mesma coisa, mas não é candidato a nada.

Dei o retrospecto eleitoral dela, ninguém fez isso. Para conseguir legenda e disputar a prefeitura, tem que desalojar Fernando Haddad, invenção do próprio Lula. Acredita que tendo definido o “volta, Lula”, pode ser indicado por ele. Não pode.

E mesmo que fosse, têm e teria a oposição de Dona Dilma, que como os elefantes, não esquece. Seria a sua quarta candidatura a prefeito. Perdeu a reeleição no cargo, outra logo a seguir, com o apoio precioso de Maluf. Agora não terá nem legenda.

Dona Marta não fala publicamente, mas não esconde: com Dilma, acumula inveja, ciúme e decepção. Tudo por conta de um fator que estraga e desgraça sua vida: “Por que ela, muito menos preparada do que eu: Chegou ao Planalto enquanto fiquei na Planície”. E acrescenta, raivosa ou irônica: “Ela nem nasceu em São Paulo”.

Já foi tudo o que desejou e pretendeu, mas para ela, foram cargos acessórios. O único importante foi a prefeitura de São Paulo, mas jogou tudo fora derrotada na reeleição. Agora fala em voltar á prefeitura, não é mais trampolim e sim vingança contra o destino.

Sabe que é quase impossível obter legenda do PT. Admite sair da legenda, como é o fim da carreira, não haverá maior prejuízo. Dona Suplicy teve muita sorte, nasceu rica, com oportunidades maravilhosas, principalmente por causa de São Paulo. Lula só pensa em 2018, não tem tempo para desperdiçar com 2016.

Os tremendos obstáculos de Renan.

A base está destroçada para eleger o substituto de Henrique Eduardo Alves, a partir de 1º de fevereiro. O PMDB tem um candidato lançado, pelo menos pertence á legenda. O PT veta sumariamente esse nome, aparece com outro candidato, apesar de ser também da base.

No senado, o trajeto parece traçado para que Renan percorra o mesmo caminho de 2012. Toda cúpula está com ele, a não ser que seja vetado pela poesia, surja uma pedra no meio do caminho, Entre a eleição e a reeleição de Renan, muitas incógnitas e insatisfações, principalmente da opinião pública.

Candidato inviável.

Miro Teixeira disse publicamente, “Minha candidatura a presidente da Câmara é VIÁVEL”. Esqueceu da primeira sílaba IN, que completaria a frase que mas não lhe daria o cargo.
Quando Miro disse que seria candidato a governador do Estado do Rio, contestei: “Não será eleito pela razão muito simples de que não será candidato”. Não concretizou.

Continuará como deputado que apoiou a ditadura, foi o segundo de Chagas Freitas, duas vezes "governador" entre aspas. É possível que em 2016, faça o que já fez no passado: se candidate a prefeito. Já perdeu, perderá novamente, continuará na Câmara.

A presidência da Câmara provoca tremenda guerra entre PT-PMDB, Eduardo Cunha-Planalto. Vão decidir pelas armas. No senado, o problema é diferente, a reeleição de Renan tem obstáculos internos e externos que ele terá que ultrapassar com enorme dificuldade.

Sua base está fracionada, atingida derrotada. Antes de mais nada terá que resolver os problemas de três senadores derrotados. Em novembro do ano passado, para tirar o favoritíssimo Eunício de Oliveira do caminho de Cid e Ciro Gomes convidou-o para ministro. Nem deu resposta. Agora quer, silêncio do outro lado.

O líder de Dona Dilma no senado, Eduardo Braga, considerava que seria facilmente governador do Amazonas, levou uma "surra eleitoral" do prefeito de Manaus, Artur Virgílio.

Agora quer ser Ministro para a mulher assumir no senado como suplente dele. Tudo nas "costas" de Renan.

O terceiro senador a precisar de emprego é Vital do Rego. Em outubro de 2013, indicado pela cúpula do senado, ficou esperando, não foi ministro. Relator da CPI mista, farsa, mistificação sobre a Petrobras, irresponsavelmente se lançou candidato a governador da Paraíba. Já no primeiro turno, derrotadíssimo.

Agora quer ir para o Tribunal de Contas da União, na vaga aberta com a aposentadoria do ministro José Jorge. Difícil não impossível. Alem desses três casos, Renan tem também seus gravíssimos problemas pessoais. 

A "licença" de Sergio Machado na Petrobras (não voltará ao cargo), atingiu-o frontalmente. E existe ainda a incerteza em relação às citações na questão da delação premiada. A eleição no Senado, só em fevereiro, mas começa agora.

E Dona Dilma não pode ajuda-lo de maneira alguma. Ela está com mais dificuldades do que o próprio Renan, para indicar e nomear ministros e o presidente da Petrobras. Só depois do sinal verde do Ministério Publico, da Policia Federal, do juiz Moro e do Ministro-relator do Supremo. É muita coisa.

PS- Putin, ditador desde os tempos da KGB, é um "iluminado" em termos de comunicação. Há 15 dias, revistas dos EUA, fizeram relação dos homens mais importantes e poderosos do mundo, ele aparece em primeiro lugar. Por quê?

PS2- Agora, na China ganha repercussão mundial, citado em jornais, televisões, internet e redes sociais, por causa de um gesto simples e normal até para ele: cobriu os ombros da primeira dama da China, com um chale. Por que a assombrosa repercussão?


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

*Blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Aqui teremos suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

COMISSÃO DA VERDADE NEM SE PREOCUPOU COM A DESTRUIÇÃO ASSASSINA DA TRIBUNA. TAMBÉM NÃO SE INTERESSOU PELO MEU DEPOIMENTO DE SEIS HORAS NO SENADO. DENUNCIEI O GENERAL OTAVIO MEDEIROS, NOMINALMENTE, PELO ATENTADO-PRORROGAÇÃO DA DITADURA.

HELIO FERNANDES
13.11.14

Fez trabalho mais ou menos competente, embora tenha usado e abusado dos holofotes. São humanos. Ontem exaltei a última tentativa: terminar os trabalhos, acabando com a “anistia ampla, geral e irrestrita”. Hoje com base nessa mesma decisão, faço restrição á Comissão, num fato gritante de perseguição e vingança dos ditadores.

Em 26 de fevereiro de 1981, prédios e máquinas da Tribuna da Imprensa foram destruídos e destroçados. Essa data é naturalmente posterior a 1978 e 79, quando os generais se inocentaram, com essa “anistia ampla”. A Comissão não examinou esse crime, não percebeu que mais do que uma vingança, aquele atentado era a preparação da “prorrogação da ditadura.” O que tentaram no 1° de maio a seguir.

Meu depoimento de seis horas, na CPI do terror.

Naquela madrugada, diante dos escombros do jornal, grandes personalidades que estavam no Rio souberam. Barbosa Lima Sobrinho, Alceu Amoroso Lima, Ulisses Guimarães, Bernardo Cabral, e mais e mais. Funcionava em Brasília no Senado a chamada CPI do Terror. O relator era Franco Montoro, que me telefonou: “Helio, quero que você venha depor imediatamente. Conversei com o presidente da ABI, Barbosa Lima Sobrinho, vou me encontrar com você amanhã no gabinete dele”.

Encontramos-nos. Acertamos, três dias depois fui a Brasília depor. Sessão extraordinária, lotadíssima, não apenas de senadores mas também de deputados, da situação e da oposição. Respondi a todas as perguntas, depoimento contundente e revelador.

Não esqueci de um fato a respeito da preparação do atentado. Ou um nome dos criminosos, começando e terminando com acusações tremendas ao Chefe do SNI, general Otavio de Medeiros, que estava no cargo, poderoso. Se a ditadura fosse prorrogada, o próximo general a chegar ao poder seria ele.

Seis horas assustadoras.

Como gosto sempre de falar de improviso, as denuncias foram surgindo com precisão Estarrecimento geral, as recordações estavam mais do que provadas pela precisão das informações. Eu havia reservado Hotel (o de Brasília), ia dormir lá, previa que o depoimento acabaria tarde.

Quando souberam do fato, senadores me falaram até como repreensão: “Você não vai dormir em Brasília de jeito algum”. Colocaram-me num carro, seguido por mais dois também com parlamentares, me “empurraram” para dentro de um avião. Sabiam o que podia acontecer se eu passasse uma noite em Brasília.

Meu depoimento desapareceu.

Na época os discursos e depoimentos eram registrados por taquigrafas, hoje é de forma eletrônica. Algum tempo depois, pretendi rever o que falei, pedi ao senado que me desse cópia. Como disse aí em cima, falei de improviso. O senado me informou oficialmente: “não há registro do seu discurso”.

Recorri e muitos senadores, todos ficaram perplexos, não encontraram nada. Telefonei para o próprio relator, Franco Montoro, que já era governador de São Paulo. Considerou “impossível”, mas como tinha muitas ligações com o senado, disse que ia apurar e “descobrir” onde estava o depoimento, “assustador” para os remanescentes da ditadura.

Alguns dias depois, Montoro me telefonou: "Helio, é inacreditável, não existe o menor traço do teu depoimento. Se eu não fosse o relator e não estivesse presente do primeiro ao ultimo minuto, até eu acreditaria que não houve nada, que você não esteve presente".

Desapareceu mesmo para a Comissão da Verdade não existiu

Essa Comissão passou várias vezes pela Rua do Lavradio, sede da Tribuna e local da vingança-depredação-prorrogação, nem se lembraram do passado, do presente, e da lição depreciadora e destruidora que ficaria para o futuro. Principalmente pelos efeitos negativos. E alguns insensatos e irresponsáveis, já pregam a "volta da ditadura militar".

Essa Comissão está na obrigação de investigar em profundidade o que estou denunciando, até para me desmentir publicamente, se for o caso. E como tentam (?) responsabilizar criminosos, podem e devem usar o poder que têm para descobrir o meu depoimento de seis horas, na CPI do Terror do senado.

PS- Imaginem esse depoimento publicado e revelado agora. Que frustração para os que pedem a "volta da ditadura", não sabem conviver com a liberdade e a democracia.

PS2- Por outro lado, que trunfo e triunfo a CPI teria contra este repórter, com todos os elementos para desmenti-lo. Se puderem provar que eu não fui depor no Senado, que esse depoimento não desapareceu pela razão muito simples de que jamais existiu.

PS3- A sorte está lançada. Os membros da Comissão podem atravessar o Rubicon, sem se molharem. Ou ficarão encharcados de pusilanimidade. Acreditando que são baluartes da santidade, mas fétidos de responsabilidade.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

*Blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Aqui teremos suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

CID GOMES IRRITA LULA, O PT E O PLANALTO. GRAVE NÃO É A “PEC DA BENGALA”, E SIM GILMAR MENDES PEDIR “VISTA” DE UM PROCESSO DECIDIDO. TODOS NO EXECUTIVO E LEGISLATIVO QUEREM CÓPIA DA “DELAÇÃO PREMIADA”.

HELIO FERNANDES
12.11.14

É a grande preocupação de Brasília e de participantes dos dois poderes. Há um pânico generalizado, uma incerteza que se propaga e domina a ilha da fantasia que é Brasília. Sobressaltada com as denúncias que supostamente atingem membros do governo e parlamentares de vários partidos.

E essa preocupação ainda irá demorar para ser dissolvida, com a publicação dos documentos verdadeiros, e não com esse “vazamento”, jornalístico, mas por enquanto distante e inconcluso, longe da verdade, enclausurada com o juiz Moro.

Dona Dilma não consegue formar ministérios, muitos dos que podem ocupar cargos talvez ocupem não um ministério mas uma cela na Papuda. A presidente então insiste com deputados e senadores para EXIGEREM copias dos documentos.

O ministério Público e a Polícia Federal, não tomam conhecimento. Vai demorar para tudo se esclarecer. E não a favor do Executivo e do Legislativo.

A ambiguidade do Ministro Gilmar Mendes.

É um falastrão, está sempre querendo aparecer. Agora diz que o “Supremo pode se transformar numa Corte Bolivariana”. Pode mesmo não pelos motivos que apresentou. E o fato da chamada “PEC da bengala” estar na pauta para aprovação, não sustenta o protesto do doutor Gilmar.

Nenhuma irrealidade com o fato de Dona Dilma poder nomear mais quatro ministros no segundo mandato. (E mais um, vaga de Joaquim, que está aberta há mais de cinco meses). O objetivo é impedir Dona Dilma de ter maioria no Supremo, isso não serve para nada.

Gilmar tenta desmoralizar os próprios colegas. Sem exceção, Ministro do Supremo não se subjuga ou se submete ao Planalto.

É o próprio Gilmar? E a sua relação, até familiar com grandes escritórios de advocacia?

E o próprio Gilmar, vulnerabilíssimo, até no relacionamento do seu mandato, com ligação até familiar com a chefia de escritório de grandes advogados em Brasília. E a Ação para decidir o fim do financiamento de campanha por empresas particulares e poderosas.

Já tratei do assunto, mas é preciso insistir, repetir e cobrar. O Supremo, por 6 a 1, votou acabando com esse financiamento espúrio e degradante. Faltam votar quatro ministros, que não altera o resultado. Assim mesmo Gilmar pediu vista, há oito meses “arquivou” o pedido no seu gabinete luxuoso.

Devolve o processo, Ministro. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) tem poderes para obriga-lo a devolver o processo. Haja o que houver, a questão está resolvida.
O Ministro cometeu duas faltas graves. Ultrapassou o prazo para devolver o processo, e está cometendo crime, impedindo a consumação de uma questão que já está consumada.

Dona Dilma: malicia e blandícia.

Durante a campanha eleitoral atacou duramente a crise da água em São Paulo. Colocou o fato na conta da incompetência do governador Alckmin. Não adiantou nada, ele foi eleito no primeiro turno e ela, arrasada eleitoralmente. Agora, “sinalizou” para Alckmin que “conversaria” sobre financiamento de obras para resolver o problema.

Alckmin que quase nunca vai a Brasília, foi. Recebido no Planalto, começou a desconfiar dos rumos do encontro. Depois de quase duas horas, o governador foi embora, decepcionando. Pedindo desculpas pelo uso do lugar comum, Alckmin percebeu que a conversa foi "por água abaixo".

Dona Dilma continua no palanque, agora duplo. O da governabilidade, agravado pela competência do primeiro mandato, e a perplexidade do país de tanta incompetência em quatro anos, que será impossível recuperar alguma coisa nos outros quatro. Que ela não consegue começar, a não ser com os ministros que estão nos cargos. Ou então, como ela mesma afirmou: "Vou preencher o ministério, em partes".

O segundo palanque de Dona Dilma, desde já é o de 2018. Por isso chamou um dos candidatos, fortíssimos, do PSDB. Ele estava praticamente sozinho, mas surgiu Aécio Neves, a legenda agora tem dois nomes, por enquanto não existe analise ou supremacia e sim expectativa.

Mas dialogando com Alckmin a primaria Dona Dilma, acha que cinde o PSDB para 2018 e enfraquece a oposição de Aécio no senado.

Cid Gomes

Três meses antes da eleição, revelei aqui: o governador do Ceará pediu a Dona Dilma, que quando deixasse o governo queria passar dois anos no exterior, para estudar. Ganhou do favoritíssimo Eunicio, reforçou o cacife, aumentou a força.

Como foi a Brasília e retumbou com a formação de um partido de "esquerda para ajudar Dilma", comentaram que ele não iria mais para o exterior. Três motivos que têm que ser considerados.


1-            Ninguém tido e havido como de esquerda, apoiará Dilma. 2- O ainda governador não desistiu de ir para o exterior. 3- ficando aqui, será Ministro. Mas e a vaga do irmão Ciro, sempre o mais importante da família?

Essa nota já estava redigida, quando um informante de primeira, manda a mensagem: “Helio você acertou, o governador já admite não ir para o exterior, ficar aqui, fazer carreira acima de governador. Quer ser Ministro, mas pretende a Casa Civil”.

Não posso deixar de publicar, mas Cid Gomes encontrará muita dificuldade. Ministro será á hora que quiser. Mas chefe da Casa Civil? Terá que ultrapassar os três nomes que apontei ontem, só um surpreendente.

Mas querendo “fazer carreira”, depois de governador, isso não agrada nem satisfaz o PT ou Lula. Depois de governador o que vem na hierarquia política?

PS- Jornais e televisões insistem no erro de comunicação: ”EUA abrem investigação contra a Petrobras”, Não é CONTRA e sim SOBRE. A empresa não é acusada de coisa alguma. Dirigentes, sim.

PS2- Durante dezenas de anos, o Brasil teve duas empresas de aviação, de prestigio internacional: Panair e Varig. Ambas destroçadas pela ditadura. Agora, no setor, sobraram duas quinquilharias: Gol e TAM.

PS3- A Globonews, têm, em intervalos, seleções até melhores do que programas. Exemplo, a pergunta: “É melhor saber tudo de um pouco ou pouco de tudo?”.

PS4- Os alunos de Sócrates um dia perguntaram: “Professor, é verdade que o senhor sabe todas as coisas?”. E ele, modesto mas satisfeito: “Meus filhos, só sei que nada sei”.