HOJE, há 52 ANOS, morria o
ex-"presidente" Castelo
Branco
HELIO FERNANDES
Este repórter
era DESTERRADO para Fernando de Noronha.
Cassado,
preso, desterrado, desarmado, escrevi um livro,
proibido
pelos generais que tinham medo de um simples repórter.
Pelo
menos leiam o prefacio,jamais publicado.
Foi o
próprio repórter e autor que classificou o seu
desterro
como a " violência do século no Brasil". Desde 1922, nenhum
cidadão
era desterrado, a Constituição proibia.Todas as Constituições
de todas
as épocas, proibiam o desterro, confinamento ou que
nome
possa ter.
E é ainda
o próprio autor, no capitulo em que analisa os artigos que
escreveu
sobre a morte do "presidente" Castelo, que afirma:"Meus
artigos sobre o "presidente" não foram
frios ou passionais. Foram
lúcidos e
coerentes . Tendo escrito diariamente quando ele estava no
poder
ditatorial, seria covardia ou omissão, não participar do ato
final.
Não
pretendia constituir um ajuste de contas com o passado e sim uma
advertência
ou alerta para o futuro. O "presidente" Castelo era um
homem
publico,portanto sujeito ao julgamento implacável da Historia.E
que
melhor que jornalistas para formarem o dossiê que ha de propiciar
ao futuro historiador, o material indispensável
para esse julgamento?
Os mortos
particulares podem e devem ser julgados no altar de cada
família. Mas
os mortos da vida pública, esses não podem se subtrair ao
julgamento
publico. Não se pertencem nem á sua família, caíram no
domínio
publico.
Quando
ingressaram na vida publica, não só admitiram o inicio do
julgamento
sobre as suas realizações ou omissões, como implicitamente
aceitaram
o resultado desse julgamento. E o julgamento de um homem
público, não
começa com a sua morte. È anterior a
ela, se inicia no
exato
instante em que começa seu dialogo com
a opinião publica.
A opinião
contraria deste repórter sobre o "governo" Castelo
Branco,evidentemente
não é uma sentença irrecorrível. Como também não
são os elogios
que recebeu como ditador.
Elogios e
restrições formam o acervo da Historia, que formarão seu
julgamento,
esse sim, IRRECORRÍVEL.
NA COMISSÃO ESPECIAL, MUITO RUIDO E POUCO SOM
Nenhuma surpresa, tudo o que se esperava. Os que sabem ver acertaram em
cheio. Estados e municípios fora, o relator especulou: "Tentaremos
colocá-los no debate do plenário". O capitão derrotadíssimo, pediu
desculpas. Principalmente aos policiais.
No placar da Comissão Especial, 36 a 13 festejadissimos. (Um dos que
mais badalaram, Onix Lorenzoni . Afastado da articulação por total
incompetência, não saiu das TVs, tentava aparecer como o grande
vencedor. Não dava nenhuma oportunidade ao seu ex-subordinado, que já
assumiu no lugar do ex-chefe).
Agora a grande expectativa, no plenário. Vitoria do governo,
(desgoverno) com o ministro Guedes abraçando todo mundo e fazendo
afirmações estapafúrdias e disparatadas. Sem possibilidade de derrota.
Quem não errou nada foi Rodrigo Maia. Ha 6 meses, no inicio e tudo,
disse na TV: "A capitalização não será aprovada de jeito algum". Foi
derrotada, melhorando o cacife do presidente da Câmara. (Já envolvido
na sucessão presidencial de 2022. Numa aliança Rio - SP com João Doria.
Como revelei anteontem com exclusividade, e 3 anos e meio de
antecedência).
O relator da Comissão Especial se revelou um grande malabarista. Mal
chegava aos 900 Bi de economia. À última hora, para não desagradar
inteiramente a Guedes, chegou ao TRI, tão apregoado e propalado pelo
ministro. Acrescentou alguma coisa, divulgou: "A economia será de "1
trilhão e 27 bilhões".
O ministro e o relator, nadaram, nadaram, e vão morrer na praia. Sem
salva vidas.
CONDENADO A 100 ANOS DE PRISÃO, CABRAL COMPLETA
1 ANO DE CONFISSÕES ESPANTOSAS
O fato: assume a autoria dos maiores atos de corrupção. Seus advogados
informam que o objetivo é reduzir a condenação de 100 para 30 anos.
Depois então, conseguido isso, iniciariam uma campanha para que esses
30 anos sejam coordenados e negociados mais facilmente.
Mas até agora ele tem feito as confissões que tem a aparência de
absurdas, mas está sendo ouvido atentamente pelo juiz Marcelo Bretas.
(a propósito: o juiz é candidato a uma vaga no STF).
De qualquer maneira o ex-governador está movimentando o mercado de
denúncias, confissões e parcerias. Como ele está preso e não tem mais
nada a fazer, está seguindo a orientação dos advogados. Se der certo,
ele pode sair da prisão dentro de uns 10 anos. Numa idade ainda
razoável.
Se der errado, ele continua na situação em que está, e lógico, não
cumprirá os 100 anos da condenação.
PREVIDÊNCIA E MERCADO
A tão badalada e comemorada aprovação da Previdência, não influenciou
muito os jogadores investidores. A Bovespa fechou com alta pífia de
0,32. E o dólar decepcionou não caindo. Mas subiu pouco, 0,44.
COMEÇA HOJE A ULTIMA SEMANA PARA A
VOTAÇÃO DA PREVIDÊNCIA, ANTES DO RECESSO
As ferias dos parlamentares, se iniciam no dia 17. Falaram em não
terem este ano o tão merecido descanso, oposição e situação, se
uniram sem negociação. (O judiciário só volta a trabalhar em 1 de
agosto).
Rodrigo Maia, que conduz tudo na Câmara, garantiu e continua
garantindo: "Até o dia 15, (2 dias antes do recesso) teremos decidido
tudo". Vai conseguir, mas não será fácil. Quando fala em TUDO, inclui
o primeiro e o segundo turno, obrigatoriamente constitucionais.
E as diversas alternativas e divergências, não solucionadas na
Comissão Especial. E jogadas para o plenário. Incluindo as
importantíssimas participações de estados e municípios.
De qualquer maneira, a semana que começa hoje, será manchete
interminável.
PS- Com a presença obrigatória do capitão, que não abre mão de
continuar o seu "show de besteira". (Royalties para o general Santos
Cruz).
SÁBADO E DOMINGO A CÂMARA SE REUNIU
NA MANSÃO DE RODRIGO MAIA
Só deputados. Mas quem era quem, estava lá. Alguns, convidados. Muitos
sabendo que seriam bem recebidos. Negociações demoradas, mas
proveitosas. Conversas em profundidade, contagens e mais contagens,
todas favoráveis.
Um assunto muito comentado: querem votar o primeiro e o segundo turno
antes do recesso, portanto com uma diferença, digamos de 48 horas.
Pergunta sem resposta: o numero positivo da primeira votação, será
repetido na segunda?
Almoço magnífico, tão suntuoso, que alguns ainda ficaram para o jantar.
(Antes da mudança da capital, na cidade maravilhosa, não havia nada
disso. Até o vice-presidente morava na sua casa ou apartamento).
JOÃO GILBERTO, O REVOLUCIONÁRIO
Ele não ficará na Historia como extraordinário compositor, notável
cantor, o transformador do toque do violão, e sim como um personagem.
Conseguiu uma coisa que poucos ou raros conseguem. Como mito, lenda e
legenda, foi maior do que ele mesmo. Muita gente não vai entender o
quero dizer, mas multidões irão compreender.
Morreu aos 88 anos, pelo menos 60 reconhecido como gênio, sofrendo dia
a dia,ininterruptamente. Mesmo para exaltar a sua genialidade, o lugar
comum tinha que ser expulso, ficar bem longe. Como cantor, compositor,
violonista, personagem, não havia como fazer comparação. Era único e
será insubstituível.
A gloria, que chegou cedo para ele, não o modificou, conquistou
destruiu, atingiu, enriqueceu,empobreceu. Estava alem e acima dela.
Viveu e morreu com dívidas.
Maior do que João Gilberto, só a Historia. Que vai eternizá-lo. Aliás
morreu eternizado. Poucos perceberam e ele não se interessou. Ganhou
todos os prêmios possíveis e imaginários, não se empolgou com nenhum
deles.
Todos os grandes órgãos de comunicação, (falados e escritos) do mundo,
lembraram a morte de João Gilberto. Os jornais com destaque na
primeira. Radio e televisão em horários nobres. Rivalizando mas não
divergindo da grandeza da sua obra. Glorificado mesmo, e aproveitando
cada espaço, para valorizá-lo.
Última nota
O titulo é do Brasil, o futuro pode não ser do Tite. Na fase de grupos,
5 a 0 fácil. Na final, 3 a 1 complicado, com um penalti estranho e
duvidoso, aos 42 minutos.(4 jogadores 2 de cada lado) se
atrapalharam e se confundiram. O único fato, indiscutível, foi dentro
da área.
Como em todos os jogos, o maior destaque foi Daniel Alves, 36 anos.
Na seleção do Peru, a grande esperança, praticamente unanimidade, era
Guerrero. Não jogou, não viu nem passou perto da bola, perdeu o jogo.
Nelson Rodrigues tinha razão: "Toda UNANIMIDADE é burra".
Goulart deixou o Governo com inflação anual de 100%. Castelo Branco, em poucos anos, sem confisco, tablita, congelamento, trouxe a inflação anual para 20%.Mas no Brasil, existe uma paixão irresistível pelo fracassado.
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