Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 12 de março de 2019


BOLSONARO SE AUTO IMPOPULARIZA,
IRRESPONSÁVEL E IRREFLETIDAMENTE

HELIO FERNANDES

Chegou ao poder de forma inesperada e fraudulentamente, conspurcando a
eleição, desde  o inicio. Acumpliciado com o então magistrado Moro,
eliminaram Lula, que as  pesquisas diversificadas, apontavam como
candidato invencível. Reconheçamos: foi o primeiro presidenciável a
descobrir e utilizar vergonhosamente, o poder e a importância da
Internet.

Mas custava fortunas, não era problema. Como revelei na época, só a
JBS, (dos irmãos bandidos Batista) contribuiu com 23 milhões de
reais, no primeiro turno. E mais no segundo, junto com outros
financiadores interessadissimos.

(Antes dele, Putin, que comanda a Internet mais poderosa e importante
do mundo,  investiu de forma colossal na vitoria de Trump. Isso não
era prioritário. O objetivo era derrotar Hilary. Só que a derrota
dela, levava a vitoria dele. Agora divergem e brigam).

Mesmo usando e abusando do dinheiro ilegal e ilegítimo, não conseguiu
o voto de 100 milhões de cidadãos.

Inscritos com direito (e obrigação) de votar: 148 milhões.
Votaram nele: 48 milhões.

Agora, sozinho, Bolsonaro empreende uma caminhada suicida, num roteiro
escrito por ele mesmo, que em 71 dias, comprovou o que mesmo os que
votaram nele, já sabiam :"È despreparadissimo, não tem o mínimo de
condições para ser presidente da Republica". Nas mais diversas
oportunidades em que se manifestou publicamente, teve que ser
defendido, perdão, INTERPRETADO, por auxiliares constrangidissimos.

Exigiu do Ministro Moro, que demitisse a importante socióloga, Ilona
Szabó, respeitadíssima, nomeada num dia demitida 24 horas depois
.Pouco antes, dois filhos alvejaram violentamente a socióloga.

A tentativa de destruir o carnaval, providencia leviana de afastar ou
criar um fato que afastasse as criticas contra ele. Foi desclasificado
pelos maiores  jornais do mundo, desgaste tremendo para o país.

Não dá para relacionar tudo, pois ele fala muito e desmente logo em
seguida. A citação do suposto poder dos militares, " só existe
democracia e  liberdade, quando eles querem", provocou constrangimento
em 2 generais, que tiveram que vir a publico,JUSTIFICA-LO. O vice
presidente eleito, general Mourão, e o Chefe do GSI, também general,
Augusto Heleno.

PS- Augusto Heleno chegou a  se confundir,"depois da ditadura,as
Forças Armadas, (usou o coletivo, não falou Exercito) apoiaram
integralmente a democracia  e a liberdade". Qual ditadura, general?

PS2- O vice, general e eleito, saiu em defesa de Bolsonaro, com a
frase feita, " o presidente foi mal interpretado".

PS3- Surpreendente mas efetivamente, já se fala em substituição
presidencial, agora ou dentro de algum tempo. E ninguém, mesmo ou
principalmente dos que o apoiaram, fala em resistência ou protesto.

PS4- Existem varias formas ou formulas de afastamento. Mas todas
baseadas nos 71 dias de espantoso desgoverno.

PS5- E a constatação e convicção de que só vai piorar.

PS6- Bolsonaro já pensa (?) em não fazer a prometida  e garantida,
"análise dos 100 dias".  Deveria ocorrer nos 10 primeiros dias de
abril.
 
A VENEZUELA ASSOMBRA O MUNDO, COM 2 PRESIDENTES 
NÃO ELEITOS PELO POVO
 
Maduro se considerou reeleito, depois da mais degradante fraude e
farsa. O presidente da Câmara, Juan Guaidó, que não estava na primeira
linha das grandes lideranças, ultrapassou tudo, se auto declarou
presidente interino. Embora tenha como bandeira o restabelecimento da
democracia, com eleições diretas fiscalizadas internacionalmente, é,
tecnicamente, um usurpador.
 
Ninguém sabe dentro e fora da Venezuela qual será o final dessa
tragédia. Agora, não quero examinar a fundo essa questão, tenho
tratado muito disso. Quero registrar apenas, mais uma faceta do
caráter de Maduro: a covardia. Um presidente da república (como ele se
intitula) quando afirmou publicamente, "Se Guaidó voltar à Venezuela,
será preso imediatamente."
 
O presidente interino que estava utilizando avião oficial do Governo
da Colômbia, voltou a Caracas num avião comercial, e fez questão de
descer no maior e mais importante aeroporto de Caracas. Foi recebido
por diplomatas estrangeiros, fez comício, está há uma semana, livre,
lépido, seguido por multidões, ironizando Maduro e sem perder a
liberdade.
 
Por tudo o que já foi dito sobre Maduro, ele já deveria estar fora do
poder. Qualquer que seja a minha posição, considero que Maduro se
aviltou e se desmoralizou ainda mais, não cumprindo a palavra oficial.
 
Pode parecer surpreendente, marcaria pontos se tivesse cumprido a
palavra oficial e Guaidó estivesse sem liberdade.
 
TERMINOU O RECESSO-DESCANSO DE JUÍZES E PARLAMENTARES. 
QUEM PRECISAVA DE RECESSO, BOLSONARO
 
O Executivo não pode se retirar da participação obrigatória.
Infelicidade para Bolsonaro, que acumula incompetência, imprudência,
arrogância. Como erra muito, se desmente ainda mais. Compromete os que
são obrigados a defendê-lo ou justificá-lo. Com vergonha e
constrangimento, mas cumprindo o que consideram dever e obrigação, por
fazerem parte do governo.
 
Até o general Mourão, vice eleito e que não pode ser
demitido, voluntaria e desprendidamente,socorre o presidente. (No
domingo, Mourão assume para mais uma interinidade, Bolsonaro vai aos
EUA. E comete outra irresponsabilidade, que compromete miseravelmente
o país.Leva o nome do embaixador do Brasil lá mesmo, e  que pretende
apresentar em primeira mão a Trump no dia 19).
 
Enquanto isso, se perde completamente na Nova Previdência, cuja
aprovação já era difícil pela fragilidade do projeto e espantosa
complicação. Somados com os equívocos e dos ataques contra ministros
que ele mesmo escolheu, convidou e nomeou com "carta branca que ele
rasga, acintosamente”. Quase todo o ministério poderia ser substituído,
nenhum ministro  deixaria saudades.
 
Antes de viajar, atinge duramente o Chefe da Casa Civil, medíocre e
subserviente, mas preenchendo função importante. Manda demitir o
Secretario Geral, conhecido e reconhecido, como "o braço direito de
Onix Lorenzoni".  Demitido e tripudiado, com a transferência para um
cargo no Rio Grande do Norte.
 
Acusado de irregularidades, o  "ex-braço direito"  garante: "Não cometi
irregularidades, fui envolvido numa jogada política".
 
Esses são fatos estarrecedores de 72 dias de desgoverno.
Amanhã quarta, acaba o recesso do STF. Demorou muito, existem
processos envolvendo personagens pessoais. Mas um deles, que vem
entrando e saindo da pauta ha quase um mês, é importantissimo para o
para o país e atinge milhões de pessoas.
 
Trata-se da CRIMINALIZAÇÂO da HOMOFOBIA.
 
Criminosos e defensores da política do ódio, trabalham furiosamente
para a vitoria da HOMOFOBIA. Por enquanto, tudo indica que perderão
sem complacência. 4 ministros já votaram, 4 a 0 a favor da
Criminalização. Logicamente falta o voto de 7 ministros. Não se sabe
se estará na pauta de amanhã. Tudo pode acontecer em matéria de tempo,
mas não de qualidade dos votos.
 
Muitos falam em decisão por unanimidade, seria recuperação, e
afirmação de superiodade, grandeza e credibilidade.
DORIA,2022 ou 2026
 
È o carreirista mais notório, desinibido e sem constrangimento. Não
tem princípios, convicções ou credibilidade, para sustentar  suas
aventuras de poder. Começou como prefeito de SP, com os votos do então
governador Alckmin. Cumpriu um terço do mandato, renunciou, se lançou
para governador. Apoiou Bolsonaro para presidente, contra Alckmin.
 
Agora não sai da TV, diariamente, seus programas são repetidos,
durante toda a semana. De graça? O chato é que é medíocre, sem charme,
carisma ou credibilidade.
 
Está preso ao dilema que coloquei no titulo. Quer ser presidente em
2022, mas para isso, tem que deixar o governo de SP, 6 meses antes.
Angustiante, para ele, que não governa, se julga emponderado, a palavra da moda.


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