Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Fim de Festa

FERNANDO CAMARA

Ao contrário de Dilma, Michel Temer domina como poucos a língua portuguesa. Ortodoxo, usa com maestria próclises, ênclises e mesóclises, mas essa é das poucas diferenças que a população vem enxergando entre a sua administração e a de sua antecessora.

Temer está queimando um precioso capital político, e com muita velocidade. O incêndio provocado pela demissão do ministro da Cultura, Marcelo Calero, foi uma chance a menos de mostrar rigor e apreço pela gestão. Ao não afastar Geddel, Temer o fortalece, contando que o fato seja esquecido com a rapidez da próxima crise.
Desconsidera, entretanto, que é mais um fator nessa soma incontável de negociatas que não cabem mais no contexto atual - social, político e econômico.

O presidente precisa do apoio de parlamentares estratégicos para aprovar medidas importantes e necessárias. Mas precisa do apoio da população, que já começa a se mobilizar, novamente, contra as articulações que estão sendo alinhavadas para livrar partidos e políticos envolvidos até o pescoço com atividades nada republicanas.

Ao manter um ministro que assume publicamente que interveio para salvar um empreendimento privado de interesse de seu sócio, Temer chancela uma marca indelével em seu governo: leniência, lentidão e dúvida.

Afastamento - Gedel Brasília Salvador

A deputada Jandira Feghali afirmou que entrará com pedido de afastamento de Geddel do governo, até que a situação seja esclarecida. Para ela, a pressão que teria sido feita por Geddel mostra a face "improba" do governo Michel Temer.

O Rio de Janeiro aos pedaços

Em pleno Novembro Azul ocorreram as prisões de dois ex-governadores na mesma semana. Fecharam para balanço os balcões de negócios do Rio de Janeiro. O estado está mergulhado no caos - falido, cercado pela violência e miséria. Antony Garotinho foi salvo pelas ameaças veladas de sua mulher, Rosinha. O show promovido pela família fez o efeito pretendido.
 

Amedrontou as esferas de poder e ele repousa impávido num hospital particular de primeira linha na zona norte.

Apelou

Garotinho ficou 15 dias em Brasília pedindo para ser recebido pelo Procurador Janot. Conseguiu, desejava antecipar a sua colaboração, e assim obter o prêmio de não ser citado em alguma delação. Carregou em denúncias contra os desembargadores do Rio, com destaque ao ex presidente do TJ Luiz Zveiter.

Cabral seguirá trancado

Para Cabral a situação está mais complicada. Em ritmo de enxurrada, os meios de comunicação estão escancarando a vida de luxo do ex-governador. Um luxo cafona, ostensivo e ofensivo, quando visto sob a lupa da situação de toda população do Estado. A PF encontrou no banheiro da ex-primeira dama, por exemplo, um vaso sanitário com comandos eletrônicos, controle de temperatura e pressão, que funciona com controle remoto.

Falta raspar mais cabeças

Sergio Cabral, que cogitou um dia ser alçado ao maior cargo da República, está em Bangu de cabeça raspada, tomando café com leite e pão com manteiga de manhã
Mas não deveria estar só. Cabral não teria chegado aonde chegou se não tivesse contado com muita ajuda. Os sinais exteriores de riqueza eram evidentes e nunca foram escondidos, pelo contrário. A família gostava de ostentar.

Procuradores não Procuraram

Quantos órgãos públicos, procuradores, delegados, auditores da Receita Federal, do TCU, do TCE e da CGU fecharam os olhos para tanta maracutaia? Enquanto o cidadão comum é submetido a estreita e rigorosa vigilância sobre renda e patrimônio, a família Cabral construiu um verdadeiro império financeiro, sem que nenhuma das repartições que usam mão de ferro com a população lhe incomodasse ou questionasse a origem de tanto dinheiro.
 

Dinheiro que, até agora, ninguém sabe onde está escondido. E essa prisão é relativas a três obras, dentre as milhares que foram feitas no estado do Rio de Janeiro. Haverá um pente fino nas outras?

Não, o Rio de Janeiro não continua lindo. Está fechado para balanço.

O Limite

A proposta de limite de gastos volta a ser discutida na terça-feira, em dois momentos. Pela manhã, os senadores vão debater o tema com economistas. Estão convidados os professores Luiz Gonzaga Beluzzo, Fernando Monteiro Rugitsky e Armando Castelar e um representante do Ministério da Fazenda. No período da tarde, a PEC 55/2016 passa pela quarta sessão de discussão no primeiro turno.

Setor Elétrico
O governo federal sancionou com 17 vetos a chamada Medida Provisória do setor elétrico. O texto tem origem na Medida Provisória 735/2016, aprovada no Senado em 19 de outubro sob a forma do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 29/2016. A Lei foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (18).

A nova lei facilita processos de privatização, reduz a burocracia de leilões e custos da União com subsídios a concessionárias, e permite a desestatização de distribuidoras estaduais que foram federalizadas.

Mais uma lei contra a corrupção

A comissão especial que analisa o PL 4850/16, que estabelece medidas contra a corrupção, marcou reunião para a próxima terça-feira, 22. Os deputados devem dar continuidade à discussão do substitutivo do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que pode ser votado.

Na semana passada, a votação foi adiada em função de mudanças de última hora em um dos pontos considerados polêmicos da proposta: a possibilidade de magistrados e membros do Ministério Público serem processados por crime de responsabilidade.

Segundo o presidente do colegiado, deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA), os deputados não aceitaram a retirada do dispositivo, anunciada pelo relator na última segunda-feira (14), depois de conversar com o coordenador da Operação Lava Jato no Ministério Público, o procurador Deltan Dallagnol.

Pezão enfrenta crise de credibilidade

O vice indicado por Garotinho para compor a chapa – sem brigas – com o Cabral, então presidente da Assembleia Legislativa, Pezão tinha a confiança da família Garotinho. Pezão era prefeito do minúsculo munícipio de Piraí.
 

Pezão foi Secretário de Obras do governador Sérgio Cabral (preso), e o seu subsecretário, preso, era Hudson Braga, que também chegou ao governo do Rio de Janeiro pelas mãos do Garotinho. Os parlamentares na Assembleia que devem votar o Pacote do Pezão sabem que algo não faz sentido. Como pode um ex-governador e um ex subsecretário serem responsabilizados por crimes e o ex secretário estar fora de suspeitas?

Após as chuvas de 2011 que causaram mais de mil mortes e enormes prejuízos, Hudson e Pezão tornaram-se responsáveis pela gestão da reconstrução. Vultuosos recursos foram gastos e a reconstrução nunca foi feita.

Garotinho lembrará o caso Silveirinha

Que sumiu da mídia e o dinheiro não foi repatriado.

Em outubro de 2003, 22 pessoas foram condenadas pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio, entre fiscais estaduais da Fazenda, auditores da Receita Federal e os doleiros que enviaram ilegalmente dinheiro ao exterior. Em 2007, as sentenças foram confirmadas pelo Tribunal Regional Federal. Os condenados recorreram, e o caso foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Desde 2009 as 22 mil páginas, distribuídas por 66 volumes do processo original, repousam, em segredo de Justiça, à espera de julgamento no STJ.

Rodrigo Silveirinha Corrêa foi o símbolo de um dos maiores escândalos políticos do Rio de Janeiro, conhecido como escândalo do propinoduto.
 

Subsecretário adjunto de Administração Tributária durante o governo de Anthony Garotinho entre 1999 e 2002, Silveirinha montou, com um grupo de fiscais da Fazenda do Rio, um esquema de extorsão a empresas fluminenses. A quadrilha arrecadou e mandou para a Suíça US$ 34 milhões. O caso veio a público em 2003. Logo em seguida, Silveirinha e seus comparsas foram demitidos, condenados e chegaram a ser presos. Sempre foi grande amigo do governador Sérgio Cabral; foram diretores juntos na TURISRIO, nomeados pelo então governador Moreira Franco. A mulher de Silveirinha estava nomeada no cargo mais importante da Presidência da ALERJ, pelo então deputado Sérgio Cabral.

Adiantamento de Royalties

Pode ser inevitável, mas é um absurdo adiantar o recebimento destes recursos e deixar a conta para os nossos netos pagarem.


O dinheiro da trabalhada, Repatriação dos recursos que estavam no estrangeiro, virará pó se for dado aos governadores que não tiveram Responsabilidade Fiscal para pagarem as suas contas.





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