Titular: Helio Fernandes

sábado, 29 de novembro de 2014

*Blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Aqui teremos suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

UM NOVO JOAQUIM SURGE NO PANORAMA POLÍTICO E ECONOMICO DO BRASIL. TERÁ A REPERCUSSÃO DO OUTRO, RENUNCIANTE E DISTANTE?

HELIO FERNANDES
29.11.14

Arrogante, presunçosa, pretensiosa mas insegura, não compareceu á apresentação do novo Joaquim que ficará queimando debaixo dos holofotes, não se sabe até quando. Seu tempo não será concedido terá que ser conquistado, mas em quantas batalhas campais?

(O outro Joaquim, tinha prazo certo, até os 70 anos. Saiu antes dos 60, sofre agora um inglório ostracismo que poderá tentar reverter em 2018. Com 63 anos, enfrentará um adversário de 73, Lula, o senhor dos anéis, menos um, o do destino).

Numa campanha em que se esmerou na pratica e exibição da baixaria, Dona Dilma insistiu em acusar Aécio de ter, se ganhasse, Arminio Fraga como Ministro da Fazenda. Pois agora, se julgando gloriosa, mostrará seu Ministro, logo Arminio Fraga do B.

 Os dois fizeram carreira no exterior, passaram algum tempo nos EUA. E de lá chegam fartos elogios á escolha de Dona Dilma não pejorativos mas preocupantes. Arminio e Aécio não teriam nenhuma divergência, defendem a mesma trajetória pelos mesmos caminhos, segundo eles, sem pedregulhos intransponíveis.

Já Dona Dilma e Joaquim só têm obstáculos, divergências, até mesmo pessoais, basta verificar o passado. Então por que a apresentação desse Joaquim sem toga e sem autonomia? Circunstancias.

Na entrevista solitária, (Tombini não depende de Joaquim), Barbosa é um suposto substituto. Planejamento não representa nada (vejam explicação no fim desta matéria) Joaquim desviava a atenção quando perguntavam “até onde vai a sua autonomia?”.

O país terá que esperar algum, talvez muito tempo. A posse só acontecerá em 2015. Por que não começar agora? Alem de todos os problemas, vive o drama ou tragédia da inflação, do dólar, do juro, da falta de confiança. Do superávit para a dívida do investimento, da infraestrutura, da reforma política, partidária, fiscal, do total desconhecimento do trajeto que percorrerá?

Esperar  porquê para quê? A presidente não é ela? Não demitiu espetacularmente Mantega, deixando o cargo vazio embora supostamente ainda ocupado? E quem vai nomear o presidente do BNDES. Da Petrobras, de outros cargos chaves e importantíssimos? Ele ou ela?

E não podemos deixar de assinalar a impossibilidade de qualquer escolha, diante das incertezas do que surgirá quando aparecerem, de Curitiba, os poderosos que têm foro privilegiado? Dos nomes que não têm qualquer ligação com a quadrilha do assalto á Petrobras, Dona Dilma errou por outros motivos.

Não basta ser Joaquim. Tem que rimar com Rousseff, embora satisfatoriamente não tenha nada a ver com Yussef. Sua primeira e única afirmação, vem de outras “plagas”, e atinge o ego da presidente. Ela não conseguiu pagar os juros da dívida, a meta de Joaquim, é fazer a DÍVIDA DIMINUIR.

Tem mesmo liberdade para isso? E de onde virão os 150 BILHÕES necessários? Dona Dilma conseguiu “guardar” 10 bilhões, de onde virão os outros 140 bilhões? Não adianta perguntar, é preciso responder. Dona Dilma acha que tem muito tempo, janeiro de 2015 para ela “é logo ali”. Estará tão perto?

Planejamento: o ministério que não existe.

Afirmei isso ontem, muitos me cobraram até pessoalmente. Vou mostrar sem precisar ir longe. FHC presidente, Serra Ministro do Planejamento, lógico, temporário. Foi sendo “promovido”, saiu para se eleger senador, voltou mas não para o “planejamento” e sim para a revolução na Saúde.

Eleito em 2002, Lula, o PT e até “as pedras da rua”, (Rui Barbosa) sabiam que Mantega seria Ministro. Só que os cargos foram sendo preenchidos, Mantega sem nada, sobrou o ministério trampolim. Tomou posse contrariando e constrangido.

Pouco depois, insensata e equivocadamente, Lula demitiu o presidente do BNDES que lhe mostrara o que “acontecia na Avenida Chile, entre esse BNDES e a Petrobras”. Antes ou na iminência de estar ser assaltada por uma quadrilha que está sendo desbaratada, desmoronada, destroçada.

Vejam o  BNDES, Mantega imediatamente deixou de ser Ministro, promovido a presidente de Banco oficial. E também não ficava muito tempo, logo, logo iria para o Ministério da Fazenda, até junho passado, quando fui demitido publicamente pela estabanada Dona Dilma.

Esta garantiu a Mantega, pessoalmente, que irá para a Diretoria do FMI, nos EUA, indicação do Brasil. Não se pode confiar muito em Dona Dilma. Se ela não cumprir a promessa, Mantega terá que voltar a ser professor em SP, monotonia irrefutável.

Nelson Barbosa não chega a ser uma exceção e sim escalado para uma possível substituição. Dona Dilma queria, mas não conseguiu fazê-lo Ministro da Fazenda. Anunciado agora para esse Planejamento, é ministro nominal com a possibilidade de ser real.

Ministério Público, Policia Federal, um outro juiz Moro para o desmatamento.

Derrubaram em pouco tempo, 244 quilômetros de mata no Amazonas. Essa tragédia, catástrofe e crime inominável, de certa forma tem o mesmo caráter criminoso, corrupto e corruptor das empreiteiras. Biólogos e cientistas em geral, garantem: "Esse desmatamento tem influencia direta no efeito estufa".

Outras descobertas: "Esse desmatamento colossal lá no Amazonas, é um fator importante que aumenta a seca no Rio e em SP".

Esses "madeireiros", logicamente não agem sozinhos. Existem ficais que "olham para o outro lado", para que esses vândalos enriqueçam com o desmatamento.

E mais inacreditável ainda: a Caixa Econômica financia empresas que "trabalham" com esses desmatadores. Para extermina-los, é indispensável a participação de órgãos e pessoas, como coloquei no titulo desta nota.

PS- O deputado Mendonça Filho, ex-governador de Pernambuco, de dedo quase furando o rosto de Renan Calheiros: "O senhor é uma vergonha nacional". O presidente do senado não se defendeu, o resto do senado assistiu, em silêncio.

PS2- A comissão de Ética do Planalto, não tem importância, preponderância, apenas imprudência. Reclamou que Paulo Roberto da Costa, "não respondeu ás intimações". Recolheu mais silêncio.


PS3- Sérgio Machado, ex-diretor da poderosa Transpetro, afastado por irregularidades cobra todo dia de Renan: "Quando voltarei?". O presidente do senado se tivesse mais cultura, poderia repetir como o corvo, "nunca mais". (De Edgard Alan Poe, um tratadista).

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

*Blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Aqui teremos suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

INJUSTIÇA, GERDAU NÃO SER MINISTRO DA FAZENDA. “NUNCA SE ROUBOU TANTO NO BRASIL”.  SUIÇA: “DINHEIRO QUE CHEGA DO BRASIL É DA CORRUPÇÃO”. MINISTRO DA FAZENDA APARECE DO NADA. “TOMAREI POSSE EM 2015”.

HELIO FERNANDES
28.11.14

Alemão de nascimento, brasileiro por vontade, convicção e oportunidade, tem frase histórica ao julgar recursos da lava-jato: “Nunca se roubou tanto no Brasil”. Rigorosamente verdadeiro, é ótimo ou excelente que tenha sido pronunciado por um magistrado.

Seu nome é Felix Fischer, já esteve para ser Ministro do Supremo, quando presidia o STJ. Não explicaram a razão do veto, que não o atingiu. Membros do Ministério Público estão na Suíça para reaver algum dinheiro roubado pela quadrilha, que sem armas, assaltou a Petrobras, que fica em pleno centro da cidade. Teoricamente vão trabalhar para reaver míseros 27 milhões de dólares. Mas efetivamente têm que ter como objetivo a frase de Felix Fischer, a de maior sofrimento e mais lancinante da história do Brasil. E lutar para trazer para o Brasil, de volta, bilhões e bilhões.

Não custa lembrar: há 20 dias, quando nem se falava na viagem desses Procuradores, transcrevi a conversa com um advogado brasileiro que trabalhou e mora na Suíça. De férias no Brasil, antiga e insuperável fonte do repórter, em contou coisas assombrosas, que não guardei em casa.

Repetindo apenas uma frase: “Helio, os bancos da Suíça, poderosos ou sem poder, estão assustados. Pesquisas mostram que 90 por cento do dinheiro brasileiro que chega lá, é proveniente da corrupção”. Dizer mais o quê?

Agora, só um ponto interessa: que corruptos e corruptores sejam punidos igualmente. Se todo esse compreensível estardalhaço acabar em silêncio, o país terá sido enganado. Já tentam desmoralizar o Juiz Moro, exaltar os ladrões de tão altas fortunas.

Por que Gerdau não é Ministro da Fazenda?

Esse é um dos mistérios não confundir com ministério. Tem todas as credenciais entre aspas para ocupar o cargo. Frequenta o Planalto, os mais íntimos dizem: “que é sempre ouvido pela Presidente”. A quem chama subservientemente de presidenta. (não é errado mas é incompreensível que todos, no Planalto, usem o A no final).

No escândalo de Pasadena, cujo sucesso abriu as portas para o assalto da quadrilha que tomou conta da empresa. Era membro do Conselho chefiado por Dona Dilma. Ela fez aquela afirmação “estrambolica”, “só assinei porque não tinha informação e o relatório era falho”.

Gerdau mudou duas vezes de rumo. Na primeira, “o Conselho não aprovou a compra”, na segunda uma reviravolta de 180 graus, confessou que aprovaram, Não foi chamado para depor em lugar algum, quem teria coragem, de chama-lo e interroga-lo?

Impune, intocado, inatingível e inatingido, fez vestibular para Ministro da Fazenda: “Se os empreiteiros forem punidos, o país vai parar, não haverá investimento". Dona Dilma não percebeu, aceitou a imposição de Levy, agora vetado pelos mesmos que descobriram e impuseram.

Deve tonar posse hoje ou amanhã, com ela a palavra mais certa, segura e garantida, é talvez. E para Levy esse TALVEZ pode ser usado de forma repetida.

Em relação á posse e ao tempo de permanência no cargo. Esse “factotum” de Arminio Fraga ou Henrique Meirelles, já entra em circulação com o prazo de validade vencido.

O pior agronegócio.

Quem indicou Dona Katia para a Agricultura? Se não fosse reconhecidamente reacionária, retrogada, representante já acusada de usar trabalho escravo das suas fazendas, poderia repetir ou copiar Gilberto Kassab.

Quando fundou se partido (que lhe deu  menos de cinco por cento para senador em SP), afirmou:  ”Não sou de esquerda, de centro ou de direita”.

Se for preso algum dia, (da mesma forma que Dona Katia) vai precisar de uma cela redonda. Sem representativa da sua confessada ausência de ideologia ou convicção.

Vários países preocupados com a lavagem de dinheiro do Brasil.

Desde 2010 a Suíça não remunera mais o dinheiro das contas numeradas. Usa esse dinheiro, investe, obtém lucros e entrega obras aos cidadãos, sem pagar coisa alguma a esse dinheiro, que pesquisas mostram que é roubado. 50 por cento dos “donos desses recursos”, aceitam a nova ordem. Qual a razão? A segurança que é total na Suíça.

Outros 50 por cento não concordaram, levaram o dinheiro para lugares que são reconhecidos como países, chamados sempre de “paraísos fiscais”. Ladrões e alem disso querem lucros, apesar da segurança ser muito mais precária.

Agora, até esses “receptadores” de roubo de empresas públicas, dão sinais de inquietação. A Holanda, (que é “paraíso fiscal”) um país de verdade que aceita depósitos estrangeiros, está mudando de comportamento.

E até já comunicou a Dona Graça, “funcionários da Petrobras, recebem propina de empresas corruptas". Conclusão: esse assalto á Petrobras vai provocar modificações nas remessas e nas aceitações de dinheiro roubado. Abre-se excelente expectativa. Os ladrões não poderão ficar com o dinheiro no Brasil e terão cada vez maiores dificuldades para aloja-los no exterior.

O dólar nosso de cada dia.

Exatamente há 15 dias, o dólar ultrapassou a "casa" de 2,60, chegou 2,61. Logo a Moodys veio a público: "Sua próxima ascensão será a 2,80". Economistas e arrogantes consultores começaram a falar em três reais.

Imediatamente escrevi, é facílimo verificar: "No momento não irá a 2,80 e muito menos a três reais. E pode vir a 2,50". Anteontem às 13:59 chegou a esses 2,50. Não tenho equipe, escritórios suntuosos, contatos fascinantes. Apenas conhecimento e total desinteresse.

Os "novos", "futuros" e "indecisos" ministros.

Aparecerem inesperadamente numa entrevista coletiva, que não foi nem entrevista nem coletiva. Os jornalistas não sabiam o que perguntar, todos queriam saber a mesma coisa. Na mesa estavam três personagens, mas Tombini ficou o tempo todo calado, não abriu a boca.

Arminio Fraga, perdão Joaquim Levy, começou naufragando: "desculpem, fui apanhado de surpresa, não trouxa o receituário". (Há mais de 15 dias no noticiário, e surpreendido? E falando em "receituário", é economista ou médico?)

Como a pergunta era frequente e recorrente, todo queriam saber que autonomia tinham para exercer os cargos? Henrique Meirelles, perdão, Joaquim Levy, não respondeu nada, Nelson Barbosa, sem constrangimento, afirmou: "Estou aqui para dar os parabéns ao novo Ministro da Fazenda".

Levy, aí como ele mesmo, não sabia nada. Chamou Tombini de "ministro". Em relação á data da posse de Dona Dilma; perguntou publicamente: "A presidente toma posse em janeiro?". Nelson Barbosa confirmou, "dia primeiro". E tudo terminou não havia quem perguntasse e os dois que estavam na mesa (Tombini não conta, nem olhava para os outros) já haviam deixado claro que não tinham mais nada para responder.

Os jornalistas incrédulos, também não estavam preparados. Quando Levy disse: "tomaremos posse com a presidente Dilma", podiam e deviam ter perguntado: " por que não agora?". Ou então: "E nesses 35 dias até primeiro de Janeiro, os senhores farão o quê?".Joaquim Levy não podia deixar de mostrar sua genialidade. Perguntaram sobre o tamanho do déficit primário e do que se deve ser economizado, respondeu quase se levantando: "Tem que ter o tamanho da realidade". Não apenas genial, mas também magistral.

(Isso aconteceu ontem, quinta feira, entre as 17 e 18 horas. Brasília está ás gargalhadas, círculos econômicos, grandes consultores, o Brasil todo. E não demora o mundo vai se pronunciar sobre o assunto. Uma tremenda crise econômica, e ministros surgindo do nada para afirmarem: "Dentro de 35 dias começaremos a trabalhar”. E Dona Dilma estará rindo também, ou achando que eles sairão do sério?)

PS- É mais fácil este repórter viver mais quatro anos, chegar aos 97, em 2018. Do que o governo de Dona Dilma resistir outros quatro anos, também até 2018.

PS2- Se ela resistir, o povo não resiste. Está ameaçada pelo próprio passado, o fracasso na economia, na administração, na omissão diante da corrupção, não sabia de nada.

PS3- Este repórter ha três anos e meio, foi atropelado violentamente por uma bicicleta que me jogou quase dentro da Lagoa.

PS4- E a seguir, no mesmo período, fui atingido profundamente pela morte de filhos, irmão, minha mulher. Triste, saudoso da ausência.

PS5- Se não fosse a traição do destino, estaria mais impávido e altaneiro do que o vazio da vida e da proteção de Dona Dilma, aos corruptos e corruptores.

PS6- Está bem não foi proteção e sim silêncio e omissão. Qual a diferença?


*Essa coluna não publicou matéria (ontem dia 27) devido problemas técnicos.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

*Titular: jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Agora com suas matérias exclusivas, e a participação de colunistas especialmente convidados. (NR)

A PERDA DE TEMPO NA ÀREA ECONOMICA, FALTA DE TEMPO NO MINISTÉRIO LAVA - JATO. EMPREITEIROS NÃO TÊM PRIVILÉGIOS.

HELIO FERNANDES
26.11.14

Faltam 35 dias para a posse, começo e não sabe que fim, do segundo mandato de Dona Dilma. Está ameaçada de governar a partir de 1º de janeiro, com os mesmos ministros que já foram notificados que não continuarão. O descalabro que teve início em 2010 ameaça se projetar para 2015.

Fez sacrifício, concedeu, mudou de estilo, mas restringiu os possíveis da área econômica para três nomes. Tombini jogado para lá e para cá, mantido no Banco central, levado ou elevado para Ministro. Da Fazenda, é da casa.

Tem contra ele os juros altos, que subirão mais. A inflação perigosa, que não vai parar de aumentar. O dólar que o governo queria em 1,80, já está quase em 2,60. Mas pode ser falado e convidado, nenhuma semelhança com os presos das empreiteiras.

Joaquim Levy surgiu da mesma fonte sedutora, o Bradesco. Imagine se o doutor Trabuco aceitasse, os dois podiam despachar do próprio Banco, vigiados, fiscalizados e aconselhados pelo inacreditável doutor (doutor mesmo) Lazaro Brandão. Quem lembrou e garantiu Levy sabia do péssimo relacionamento dele com a presidente, diziam: “Ela não nomeará Levy, prefere Arno Augustin”.

Acontece que ela viu que não tinha muitas opções, embora como os elefantes ela não esquece,  esqueceu. Só anunciado mas não indicado ou nomeado, aceitou. Aí veio o veto partindo das entranhas do PT, “o seu partido”.

Como não tinha muita segurança, tentou colocar uma rede de proteção, insistindo com Nelson Barbosa para o fragilíssimo Ministério do Planejamento. Não é o cargo de agora e sim o possível ou suposto do futuro. Se Levy não tomar posse ou entrar e logo sair. Arno Augustin que “fique queimando no inferno do Tesouro Nacional”.

Os Ministros civis ou altamente vulneráveis.

Aí a dificuldade aumenta, pode proximidade com a lava-jato. Como nomear possivelmente tendo logo que desnomear? Então lançando nomes, pratica o exercício do “se colocar, colou”.

A senadora Katia para o ministério da Agricultura, irritou até o seu partido de agora, o PMDB. E desenterraram acusações de antes, como exploração do trabalho escravo nas suas fazendas.

E o derrotadíssimo Armando Monteiro para o Desenvolvimento ou outro qualquer? No caso o PTB, sua legenda, satisfeitíssimo. Mas ele entrará na cota dos derrotados, depois de ter surgido na campanha com 47 por cento dos votos?

De Curitiba para o Supremo, talvez só mesmo em 2015.

Já disse varias vezes e não tenho uma linha a retirar: os presos e interrogados na lava-jato que têm foro privilegiado, terão que esperar muito tempo. O último trem de Berlin só sairá de Curitiba, quando não houver mais nada a interrogar, a perguntar e a registrar. Isso serve para deputados, senadores, ministros e ex-ministros. Em pânico estão, em pânico ficarão.

Impossível medir o tamanho desse pânico, somado com o pavor de não poderem ser nomeados para nada. Os partidos estão sendo ignorados, desdenhados e desacreditados.

Isso levou Dona Katia a ser convidada, sem que ninguém soubesse no PMDB. Nem o vice-presidente da República que acumula a presidência da legenda. A nomeação dela não ser um fato consumado, pode ser mais um descrédito para Dona Dilma.

Empreiteiros podem se transformar em réus.

Nenhum tem direito a julgamento especial. É possível que as empreiteiras sejam preservadas, mas os empreiteiros não. Devolverão tudo e pagarão com julgamentos severíssimos. Se não pagarem como corruptos haverá uma revolução nas ruas.

Quem se arriscará a defender, proteger e libertar esses ladrões que construíram a própria reputação?

O fracasso do “superávit” primário.

Nenhum país do mundo tem essa “economia” que rotulou com nome estranho e extravagante. A dívida está em dois trilhões. Como os juros são pagos (amortizados) pela Selic, teria que reter ou tirar da economia, 180 BILHÕES. O equilibrismo que sem arte e magia copia o “Cirque du Soleil” retirou 49 BILHÕES, SOBRARAM 111 bilhões.

Agora nova mágica sem nenhum talento, ressentimento, arrependimento ou constrangimento, reduz o total dos juros, 127 BILHÕES que diz ter investido no PAC e em desonerações de impostos. Assim não teria que amortizar coisa alguma. O que serviria como uma espécie de “salvação da lavoura” pois já está deficitária em 49 BILHÕES.

Alem de não ter atingido o suposto e presumido “superávit” que usa o apelido de “primário”, mesmo reduzido de 160 para 111 BILHÕES, quer submeter e fazer submergir mais ainda o Legislativo.

O que pretende Dona Dilma, nesse pedido de socorro ao Congresso? Que seja votado com urgência uma alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias, um dos fatos mais importantes para o Estado, para o país e não para o governo. O Congresso tem que resistir e não se render ao Executivo. Mas o que fazer se Dona Dilma por outro lado manda o recado: "Se não votarem não haverá troca-troca" como no primeiro mandato, que não termina, lamentável.

E para reforçar a intimidação e o cumprimento da exigência, Dona Dilma ameaça pessoalmente: "O próximo ministério terá 60% de técnicos, alguns ministros que permanecerão, sobrando poucos cargos para serem negociados".  O PT é o mais desconfortável, irritado e revoltado. 

Dona Dilma quer que esse estranho, esdrúxulo e extravagantemente superávit, fique em 10 BILHÕES, sobrarão para o desperdício, 150 BILHÕES. E os "credores"? Não reclamarão, colocam no total da dívida. Sabem que não encontrarão em nenhum lugar do mundo, juros de 11,25, que serão aumentados. É bem verdade, com FHC esses juros chegaram a 44%, Lula recebeu o governo com remuneração de 25%. Por esse ângulo, 11 ou 12, aceitável mas não compreensível. É o país que sangra em impostos e incompetência.

Ah! Prudente de Moraes, em 1897. Expulsou do seu gabinete, um Rotschild que pretendia renegociar a divida com juros atordoantes e amaldiçoados. Se Dona Dilma conhecesse Historia, eu diria: ela quer imitar Campos Salles, (sucessor de Prudente) que no ano de 1900 renegociou a divida. Lá mesmo em Londres, andando pela Old Bond Street, distrito financeiro da cidade, em carro aberto com os Rotschils, atendeu todas as ordens deles.

Voltou para o Brasil foi apedrejado no trem presidencial que parou em Silva Freire. Uma estação antes do Meyer. Dona Dilma vai no mesmo caminho, só não anda de trem, nem que seja o "trem bala", que hoje custaria 50 bilhões.

PS- Proibir pesquisas eleitorais ate 15 dias antes das eleições, é uma violência, rigorosamente inconstitucional, como toda violência. Esses Institutos erram muito, como aconteceu na ultima eleição. Não apenas presidencial, mas em muitos estados.

PS2- Chamei a atenção para o fato, critiquei abertamente e nominalmente, IBOPE e Datafolha. Isso não significa que pela proibição, exijam que eles acertem rigorosamente.

PS3- O que esses Institutos fazem pode ser chamado de pesquisa, levantamento, planejamento, não antecipação matemática de resultados. Se o objetivo fosse este, estariam substituindo a própria eleição.

PS4- Com a proibição, projetada por dois Poderes, Executivo e Legislativo, o terceiro Judiciário, não pode se omitir. Basta usar o badalado mas admirado, "é proibido proibir".








terça-feira, 25 de novembro de 2014


*Titular: jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Agora com suas matérias exclusivas, e a participação de colunistas especialmente convidados. (NR)

A GUERRA DILMA-PT COMEÇOU ANTES DO PREVISTO. SENADORES QUEREM MINISTÉRIOS, E SE ESTIVEREM INCLUÍDOS NA LAVA-JATO? ABREU E LIMA, DE 2 BILHÕES PARA 20, É MUITO. O EMPRESÁRIO GERDAU NÃO IRÁ DEPOR?

HELIO FERNANDES
25.11.14

Sem constrangimento ou ressentimento, Dona Dilma devia revelar o arrependimento de ter se candidatado á reeleição. Tivesse examinado a serio o tamanho da incompetência, pelo menos na administração e na economia, recusaria receber a maldita herança dela mesma.

Mas apesar de ter sido Ministra de Minas e Energia. Chefe da Casa Civil, por mais de 10 anos conselheira da Petrobras, Chefe desse Conselho, e “pulando” dai para a presidência da República, como poderia saber alguma coisa do assalto á Petrobras?

Como não sabe de coisa alguma, ignora tudo, não compreendeu os ataques embutidos nas demissões de Gilberto de Carvalho e de Dona Marta Suplicy S/A. Agora, fez as maiores concessões para aceitar Joaquim Levy como Ministro da Fazenda.

E antes dele ser confirmado, o PT despeja sobre ele (e lógico, sobre ela) as maiores dúvidas, restrições e condenações. Dona Dilma não precisa de quem a defenda e sim quem a aconselhe e proteja.

Não pode ser psicóloga, psicanalista, já está na angústia do psiquiatra. Mas no PT ninguém quer saber as diferenças. E o Lula ainda nem se manifestou sobre a posição do PT em relação ao Planalto.

Refinaria Abreu e Lima: custo, de 2 para 20 bilhões.

Consultei mestres de contabilidade que me serviam na Tribuna impressa, e já usei nos blogues. Há 15 dias fiz duas perguntas a eles. 1 – Uma obra orçada inicialmente em 2 bilhões, pode passar para 10 vezes mais, sem estar concluída? E as razões. 2 – Para ficar concluída, quanto mais será necessário gastar?

Descartaram expectativa para o futuro, não fazem previsão e sim cálculo. Em relação ao aumento do orçamento, usaram inicialmente duas palavras: “Assombroso. Inacreditável”. E decodificaram, esmiuçaram, devassaram tudo. Concluíram com exames profundos, isentos, descompromissados. Não vão aparecer, têm longo contato com o repórter, eu confio na competência deles, confiam no meu respeito pelo sigilo garantido.

Respostas, reduzidas e sumarizadas por mim, baseado nos exames rigorosamente detalhados. 1 – Dificilmente uma obra desse porte, cumpre orçamento inicial. 2 – Mas nunca viram o aumento dos 2 bilhões previstos para 20 bilhões já gastos.

3 – Foram generosos com as estimativas, examinando degrau por degrau, sem a intenção de condenar preventivamente. 4 – Consideraram de saída, que o dobro, quatro bilhões, seria razoável para o aumento da obra. 5 – Passaram para seis bilhões, avaliaram o tempo em que a obra ficou paralisada. Nem examinaram a razão da obra não ter continuado, como seria mais do que razoável.

6 – Demoraram, conversaram, decidiram e me disseram textual: “Não estabelecemos limite mínimo ou máximo, mas não podemos ser tão “pródigos na prodigalidade”, existe um teto mais do que razoável. Mesmo que por unanimidade, tenhamos concluído por um total mais do que inimaginável”.

7 – Esse total, que para mim também era insuspeitavel e continua sendo, ficou em “10 bilhões”. Portanto, cinco vezes o orçamento inicial, “o que foge totalmente da rotina”. 8 – Assim, aceitando esse total fantástico. Nem com toda a generosidade podem passar daí. O que leva á conclusão: pelo menos 10 BILHÕES é o tamanho do superfaturamento.

9 – Portanto quando a lava-jato chegar em Pernambuco, (e terá que chegar, haja o que houver), já podem partir de “propinas” gigantescas, no mínimo desses 10 bilhões da refinaria. Num total, só na Abreu e Lima, que é apregoada parra toda a corrupção dos corruptores empreiteiros.

10 - E como a lava-jato não investiga apenas escândalos da Petrobras, esperam obras elétricas, transporte, plataformas, infraestrutura, e mais e mais. Sempre as mesmas empresas.

O primeiro Duque da República.

Em todo Império só existiu um, Caxias. General aos 18 anos, Marechal aos 25, Duque aos 28. Agora surgiu um na Petrobras, muito diferente. Acusadíssimo, no ativo mais de 60 milhões. O discreto Sergio Moro, revelou: “Tem uma fortuna no exterior”.

Agora, como desculpa ou explicação, mostrou que recebeu 1 milhão e 600 mil reais, por consultoria a uma dessas empreiteiras. E o presidente da empresa, também preso, confirmou.

Vamos acreditar. Mas o dinheiro dessa consultoria, se multiplicou de tal maneira, que em dois anos aumentou 42 vezes. Esta a parte visível. E a invisível?

Agora aparece como tendo pagado 796 milhões indevidos, ás mesmas empreiteiras. Ele e mais dois personagens, presos com ele em Curitiba. Ninguém sabia de nada, só eles.

Na sexta feira mostrei que pretendia um ministério para que a mulher suplente, assumisse no Senado. Surgiram rumores de que não sendo nomeado, disputaria a prefeitura de Manaus. Não disputará, por dois motivos. 1- Tem compromisso com sua vice. derrotada, de apoiá-la em 2016.

2- Sabe que Artur Virgilio, o prefeito já candidato à reeleição, é invencível. Foi ele o grande vencedor, ganhando de Braga, de Lula e Dilma, que foram lá duas vezes para apoiá-lo.

Vital do Rego.

Espera ser Ministro de Estado desde outubro de 2013. Agora já aceitou o Tribunal de Contas que tem a vantagem de ficar até os 70 anos. Mas cometeu bobagem incrível: candidato a governador da Paraíba, teve 5% dos votos. Aliás sempre fez muita bobagem. Quando era jovem, tomou caminhos que não agradaram ao pai, rompeu com ele e com o avô.

O pai grande figura, extraordinário orador, era ligadíssimo ao pai, avô de Vital. Quando esse avô morreu, o pai passou a se vestir sempre de preto, até morrer. Vital não gosta de lembrar do episodio.

Eunicio de Oliveira e Renan.

Em Outubro de 2013, certíssimo para governador do Ceará, Dona Dilma convidou-o para Ministro, recusou sem qualquer resposta. O convite era para afasta-lo da disputa, pedido dos irmãos Gomes. Derrotado por um desconhecido quer ser ministro, o silencio agora é de Dona Dilma.

Antes de lava-jato, recorreria a Renan Calheiros, na época reeleitissimo na presidência do Senado. Hoje, é o futuro do próprio Renan, incerto e não sabido.

Seu “apadrinhado" Sergio Machado, não volta à Transpetro, e o próprio Renan considera que foi mais fácil ser Ministro da Justiça de FHC do que continuar na presidência do Senado mesmo com a aliança PMDB-PT, Dilma-Lula.

Gerdau, empresário livre, defende empresários presos. Não será chamado a depor?

É o corporativismo que se manifesta nos mais diversos círculos. E quase sempre não existe constrangimento, antes, nem arrependimento, depois. Vejam as declarações publicas dele: "Os empreiteiros presos na operação lava-jato, prejudicarão o país e atrasarão investimentos".

Esse senhor Gerdau que defende corruptores indefensáveis, é o mesmo que fazia parte do Conselho da Petrobras, em plena operação Pasadena. Onde deu prejuízos colossais à empresa.

Suas afirmações sobre a quadrilha que assaltou a empresa e começou tudo, arrasando e fazendo a Petrobras naufragar, foram sempre diversas, controversas e contraditórias. Disse que o Conselho jamais havia examinado a compra amaldiçoada e prejudicial da refinaria de Pasadena. Depois desmentiu tudo.

Seu comportamento está no mesmo patamar de desconfiança de Dona Dilma. Declaração pública dele, confirmada varias vezes: “Só assinei a compra da refinaria da Pasadena, porque não existiam informações". A CPI devia convocar esse empresário Gerdau para depor, já que Dona Dilma não pode ir, "não sabe de nada".

PS- Dois cidadãos acima de qualquer suspeita, ganharam na mega-sena, 70 milhões cada um. E não precisavam devolver nada á Petrobras.

PS2- O gerentezinho da Petrobras, sem idoneidade, credibilidade ou hierarquia, depois do assalto à empresa, preso devolveu logo 252 milhões.


PS3- Mas sobrou muito. Ele, o Duque e outro gerente menor, mandaram "pagar, por fora" 796 milhões. Por que se arriscar na mega-sena, enfrentar filas gigantescas?

Judiciário arrasado e no descrédito da sociedade

 (...) Em 2012 a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), realizou uma pesquisa com 1.700 entrevistados, e o resultado classificou o Judiciário no 5º lugar quanto ao grau de confiança da população, recebendo 39% dos votos.

ROBERTO MONTEIRO PINHO

   Pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas - FGV (com 7,1 mil pessoas, concluída em abril/14) para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou profunda desconfiança dos brasileiros nas instituições públicas. De acordo com o resultado, 81% acham que é “fácil” desobedecer às leis. A imagem da Justiça brasileira (32% de confiança) está arrasada. Sua morosidade enerva essa descrença. A confiança na polícia fica um ponto porcentual acima (33%). Para 57% da população “há poucos motivos para seguir as leis do Brasil”, segundo o levantamento da pesquisa.

   O fato é que a certeza da norma, do castigo e do direito encontra-se em profunda crise na sociedade brasileira. Sem sair dessa crise não se pode traçar um futuro promissor para o Brasil (que se constitui uma das democracias mais corruptas de toda América Latina), concluiu o relatório.

   É bom lembrar que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), divulgou no inicio deste ano dados do relatório do judiciário em 2013, que apontava a existência de 92 milhões de ações em tramitação. Recente o CNJ trouxe uma nova realidade, divulgando novos números, indicando 95,14 milhões de ações e, confirmando que 83% são de ações públicas. Lembrando Montesquieu, “A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos”, aqui a sociedade está sendo massacrada pela incompetência do Estado, que é data venia, o maior beneficiário da justiça, onde posterga prazos, direitos e por isso enfraquece o Poder causando grave dano a segurança jurídica.

   No campo material, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a média é de 2.919 processos por juiz - mais de sete vezes o recomendado pela ONU. Além disso, há um acúmulo de 13.610 processos para cada magistrado, o que consumiria 34 anos para concluir a apreciação desse passivo. 

   Recente a economista e pesquisadora Luciana Gross Cunha (FGV), fazendo coro com este colunista, também tem sido contundente com o comportamento do judiciário. Para ela: “É mentira que falta orçamento. Comparativamente, nosso Judiciário é caríssimo e é o único do mundo que tem previsão orçamentária em lei. Ainda que o Legislativo e o Executivo tenham de aprovar esse orçamento, o espaço de negociação é muito pequeno, porque se tem um teto de 6% do PIB estadual.

   Para os Judiciários estaduais isso é muito dinheiro. O Judiciário de São Paulo tinha, em 2004, 58 mil servidores. (...) Nos Estados Unidos, a gente tem uma técnica de gerenciamento do processo pelo juiz. Ele tem uma equipe de assessores que são profissionais, remunerados e reconhecidos. Normalmente são jovens, bacharéis em Direito, que passam pelos tribunais, até para poder ter experiência jurídica, mas são cobrados. Enfim, é um trabalho meritocrático (...)”.

Quando se fala em problema, em crise no Judiciário, não são reformas constitucionais que resolvem, nem reformas processuais, é choque de gestão pública. O Judiciário ainda não percebeu que não dá para voltar atrás e ficar com o discurso de que não é prestador de serviço porque é um poder do Estado”, - assinala.

     Não existe pior decepção para a sociedade, do que a perda da confiança nas instituições que compõe o universo de proteção ao direito. Como se não bastassem às agruras sofridas com as justiças: criminal, civil, e a eleitoral, temos o quadro caótico, de uma justiça laboral herege e divorciada da classe trabalhadora do país. O quadro se acentuou a partir de 2003. Em 2012 a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), realizou uma pesquisa com 1.700 entrevistados, e o resultado classificou o Judiciário no 5º lugar quanto ao grau de confiança da população, recebendo 39% dos votos.

   O Poder está à frente do Ministério Público (37%) e do Congresso Nacional (34%) na preferência popular. As três instituições apontadas como mais confiáveis pelo público são: a Igreja (74%), Imprensa (60%) e a Presidência da República (58%). Apesar das ponderações dos integrantes do judiciário na época, a situação em 2011 se tornou caótica.
     Na verdade não só os dirigentes, mas também os juízes do trabalho há muito estão alheios a política de relações os demandantes, com isso estabelecendo o isolamento, sem interação com a sociedade civil, no campo material e do direito. O resultado desta anomalia, fez com que a justiça laboral, mergulhasse nas trevas do direito escrito, num sinuoso desvio dos seus mais elementares princípios que regem a estabilidade das relações do capital/trabalho, cerne do trabalhismo.

   De Fato a JT deixou de atender a expectativa do trabalhador que compulsoriamente utiliza esta especializada, na esperança de ver seus direitos resgatados das mãos do empregador na maioria dos casos relapso.  Com isso o mau empregador, se beneficia das nulidades criadas nas decisões conflitantes dos textos alienígenas que compõe as sentenças trabalhistas. Avessos ao qualquer tipo de comando do Estado, a magistratura trabalhista, atua com liberdade, e dela tem feito danoso uso. E no conjunto, (o que refuto seja muito grave) podemos observar que no próprio habitat dos juízes, a cordialidade e a harmonia, praticamente inexiste.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

*Titular: jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Agora com suas matérias exclusivas, e a participação de colunistas especialmente convidados. (NR)

1 – MULTAS BILIARDARIAS? SIM.
2 - DEVOLUÇÃO DO EXCESSO RECEBIDO? SIM.
3 – REEXAME DOS PEÇOS COBRADOS? SIM.
4 - FIRMAS CONSIDERADAS INIDONEAS? NÃO.
5 – ACIONISTAS, INIDÔNEOS? SIM.

HELIO FERNANDES
24.11.14

Esse maravilhoso episódio de investigação que se chamou de lava-jato, não tem como objetivo santificar ou acreditar que haverá reforma da humanidade. Mas combater efetivamente a corrupção e preservar os dinheiros do cidadão-contribuinte-eleitor. Só que isso tem quer ser feito com inteligência, competência e sem imprudência.

Não pode existir espírito de vingança, ninguém encontrará recomendação como essa em algum manual de administração ou de punição pela corrupção. O melhor caminho ou o único: atingir as fortunas pessoais e empresariais, receber tudo o que foi roubado, (a palavra é essa). E tirar do mercado, das licitações e dos contratos com o poder público, esses ladrões do dinheiro da comunidade.

Digamos que nunca se roubou tão pouco, como disse rigorosamente verdadeiro Ricardo Semler. Professor de Harvard e do MIT, de Massachusetts, e também empresário. E confessou: “Nossa empresa deixou de vender equipamentos para a Petrobras, desde os anos 70. Era impossível vender diretamente sem propina”. Textual, da própria fonte, altamente respeitável.

Admitamos que a corrupção seja invencível, e também que o advogado de um dos empreiteiros presos, não esteja mentindo nem camuflando quando afirma: “Sem propina, ninguém coloca um paralelepípedo no chão”.

É lógico que existem exceções, raríssimas. Mas nesse caso da quadrilha que assaltou a Petrobras, o que deixa a todos perplexos, não é o uso e abuso da corrupção, e sim o silencio e a extensão de personagens não em torno da palavra e sim da ação e da comissão. (Rebaixada pejorativamente para propina).

Durante pelo menos 15 anos, todos se “locupletaram”. A palavra foi inventada pelo poeta Augusto dos Anjos, e popularizada pelo extraordinário Sergio Porto, quando usou o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta.

Essa quadrilha que assaltou a Petrobras, era enorme, grande e com tantos personagens importantes, invadiram os mais diversos setores, que a pergunta é inevitável: como conseguiram o silêncio, a omissão e a cumplicidade-impunidade dos que dominavam a República “Mas não sabiam de nada”?.

Temos que fazer o que se faz no mundo inteiro. Multas astronômicas para os corruptos e corruptores. Alem dessas punições para não serem processados criminalmente, devolução de tudo o que foi recebido a mais. E esses presidentes, diretores e até acionistas majoritários, fora das empresas e do mercado.

As empresas continuam no mercado, vigiadissimas, Esses sócios ladrões não podem nem frequentar as próprias (?) empreiteiras. Nem dar ordens por celulares, mensagens, intermediários, tudo viagiadissimo.

E que aparecerá imediatamente com a simples quebra de sigilo. Lógico, com outros executivos, as empresas continuam, contratando serviços por preços rigorosamente aceitáveis, sem ADITIVOS.

 ão querendo ir muito longe, (as investigações irão) basta colocar a posição e a confissão de um simples gerente da Petrobras, sem maior alcance, sem prerrogativas ou hierarquia. Preso, “entregou” 100 milhões de dólares que naquele momento valia 252 milhões.

Diante de tanto desprendimento e generosidade financeira, a pergunta pode ser inócua ou inútil, mas tem que ser feita: diante de 100 milhões de dólares entregues, quanto sobrou para o gerente financiar sua própria velhice desamparada?

PS- Não custa lembrar o que escrevi há 20 anos. O gerente de uma obra, ás duas da madrugada telefonou para a casa do dono da empreiteira: “Doutor, desculpe, mas houve um deslizamento de terra, dois funcionários morreram soterrados”.

PS2- Sem nenhuma pergunta, o dono protestou: “Desligamento de terra não, de pedra”. È que pelo trabalho, os funcionários podiam morrer SOTERRADOS. Mas pelo pagamento que recebia, tinham que morrer EMPEDRADOS. Serviço naturalmente mais caro e o que estava contratado. Depois mandou sepultar os funcionários á custa da empresa, afinal não tinha coração de pedra.

Ministro da Fazenda

Há 15 dias quando começaram a falar em Trabuco para esse cargo, escrevi aqui, sem nenhuma duvida: "Não aceitará e o próprio Bradesco não deixará que aceite". Ministro da Fazenda recebe pouco mais de 30 mil por mês, sujeito a 27,5 descontando na fonte.

No Bradesco é o que quiser mensalmente, sem falar no elevadíssimo bônus de fim de ano, polêmico no mundo inteiro. E sem nenhuma restrição, posso afirmar: "O cargo não interessa ao Bradesco, não pode se aproveitar". Ficando sem o cargo, obtêm mais vantagens, privilégios e aumento de juros, do que exercendo (?) o Ministério da Fazenda.

E existe outra razão para a recusa. O cargo de Ministro da Fazenda é incerto, inseguro e imprevisível em matéria de duração. Pode ficar quatro anos ou quatro meses, ser demitido sem indenização. No Bradesco, Trabuco ainda tem uma promoção, visível para Presidente do Conselho.

A novela dos nomes

Nos primeiros capítulos, Trabuco apareceu como preferido. Pelas razões explicadas aí em cima, (repetidas, já falei muito antes) recusado por ele mesmo. Surgiu então Arminio Fraga, perdão Henrique Meirelles, ofuscado pela própria arrogância.

Desorientada, Dona Dilma chegou a imaginar o medíocre Luciano Coutinho, do BNDS ou o economista Belluzzo, que frequenta o Planalto. Presidente, rebaixou até o Palmeiras, como iria elevar a economia?

Apareceu então, não se sabe de onde, o nome de Joaquim Levy. Chegou a surpreender dezenas de consultores, quase todos vulgares e rotineiros, com exceção de um, competente e até com nome poético: "Casa das Garças". Logo foi lembrado que Levy teve divergências, rusgas e até troca de palavras inamistosas com Dona Dilma, no primeiro governo Lula.

Vetado por muitos, recebido em silêncio por outros, se consolidou pela ausência de nomes. Ficou. Junto com o Tombini. Esse lançado por Dilma como Ministro da Fazenda ou para permanecer no Banco Central, como se os requisitos fossem os mesmos para os dois cargos. Que agora são três.

Mesmo dependendo de Dona Dilma, os dois participarão do segundo governo, mas a fixação vai esperar ainda algum tempo. A presidente só pode nomear quem esteja bem longe do assalto ao trem pagador, quer dizer, a Petrobras.

Chamou Nelson Barbosa, que era uma das opções para a Fazenda e convidou-o para o Planejamento, que não vale coisa alguma, ninguém planeja nada. Mas fica como substituto eventual de Levy, se este for mesmo para a Fazenda e não para o Banco Central. Que fim de primeiro governo perplexo até para ela. E do segundo que não começa. Apesar do avanço da tecnologia, Curitiba é muito longe.

A presidente da Petrobras: incompetente e sem graça

Em liberdade mas presa a contradições, omissões, até esquecimentos. A justiça da Holanda fez acordo bilionário com uma empresa corrupta que pagou para não ser processada criminalmente. Comunicaram a ela, diretamente, "que funcionários da Petrobras haviam sido citados como tendo recebido propinas".

Ela não se lembrou, não sabe nem se conversou sobre o assunto com Dona Dilma. São tão amigas não falando com a presidente, permite que ela continue dizendo, "não sei de coisa alguma". Agora, surpreendentemente, Dona Graça confessa publicamente que "foi alertada pela justiça da Holanda", está sem memória.

De qualquer maneira, ninguém sabe até quando Dona Graça ficará na presidência, mas na comunidade, ninguém esta achando graça. Há 15 dias reconheci: nomear um Ministro da Fazenda, não é problema, mas para a presidência da Petrobras, como encontrar alguém?