Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018


A PESQUISA DO IBOPE, E O PROTESTO
DESABAFO DO VICE GENERAL MOURÃO, INDEPENDENTE E DURO

HELIO FERNANDES

Na campanha, esse Instituto sempre favoreceu Bolsonaro. Ao contrario
do Datafolha,  que  sem exceção, mostrava números divergentes , embora
não destruidores para o capitão da reserva, que agora, 41 anos depois,
exibe sua retardada "paixão" militar.

(Sua turma em Agulhas Negras é de 1977, está toda na reserva, pela
idade ou falta de promoção. Alguns ou muitos estão cercando o
presidente eleito,  numa espécie de reminiscência no tempo. Ou até uma
forma de ofuscar ou silenciar o general, vice presidente eleito).

Mourão, que surgiu no noticiário, "pedindo intervenção militar", sabe
que está cercado por generais para vigiá-lo e controlá-lo, se for
necessário. Mas usa a realidade. Todos podem ser demitidos, ele foi
eleito. E na primeira oportunidade, mostrou, "estou aqui". E anteontem,
criticou Bolsonaro publicamente, afirmando, a respeito do escândalo
que atinge a família, e que está sendo investigado pela
COAF: "Bolsonaro custou a se manifestar e a se explicar".

O general vice, sabe que o segundo homem da Republica é ele e não
Moro. Este já disse que prestigiará a"COAF, que prestou grandes
serviços ao país". Se o fizer, o então já presidente Bolsonaro não
gostará. Se não o fizer, pode ser pressionado pelo vice, que está mais
perto da presidência do que o antigo  magistrado, dentro de 15 dias,
ministro de dois ministérios  importantes e recebidos como
recompensa. Nada mais do que isso.

Moro não tem nenhuma chance de ser presidente, nos próximos 4 anos. A
partir de um acordo apenas imaginário com Bolsonaro, ser vice para uma
possível sucessão em 2026. Muito tempo, muita imaginação, muita
adivinhação. Mourão está muito mais perto de assumir, interinamente.

E até acreditar na Historia da Republica, que tem quase tantos vices
que assumiram, do que presidentes que terminaram o mandato.

PS- Daí a falta de credibilidade da pesquisa do IBOPE, fechada ha 15
dias: "Bolsonaro tem 75 por cento de chances de estar no caminho
 
UM FATO HISTÓRICO DO PODER DO VICE
 
Existem vários casos, vou lembrar apenas o que aconteceu com o
presidente Prudente, grande figura, o primeiro  civil que assumiu. Ele
sucedia o Marechal Floriano, vice de Deodoro, que com 8 meses derrubou
o presidente. Ficou no cargo até o fim, contrariando a Constituição.
 
Prudente assumiu em março de 1895, em meados de 1896 teve que fazer
uma cirurgia, considerada grave.
 
Assumiu o vice da Bahia, que imediatamente se projetou de forma
espetacular. Substituiu todos os ministros. Logo depois da posse,
comprou o Palácio do Catete. O presidente trabalhava e morava no
belíssimo Palácio Itamaraty, perto da Praça da Republica.(Mais tarde
sede do ministério do Exterior, a carreira diplomática até hoje é
lembrada como Itamaraty).
 
Prudente se salvou, mas teve que ficar em longa recuperação em
Petrópolis. Ainda não havia estrada, a ligação com o Rio era feita de
trem. Um dia, Prudente pegou um trem, foi pela primeira vez ao Catete,
chamou um continuo,ordenou,textual: "Diga ao senhor vice que eu já
reassumi".
 
Ficou até o fim do mandato, enfrentando a tremenda Guerra de Canudos.
Militares destruíram Antonio Conselheiro e toda a população.
 
PS- Só um morador escapou, chegou ao Rio de janeiro. Entrou pela rua
do Ouvidor, deu de cara com aqueles morros enormes e vazios.
 
PS2- Fez um barraco, chamou de FAVELA. Era o nome de um morro, onde os
militares, em Canudos, apoiavam seus canhões.
 
PS3- Mas isso é outra Historia, as favelas estão aí mesmo. Tormento. Que
poderia ser solução.
 
PS4- Quanto á sucessão, provisória ou não, Mourão tem mais chance do
que Moro. Só que não confio em nenhum dos TRES
 
A FAMÍLIA BOLSONARO DEFENDE DITADORES
 
O presidente eleito, ideologicamente alem da extrema direita, tem um
passado acima de qualquer duvida. Sempre tido como nazista, fascista,
racista, oportunista, com torturadores como ídolo, plantou a infâmia 
e o desprezo, na própria família. Agora, o deputado (por ser filho) 
Eduardo, elogiou os tempos do Chile da ditadura Pinochet. "Ele 
impediu que o Chile se transformasse numa nova Cuba".
 
È a sua opinião, contra os fatos, pelo menos devia ver o filme,
"Desaparecido",  para não se expor tão melancolicamente. O filme mostra
o belo estádio construído para a Copa de 62, transformado em prisão e
Câmara de tortura para milhares de chilenos. Respeitemos, é a sua
convicção(?), pensamento(?)  e raciocínio (?).
 
Mas concluindo, defende textual e burramente: " CUBA DEVIA SER JULGADA
NO BRASIL". Que a família seja contra a democracia e a liberdade de
expressão, aprenderam em casa. Mas tentar transformar o Brasil em
tribunal de julgamento do mundo, é insensato e arriscado demais.
 
Se potencias militares e nucleares, como EUA, China, Rússia ou algum
país da UE, não concordar com o que acontece ou está caminhando para
acontecer no Brasil?
 
Não admitimos INTERVENÇÃO nem GUERRA CIVIL.
 
PRIMEIRA PÁGINA DO GLOBO: BOLSONARO, TEMER, MARCELA
 
O fotografo Marcelo Régua, merecia um premio especial. No batismo do
submarino Riachuelo,enquadrou o presidente eleito e o presidente
corrupto e usurpador, numa espantosa expressão de ódio e hostilidade.
Bolsonaro, que está sempre rindo,olhava para o outro com tal
violência, que a impressão ou explicação era visível. Ele lamentava o
fato de não ser o personagem principal, e  sua mulher a madrinha do
submarino, como prometera.
 
Sua reação amaldiçoada tinha uma origem: o lançamento estava marcado
para 15 de janeiro.O presidente corrupto e  usurpador, antecipou,
precisava fazer media com a Marcela.
 
Saiu no sábado, não consegui publicar. È a foto do ano. A posição do
Temer, sem olhar sequer para o lado de Bolsonaro, um portento.




DOIS FORAGIDOS, COM MEDO DO PASSADO E DO FUTURO
 
O presente de João de Deus e Battisti é assustador. Por isso
desapareceram. O médium que se apresentava como enviado de Deus (que
adotou como sobrenome), não tinha constrangimento de usar a religião e
o que chamava de "missão espiritual", para facilitar a pratica e a
voragem do abuso sexual.
 
Que com mais de 300 denuncias detalhadas minuciosamente, é impossível
de ser alguma ação premeditada  e planejada contra ele.´
 
O país e agora o mundo, acompanham o desvendamento da comprovada
carreira nojenta, criminosa  e de enriquecimento, que já dura 41
anos. No momento, o importante, é saber, "onde está João de Deus?".
 
Riquissimo, vem sendo procurado em propriedades em 6 estados. E
qual a razão de ter sacado 35 milhões do banco?
 
A semana começou e terminou, com seu advogado, garantindo: "Meu cliente
vai se entregar".
 
O segundo foragido está sendo procurado por motivos diferentes.
Condenado á prisão perpetua ha 30 anos, a Itália tem todo o direito de
pedir a extradição. Não só por motivos legais, mas pela frustração de
ter sido enganado por ele durante tanto tempo.
 
Battisti pode ser preso a qualquer momento. No entanto, nenhuma surpresa
que esteja em liberdade em outro país.
 
JOÃO DE DEUS EM VÍDEO
 
Gravado antecipadamente, 1 hora depois de ser preso: "Me entrego á
Justiça Divina e á justiça da terra"
 
JOÃO DE DEUS: RUMORES E FATOS
 
Assim que o médium chegou á policia central, começou a circular um
possível  acordo. Não acredito mas tenho que publicar.
 
1-Confessaria uma parte, com restrições e justificativas.
 
2-Negaria tudo em relação á filha, vitima de drogas.
 
3-Assumiria o compromisso de abandonar a atividade espiritual, fechar
o Centro Inácio Loyolla. Até se mudaria de Goiás.
 
 Agora, fatos ocorridos perto das 19 horas. Falando logo depois da
prisão, seu  advogado  se manifestou publicamente: " Meu cliente nega
todas  as  acusações. Com o tempo, provaremos que ele é inocente"
 
PARABÉNS, MONICA BERGAMO
 
Quando João de Deus foi preso no local previamente marcado, os
policiais se  surpreenderam. Dentro do carro com ele, uma mulher que
não parava  de fotografar. Era a jornalista, numa de suas mágicas de
informação. Depois passou a escrever e a revelar fatos. Jornalismo é
isso.



ANÁLISE & POLÍTICA 
ROBERTO MONTEIRO PINHO

Governo vai extinguir a Justiça do Trabalho

Está a caminho, os instrumentos legais necessários para extinguir a enfadonha justiça trabalhista. Neste sentido a equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro, já tem as linhas do documento que promoverá sua extinção já no seu primeiro ano de governo.

A justiça federal é dividida em justiça do trabalho e federal propriamente dita. Logo, milhares de municípios de Brasil convivem com mais de um foro federal e outro trabalhista, cada um deles com seu quadros e custos. Os orçamentos da justiça federal e do trabalho são distintos e muitos trabalhos são duplicados. Contudo, os sindicatos de servidores é o mesmo.

Ilha da fantasia...

O direito destes já é unificado como servidores públicos federais. Tanto a justiça do trabalho quanto a federal julgam casos de acidente de trabalho, executam dívidas fiscais e previdenciárias. O paralelismo destas estruturas, seja de manutenção, seja de administração de pessoal e administrativa de primeiro e segundo graus, E muito onerosa ao estado.

No mundo civilizado essa divisão dentro de um mesmo poder é rara. Em geral, só existem duas justiças. A justiça comum, estadual (para tratar das questões civis e penais etc) e a justiça especilizada, federal, dívidida em varas de acordo com suas especializacão. O problema remonta às origens da justiça do trabalho e a participação de juizes classistas, que já foi extinta. Hoje, nada justifica a separação da justiça do trabalho e da justiça federal.

Prefeituras na falência...

Em crise financeira, as cidades brasileiras estão com dificuldade para pagar fornecedores e até mesmo para quitar em dia as folhas de pagamento de dezembro e o décimo terceiro salário dos servidores, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) de acordo com informações do ‘Estadão/Broadcast’.
Os seis milhões de funcionários municipais teriam R$ 22,8 bilhões para receber neste fim de ano com o décimo terceiro salário.
Sem dinheiro
No entanto, entre as prefeituras que optaram por pagar a gratificação em uma só parcela, 186 (7,9%) admitem que vão atrasar o repasse. E outras 190 (8,9%), das que parcelaram o pagamento, reconhecem que não terão recursos para depositar a segunda parcela no dia 20 de dezembro, como manda a lei. A CNM ouviu 4.559 dos 5,6 mil municípios.
O atraso no 13.º é apenas uma das consequências da grave situação financeira das cidades. Metade dos municípios tem dívidas com fornecedores, e 15,5% dos prefeitos sabem desde já que não poderão pagar em dia os salários de dezembro. Ao todo, 1.444 cidades (31,7% dos municípios ouvidos na pesquisa) reconhecem que terão dificuldades para equilibrar as finanças neste ano. A situação dos municípios é semelhante à dos Estados. 
Governo vai acabar com a estabilidade do servidor público
Para o futuro secretário geral-adjunto do Ministério do Planejamento, Esteves Colnago a, "Estabilidade não é uma clausula pétrea. Permite caminhar para algum tipo de flexibilização e regulamentar em lei", defendeu. "Poderia regulamentar isso (processo de demissão de um servidor público) de forma mais clara em uma lei. Temos a ideia que sempre existiu, mas a gente precisa sair do plano de ideias e ir para o plano de ação".

A flexibilização da estabilidade do servidor público, na verdade, seria apenas uma das medidas que compõe uma grande reforma administrativa proposta pelo Planejamento. Em conjunto com as reformas da Previdência e tributária, segundo Colnago, a reforma administrativa seria importante para alavancar o crescimento da economia nos próximos anos.

Equipe de transição aprova

No documento encaminhado à equipe de transição do governo eleito, o Ministério do Planejamento diz que estuda uma forma de aprimorar os instrumentos de gestão e avaliação de desempenho desses servidores instituídos pela lei nº 7.133 de 19 de março de 2010. Colnago explicou,

Durante a conversa com os jornalistas, o ministro também enumerou alguns dos problemas do atual sistema de avaliação de desempenho dos servidores. Para Colnago, como são atribuídas notas máximas a todos os funcionários, sua realização apenas cumpre uma formalidade legal. O futuro secretário-adjunto também criticou a falta de meritocracia nas promoções e nas progressões funcionais. 

Carreiras diminuem...

Outra proposta do ministro para o governo Bolsonaro é a redução do número de carreiras no serviço público, que passariam das atuais 309 para cerca de 20 (ou até menos que isso). "A ideia é que você crie nessas novas carreiras um salário de entrada mais próximo do que a iniciativa privada paga, de R$ 5 mil a R$ 7 mil. O salário final seria parecido com o que temos hoje, de R$ 24 mil a R$ 25 mil", explicou.

Colnago também sugere alterar a metodologia do chamado "estágio probatório" para entrar no serviço público. A medida, de acordo com o ministro, serviria para saber se quem passou na prova está capacitado a trabalhar em equipe. "O estágio probatório perdeu a capacidade de ver quem se destaca. Usos e costumes levam a que a grande maioria entre no serviço publico", completou.

A máfia do SUS

Um suposto esquema envolvendo médicos e servidores públicos que cobravam de pacientes para furar a fila Sistema Único de Saúde (SUS) entrou na mira do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná no dia 10 de dezembro.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o grupo cobrava entre R$ 2 mil e R$ 8 mil de cada paciente. Um dos alvos da Operação Mustela, deflagrada contra o esquema, foi o gabinete do deputado estadual Ademir Bier (PSD), que não foi reeleito para a próxima legislatura.
Assessor parlamentar intermediava
Segundo as investigações, pacientes que necessitavam de procedimentos cirúrgicos urgentes faziam contato com um assessor do parlamentar, Paulo de Morais. Conhecido como Paulinho, ele era o responsável por intermediar as conversas com os médicos.
O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná expediu 12 mandados de prisão temporária e 44 ordens de busca e apreensão. As ordens de prisão temporária incluem, entre os alvos, dois médicos, assessores, secretárias e intermediadores.
63,1 de brasileiros estão com CPF negativados

Mais de 63 milhões de brasileiros estão com o nome sujo atualmente, de acordo com um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e divulgado no dia 10 de dezembro.

No final de novembro de 2018, foram contabilizados 63,1 milhões de inadimplentes no País.  Segundo a pesquisa, esse número representa uma alta de 6,03% em relação ao mesmo período do ano passado e também o maior volume de pessoas com nome sujo para um mês de novembro desde 2011, quando o crescimento dos endividados foi de 8,10%. 

De acordo com a CNDL e o SPC, mesmo com o alto número de 63,1 milhões de brasileiros com o CPF negativado em virtude de atrasos no pagamento de contas, o valor ainda é inferior ao número recorde de inadimplência, atingido em junho deste ano, quando 63,6 milhões de pessoas estavam endividadas.

 Faixa etária

Quando estudada por idade, a inadimplência só apresentou queda entre a população mais jovem: caiu 22,3% entre os devedores de 18 a 24 anos e 4% entre os de 25 a 29 anos.  Entre as pessoas mais velhas, no entanto, o número de negativados aumentou. Foram 11,8% de pessoas com idade entre 65 e 84 anos a mais entre os endividados. Outras faixas etárias também sofreram altas: 8,5% para os 50 aos 64 anos, 7,7% entre os acima de 85 anos e aumento de 7,1% para a população dos 40 aos 49 anos.

O levantamento também divulgou o número de endividados por região. Considerando as cinco regiões do Brasil, apenas o Centro-Oeste apresentou recuo de 2,7%. A maior alta na inadimplência ficou com o Sudeste, que ficou com liderança isolada em 12,5%. No Sul, a alta foi de 2,1%, seguido do Nordeste (1,6%) e do Norte (1,4%).

Espanha lidera o ranking dos maiores salários mínimo

O salário mínimo espanhol será de 1.050 euros em 2019, o equivalente a R$ 4.650. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (12) pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, no Congresso em Madrid. Atualmente, o salário mínimo em vigor no país é de 858 euros. Na comparação de 2018 com 2019, o aumento será de 22%, "o maior (aumento já efetuado) desde 1977", de acordo com Sánchez.

Segundo o primeiro-ministro,  a justificativa para a alta no valor é uma só: "um país rico não pode ter trabalhadores pobres", afirmou. Com o aumento, Pedro Sanchez visa dar início às medidas prometidas em seu projeto de orçamento para o ano que vem, ainda não aprovado no Parlamento.

De acordo com o projeto de orçamento para 2019, que foi divulgado pela equipe do primeiro-ministro em outubro, a alta no salário mínimo deve custar cerca de 340 milhões de euros à Espanha.

Salário mínimo brasileiro

Atualmente, o salário mínimo brasileiro é de R$ 954. Para 2019, a previsão é de que o valor, ultrapasse a previsão de R$ 1.006,  segundo informações do atual ministro do Planejamento, Esteves Colnago.

Válida até o fim de 2019, a regra atual de reajuste do salário mínimo, feita com base na inflação dos 12 meses anteriores pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mais a variação do PIB de dois anos antes, é assunto controverso na política. 
Bolsonaro...
Durante sua campanha, Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que poderia mantê-la caso não haja outra melhor para substiuí-la. "Tem uma (regra) que está em vigor e pode ser renovada. Quando não se tem uma nova proposta, não tem que inventar nada", disse o presidente eleito quando ainda era candidato.
Impacto nas contas
O Ministério da Fazenda, porém, discorda. Em relatório publicado na última quarta-feira (5), a pasta sugere que a política atual seja revista, uma vez que cada real de alta no salário mínimo aumenta os gastos da União em R$ 304 milhões. Para a pasta, é necessário tornar a remuneração compatível com os salários do setor privado e o aperto nas contas públicas.


domingo, 16 de dezembro de 2018


Metas do CNJ para 2019 não serão atingidas
(...) Recente o ministro Ricardo Lewandowski ouviu de um advogado que o “Supremo é uma vergonha”, o ministro reagiu, e mandou prender o cidadão. O mesmo ministro, pouco antes, em meio de discussões sobre a seriedade de que essa Corte Superior maneja suas decisões, declarou: “o Judiciário não tem medo da transparência”.
ROBERTO MONTEIRO PINHO                              
A Justiça do Trabalho deve estagnar suas demandas em torno de 20 milhões de ações. Já o judiciário como um todo atingirá em 2020 120 milhões de demandas. Essa é a previsão do Conselho Nacional de Justiça – CNJ e de técnicos do governo, que temem pela avalanche de ações, “cada vez mais sem solução”. É “a nova demanda chegando pelo elevador e o judiciário subindo pela escada” – comentou a fonte.

Em 2014 publiquei a obra Justiça Trabalhista do Brasil – “o fenômeno social agoniza” (editora Topbooks). Hoje o livro está sendo vendido na maior nação do planeta a China. No texto apontei as dificuldades que se avizinhavam.

De fato o judiciário está no caos total, desmoralizado perante a opinião pública, até mesmo por episódios protagonizados pelos ministros do STF.

No seu conteúdo centenas de mazelas dessa justiça laboral devidamente instruída com informações pontuais e concisas. Daí, talvez o interesse do chinês em conhecer nossa justiça pró-empregado.

Em março deste ano o CNJ, convidou a magistratura para participar de uma enquete, com objetivo de colher subsídios e assim protagonizar a “melhora da casa”, será deste ponto que o órgão vai estabelecer as metas do judiciário para 2019.

A proposta do Conselho Nacional de Justiça foi criar canais de consulta sobre a elaboração de metas nacionais fixadas anualmente ao Poder Judiciário. De acordo com a proposta, aprovada pelo Plenário no dia 10 de Maio deste ano, a “gestão participativa e democrática” ouvirá magistrados de todos os graus de jurisdição, servidores e, “quando for o caso”, jurisdicionados.

A resolução cita mesas de diálogo coordenadas à distância pelo CNJ, videoconferências, audiências públicas, fóruns e ouvidorias. Também cria uma série de etapas antes que as metas sejam traçadas oficialmente, no Encontro Nacional do Poder Judiciário.

Do lado de fora desse castelo medieval denominado de tribunais, estão 210 milhões de brasileiros, penalizados, com as balbúrdias e desencontros dos atores da justiça, incluindo seus servidores.
Recente o ministro Ricardo Lewandowski ouviu de um advogado que o “Supremo é uma vergonha”, o ministro reagiu, e mandou prender o cidadão. O mesmo ministro, pouco antes, em meio de discussões sobre a seriedade de que essa Corte Superior maneja suas decisões, declarou: “o Judiciário não tem medo da transparência”.

Os próprios juízes admitem que acendeu a luz vermelha no judiciário brasileiro. De fato a quantidade de processos nos tribunais brasileiros é tão grande que, se fosse interrompido o ingresso de novas ações, os juízes levariam anos para julgar todo o estoque atual. A conclusão do estudo "Justiça em Números", divulgado pelo Conselho Nacional de justiça (CNJ), admite o engessamento da justiça.

Para enxugar o estoque de ações represadas, não existe outra saída senão a adoção urgente dos dispositivos traduzidos do Novo CPC, (com a nova lei de Mediação) cuja previsão está inserida neste diploma civilista.
Da parte do judiciário, pouco se espera. Durante décadas o discurso dos juízes vem sendo o mesmo. Reivindicam mais juízes, servidores e aumento salarial, alem de um elenco (vide a nova Loman em discussão), de vantagens que triplica o ganho mensal da magistratura.
Enquanto esses senhores pensam apenas o segmento, a morosidade galopa ao sabor de palpites, suposições e desculpas inócuas. Recente, o Poder Judiciário alavancado pelo STF, conquistou um reajuste de 16,3% em seu orçamento a contar a partir do dia 1º de janeiro de 2018.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2018


50 ANOS DEPOIS A CONSTATAÇÃO: O AI-5 FOI MAIS TERRÍVEL,TRÁGICO,TRAUMÁTICO,COVARDE, CRUEL,
DO QUE A PROXIMIDADE DEIXAVA ENTREVER

HELIO FERNANDES

Tudo começou com violência esparsa e a farsa premeditada para iludir a
coletividade: "Estamos com Deus, salvando a Pátria e a família". Mas
cumpriram um roteiro de tortura e TERRORISMO tão grande, que menos de
1 mês depois da posse de Castelo Branco, o notável Sobral Pinto mandou
a ele, uma de suas notáveis cartas. Todos temiam essas cartas.

Textual, entregue a Castelo no dia 29 de abril: "O senhor tem que
deixar o palácio, o senhor não é  presidente da Republica. É Chefe do
Estado Maior das Forças Armadas, deve reassumir seu cargo". Com todo o
aparato militar, Castelo tremeu e se assustou com a carta de um
advogado desarmado. Que se recusou até mesmo atender telefonema, do
"presidente" de plantão.

O tempo do Poder terrorista foi transcorrendo, os que resistiam, cercados
e cerceados pela censura ainda não ostensiva. Os que
ADERIAM tinham abertas as portas da fortuna que exibem hoje, acintosa
e audaciosamente.Mas isso não bastava, em 12 de junho de 1968, foi
oficializada a CENSURA, as redações tinham mais militares do que nos
quartéis.

A censura facilitava ou dificultava, de acordo com a orientação do
jornal ou da revista. Nos fins de tarde, jornalistas de outros órgãos,
iam para a redação da Tribuna da Imprensa. Funcionava um café
restaurante, uma festa. Eu não deixava os censores comerem ou tomar
café. Fui chamado pelo coronel chefe da censura, que me disse: "O
senhor não pode fazer isso". Respondi: "Só deixo eles fazerem a censura
sentados, para não atrasar o jornal".

Logo, logo chegou o 13 de Dezembro, com o inominável Ai-5, preparado
pelo falso jurista,  e verdadeiro ministro da Justiça, Gama e Silva. Os
generais queriam a represália no dia 12, quando a  Câmara se recusou a
cassar o mandato do deputado Marcio Moreira Alves. Costa e Silva
estava no Rio,disse ao general Jaime Portela, Chefe da Casa
Militar: "Não atenderei nenhum telefonema hoje, convoque uma reunião
ministerial ampla para amanhã cedo, 9 horas. Acrescentou: "Estou vendo
um bangue-bangue ótimo, depois do jantar vou ver  outro". Eram 4 da
tarde.

Naquela época os vespertinos rodavam ás 11 da manhã, estavam nas
bancas ao meio dia. Foi um tormento fazer e fechar o jornal, sabendo
que  a reunião do Laranjeiras duraria o dia todo.A vantagem é que
íamos para casa ás 6 da tarde, voltávamos ás 6 da manhã. Nesse dia 13,
ás 8 e meia da noite, ouvi o jornalista Alberto  Cury ler essa
famigerado AI-5, numa cadeia de radio e e televisão.

Pedi a Rosinha para me levar até á porta: "Você pode ficar algum tempo
sem me ver, prefiro ser preso no jornal". Quando eu ia saindo, tocou o
telefone, Rosinha atendeu, me disse, "é o Carlos Lacerda". Eu disse a
ele, "você seria uma das raras pessoas que eu atenderia, serei preso
logo". Pergunta do ex-governador: "E eu?". Respondi com toda a
sinceridade: "Você vai ser preso e será cassado"

Do outro lado, um berro tremendo: " Você está acostumado a adivinhar,
mas não serei preso nem cassado". A redação da Tribuna da Imprensa era
a 100 ou 150 metros da Central de Policia da rua da Relação, prédio
tétrico pelos assassinatos praticados contra presos. Fui levado pra lá,
não sabia o destino final. Meia hora depois fui levado para o quartel
general da Policia Militar, o "Caetano de Farias", não muito longe.

Uma porta estreita, um homem atrás das grades, uma folha de papel,
consegui ver o numero 1, e o nome do redator chefe do Correio da
Manhã. A seguir o numero 2, o sujeito perguntou meu nome. Quando
respondi, Helio Fernandes, ele levou um susto, perguntou: "O senhor é o
próprio?

Pela manhã chegou Carlos Lacerda, me abraçou: "Está bem você acertou,
estou preso, mas  não serei cassado". Eu já estava  cassado desde
1966, preso várias vezes, respondi: "Eles te prenderam, estavam com
saudades de você". Foram chegando pessoas que não conhecíamos.

No final da tarde, quem apareceu? A notável figura de Mario Lago. Foi
preso no Teatro Santa Isabel. Representava um escocês, estava com as
roupas características, foi logo dizendo: "Aqui só quem me conhece é o
Lacerda e o Helio. Estou com estas roupas, mas não sou viado". (A
palavra gay ainda não era usada).

PS- Chegando ao final pessoal, o país foi tremendamente atingido, a
repressão a atividades artísticas e culturais, devastadoras.
A política destruída, centenas de parlamentares e advogados, presos e
torturados.

PS2- Carlos Lacerda foi cassado no dia 30 de dezembro. No dia 2 de
janeiro foi se despedir de mim e do Mario Lago. Não podia me esquecer.
Carinhosamente: "Você adivinha mesmo".

PS3- Ficou quase 5 anos na Europa e nos EUA. Voltou, se isolou na Nova
Fronteira. Morreu inesperadamente em 1977. 2 anos antes da anistia,
ainda pensando em ser presidente.

PS4- Eu e Mario Lago, fomos libertados em 6 de janeiro, "Dia de Reis".

Os generais são torturadores, mas muito católicos
 
EUNICE PAIVA, MULHER DE RUBEM PAIVA, GRANDE AMIGA
 
Dois anos depois do AI-5, 1970, ele foi assassinado, triturado,
desaparecido. Ela e Rosinha, amicissimas, eu e o Rubem, a mesma
coisa. Ela começou o terrível sofrimento, de ficar sem o marido antes
dos  40 anos. E depois ficar outros 48, sem saber sequer onde estava
ou estaria seu corpo. É terrível, ninguém pagou por esse crime.
 
Ontem, quando o nefasto AI-5 fazia 50 anos, minha doce e querida amiga
foi embora. Na verdade, tentava desesperadamente sobreviver a tanta
crueldade. Não conseguiu.
 
Ninguém consegue.