MORREU O SEGUNDO ATINGIDO POR UM

DOS 80 TIROS DE FUZIS MILITARES

HELIO FERNANDES

Os criminosos, (alem do mais, mentirosos e mistificadores) responderão

perante a Justiça Militar. No dia da segunda morte, apareceu na

televisão, fardado, um general de 4 estrelas, Comandante do Exercito

do Sudeste, (não é pouca coisa) comentando a "lamentável fatalidade".

Durante a ditadura de 64, (e em todas as outras) civis respondiam

perante juízes militares.

Junho de 1967. Eu já estava cassado, preso varias vezes, (duas no

DOI-CODI, uma na Policia do Exercito) fui intimado a ir depor na nona

Vara Militar. Fui com Sobral Pinto, ficamos esperando de 1 ás 4. Quase

encerrando o  expediente, o major(fardado) que presidia os trabalhos,

chamou Sobral, disse," pode defender seu cliente".

Sobral não hesitou, perguntou: "O senhor é analfabeto? Acima da sua

cabeça, tem uma placa, onde está escrito:nona Vara Militar. O senhor

está vendo o meu cliente fardado?". O major ficou furioso, gritou: "O

senhor está se aproximando da insubordinação". Sobral respondeu:

"O senhor já desrespeitou a lei, quer julgar um civil jornalista".

O major tocou a campainha, apareceu um sargento, recebeu a

ordem: "Recolha o doutor Sobral". Nos círculos militares e policiais,

essa palavra é sinônimo de prisão.Para mim ele falou:" Pode se

retirar, receberá outra intimação, não pode depor sem advogado".

Sai quase correndo, movimentei os círculos mais altos dos jornais, dos

advogados, escritores, OAB, começou uma batida por toda a cidade, para

encontrar o famoso advogado. Quase 2 dias depois, foi localizado numa

antiga delegacia policial, desativada. Perto da Central do Brasil.

Doutor Sobral e um vigia, que não sabia o que estava acontecendo.

PS- MEMORÁVEL.

PS2- E ainda dizem que em 64, não houve golpe ditatorial.

È POSSIVEL QUE O PLENARIO DO STF,  EXAMINE

A CENSURA,  IMPOSTA DRASTICA E DRACONIANAMENTE 

PELO PRESIDENTE TOFFOLI

5 ministros já repudiaram corajosamente essa esdrúxula, insensata e

incoerente censura á liberdade de imprensa e de expressão, atingindo

mortalmente a democracia. No momento está pintando um outro 6 a 5,

constante nas ultimas votações, caracterizando a divisão do mais alto

tribunal do país. Mas já são muitos. No próprio STF, que arriscam um

julgamento decidido por unanimidade, 11 a 0.

Base para essa expectativa: é preciso muita audácia, (mais do que

coragem) para votar e referendar o sistema de CENSURA, implantado pelo

presidente Toffoli. Não seria recuo e sim tentativa de recuperação. De

uma imagem que foi destruída por ele mesmo. E que estava mais do que

implícito e explicito, no seu passado e presente.

Mesmo que repudie a censura, o futuro de Toffoli está totalmente

comprometido e arruinado.

OS MILICIANOS CONTINUAM INDOMADOS, INDOMAVEIS, 

IMPUNES, INTOCÁVEIS.

Roubaram milhares de moradores das comunidades, (antigas favelas,

trocaram até o nome para valorizar o poder paralelo) assassinaram 23

ou 24 moradores. O prefeito afirmou, "vou derrubar 3 dos edifícios

construídos pelas milícias" Devia arrancar do chão perigoso, os 60

construídos irregularmente em terreno escorregadio e sem garantia.

Se não consegue arrancar 3 como esperar que o prefeito acabe com 60?

Os próprios compradores roubados, (sem falar nos assassinados)

confessam: "Não se pode protestar, reclamar, dizer qualquer coisa,

eles matam impiedosamente".

Perguntinha ingênua, inócua, inútil: "E o impeachment do prefeito

Crivella?".  Antes o pedido se baseava  em razões administrativas.

Agora são irrecusavelmente questões criminais.

NA CCJ,  BAIXARIA, TUMULTO, 12 HORAS PERDIDAS,

RETROCESSO DO GOVERNO,  (DESGOVERNO)  DO CAPITÃO

Começou num dia, terminou na madrugada do outro. A oposição não deu

trégua, a situação foi fazendo todas as concessões. Inclusive retirou

aquela medida complementar, que permitia anular a chamada "PEC da

bengala", que favorecia  os ministros dos tribunais superiores

ficassem na ativa até os 75 anos. Abandonaram essa ideia, com o

coração sangrando.

Dos 66 deputados da CCJ, 48 votaram a favor, 18 contra. Foi a falsa

batalha, a guerra começa agora, na Comissão especial. O governo se

aparelhou. Domou e dominou o centrão e os evangélicos. Cada deputado

que aprovar a reforma, receberá 40 milhões em emendas.É a "nova

política"  que entra no lugar do "troca-troca".