Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 8 de abril de 2019


ANÁLISE & POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO


Pesquisa: Bolsonaro fará uma boa administração

Segundo, pesquisa do Datafolha realizada entre nos dias 2 e 3 de abril, as expectativas, do brasileiros são otimistas e seguem positivas para o Planalto, já que 59% acreditam que ele fará uma gestão ótima ou boa. Foram ouvidas 2.086 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios (2% do total do país, que possui 5.530 municípios). A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Rejeição

Os números de Bolsonaro são os piores desde a redemocratização, em 1985. No mesmo período, Fernando Collor era rejeitado por 19% da população; FHC por 16%; Lula por 10%; e Dilma por 7%. Presidentes que eram vice antes de assumirem não são contabilizados, casos de José Sarney, Itamar Franco e Michel Temer.

Para 30% dos brasileiros, o atual governo é ruim ou péssimo. O índice de rejeição ao governo Jair Bolsonaro é semelhante ao de aprovação. 32% dos brasileiros acreditam que a gestão é ótima ou boa e outros 33% avaliam o começo do presidente como regular. 4% não souberam ou não quiseram opinar.

Otimismo

Porém 59% da população brasileira acredita que Bolsonaro deixe o governo com uma ótima ou boa gestão, a Datafolha mostrou uma queda na expectativa. Antes de iniciar o mandato, 65% tinham a mesma percepção e apenas 12% diziam esperar uma administração ruim ou péssima.

O Datafolha mostra que os principais motivos de queda na expectativa com Bolsonaro está na dificuldade de aprovação da reforma da Previdência e alguns episódios de desgaste político. Além disso, o IBGE divulgou que o desemprego subiu 12,4% no último trimestre, ainda que o presidente tenha  pesquisa também perguntou se os brasileiros estão satisfeitos com o que foi feito pelo governo nos três primeiros meses. Para 61%, Bolsonaro fez menos do que se esperava. 22% acreditam que foi feito o esperado e 13% acham que o presidente foi além da expectativa.

Deputado Zé Dirceu agressor de Guedes investigado na Lava Jato
Pivô da confusão que encerrou a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre a reforma da Previdência na quarta-feira (3), o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) causou alarde ao chamar o ministro Paulo Guedes de "tchutchuca" com ricos e "tigrão" com os mais pobres. A afirmação irritou o titular da pasta da Economia, que deixou o local após discutir com o petista.

Apesar de ter chamado a atenção do público apenas nesta quarta-feira, o parlamentar é um nome importante dentro do Partido dos Trabalhadores. Zeca Dirceu é filho de José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil e braço direito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deputado federal desde 2011, Zeca Dirceu também foi prefeito do municipio de Cruzeiro do Oeste, no noroeste paranaense.
Lava Jato

Desde 2017, o deputado é investigado no âmbito da Operação Lava Jato. Ele e seu pai, José Dirceu, teriam propina no valor de R$ 600 mil da empresa Odebrecht. De acordo com o relator do processo, ministro Edson Fachin, a denúncia foi baseada no delação de Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, ex-vice-presidente da empreiteira.

Apenas para a campanha de Zeca Dirceu, teriam sido direcionados R$ 250 mil. "Narra-se, ainda, que nos anos de 2010 e 2014, foram efetuados, a pedido de José Dirceu, repasses a pretexto de auxílio à campanha eleitoral do Deputado Federal Zeca Dirceu, no valor de R$ 250.000,00", narra o ministro sobre o inquérito na 'lista de Fachin'.

Na pauta

Na terça-feira (2), um dia antes da confusão com Paulo Guedes, o processo de Zeca Dirceu teve um andamento importante. Por conta da polêmica decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou que processos da Lava Jato sobre crimes de caixa 2 e relacionados sejam julgados pela Justiça Eleitoral, Fachin determinou que  o processo que envolve o petista vá para o Tribunal Regional Eleitoral do Estado do

No Planalto a festa dos cargos remunerados continua
Na semana passada, o ex-deputado Amauri Teixeira (PT-BA) estava sentando na primeira fila, reservada aos parlamentares, na Comissão de Minas e Energia da Câmara. Derrotado nas eleições de 2014, ele desistiu de se candidatar em 2018, mas não desapegou da vida nos corredores do Congresso. Teixeira foi nomeado para um cargo de confiança no gabinete do quarto suplente da Mesa Diretora da Câmara, Assis Carvalho (PT-PI).

Ex-vice governador do Distrito Federal, Tadeu Filipelli (MDB) não conseguiu repetir o desempenho nas eleições de outros anos — como 2006, quando foi o deputado federal mais votado no DF — e foi derrotado no ano passado. Investigado e já preso temporariamente em uma fase da Lava-Jato, o emedebista não ficou sem emprego. Foi nomeado funcionário da liderança do partido, com salário de R$ 13,9 mil.

Vale tudo, para todos ex-não eleitos

A ex-governadora do Distrito Federal Maria de Lourdes Abadia (PSB) também não conquistou votos suficientes para se eleger deputada federal. Ela também perdeu o emprego como secretária de Rodrigo Rollemberg (PSB), que não conseguiu a reeleição para governador do Distrito Federal. Maria de Lourdes foi nomeada, na semana passada, para cargo na quarta suplência da Mesa do Senado, ocupada por sua correligionária Leila do Vôlei (DF). A ex-governadora é agora auxiliar parlamentar do pleno, com salário líquido de R$ 7,9 mil.

Já Rollemberg é funcionário de carreira do Senado e voltou para o posto, mas com um cargo de confiança que aumentou o salário que receberia normalmente. Pela função, na liderança de seu partido no Senado, ganha R$ 5.762,32 a mais. Com descontos, seu salário do último mês foi de R$ 22.621,50, mais do que os R$ 18,9 mil que recebia como governador.

PCdoB, PT , MDB, PSL, PR, DEM, PSDB e Pros são os benevolentes

Outro caso é o da ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que não conseguiu ser reeleita e agora dá expediente no gabinete da deputada Perpétua Almeida (AC), sua correligionária. Seu salário, de secretária parlamentar, é de R$ 11,7 mil líquidos. 

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou que escalaria um time de ex-deputados para ajudá-lo na articulação do governo com o Congresso. Um time de derrotados. No guarda-chuva da Casa Civil está Carlos Manato (PSL-ES), que, com salário bruto de R$ 16,9 mil, chefia a secretaria que cuida do relacionamento com a Câmara. Na mesma pasta e com o mesmo salário, estão os ex-deputados Victório Galli (PSL-MT), Marcelo Delaroli (PR-RJ) e Abelardo Lupion (DEM-PR). O último não disputou a eleição de 2018. Para o relacionamento com o Senado, foi nomeado o ex-senador Paulo Bauer (PSDB-SC), com o mesmo salário.

Outros ex-deputados também ganharam postos pela Esplanada, caso de Valdir Colatto (MDB-SC), com salário de R$ 16,9 mil. A nomeação como diretor do Serviço Florestal Brasileiro causou polêmica. Ele já foi presidente da Frente Parlamentar Agropecuária do Congresso — a bancada ruralista — e já fez críticas ao percentual de terra que deve ser preservado por fazendeiros. O órgão que assumiu era vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Na gestão Bolsonaro, passou para a pasta da Agricultura.

Suplentes, derrotados e amigos estão se dando bem

Não são apenas os ex-parlamentares com cargos que circulam pelo Congresso. O ex-senador Mauro Benevides (MDB-CE) sofre do mesmo apego. Na legislatura passada, mesmo durante o período em que era suplente e não tinha mandato (depois veio a assumir o lugar do colega Aníbal Gomes, que adoeceu), vagava pelos corredores da Câmara com seu antigo broche de deputado, discursando para quem quisesse ouvir. Em geral, o público era bastante restrito. Hoje, apesar da presença constante, ele não tem emprego no Congresso.

O ex-senador Hélio José (Pros-DF) também não se reelegeu. Ele está à procura de uma vaga no gabinete de algum colega. Enquanto isso não acontece, comparece a todas as sessões do plenário, senta-se na cadeira que foi sua, dá palpite aos colegas, articula — ou seja, age como se ainda fosse senador.  O ex-deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), aliado de primeira hora do ex-presidente Michel Temer, também não foi reeleito, mas tem sido visto em gabinetes da Esplanada tratando da reforma da Previdência. Disse que não tem cargo e negou qualquer pretensão de ser nomeado para um posto em Brasília.


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