ANÁLISE &
POLÍTICA
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Pesquisa: Bolsonaro
fará uma boa administração
Segundo, pesquisa do Datafolha realizada entre nos dias 2 e 3 de abril,
as expectativas, do brasileiros são otimistas e seguem positivas para o
Planalto, já que 59% acreditam que ele fará uma gestão ótima ou boa. Foram
ouvidas 2.086 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios (2% do total do
país, que possui 5.530 municípios). A margem de erro é de dois pontos para mais
ou para menos.
Rejeição
Os números de Bolsonaro são os piores desde a redemocratização, em 1985.
No mesmo período, Fernando Collor era rejeitado por 19% da população; FHC por
16%; Lula por 10%; e Dilma por 7%. Presidentes que eram vice antes de
assumirem não são contabilizados, casos de José Sarney, Itamar Franco e Michel
Temer.
Para 30% dos brasileiros, o atual governo é ruim ou péssimo. O índice de
rejeição ao governo Jair Bolsonaro é semelhante ao de aprovação. 32% dos
brasileiros acreditam que a gestão é ótima ou boa e outros 33% avaliam o começo
do presidente como regular. 4% não souberam ou não quiseram opinar.
Otimismo
Porém 59% da população brasileira acredita que Bolsonaro deixe o governo
com uma ótima ou boa gestão, a Datafolha mostrou uma queda na expectativa.
Antes de iniciar o mandato, 65% tinham a mesma percepção e apenas 12% diziam
esperar uma administração ruim ou péssima.
O Datafolha mostra que os principais motivos de queda na expectativa com
Bolsonaro está na dificuldade de aprovação da reforma da Previdência e alguns
episódios de desgaste político. Além disso, o IBGE divulgou que o desemprego
subiu 12,4% no último trimestre, ainda que o presidente tenha A pesquisa também perguntou se os brasileiros estão satisfeitos com o que foi
feito pelo governo nos três primeiros meses. Para 61%, Bolsonaro fez menos do
que se esperava. 22% acreditam que foi feito o esperado e 13% acham que o
presidente foi além da expectativa.
Deputado Zé Dirceu agressor de Guedes
investigado na Lava Jato
Pivô da
confusão que encerrou a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
sobre a reforma da Previdência na quarta-feira (3), o deputado Zeca Dirceu
(PT-PR) causou alarde ao chamar o ministro Paulo Guedes
de "tchutchuca" com ricos e "tigrão" com os mais
pobres. A afirmação irritou o titular da pasta da Economia, que deixou o local
após discutir com o petista.
Apesar de
ter chamado a atenção do público apenas nesta quarta-feira, o parlamentar é um
nome importante dentro do Partido dos Trabalhadores. Zeca Dirceu é filho de
José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil e braço direito do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Deputado federal desde 2011, Zeca Dirceu também foi
prefeito do municipio de Cruzeiro do Oeste, no noroeste paranaense.
Lava Jato
Desde
2017, o deputado é investigado no âmbito da Operação Lava Jato. Ele e seu pai,
José Dirceu, teriam propina no valor de R$ 600 mil da empresa
Odebrecht. De acordo com o relator do processo, ministro Edson Fachin, a
denúncia foi baseada no delação de Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos
Reis, ex-vice-presidente da empreiteira.
Apenas
para a campanha de Zeca Dirceu, teriam sido direcionados R$ 250 mil.
"Narra-se, ainda, que nos anos de 2010 e 2014, foram efetuados, a pedido
de José Dirceu, repasses a pretexto de auxílio à campanha eleitoral do Deputado
Federal Zeca Dirceu, no valor de R$ 250.000,00", narra o ministro sobre o
inquérito na 'lista de Fachin'.
Na pauta
Na
terça-feira (2), um dia antes da confusão com Paulo Guedes, o processo de Zeca
Dirceu teve um andamento importante. Por conta da polêmica decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF) que determinou que processos da Lava Jato sobre crimes
de caixa 2 e relacionados sejam julgados pela Justiça Eleitoral, Fachin
determinou que o processo que envolve o petista vá para o Tribunal Regional
Eleitoral do Estado do
No Planalto a festa dos cargos
remunerados continua
Na semana passada, o ex-deputado Amauri Teixeira (PT-BA) estava
sentando na primeira fila, reservada aos parlamentares, na Comissão de Minas e
Energia da Câmara. Derrotado nas eleições de 2014, ele desistiu de se
candidatar em 2018, mas não desapegou da vida nos corredores do Congresso.
Teixeira foi nomeado para um cargo de confiança no gabinete do quarto suplente
da Mesa Diretora da Câmara, Assis Carvalho (PT-PI).
Ex-vice governador do Distrito Federal, Tadeu Filipelli (MDB) não
conseguiu repetir o desempenho nas eleições de outros anos — como 2006, quando
foi o deputado federal mais votado no DF — e foi derrotado no ano passado.
Investigado e já preso temporariamente em uma fase da Lava-Jato, o emedebista
não ficou sem emprego. Foi nomeado funcionário da liderança do partido, com
salário de R$ 13,9 mil.
Vale tudo, para
todos ex-não eleitos
A ex-governadora do Distrito Federal Maria de Lourdes Abadia (PSB)
também não conquistou votos suficientes para se eleger deputada federal. Ela
também perdeu o emprego como secretária de Rodrigo Rollemberg (PSB), que não
conseguiu a reeleição para governador do Distrito Federal. Maria de Lourdes foi
nomeada, na semana passada, para cargo na quarta suplência da Mesa do Senado,
ocupada por sua correligionária Leila do Vôlei (DF). A ex-governadora é agora
auxiliar parlamentar do pleno, com salário líquido de R$ 7,9 mil.
Já Rollemberg é funcionário de carreira do Senado e voltou para o
posto, mas com um cargo de confiança que aumentou o salário que receberia
normalmente. Pela função, na liderança de seu partido no Senado, ganha R$
5.762,32 a mais. Com descontos, seu salário do último mês foi de R$ 22.621,50,
mais do que os R$ 18,9 mil que recebia como governador.
PCdoB, PT , MDB,
PSL, PR, DEM, PSDB e Pros são os benevolentes
Outro caso é o da ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que
não conseguiu ser reeleita e agora dá expediente no gabinete da deputada
Perpétua Almeida (AC), sua correligionária. Seu salário, de secretária
parlamentar, é de R$ 11,7 mil líquidos.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou que escalaria
um time de ex-deputados para ajudá-lo na articulação do governo com o
Congresso. Um time de derrotados. No guarda-chuva da Casa Civil está Carlos
Manato (PSL-ES), que, com salário bruto de R$ 16,9 mil, chefia a secretaria que
cuida do relacionamento com a Câmara. Na mesma pasta e com o mesmo salário,
estão os ex-deputados Victório Galli (PSL-MT), Marcelo Delaroli (PR-RJ) e
Abelardo Lupion (DEM-PR). O último não disputou a eleição de 2018. Para o
relacionamento com o Senado, foi nomeado o ex-senador Paulo Bauer (PSDB-SC),
com o mesmo salário.
Outros ex-deputados também ganharam postos pela Esplanada, caso de
Valdir Colatto (MDB-SC), com salário de R$ 16,9 mil. A nomeação como diretor do
Serviço Florestal Brasileiro causou polêmica. Ele já foi presidente da Frente
Parlamentar Agropecuária do Congresso — a bancada ruralista — e já fez críticas
ao percentual de terra que deve ser preservado por fazendeiros. O órgão que
assumiu era vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Na gestão Bolsonaro,
passou para a pasta da Agricultura.
Suplentes,
derrotados e amigos estão se dando bem
Não são apenas os ex-parlamentares com cargos que circulam pelo
Congresso. O ex-senador Mauro Benevides (MDB-CE) sofre do mesmo apego. Na
legislatura passada, mesmo durante o período em que era suplente e não tinha
mandato (depois veio a assumir o lugar do colega Aníbal Gomes, que adoeceu),
vagava pelos corredores da Câmara com seu antigo broche de deputado,
discursando para quem quisesse ouvir. Em geral, o público era bastante
restrito. Hoje, apesar da presença constante, ele não tem emprego no Congresso.
O ex-senador Hélio José (Pros-DF) também não se reelegeu. Ele está
à procura de uma vaga no gabinete de algum colega. Enquanto isso não acontece,
comparece a todas as sessões do plenário, senta-se na cadeira que foi sua, dá
palpite aos colegas, articula — ou seja, age como se ainda fosse senador. O ex-deputado Pauderney Avelino (DEM-AM),
aliado de primeira hora do ex-presidente Michel Temer, também não foi reeleito,
mas tem sido visto em gabinetes da Esplanada tratando da reforma da
Previdência. Disse que não tem cargo e negou qualquer pretensão de ser nomeado
para um posto em Brasília.
Nenhum comentário:
Postar um comentário