Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

*Esse é o blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Aqui  teremos suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

O RAIO CAIU PELA SEGUNDA VEZ NO PLANALTO: CONTINUIDADE, DESESPERANÇA, INCOMPETÊNCIA.

HELIO FERNANDES

Começo a analisar e escrever ás oito da manhã deste domingo final, sabendo que o resultado oficial será anunciado ás 8 da noite. Mas nessas 12 horas de espera, muitas duvidas e dívidas a lembrar e até esclarecer.

As dúvidas são dos 140 milhões de eleitores inscritos, embora no primeiro turno o número de aptos a votarem tivesse o mesmo total. Mas quase 30 milhões não se interessaram ou não se deixaram seduzir pelos candidatos. A tendência é a mesma, pode haver alteração, digamos 20 milhões não votem ou anulem o voto. De qualquer maneira, aumento substancial para os dois candidatos. E para os brasileiros, a realidade dos próximos quatro anos.

As dividas correspondem ás promessas e aos compromissos dos dois candidatos. A partir da comunicação do Tribunal Eleitoral, o povão do país, citemo-lo pelo número de habitantes, 204 milhões saberão o que esperar do futuro. 
A continuidade, incompetente, desesperançada, antidemocrática, conhecida e sem alternância. Ou a novidade com alternância democrática, esperança, e crença na mudança, mesmo que fluida e insegura.

Todos conhecem a tragédia desses quatro anos de Dona Dilma, raros acreditam que possa mudar. Praticou tanta baixaria, mentiu tanto ao governo e na campanha que é difícil que se projete com mudanças. Usou e abusou do slogan, “novo governo, novas ideias”. Não uso a palavra “apostar”, tão utilizada por analistas, pois não se trata dessa palavra e sim de outra, poderosa e portentosa, E-S-C-O-L-H-E-R.

A reeleição comprada e paga por FHC para ele mesmo em 1998, agora se volta contra Aécio, do mesmo partido, embora mais confiável do que o personagem que rasgou a Constituição e prolongou o próprio governo, praticando abusiva e perdulariamente, o “retrocesso de 80 anos em 8”. Se for eleito, Aécio tem que começar, obrigatoriamente pelo compromisso mais importante: acabar coma reeleição inventada pelo correligionário.

Se Aécio vencer, governará com tremenda e visível dificuldade, já que a diferença entre o primeiro e segundo colocado, mínima. E essa diferença quase imperceptível se projetará para os quatro anos seguintes. Já Dona Dilma pode ganhar, ser diplomada e empossada, mas terá que enfrentar as acusações dos personagens enquadrados ou beneficiados pelo que chamam, e não apenas no Brasil, de “delação premiada”.

É uma decisão constitucional e compreensível. Troca-se corruptos com punições menores, por corruptores, sempre maios importantes e impunes. 

É evidente que o Ministério Publico e a Policia Federal, que “contrataram” com os delatores, sabem o que fizeram e conquistaram, os documentos que estão enclausurados em cofres, da mesma forma que esses delatores, serão punidos e enclausurados sabem o que fizeram e conquistaram, afastados da vida pública.

13 empreiteiras poderosas e dominadoras, mais Dilma e Lula, que “não sabiam de nada”, como aconteceu com o ex-presidente no mensalão. Sempre escrevi na Tribuna impressa e depois, nos blogs que Lula sabia de tudo e devia ter entrado no julgamento do mensalão.

Como deve acontecer agora com ele e a sucessora. Ah! Poeta, 2018 deixou de ser um retrato notoriamente esboçado, continua doendo e doerá muito mais com a perda da liberdade. Todo tempo de impunidade já é lucro.

Publica e notoriamente não tenho simpatia ou admiração jornalística pela revista Veja, que se instalou e se projetou no Brasil em 1968, em plena ditadura. Mas tem todo direito de mudar a data de sua publicação e veicular o que bem entender. E responder perante a lei por DANOS MORAIS, pagar indenização se a Justiça condena-la.

Mas Dona Dilma que se diz de esquerda, exibe a convicção fascista, EXIGINDO que a revista não circulasse. E ganha em parte com a decisão de um membro do TSE, que estranhamente PROIBIU a Veja de reproduzir no site como faz habitualmente, o que está na capa impressa. Total cerceamento da LIBERDADE DE IMPRENSA, é o “chavismo, madurismo e bolivarianismo”, tão grato a Dona Dilma.

Nas duvidas que só terminarão às oito da noite, uma contribuição muito grande dos Institutos de pesquisa. Quatro deles, Sensus, Ibope, Datafolha e CNT, (Conselho Nacional de Transporte) apresentaram resultados inteiramente diferentes.

O Sensus apresenta Aécio vitorioso, 55 a 45. O Ibope chama Dilma de presidente reeleita, 54 a 48, seis pontos que não podem ser anulados em 30 horas, desde que revelaram a pesquisa, até á glorificação oficial.

O Datafolha se refugia num “empate técnico”, o CNT, garante que Aécio terá 50,3 e Dilma 49,7. Diferença mínima que pode até acontecer. Fica dentro da margem que se acredita. Mesmo assim, sem credibilidade.

Às oito da noite, a tragédia anunciada.

Até, aqui, muitos bastidores, estimativas, pesquisas e rumores da campanha, a partir de agora, fatos, fatos, fatos. Por mais que sejam lancinantes, e representem a menor diferença de todas às eleições diretas depois da ditadura, vai levar Dona Dilma á segunda posse.

Não é surpreendente mas é um perigo para o país e seus 204 milhões de habitantes. Se todos sabem o que vem acontecendo nos quatro anos, que se completam, é difícil imaginar que se repitam. Mas mais difícil, quase impossível, acreditar que a mesma donataria do Planalto Alvorada, seja capas de operar reviravolta.

Uma coisa e preciso registrar para provar a imprevidência de Dona Dilma. Sua afirmação em junho, espetacular: “Mantega não será Ministro da Fazenda no meu segundo governo”. Era o máximo em matéria de arrogância, mas não deu o menor sinal de quem seria, (agora quem será) esse Ministro da Fazenda.

Os Institutos que se arriscaram, perderam.  Sensus e CNT, davam vitoria a Aécio, por diferença minimissima, e apesar de não terem a mesma repercussão do IBOPE e do Datafolha, não acertaram.

O Ibope consagrava Dilma e anunciava até a margem dessa consagração: seis pontos. Ficou longe do número anunciado, mas não teve duvida da vitoria. O Datafolha, se “refugiou” no empate técnico, o que não é pesquisa. Apenas uma tentativa de não passar o vexame da boca de urna do primeiro turno, não perder, embora também sem ganhar. Mas é inegável: a vitoria de Dona Dilma ficou dentro do “erro” da margem técnica.

PS- O fato está consumado como eleição, como posse, mas não como permanência até 2018. Quem pode garantir e acreditar que ela não sabia nada dos escândalos da Petrobras? Será dificílimo governar, mas isso era e é o mais fácil de entender.

PS2- Dona Dilma colocou no final, 3 milhões de votos sobre o adversário Aécio. Este facilitou a vitoria de Dona Dilma andando com FHC a tiracolo.

PS3- Com isso ninguém esquecia do “retrocesso” de FHC, e que o PSDB no governo poderia ser a repetição dos oito anos de FHC. Principalmente os últimos quatro.






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