Titular: Helio Fernandes

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

*Titular: jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Agora com suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).


VOTAÇÃO DOS CONSELHOS FASCISTAS NO SENADO, NOVA DERROTA DE DILMA. ATÉ AS FÉRIAS, FORAM EM DATA ERRADA. NÃO CONSEGUE FORMAR O MINISTÉRIO.

HELIO FERNANDES

31.10.14

A presidente deveria ter viajado de férias para a Bahia, logo na segunda-feira. Até justo. Descansaria, meditaria (?), ficaria em contato permanente, a tecnologia de hoje, excelente. Não teria desgastado mais ainda, voltaria domingo depois de amanhã, preparada para as batalhas que a esperam, e que serão colossais.

Não, ficou aqui fazendo bobagem, desenterrando o inútil plebiscito do ano passado, e queria aprovar os Conselhos fascistas, usurpação do Congresso. Foi tão destroçada, que seu líder da Câmara, pediu para o resultado ser “simbólico”, não obteria nem 150 votos.

Antes de viajar se desnudou publicamente: “Espero que o Senado aprove esses Conselhos”. Foi rebatida imediatamente pelo ínclito Renan Calheiros: “O senado não aprovará o que a Câmara já derrotou”. Não é só por isso, ou pelo fato de muitos senadores importantes do senado terem sido derrotados. Mas sim porque esses Conselhos fascistas hostilizam visivelmente o Congresso.

Já recuou na proposta do plebiscito, o mesmo recuo de 2013. Parece que Dona Dilma tem uma agenda marcada num calendário velhíssimo e vai utilizando o passado, como se fosse à esperança do futuro. O cidadão-contribuinte-eleitor, está compreendendo o erro inacreditável que foi a reeleição.

Na campanha presidencial, criticou muito o Ministro da Fazenda anunciado por Aécio, se ganhasse lógico. Dona Dilma garantiu, “Arminio Fraga aumentará os juros”. Não sei quem disse a ela, já revelei aqui, o erro de indicar Arminio Fraga, ligadíssimo ao “investidor” Jorge Soros.

Atacando (no caso com meu aval) Arminio, dava a impressão de que com ela os juros ficariam parados, não subiriam pelo menos no momento. Pois subiram, contrariando e surpreendendo 80 por cento dos economistas ditos independentes e os outros 20 por cento comprometidissimos com todos os governos. E como o presidente do Banco Central votou pelo aumento, é lógico que “ouvia vozes”, do Planalto-Alvorada.

Todo o resto da economia, um dos setores mais importantes, continua intocável e inatangível. A inflação não melhora nem em 2015. Não ha confiança nem sinal de investimento. Dona Dilma não se lembra da infraestrutura, tudo está abandonado. Como o Mantega foi demitido em plena campanha presidencial, o que fazer?

Se tivesse tido coragem, vontade e discernimento, teria escolhido o novo e futuro Ministro da Fazenda, e começado a trabalhar. Mas sua insuficiência, inconsequência e imprevidência têm o mesmo peso e tamanho, desabam da mesma forma trágica como o “foguete”, que os americanos queriam colocar no espaço. A confusão e o tumulto de Dona Dilma na economia e na administração, do mesmo tamanho.

Fazenda e Casa Civil.

Dois cargos chave, já foram demitidos em outros governos, mas não podem ficar em suspense ou esperando a boa vontade de empresários, ou sua libertação, nomeando alguém da sua própria escolha. Há dias publiquei uma lista em que no Planalto falavam até no presidente do Bradesco, um homem armado no nome e desarmado nos apoios, logo rifado.

Ontem, jornalões e televisões mal informados, anunciaram: “O ministro da Fazenda será o ex-governador Jacques Wagner”. Há! Ha! Há! Será Ministro certo, mas ele mesmo não quer a Fazenda. Bom coordenador, conciliador e congredador, alem do mais, três vezes seguidas vencedor na Bahia, prefere a Casa Civil. Tem mais o seu perfil e capacidade de ação. Dilma não resolve.

Para a Fazenda insiste ainda nos bastidores com o nome de Nelson Barbosa, mas nem ela nem ele têm esperança da garantia da indicação, nomeação e atuação. Portanto, tudo em branco ou negro, e Dona Dilma descansando na Bahia.

Haverá uma vasta reforma ministerial. Nenhuma duvida. Só que Dilma sabe quem quer tirar, mas não acerta em quem pretende colocar. O episódio da entrevista de Gilberto Carvalho afirmando, “já sei dei tudo que tinha que dar”, é altamente elucidativo. Ele sabia que não ia ficar, talvez num cargo mais baixo, prefere ir para o Instituto Lula.

E nesse desabafo preventivo e premeditado do Ministro Secretario Geral da Presidência, e chute inicial da sucessão de 2018. Lula quer ser presidente daqui a quatro anos, com 73, e se chegar lá não descarta mais um mandato até os 81. Apesar de nada disso depender apenas do espaço Dilma-Lula, temos que aprofundar e olhar para o espaço, tão importante quanto o tempo.

Irei desenvolvendo essa questão-problema que pode se transformar em hostilidade, pelo menos de bastidores, vou examinando progressivamente. Não é assunto para tratar apenas num dia. Mas também não irá demorar muito.

Três urgências que Dona Dilma ainda não percebeu.

1 – Escolher o Ministro da Fazenda, agora e não esperar 2015. 2  - Anunciar se Tombini continuará no BC, de preferência com o nome substituto.

3 – Preencher a vaga de Joaquim Barbosa no Supremo. Vazia desde que ele renunciou em junho-julho. Não será Luiz Eduardo Cardoso. O compromisso com ele será cumprido. Agora continua no ministério dentro de três ou quatro anos vai para o Supremo, “me preparei a vida inteira para isso”.

PS- Nem só de baixaria eleitoral, conflito político e equívocos de todas as formas, o tempo e espaço se esgotam. O futebol do Brasil cinco vezes campeão e ao mesmo tempo dos 7 a 1 da Alemanha, está morrendo, não podemos abandona-lo. Ontem, dois jogos tidos como importantíssimos, lamentável.

PS2- No Maracanã, para começo de conversa, afirmaram, “vamos lotar o estádio”. 40 mil pagantes e olhe lá. Os que não foram, que felicidade. Alem do crime cometido contra o símbolo mundial, que é o estádio, passou de 187 mil (oficiais) para 40 mil.

PS3- 10 minutos iniciais da partida e mais nada. O Flamengo venceu por 2 a 0, dois gols de bola parada, altamente duvidosas. Os dois times fizeram 122 faltas, 98 passes errados. É muito. Em Minas um gol legitimo anulado do Cruzeiro devia ter ganho de 2 a 0, também sem brilho ou competência. Os próximos jogos deveriam ser com portões fechados, mediocridade reservadas.

PS4- Inesperadamente. O PIB subiu nos EUA, os juros ficaram estáveis. O desemprego cresceu na Alemanha, e também no Chile, aqui elevadíssimo. Na Europa, idas e vindas, desacreditando economistas-analistas-adivinhadores. Mas em alguns dos países do euro, “confiança econômica em alta”.

PS5- Conclusão geral: a elevação de 0,25 nos juros, não era a prioridade de Tombini. Mas o resultado de 5 a 3 foi articulado por ele, que contribuiu com um voto. Impressão: ele está desejoso de permanecer no cargo. Não é crime, deslealdade ou excesso de ambição.

PS6- Começaram a falar em Luciano Coutinho para Ministro da Fazenda. Merece. Deu 400 milhões para o Corinthians, com as mesmas “garantias” que o Banco do Brasil recusou.

PS7- Deu bilhões a Eike Batista, quando estava no auge. Sem garantia, mas o Bradesco e Itaú também deram, nem se interessam em receber, já se satisfazem com o silencio.


Nenhum comentário:

Postar um comentário