Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

*Blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Aqui teremos suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

AS PRIMEIRAS DERROTAS DE DONA DILMA, PREVISIVEIS E ININTERRUPTAS, DEIXANDO PELO CAMINHO PEDAÇOS DO SEU GOVERNO E DELA MESMO.

HELIO FERNANDES                                                                                                      30.10.14

Ninguém tinha dúvida a respeito da trajetória deste segundo governo de Dona Dilma. Ainda nem sobraram dois meses deste primeiro, mas já mostrou, está aberto e claro, o caminho que percorrerá. No primeiro, muita incompetência, vontade de autoritarismo, mas pouca truculência, apesar das ameaças á liberdade de Imprensa.

Tentava compensar a imprudência e os erros repetidos, dando a impressão do que defendia a democracia, que era ameaçada pelo PT e não por ela. Agora, sem futuro e sem poder pretender mais nada, vai se mostrar de corpo inteiro, pregar diálogos e praticar autoritarismo.

Não podia ser mais desarvorada, desinformada e destrambelhada, enfrentando um dos Poderes, o Legislativo, com duas propostas ditatoriais, nada Republicanas. A primeira o plebiscito, desenterrou a mesma proposta quando o povo foi para as ruas, em junho de 2013, na primeira manifestação das ruas. Derrotadíssima, como antes.

Embalada pelo gosto do desafio inglório e imprudente, mandou para o Congresso o Decreto Legislativo de usurpação clara do que é privativo do Legislativo. Esse decreto amplia o comando do Executivo, afronta e reduz o Congresso. Não imaginou que seria massacrada, na primeira votação depois da eleição presidencial.

Toda a base votou contra o governo, de tal maneira, que o próprio líder dessa base fez a proposta da “votação simbólica “. De 360 a 400 deputados votaria, contra, assim não se conhece publicamente o tamanho da derrota. Não acredito que seja apenas e desinformação do governo e sim a tentativa de desafio.

Mais do que imprudência e incompetência, é o desconhecimento da convicção da Câmara e do Senado. Acreditar que o Congresso votasse pela redução dos seus poderes, verdadeiros autocastração, loucura completa. Alem do mais, esse Conselho, com composição privativa do Executivo, seria a criação de um Legislativo paralelo, que se reuniria no Planalto, quando interessasse a Dona Dilma.

E esses Conselhos têm precedentes históricos de fascismo. Quando tomou o Poder em 1922, na sua famosa “marcha sobre Roma”, Mussolini começou a governar com a criação desses Conselhos. Mussolini se dizia socialista, era dono de um jornal tido como esquerda, o “II Popolo di Roma”. Logo governaria como fascista, se ligaria ao nazismo de Hitler.

Para terminar o assunto, que já está encerrado no Congresso, o Senado acompanhará a Câmara. Querer mostrar á comunidade que a derrota foi manifestação de vingança e ressentimento do presidente da Câmara, idiotice explicita. Quanto ao plebiscito idiota, Dona Dilma já recuou como aconteceu em 2013. Que governo vem por aí.

Dívida assustadora.

Estão falsificando os números do total que o governo deve com as Letras do Tesouro, e conseqüentemente, o que precisa ser economizado para a amortização, que chamam indevidamente de “superávit primário”. Falam que o governo precisaria no fim do ano de 90 BILHÕES. Desinformação ou deturpação.

No mercado, essas letras do tesouro totalizam 2 TRILHÕES e 200 BILHÕES. A parte do governo federal seria de 160 BILHÕES. Mas o total de 200 BILHÕES é todo de garantia do governo de Dona Dilma. Dizem que precisam de 90 BILHÕES, MENTIRA. Economizaram apenas 49 BILHÕES, VERDADE. O que fazer? 

Reforma política-partidária.

É imprescindível, mas Dona Dilma ficou isolada ao lançar a derrotadíssima ideia do passado, de plebiscito e constituinte exclusiva. Mas sugestão que tenha a mesma tramitação no Congresso da aprovada lei da Ficha Limpa, nada contra, até a favor.

Manifesto popular com 1 milhão e 500 mil assinaturas, enviado ao Congresso, pedindo ou exigindo  reforma, mas sem entrar em detalhes. O Legislativo apreciaria, decidiria, e então voltaria para a comunidade, como referendo SIM ou NÃO, longe do plebiscito.

Com urgência, alguém precisa assinar a Dona Dilma, a diferença entre referendo e plebiscito. Muitos que estão perto dela e conhecem o assunto, poderia, alerta-la. Mas ela é tão arrogante e mal humorada, que ninguém se arrisca a conversar, mesmo que seja para melhorar a reputação dela.

PS- Ontem revelei nomes que estão sendo citados ou estudados como novo Ministro da Fazenda. Da lista, da preferência de Dona Dilma apenas o ex-secretario Executivo do ministério, da preferência dela, mas que não têm força para nomeá-lo ou empossa-lo.

PS2 – Fiquei impressionado com o numero de pessoas que me contataram, de todas as maneiras, estranhando o fato de eu não ter colocado o nome de Mercadante. Não tem a menor chance, apesar de ser o mais antigo “quase” Ministro.

PS3- Eleito senado em 2002 (primeira vitória de Lula), era tido e havido como Ministro da Fazenda. O suplente no senado festejadissimo. Mas Mercadante ficou isolado no senado, não foi chamado para nada.

PS4- Em 2006, candidato ao governo de São Paulo, derrotadíssimo por Serra, voltou ao senado. Um ano depois, Lula indicou-o líder do governo no senado. Ficou apenas um ano, pediu demissão IRREVOGÁVEL. Aí o grande vexame, reprovado até pela família. Lula publicamente determinou que ficasse na liderança, explicando: “No meu governo quem diz o que é IRREVOGÁVEL sou eu”.

PS5- Em 2010 a segunda candidatura a governador. A segunda derrota, agora para Alckmin. Voltou para Brasília, sem cargo, futuro ou esperança. Surpreendentemente, Dona Dilma nomeou–o Ministro, duas vezes e depois para a Casa Civil. Mas falastrão, foi decaindo, até na preferência dela.

PS6- Agora um grupo tentou coloca-lo como “futuro” Ministro da Fazenda. O PT não quer, o empresariado repudia abertamente. Só poderia ser nomeado se Dona Dilma tentasse afrontar os vetos, coisa que não está disposta a fazer. Bastam as derrotas no Congresso e até na opinião pública.

PS7- O mercado de ações não está inseguro e apreensivo, e sim manipulado pelo “capital motel”, lógico, estrangeiro. Na segunda, venderam em massa, 1 bilhão de reais, a descoberto, botaram para baixo. Quando caiu 13 por cento, zeraram, lucro de 120 milhões. Na terça, compraram mais um bilhão a alta estava em 14 por cento, venderam, outros 130 milhões e lucro, 250 milhões em 24 horas.

PS8-Absurdo dos absurdos: estrangeiros não pagam imposto de renda. Ontem não atuaram, o mercado funcionou normalmente. As televisões noticiam, silenciam, se omitem, não explicam coisa alguma.





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