O PAÍS ESTREMECE COM O ESCÂNDALO
DA LAVA-JATO
HELIO FERNANDES
Enquanto o capitão não se decide e não entra em cena, vastíssima
discussão sobre as consequencias. O pânico é total, mas a satisfação
não é menor. Contradição, mas realidade. Existem os que vibram com a
anulação dos julgamentos da famosa operação. E os que se apavoram com
a formação de uma sempre incerta CPI.
A parcialidade dos julgamentos da Lava-Jato, foi levantada pelos
advogados de Lula, ha mais de 1 ano. E pediram o afastamento dele do
julgamento do ex-presidente. O que foi negado sumariamente. Os fatos
mostram que estavam cobertos de razão. E Moro deu razão a eles,
afirmando, "não tenho conclusões e sim ILAÇÕES".
(Isso está claro nos RECEIOS manifestados por ele, revelados pelo
intercept. Enquanto apuro, analiso e escrevo, na pauta da Segunda Turma
do STF, está o julgamento das possíveis "perseguições e injustiças"
praticadas contra o ex-presidente). Haja o que houver, nada mais será
como antes.
Mas o capitão, para se preservar, pode diminuir a pressão contra Moro.
A ultima palavra é dele. Por algum tempo. O país tem que esperar.
O PAÍS ESTREMECE COM O ESCÂNDALO DA LAVA-JATO (2)
Dallagnol queria ser PGR, encontrou muitas resistências. Agora ficará
feliz se mantiver as regalias,os salários e os privilégios. Depende do
capitão.
Moro vem se desgastando desde que mudou para Brasília. Seu objetivo
obvio, era ser supostamente presidenciável, logo depois do
capitão. Jogou fora todo o futuro. Ficará feliz em se manter como
ministro até 2002. E depois, se aposentar pelo tempo em que atuou como
juiz. Depende do capitão.
Bolsonaro chamou Moro para conversar ontem, terça. Imaginem onde foi o
encontro? Nas comemorações de uma das batalhas mais importantes da
estranha Guerra do Paraguai. Quando o general brasileiro, incentivou
suas tropas: "O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever".
Bolsonaro não cumpriu o dele, é bem verdade que não é general. Moro
ficou ao lado dele, de vez em quando o capitão sussurrava alguma coisa
no seu ouvido.
Depois "inocentou" Moro, está incondicionalmente com ele.
Tem apoios fortíssimos nos órgãos de comunicação, que propagam o silencio.
E também a omissão. O escândalo de Moro-Dallagnol ganhou a repercussão
mundial que merecia. Aqui não saiu nada.
Mas o escândalo está longe de ter acabado. Ou sido soterrado.
O espanto com o escândalo foi muito grande. Eliminá-lo não depende do capitão
SEM FREIO, O PIB NÃO PARA DE CAIR
Em janeiro, logo depois da posse do capitão, a expectativa (ou
presunção do governo) era tão otimista, que divulgavam ou especulavam,
que ficaria entre mais 2,8 ou 2,7%. Os meses se passaram e o otimismo
se transformou em pessimismo. Interno e externo.
A queda foi se acelerando os números foram ficando mais baixos, já são
assustadores. Deu uma parada em 2% de alta. Animação para muitos,
menos para analistas sérios, economistas independentes, especialistas
competentes.
Parecia que havia encontrado uma barreira promissora no 1%.
Até isso foi rompido. Ontem o FMI acentuou a queda parando em 0,9%.
O JULGAMENTO QUE PODERIA FAVORECER LULA
A Segunda Turma do STF começou a examinar ontem, o HC coletivo que
talvez beneficiasse o ex-presidente. O relator, Lewandowski, votou
para que a questão fosse para o plenário. Vai.
Lula não ficou aborrecido ou revoltado, não estava muito
interessado. Talvez pudesse ganhar uns dias de liberdade.
Ele e seus advogados têm esperança no próprio recurso: anulação da
condenação. Apresentam justificativas irrefutáveis. Ha mais de 1 ano
pediram o afastamento de Moro dos julgamentos de
Lula.
Alegação: PARCIALIDADE.
O STJ negou sem sequer debater a questão.
Moro foi AUTOR na primeira condenação. CÚMPLICE na segunda,
no TRF-4. Denunciei a excrescência na época.
ÚLTIMA NOTA
O ministro Marco Aurelio Mello prestou grande serviço á opinião
publica. Comentando a matéria altamente jornalística do site
"Intercept". Sobre o então juiz, Sergio Moro.
Textual: "È inconcebível CONVERSA PRIVADA entre juiz e MP".
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