Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

 ESQUEÇAM A DEFINIÇÃO DE CHURCHILL SOBRE DEMOCRACIA, MAS PERGUNTEM, O QUE SE PASSA NO BRASIL É DEMOCRACIA?

HELIO FERNANDES

*Publicações históricas no Centenário do jornalista

A Teoria dos Três Poderes tem pelo menos mil anos, Executivo, Legislativo e Judiciário. Se o que foi chamado de regime do povo, pelo povo e para o povo, tivesse que ser reduzido para dois, através de um plebiscito, referendo popular e direto, qual seria eliminado?

O Executivo tem que ser mantido, ou não seria Democracia e sim anarquia e nihilismo (Paulo Solon). O Judiciário tem errado muito através dos tempos, principalmente tempos ditatoriais e “funcionando” ostensivamente.

Mas é indispensável. Como viver sem Justiça, mesmo eventualmente contestada ou desfigurada? O próprio Rui exaltava a Justiça como um todo, embora desprezasse individualmente juízes venais. Como escreveu neste libelo de 1899, no jornal “A Imprensa”, que infelizmente durou pouco tempo. 

“Todos os juízes tíbios, acreditam, como Poncio, salvar-se lavando as mãos do sangue que vão derramar, do atentado que vão cometer. Como quer que te chames, prevaricação Judiciária, não escaparás ao ferrête de Pilatos: O bom ladrão, salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde.” 

Sobre o Legislativo, que pelo menos no Brasil (e não apenas no Brasil) vai se degradando cada vez mais. E seria prazerosamente descartado, se o povo tivesse Poder.

Trabalham apenas um dia por semana, deixam acumular 3 mil vetos presidenciais, como se não tivessem importância. Recebem, votam (a favor) e aprovam as inconstitucionais Medidas Provisórias, como se fossem manifestações legais e irrefutáveis. Sem falar nos atos de corrupção. Não adianta repetir como tantos tolos, “é melhor um Congresso funcionando precariamente, do que um Congresso fechado”.

Esse Congresso, em 1934 transformou a eleição DIRETA em INDIRETA. Em 1964, sancionou o ditador Castelo Branco. Em 1997/98 aceitou o pagamento (bolso a bolsa, em dinheiro vivo) para reeleger FHC, a primeira vez que isso acontecia no Brasil.

Em algum desses casos, e em centenas de outros, serviram ao povo? São servos, submissos e subservientes, pensam (?) apenas nos seus interesses pelo Poder. 

 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

 EUA: PERSEGUIÇÃO VIL AOS NEGROS.

HELIO FERNANDES

*Publicações históricas no Centenário do jornalista

Em 1866, há mais de 100 anos a emenda constitucional número 13, acabou com a escravidão. A luta vinha de longe, milhões morreram na mais terrível guerra civil de 1860. Lincoln foi assassinado em 1865, quando terminava 1 mês do segundo mandato. EUA, Cuba e Brasil, os únicos países que ainda sustentavam a escravidão.

Agora, tanto tempo depois, a violência cruel e selvagem contra os negros, aumentou e se oficializou.  Negros são assassinados por policiais brancos, nem indiciados ou acusados, se chegassem aos tribunais, seriam absolvidos.

Sintoma da mesma situação de sempre: lojas comerciais lançam produtos, colocam restrições bem visíveis: “SÓ PARA BRANCOS”. Com a eleição, posse e seis anos de mandato do primeiro presidente negro, admitia-se ou esperava-se que tudo fosse melhorar.

Piorou, atingiu níveis nunca dantes imaginados. O presidente não pode fazer nada a não ser protestar. A Constituição é 70 por cento ESTADUALISTA, 30 por cento FEDERALISTA, os estados podem tudo.

Quero lembrar que hoje, um extraordinário jornalista e criador múltiplo e eclético, Haroldo Lobo, estaria completando 100 anos.

Em 1956 esteve nos EUA com Fernando lobo, (nenhum parentesco), também excelente compositor, notável, depois pai do Edu, grandes amigos do repórter contaram historias espantosas.

Haroldo era negro, ele e Fernando (que lancei em 1950 na revista Manchete, assumimos do zero, ia fechar, em dois anos pulou para mais de 150 mil exemplares, política e jornalisticamente, a mais importantes), conheceram o horror nos EUA. Escolheram um hotel, não puderam ficar, “não hospedava negros”.

Para transitar, almoçar, jantar, uma procura humilhante, bares e restaurantes ”separatistas”, que não aceitava negros. Lamentável. Degradante. Inaceitável. O Brasil mesmo escravagista jamais chegou a esses índices.

 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

 HISTÓRIA DE PRISÕES E LIBERTAÇÕES, JULGAMENTOS NO SUPREMO, NÃO HÁ MAIS SIGILO, CONFIDÊNCIAS, TUDO É PÚBLICO

HELIO FERNANDES 

*Publicações históricas no Centenário do jornalista

Meus advogados, que não conseguiam falar comigo, estava incomunicável, entraram com Habeas-Corpus no Supremo, na época presidido pelo bravo, combatente e resistente Ribeiro da Costa.

Os advogados que me representavam, eram quatro. Sobral Pinto, que defendeu presos políticos em duas ditaduras, a do “Estado Novo” de 1937 e a dos generais de 64. Hoje é nome de edifício onde a OAB Regional e a IAB Nacional, diante de multidão de advogados, homenagearam o bravo, competente, lúcido e resistente, George Tavares. Isso aconteceu na semana passada.

Prado Kelly, notável advogado e jurista, depois presidente da OAB Nacional, Ministro da Justiça e finalmente Ministro desse mesmo Supremo. Adauto Lucio Cardoso, advogado, deputado, fez um libelo contra a minha prisão. 

Mais tarde também ministro do Supremo, saindo de lá, não pela aposentadoria e sim com o ato, o gesto e a convicção de em plena sessão tirar a toga e com audácia e determinação, jogá-la no chão, exclamando: “Este não é o Tribunal que eu imaginava”. E foi embora. 

E finalmente Prudente de Moraes Neto, umas das mais invulgares figuras que conheci. Depois de me defender, foi presidente da SUUMCC, daí surgiria o Banco Central. Diretos do Diário Carioca (este repórter, mocíssimo era diretos da redação, ele era o diretor responsável).

Usou a presidência dessa notável ABI para liderar ou melhorar a situação de dezenas de jornalistas, presos políticos. Sua atuação épica, histórica, maravilhosa, foi em relação ao jornalista Maurício Azêdo, (um dos presos mais torturados) . 

Durante três meses, Prudente quase todo dia ia ao Ministério da Guerra, conversar com o Ministro-chefe-do-Doi-Codi, tentando a libertação de um dos mais torturados de todos os tempos.

Finalmente conseguiu a libertação do Maurício. O próprio general Geisel disse a ele: “Amanhã às 9 horas, o jornalista será solto, o senhor pode ir buscá-lo”. Prudente foi com um amigo e o motorista. Maurício Azêdo, quase morto, foi entregue a ele. 

Emocionante, lancinante, comovente são as palavras obrigatórias para lembrar o ato e o fato. Abraçados Prudente e Mauricio choravam sem para, não há como descrever.

Há um foto que circulou durante muito tempo na internet. Impossível transcrever a emoção provocada pelo episódio, dois homens públicos notáveis, realizados, generosos, desprendidos, chorando abraçados, não conheço nada tão admirável. Era o auge da rebeldia construtiva. Depois da resistência do sacrifício e da tortura, as lágrimas não pela libertação mas sim pela liberdade. 

Julgamento assustador 

Todos diziam, até mesmo no círculo jurídico se comentava: “Com essa seleção de advogados, o Helio Fernandes será absolvido facilmente”. Exatamente o contrário. Fui enquadrado na Lei de Segurança, pediram 15 anos de condenação.

O julgamento terminou em quatro a quatro. Além dos extraordinários advogados, tive a sorte de ter na presidência do Supremo, Ribeiro da Costa. Pela Constituição e pelo Regimento Interno do Supremo, o plenário só poderia julgar com 8 ministros presentes, menos do que isso, nenhum julgamento.

Palavras do presidente Ribeiro da Costa: “Vou levantar a sessão por alguns minutos, voltaremos para cumprir a obrigação constitucional, desempatar a votação”. E esclareceu: “De acordo com o que está determinado na Constituição de 46 posso desempatar contra ou a favor do jornalista”.

Voltaram, num brilhante voto de improviso, me absolveu, com a afirmação – conclusão: “O jornalista não devia nem ter sido preso, acusado e julgado. Apenas publicou um documento assinado levianamente, o conhecimento do documento serviu a coletividade”. 

PS1- Em toda a história da República, fui e sou o único jornalista JULGADO pelo Supremo de corpo presente. Muitos, incluindo Rui Barbosa, foram PROCESSADOS, o que é inteiramente diferente. 

PS2- Hoje não há mais sigilo para coisa alguma. As novas tecnologias não vão matar o jornal impresso, longe disso. Só que agora a velocidade das notícias é a mesma que Einstein colocou na sua genial Teoria da Relatividade.

 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

 O 1º DE MAIO DO CRIMINOSO RIOCENTRO 1981, COMEÇOU COM A DESTRUIÇÃO DA TRIBUNA DA IMPRENSA NO MESMO 1981. O CORONEL JOB LORENA, NEGRO FOI PROMOVIDO A GENERAL, PRECONCEITO, DISCRIMINAÇÃO, RACISMO.

HELIO FERNANDES 

*Publicações históricas no Centenário do jornalista

PARTE - II

Otávio Medeiros chama o coronel Job Lorena 

Precisavam de alguém que modificasse todo o cenário, transformasse os autores criminosos em vítimas. Para isso era indispensável uma investigação-relatório que mudasse tudo, inocentasse os criminosos.

Por que a predileção pelo coronel Job Lorena? Era negro, não seria promovido de jeito algum a general. Otávio Medeiros disse a ele, textualmente, palavra por palavra: “Reservei para o senhor a missão honrosa de defender o Exército. Querem nos acusar do atentado do Riocentro, somos vítimas”.

Manuseou um falso almanaque, disse para Job: “Estou vendo aqui, você está “na bica” (palavreado da caserna) para ir a general. Como coronel, no máximo em 10 dias você terá o relatório pronto, sua promoção a general talvez saia até antes disso. E entregou ao coronel, 4 ou 5 laudas com tudo o que ele deveria escrever. 

O relatório e a promoção 

As duas coisas coincidiram. A investigação estava perfeita, dias depois Job era promovido a general. Usaram o preconceito, a discriminação, o racismo, Job Lorena não tem culpa alguma. Se recusasse, passaria para a reserva como coronel, “sem méritos e sem honra”.

Aceitou, 1 ano depois foi passado para a reserva, sem saber, mas na interpretação de Otávio Medeiros, “glorificado”. 

O PT quer desenterrar o poste chamado Padilha 

Ainda está no mesmo lugar, por falta de alicerce, quer dizer de profundidade. Como Lula lançou o ex-ministro apressadamente, os supostos ou previsíveis candidatos, ficaram inelegíveis. Mercadante, Dona Marta, não ganhariam mas poderiam concorrer. 

Eduardo Suplicy, cujo mandato termina agora, já se ofereceu como candidato. Concorreu contra Covas-Alckmin em 1994, perdeu feio. Agora queriam tirar dele até a possibilidade de reeleição no senado. Para governar, o PT tem feito pesquisas informais, que não ajudam Suplicy. 

Assad “conquistará” o terceiro mandato na Síria 

Depois de três anos de guerra civil, com quase 200 mil mortos e mais de um milhão que tiveram que sair do país, foi marcada eleição para três de junho, pouco mais de 1 mês.

É um dos raros ditadores que concorre a eleições. Esse “concorre” é uma farsa verbal ou lingüística. Como quase tudo o que vem acontecendo na Síria, nesses 14 anos de Assad. E que na certa não se modificará nos próximos 7 de domínio de Assad.  

O mundo não sabe o que se passa na Síria 

Logo que começou a luta dos “rebeldes”, a comunicação do mundo inteiro, “dava poucos meses de permanência de Assad no Poder”. Não aconteceu, ele resistiu sem sair do país, embora pelo noticiário, “já estava derrubado”. 

A guerra civil e o fortalecimento dele 

O mundo continuou sendo enganado com as “vitórias dos rebeldes”, que ganhavam manchetes mas perdiam a guerra. Obama entrou no cenário, deu a impressão de que ajudaria o afastamento de Assad, só fez fortalecê-lo.

Aquela história de “ataque sem tropas, sem mortos, sem violência, o grande equívoco do presidente dos EUA”.

Eram tempos de bom relacionamento Rússia-EUA, Putin enganou deliberadamente Obama, fortaleceu Assad. O acordo de Genebra não saiu do papel, as armas químicas também não saíram da Síria. A não ser as que estavam com a validade vencida. 

Assad candidato único, como perder? 

Assad tem aparecido em fotos, não dentro do palácio, mas na rua, lógico, ruas bem perto dos fundos de suas moradias. Ficará mais sete anos, é muito tempo para análise, principalmente num país como “democracia de candidato único”. Por aqueles lados, “todas” (mas todas mesmo) as democracias, são ditatoriais. Ninguém discute, protesta, mostra indignação.

FINAL.

 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

O 1º DE MAIO DO CRIMINOSO RIOCENTRO 1981, COMEÇOU COM A DESTRUIÇÃO DA TRIBUNA DA IMPRENSA NO MESMO 1981. O CORONEL JOB LORENA, NEGRO FOI PROMOVIDO A GENERAL, PRECONCEITO, DISCRIMINAÇÃO, RACISMO.

HELIO FERNANDES

*Publicações históricas no Centenário do jornalista

PARTE - I

Comissão da Verdade “inventou a pólvora” ao revelar (?) “que generais sabiam do atentado do Riocentro, em 1981”. Não só sabiam como participaram de tudo, os generais Newton Cruz, Chefe da Agência Central do SNI em Brasília, e o Quatro Estrelas, Otávio Medeiros. 

Este, muito mais importante por ser o Diretor geral desse mesmo SNI, como também o único herdeiro da prorrogação da ditadura. Com mais um general, que seria ele.

E o atentado só tinha um objetivo: ataque monstruoso, (felizmente fracassado) eram torturadores mas não queriam abrir mão do Poder. 

A partir de 1981, escrevi muito sobre os atentados 

O primeiro movimento pela continuação da ditadura foi à destruição da Tribuna da Imprensa, em fevereiro de 1981. Era vingança e ao mesmo tempo teste para o que pretendiam desesperadamente: a continuação do regime de exceção, torturador, assassino, arbitrário, autoritário, atrabiliário. 

Meu depoimento no Senado: seis horas sem parar para beber água 

Contei minuciosamente como planejaram e executaram o atentado contra a Tribuna da Imprensa. Mostrei com nomes a participação total e absoluta, do general Otávio Medeiros. Foi o Chefe de tudo, pelo cargo que ocupava, e o que viria a ocupar se tudo desse certo. 

Meu depoimento 

Senadores e deputados, estarrecidos e perplexos com o que eu contava com a maior tranqüilidade. (Já disse há tempos, minha forma de expressão é a palavra escrita mas também a palavra falada. Tido e havido durante anos, como o jornalista mais bem informado, estava à vontade). 

Não sabia nada do Riocentro 

No final de fevereiro não tinha informação sobre o que planejavam para 1º de maio desse mesmo 1981. Embora, mais tarde, viesse a saber que quando fui ao Senado, (CPI do Terror, presidente senador Mendes Canale, Relator, senador depois governador, Franco Montoro) essa monstruosidade já estava sendo planejada. E reforçada com o sucesso da depredação da Tribuna, que a Comissão da Verdade ignora ou não considera. 

O depoimento desapareceu 

Foi um estrondo. O pessoal do SNI, “revoltado”, premeditou represália, que não conseguiram consumar. E continuaram com o planejamento do Riocentro. Ficaram satisfeitos com o fato de no meu depoimento não haver uma linha sobre o que planejavam.

Mas de qualquer maneira, decidiram “sumir” com meu depoimento. Não soube logo. Mais tarde, como tudo foi de improviso, tentei uma cópia do que falei, nenhum senador encontrou. Até hoje, permanece o sigilo. A Comissão, em vez de se “promover”, tem poderes para encontrar o depoimento, e se abastecer dos dados e revelações que estão ali. 

Os autores do Riocentro investigam eles mesmos 

Consumado o fracasso, ficaram apavorados. Ainda sobravam 4 anos para o “presidente” Figueiredo. Mas ele, consultado pelo general Otávio Medeiros, se negou terminantemente a dar “cobertura a criminosos como os que planejaram e executaram essa violência”. 

AMANHÃ – PARTE II

 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

 

A ENTREVISTA DE FHC, VERGONHOSA, PECAMINOSA, VEXAMINOSA E PRINCIPALMENTE, MENTIROSA. A COMISSÃO DA VERDADE “INDOLATRANDO” PINOCHIO.

HELIO FERNANDES

*Publicações históricas no Centenário do jornalista

PARTE I

A Comissão da Verdade, com todos os poderes, conseguiu obter algumas explicações, desvendar crimes e descobrir e desenterrar corpos, mais nada. Está trabalhando há anos, poderia conseguir muito mais, se não tivesse visível receio de se aproximar de alguns generais. Chegaram, perto dos quartéis, fizeram requerimentos, perguntas e indagações, foram completamente ignorados.

É bem verdade (desculpem o uso da palavra), essa Comissão levou tanto tempo a ser concretizada, que todos os generais do “primeiro time”, transformados em “presidentes”, morreram muito antes de serem acusados.

Ao contrario do que aconteceu na Argentina, onde quase todos morreram em celas miseráveis. Ou no Chile, onde semana passada, generais criminosos foram condenados. Estavam, na cadeia, as condenações confirmadas, ficarão lá para sempre.

A Comissão perde tempo.

Conduziram mal a investigação, receberam respostas inteiramente desligadas da realidade. Como a confirmação dos militares, que não quiseram ou não puderam contestar ou desmentir: “Nos quartéis não ocorreram fatos que conflitavam com a rotina militar”.

Sem o menor constrangimento, desmentiam a realidade, desprezavam a própria Comissão. Esta devia ter começado por três providencias, indispensáveis.

1 – Responsabilizar os que atenderam “decisões” dos generais culpados, que agiam em beneficio próprio. 2 – Porque não investigaram a razão da transição da “ditadura para a democracia”, ter sido comandada totalmente pelos militares?

3 – Esses militares culpados, que se “inocentaram” com a anistia deles mesmos, comandaram a indireta de 1985, seis anos depois. Ainda acreditávamos na prorrogação do terror, com um novo general de plantão, o chefe do SNI, Otavio Medeiros.

Não tendo tomado essas três providencias, que reforçaria seus poderes não apenas de investigação mas também de punições, vão esgotar o tempo, sem nada de muito proveitoso. 

Ou até de contraproducente, com nítido caráter de desperdício, como essa inacreditável, inimaginável e totalmente dispensável entrevista de FHC. Por que ouvi-lo? Seu passado é mais do que conhecido, jamais combateu coisa alguma.

AMANHÃ – FHC NUNCA FOI CASSADO

 

O TERRORISMO DOS BANQUEIROS. SEM REFORMA AGRÁRIA NÃO HÁ DESENVOLVIMENTO. QUEM SÃO OS “DONOS” DA TERRA?

hELIO FERNANDES

parte i

*Publicações históricas no Centenário do jornalista

Há anos o cidadão espera receber o roubo dos bancos

Em dezembro, antes das férias da justiça, começaram no Supremo, a examinar os prejuízos de centenas de milhares de pessoas. Dizimadas por cinco planos engendrados por economistas incompetentes: Verão, Bresser, Cruzado e o Collor I e Collor II. Disseram: “Os ministros vão se manifestando, depois é só votar”.

A fraude dos banqueiros

Muito tempo antes, ainda na Tribuna impressa, escrevi bastante sobre o assunto. Os banqueiros não perderam nada, tiveram lucros em todos esses planos.

E os economistas que planejaram e arruinaram os cidadãos, continuam cada vez mais prestigiados, donos de consultorias arrogantes, parece até que não participaram dessa fraude trilionária, que para eles se acumula como vitória profissional e aumento de contas bancárias.

O terrorismo dos banqueiros

Durante quase 30 anos, esses poderosos e intocáveis donos de bancos, não deixaram ninguém examinar a questão. Espalhavam as maiores fraudes, mantiveram engavetadas as devoluções do dinheiro do cidadão-contribuinte-eleitor.

Mas como é preciso uma satisfação à comunidade, o caso chegou ao plenário do Supremo, pelo menos para que os senhores ministros, data vênia, pelo menos discursassem.

“O país vai quebrar”

Esse foi o trovão espalhado pelos donos dessas “arapucas” chamadas de bancos. Começaram a se aproveitar da “Liberdade de Imprensa”, fizeram frases e divulgaram números assustadores. “Se tivermos que pagar, o Brasil vai à falência junto conosco”. Ou: ”Não devemos nada, já perdemos muito”.

Em matéria de números, iam avançando de forma assustadora para o país e o todo. Começaram falando “em prejuízos” de 150 BILHÕES, passaram para 450 BILHÕES.

E alguns, mais audaciosos chegaram a falar que o total que a comunidade devia e deve receber, é de “900 BILHÕES”. Poderiam ir mais longe, eles não precisam prestar contas a ninguém.