Repercussão
enorme do massacre de Dilma no Congresso.
HELIO FERNANDES
A
presidente não tinha nada que ir ao Congresso. Se fosse ano passado, inicio da
legislatura e do segundo mandato, vá lá. Mas agora, sem necessidade ou
oportunidade, é impossível explicar. Falamos ontem, do fato, hoje do que
disseram.
Não
poderia ter sido pior. Os aliados (?) ficaram em silencio, é ano de eleição,
não querem se envolver com a impopularidade dela.
Os que
fingem de oposicionistas, vaiaram na hora, 24 horas depois, criticam duramente.
Foi à própria Dilma que criou para eles essa chance, não poderiam desperdiçá-la.
Sem constrangimento, a presidente foi propor "parceria" a quem faz
tudo para repudiá-la, e a disposição inequívoca de combatê-la. Gente com
cartazes variados, ("fora Dilma", "CPMF, não" e ela
insistindo.
Desorientada,
desanimada, fingindo que não ouvia as vaias, e agradecendo os aplausos tímidos,
acumulou mais derrotas. Como eu disse ontem, não apresentou nenhuma proposta, qualquer
plano que possa parecer com uma forma de governo, alguns compromissos que
cumprirá, nada vezes nada.
Foi de mãos
vazias, impopularíssima, apenas com a frase textual: "Peço uma parceria
para salvar o Brasil, devido á EXCEPCIONALIDADE da crise”. Tudo o que está
acontecendo tem apenas a origem de 5 anos, criação e omissão dela. Não precisou
da colaboração de ninguém, destruiu tudo sozinha. Agora, humilde e humilhada,
se ajoelha, apela, recebe como resposta o desprezo total.
De minuto
a minuto brandia a CPMF, dizia que por aí o país poderia encontrar o caminho da
recuperação. Na hora recebeu vaias, muitos nem se interessavam em ouvi-la. 24
horas depois, criticas violentíssima, nem imaginavam que pudessem sentar para
conversar.
2016 é
ano de eleição municipal, a oposição só se preocupa com isso. Deixa a municipal
por alguns instantes, tenta se preparar com a eleição presidencial.
Nominalmente para 2018, mas acredita que pode ser ainda neste 2016.
O sonho
do PSDB, o maior partido de oposição, já que o PMDB se divide em muitos
pedaços, é disputar uma eleição presidencial. Não consigo entender esse
otimismo do PSDB. Perdeu para o PT em 2002, 2006, 2010, 2014, por que tanta
esperança no amanhã? Em 2014 teve 42 milhões de votos em 137 milhões de
eleitores, quer dizer, 85 milhões não votaram em Aécio.
Não se
pode negar que Dona Dilma chegou na frente, mas 83 milhões nem se lembraram do
nome dela. Lamentável, melancólico, deprimente, dramático, e que tem tudo
para se repetir. Apenas com a ausência de Dona Dilma, que não deveria ter
direito á reeleição. Essa desgraça se deve á ambição de FHC, que comprou e pagou
mais 4 anos no poder. Devia ser responsabilizado, foi o criador do
"mensalão pago á vista". Ia sofrendo o impeachment, foi salvo por
Michel Temer, então presidente da Câmara, o Eduardo Cunha da vez.
O desespero da Petrobras.
Ninguém
escreveu mais sobre a empresa, na Tribuna impressa e no blog, do que este repórter.
Sempre a favor, claro. Reclamei com insistência sobre a multidão de cargos.
Diretor,
Diretor Adjunto, Executivo, gerente, gerente adjunto. Com a Lava jato, a descoberta:
cargos demais e fiscalização de menos. Agora cortaram 30 por cento desses altos
funcionários, é tarde mas indispensável.
Sem
pessimismo ou otimismo: a Petrobras precisará de 10 ou 20 anos para recuperação.
O produto da Petrobras, (petróleo e principalmente pré-sal) é recusado pelo
mercado. No ultimo dia útil de 2015, uma ação da Petrobras era negociada a
4,41. Durante todo o mês de janeiro e nos 3 dias de fevereiro, não saiu da
faixa de 4 reais. Não chegou a 5, não ficou abaixo de 4.
A propósito:
ontem, em Nova Iorque, um barril valia 28 dólares. A Petrobras não está mais
entre as 500 maiores, sua divida é astronômica, e em dólares, que não sai dos 4
reais. A divida da Petrobras, já foi com dólar a 1,70.
Brasília surpreendente.
O
Ministro Facchini, relator de um processo contra Renan Calheiros, decidiu
ontem. Aceitou a denuncia, mandou para o presidente Lwandowski, pediu pauta
para julgamento. Parece simples e comum, nada disso. O processo, é de
2007 quando Renan se envolveu num caso
rumoroso. Era presidente do Supremo, foi acusadissimo, tentavam cassar seu
mandato de senador.
Disseram
que foi financiado por uma empreiteira, depois de demoradas negociações, fez
acordo: renunciaria á presidência do Supremo, mas não perderia o mandato. Sua
carreira nos 8 anos seguintes, prova que foi competente.
Mas raros
sabiam que o processo continuava, agora com o Ministro Facchini, que em 2007
nem estava no Supremo. Dependerá da "pauta" e do julgamento do plenário.
Ontem, quase todos os Ministros receberam a noticia, perplexos. Impossível qualquer
expectativa.
Fim da eternidade imoralidade.
A
prefeita de Madri, determinou a derrubada de todos os monumentos em homenagem
ao ditador Francisco Franco. Espero que outras cidades tomem a mesma
providencia. Só em Barcelona e em toda a Catalunha, não existe alguma coisa que
lembre o ditador.
O mesmo
aconteceu com Stalin. O povo derrubou todos os monumentos, ninguém queria que o
carrasco fosse lembrado. A cidade que tinha seu nome, Stalingrado, teve o nome
trocado, desapareceu do mapa. Deviam fazer o mesmo no Brasil.
PS- Não
podemos abandonar o futebol. È importantíssimo, principalmente quando cometem
barbaridades, como agora. Exemplo: estamos contratando em massa, pagando altos salários,
jogadores de países vizinhos. A cada dia surge um nome e nova contratação.
Vamos desempregar aqui para contratar desconhecidos.
O Brasil
está se transformando na China da America do Sul. "Hermanos" querem
atravessar as fronteiras da America do Sul vida nova. Dependendo das
circunstancias e da competência, admitimos a contratação de técnicos e não
apenas de futebol.
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