Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Repercussão enorme do massacre de Dilma no Congresso.

HELIO FERNANDES

A presidente não tinha nada que ir ao Congresso. Se fosse ano passado, inicio da legislatura e do segundo mandato, vá lá. Mas agora, sem necessidade ou oportunidade, é impossível explicar. Falamos ontem, do fato, hoje do que disseram.

Não poderia ter sido pior. Os aliados (?) ficaram em silencio, é ano de eleição, não querem se envolver com a impopularidade dela.

Os que fingem de oposicionistas, vaiaram na hora, 24 horas depois, criticam duramente. Foi à própria Dilma que criou para eles essa chance, não poderiam desperdiçá-la. Sem constrangimento, a presidente foi propor "parceria" a quem faz tudo para repudiá-la, e a disposição inequívoca de combatê-la. Gente com cartazes variados, ("fora Dilma", "CPMF, não" e ela insistindo. 

Desorientada, desanimada, fingindo que não ouvia as vaias, e agradecendo os aplausos tímidos, acumulou mais derrotas. Como eu disse ontem, não apresentou nenhuma proposta, qualquer plano que possa parecer com uma forma de governo, alguns compromissos que cumprirá, nada vezes nada.  

Foi de mãos vazias, impopularíssima, apenas com a frase textual: "Peço uma parceria para salvar o Brasil, devido á EXCEPCIONALIDADE da crise”. Tudo o que está acontecendo tem apenas a origem de 5 anos, criação e omissão dela. Não precisou da colaboração de ninguém, destruiu tudo sozinha. Agora, humilde e humilhada, se ajoelha, apela, recebe como resposta o desprezo total.

De minuto a minuto brandia a CPMF, dizia que por aí o país poderia encontrar o caminho da recuperação. Na hora recebeu vaias, muitos nem se interessavam em ouvi-la. 24 horas depois, criticas violentíssima, nem imaginavam que pudessem sentar para conversar.

2016 é ano de eleição municipal, a oposição só se preocupa com isso. Deixa a municipal por alguns instantes, tenta se preparar com a eleição presidencial. Nominalmente para 2018, mas acredita que pode ser ainda neste 2016.

O sonho do PSDB, o maior partido de oposição, já que o PMDB se divide em muitos pedaços, é disputar uma eleição presidencial. Não consigo entender esse otimismo do PSDB. Perdeu para o PT em 2002, 2006, 2010, 2014, por que tanta esperança no amanhã? Em 2014 teve 42 milhões de votos em 137 milhões de eleitores, quer dizer, 85 milhões não votaram em Aécio.

Não se pode negar que Dona Dilma chegou na frente, mas 83 milhões nem se lembraram do nome dela.  Lamentável, melancólico, deprimente, dramático, e que tem tudo para se repetir. Apenas com a ausência de Dona Dilma, que não deveria ter direito á reeleição. Essa desgraça se deve á ambição de FHC, que comprou e pagou mais 4 anos no poder. Devia ser responsabilizado, foi o criador do "mensalão pago á vista". Ia sofrendo o impeachment, foi salvo por Michel Temer, então presidente da Câmara, o Eduardo Cunha da vez.

O desespero da Petrobras.

Ninguém escreveu mais sobre a empresa, na Tribuna impressa e no blog, do que este repórter. Sempre a favor, claro. Reclamei com insistência sobre a multidão de cargos.

Diretor, Diretor Adjunto, Executivo, gerente, gerente adjunto. Com a Lava jato, a descoberta: cargos demais e fiscalização de menos. Agora cortaram 30 por cento desses altos funcionários, é tarde mas indispensável.

Sem pessimismo ou otimismo: a Petrobras precisará de 10 ou 20 anos para recuperação. O produto da Petrobras, (petróleo e principalmente pré-sal) é recusado pelo mercado. No ultimo dia útil de 2015, uma ação da Petrobras era negociada a 4,41. Durante todo o mês de janeiro e nos 3 dias de fevereiro, não saiu da faixa de 4 reais. Não chegou a 5, não ficou abaixo de 4. 

A propósito: ontem, em Nova Iorque, um barril valia 28 dólares. A Petrobras não está mais entre as 500 maiores, sua divida é astronômica, e em dólares, que não sai dos 4 reais. A divida da Petrobras, já foi com dólar a 1,70.

Brasília surpreendente.

O Ministro Facchini, relator de um processo contra Renan Calheiros, decidiu ontem. Aceitou a denuncia, mandou para o presidente Lwandowski, pediu pauta para julgamento. Parece simples e comum, nada disso.  O processo, é de 2007 quando Renan se envolveu num caso rumoroso. Era presidente do Supremo, foi acusadissimo, tentavam cassar seu mandato de senador. 

Disseram que foi financiado por uma empreiteira, depois de demoradas negociações, fez acordo: renunciaria á presidência do Supremo, mas não perderia o mandato. Sua carreira nos 8 anos seguintes, prova que foi competente.

Mas raros sabiam que o processo continuava, agora com o Ministro Facchini, que em 2007 nem estava no Supremo.  Dependerá da "pauta" e do julgamento do plenário. Ontem, quase todos os Ministros receberam a noticia, perplexos. Impossível qualquer expectativa. 

Fim da eternidade imoralidade. 

A prefeita de Madri, determinou a derrubada de todos os monumentos em homenagem ao ditador Francisco Franco. Espero que outras cidades tomem a mesma providencia. Só em Barcelona e em toda a Catalunha, não existe alguma coisa que lembre o ditador. 

O mesmo aconteceu com Stalin. O povo derrubou todos os monumentos, ninguém queria que o carrasco fosse lembrado. A cidade que tinha seu nome, Stalingrado, teve o nome trocado, desapareceu do mapa. Deviam fazer o mesmo no Brasil.

PS- Não podemos abandonar o futebol. È importantíssimo, principalmente quando cometem barbaridades, como agora. Exemplo: estamos contratando em massa, pagando altos salários, jogadores de países vizinhos. A cada dia surge um nome e nova contratação. Vamos desempregar aqui para contratar desconhecidos. 


O Brasil está se transformando na China da America do Sul. "Hermanos" querem atravessar as fronteiras da America do Sul vida nova. Dependendo das circunstancias e da competência, admitimos a contratação de técnicos e não apenas de futebol.
..............................................................................................................
Nossos leitores podem fazer comentários e se comunicar com os colunistas, 
através do: e-mail: blogheliofernandes@gmail.com
ESTA MATÉRIA PODE SER REPUBLICADA DESDE QUE CITADO O NOME DO AUTOR

Nenhum comentário:

Postar um comentário