Avançaram no roteiro da obsessão: impedir ou
proibir que a Petrobras explore seu petróleo
HELIO
FERNANDES
Vem de longe. Na
ultima etapa, a de ontem, caminhou no objetivo de desestatizar a empresa,
através de maioria circunstancial de 40 a 26. Não é a derrota, mas empobrece
financeira e economicamente a empresa já corroída e destruída pela corrupção
desvairada. A luta contra o interesse nacional, começou quando poucos
acreditavam na existência dessa riqueza. A primeira grande vitima foi Monteiro
Lobato. Defendia não só o petróleo, mas outras fontes de progresso. Como era
eclético, não usava apenas a palavra escrita, combatia desenhando.
Um dia
publicou mapa com o Brasil e todos os que faziam fronteiras com ele. E a legenda:
"Deus quando criou o mundo, determinou, todos terão petróleo menos o
Brasil". Podia estar exagerando na fundação do mundo, mas acertou diretamente.
Perseguido, preso, asilado, tentaram atingi-lo de todas as formas.
O tempo
passou, veio a época em que os EUA dominavam o Brasil através de embaixadores
competentes e participantes. Distribuíram então a palavra de ordem com o
slogan-bordão: "Não ha petróleo no Brasil". Ficou valendo por muito
tempo, até o Clube Militar (de participação certa e histórica) juntar
oficiais de varias idades e uma só convicção: "O petróleo é nosso".
Foi
emocionante , o Brasil todo se abraçou, festejou, comemorou, numa previa ou
avançada idéia que se repetiria dezenas de anos depois na França e no mundo: "Somos
todos Charlie". Ainda não havia petróleo, mas o sentimento conjugado de
que existia, e deveríamos ficar preparados para defendê-lo, a cobiça era
enorme. Começou a Era do petróleo no Brasil. Tentaram até modificar a palavra
Petrobras, não conseguiram, recuaram. Mas criaram as licitações, com o
conluio distante mas efetivo, de FHC e Dilma, ainda não PresidentA.
Agora,
aproveitando uma oportunidade eventual, cumpriram mais uma etapa no roteiro de
desestatização da empresa. Tentam e por enquanto fica a impressão de que
conseguiram : tirar do mercado de extração, uma empresa que vive dessa
operação. O preço do barril tem caído a preços inimagináveis, golpearam a maior
empresa nacional, quando ela está em situação insustentável. Aparentemente. Não
houve debate, não se discutiu amplamente essa questão importantíssima.
A propósito:
o preço do barril de petróleo ontem, fechou abaixo de 30 dólares, em Nova
Iorque. As reuniões entre os maiores produtores não pararam, mas não chegam a
acordo. Só que insistem que no final de 2016 o barril estará em 60 dólares ou
quase. Não acredito.
O grupo Gerdau vai depor na operação Zelotes
Influentes,
sempre preservados. No escândalo monumental da compra e venda da refinaria de
Pasadena, havia um Gerdau no Conselho da Petrobras. Fez afirmação contraditória,
garantiu a ruinosa operação (para a Petrobras) mudou de lado, afirmou que o
"Conselho era contra a operação". Nunca foi ouvido para explicação.
Como conselheiro da presidente Dilma, muito consultado, compreensível
Agora
terá que depor na bilionária e ruinosa (para a Receita) Zelotes. Era tudo
planejado e executado com sucesso. Grandes empresários sonegavam, recorriam
para o Carf, altos funcionários anulavam tudo. Depois do petrolão é o que deu
maiores prejuízos ao contribuinte.
Eleição na FIFA
Em ritmo
de corrupção, a poderosa empresa que controla o futebol do mundo, foi
protagonista de um episodio que parecia impossível. Mas que atingiu o próprio
presidente Blatter e seu quase visível sucessor, Platini, agora invisível e
expulso por 6 anos. Da mesma forma que o intocável Blatter.
Cinco
candidatos, dois deles pelo menos estranhos. Um representante da África do Sul.
Em pleno Apartheid, em 1976, comunicou á FIFA, que não disputaria a Copa da África,
"não jogamos com negros".
Resposta
imediata: "Se não jogam com negros, também não jogam com brancos". Só
voltaram muitos anos depois com Nelson Mandela.
Esperamos
que da reunião e da eleição de hoje, sexta, o único vencedor seja o futebol,
adorado por milhões de pessoas.
Domingo, o tapete vermelho do Oscar, que não pode
ser pisado por negros
È a maior
festa do mundo, nada contra. O cinema é atração insuperável. Mas por que a
perseguição, desconsideração, a discriminação racial? A própria direção do
Oscar enfrentou protestos de enorme repercussão. Neste 2016, 150 anos da
aprovação nos EUA, em 1866, da Emenda numero 13, que "acabava” ou
"acabou" com a escravidão. (Segunda feira contarei a luta heróica de
Lincoln sobre o assunto).
O marqueteiro de Dilma tenta se explicar
A estratégia
do casal Santana continua. Pelo que o advogado sintetizou o depoimento dos
dois, rigorosamente igual. Na verdade, só existem dois itens. 1- O dinheiro das
contas secretas abertas no exterior, e a possível ou suposta ligação com a
campanha da presidente. 2- Sabia ou não sabia da origem e da ligação
"propineira" do dinheiro?
Conforme
revelei ontem, quinta feira, "ele está disposto a concordar com o mal
menor". Que seria o desconhecimento (que o advogado chamou de equivoco) e
a confusão de contas dos vários clientes do exterior. Textual: "Nenhuma
parte do que foi recebido no Brasil, está na lista do que foi depositado lá
fora"
Por conta
própria, o advogado fez o comentário: existem centenas de casos de depósitos
como esse e ninguém jamais foi culpado ou condenado por isso. Acrescentou:
"João Santana é um profissional da criação, só se preocupa e se interessa
pelo trabalho. Não sabe nada de contas bancarias nem como movimentá-las". O
que não pode desmentir: Moro bloqueou 25 milhões na conta dele, o dinheiro
estava lá. Na dela o bloqueio não achou nada.
Ainda na
Republica Dominicana, assim que recebeu a noticia do Brasil, conversou com seu
cliente, presidente, candidato á reeleição, disse que voltaria logo para o
Brasil. O presidente pediu alguns dias, Santana respondeu: "Já reservamos
as passagens, não quero nenhuma ligação com a Interpol, amanhã cedo estarei me
entregando no Brasil". Foi o que fez.
A prisão
temporária termina sábado. Hoje mesmo ou no ultimo dia, o juiz Sergio Moro pode
anunciar sua decisão: “liberando o casal ou prorrogando a temporária por mais 5
dias".
A festa do PT, hoje no Rio
Segundo o
alto escalão do partido, será grandiosa. “A presidentA não concorda. Por isso
ficaram esperando até tarde a decisão dela. Lula não fez nenhuma ligação para
" um apelo pela presença", nem para se informar. Não será
unicamente festa. A cúpula do partido apresentará projeto econômico,
inteiramente contrario ao comportamento do Planalto.
Indo ou não
indo, vindo ou não vindo ao Rio, o constrangimento será total. Não ha mais
possibilidade de entendimento, ou melhor, nunca houve, depois que Dona Dilma
vetou o "volta, Lula", praticamente acertado. A ultima coisa que a
presidentA fez ontem á noite, foi ver na TV, o programa eleitoral do PMDB.
Estava na rede desde anteontem, mas ela quis ver novamente. Os aliados atacaram
duramente o governo Dilma, mas ela não achou hostil.
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