Titular: Helio Fernandes

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

A FEB, O GENERAL AFONSO ALBUQUERQUE LIMA, O ENCONTRO VARGAS-ROOSEVELT

HELIO FERNANDES

*Publicações históricas no Centenário do jornalista

PARTE II

O DRAMA PESSOAL DE VARGAS

Comunicaram ao presidente Roosevelt, que telefonou pessoalmente para o presidente Vargas. Conversaram, marcaram um encontro, que se realizou 15 dias depois, em Natal.

O drama de Vargas: na véspera da viagem, morreu seu filho mais moço, Getulinho. Vargas ficou a noite toda no velório, quando o corpo foi para São Borja, viajou para Natal, chegou rigorosamente no tempo marcado.

A CONVERSA DOS PRESIDENTES

Cordialíssima, como se esperava de dois homens como Vargas e Roosevelt. O presidente americano agradeceu, falou: “O senhor ajudou muito os EUA, essa base é importantíssima. Gostaria de saber o que o Brasil mais precisa no momento. E Vargas, sem hesitação: “Uma siderúrgica, presidente”. E  Roosevelt: “O senhor terá, o mais rapidamente possível”.

SURGE VOLTA REDONDA

Roosevelt imediatamente formou um grupo de técnicos respeitadíssimos, colocou um chefe de sua total confiança, mandou-os para o Brasil, montar as bases da siderúrgica. Ficaram aqui uma semana, não estiveram pessoalmente com Vargas. Mas compreenderam logo: “Tem que ser em Santa Catarina ou Paraná”. 

Havia até um porto, Paranaguá, modernizado por Vargas para atender a produção e os interesses do seu companheiro de golfe, Wolf Klabin. Mas Vargas assustou os técnicos, fechando a questão: “Tem que ser em Volta Redonda”.

ROOSEVELT  CUMPRE A PALAVRA

Os técnicos voltaram, foram recebidos logo por Roosevelt, disseram: “Presidente, é, impossível atender ao presidente do Brasil, ele quer a siderúrgica longe da matéria-prima, da mão de obra e de qualquer forma de exportação”.

Roosevelt, imperturbável: “Voltem lá e façam tudo o que o presidente determinar. Está em jogo a minha palavra”.

PS – Vargas se fixou definitivamente em Volta Redonda. Surgiu lá a primeira siderúrgica, não técnica, mas política. Volta Redonda, no Estado do Rio, cujo interventor era seu genro, Amaral Peixoto.

PS2 – Sem dúvida que os EUA mandaram (e dominaram) muito no Brasil. Mas nesse episódio, apenas circunstâncias importantes para os dois países. Na mesma guerra contra o que se chama de nazi-nipo-fascismo (Alemanha, Japão, Itália).

 

 

 

 

 

 

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