Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

 SALVE, SALVE!

O CENTENÁRIO DE HELIO FERNANDES. SEMPRE, ALTIVO NA TRINCHEIRA DO JORNALISMO CORAJOSO, AUDAZ E POLÍTICO. PERSEGUIDO, CASSADO, PRESO E DESTERRADO NUNCA RECUOU...

“O 29 DE SETEMBRO DE 1969 FOI TENEBROSO”

HELIO FERNANDES

Deixo aqui minhas copiladas linhas sobre mais um desses tantos episódios de sua luta. Neste Centenário de 2021 que está em curso, solene, resto as mais efusivas e amáveis homenagens. 

Roberto Monteiro Pinho – sub editor

No dia 29 de setembro de 1969, a Tribuna da Imprensa publicou uma carta do comandante Mário dos Reis Pereira ao almirante Augusto Rademaker, em que o primeiro imputava ao grupo de Castelo Branco pretensões “continuístas”.

 

A publicação dessa carta valeu a Hélio Fernandes o desterro em Campo Grande, em Mato Grosso, para onde partiu em 1º de outubro, segundo portaria baixada pelo ministro da Justiça Luís Antônio da Gama e Silva.

“Vinte anos pela liberdade da Tribuna da Imprensa

Nos últimos dias de 1969, por ocasião do 20º aniversário do jornal, Hélio Fernandes, de volta ao Rio, publicou o artigo “Vinte anos pela liberdade da Tribuna da Imprensa”, em que declarava: “O jornal não arredou pé de sua trajetória de nacionalismo, mesmo que as esquerdas a qualifiquem de reacionária e as direitas de demagógica e comunista. 

A sua luta é a do povo, pela integração do Brasil, e não sua estagnação. É a luta pelos ideais patrióticos e democráticos da massa popular brasileira, vilipendiada e desrespeitada pelas demagogias de 12 governos em 20 anos, o que patenteia o estado de irresponsabilidade e de descalabro que tem vivido o país.” 

Desde então, o jornal se manteve fiel a uma posição nacionalista. 

O engajamento oposicionista que Hélio Fernandes imprimiu ao jornal seguiu adiante ao longo de todos os governos militares, e mesmo após o fim da ditadura a Tribuna da Imprensa continuou mantendo uma postura independente em relação à situação, permitindo-se criticá-la quando julgasse necessário. 

A partir de 1968, o jornal passou a sofrer a censura prévia, recebendo regularmente visitas noturnas de oficiais do I Exército, que decidiam o que poderia ser publicado nas edições das manhãs seguintes. De acordo com Hélio Fernandes, o jornal desperdiçava rotineiramente 20% de seu material redacional.

A censura apreendendo edições 

A censura continuou mesmo durante a retomada do processo de restauração dos direitos políticos democráticos, que foi conduzido pelo próprio regime militar e que ficou conhecido como “abertura”.

Assim, a Tribuna da Imprensa teve diversas de suas edições apreendidas, sendo que em 1977 as apreensões chegaram a cinco, e em uma delas seus diretores Hélio Fernandes e Wilson Correia foram convidados a prestar esclarecimentos à polícia.

Contra a eleição indireta... 

Em março de 1978, uma nova apreensão penalizava a publicação do editorial “Empulhação em vez de democracia”, de autoria de Hélio Fernandes, no qual se criticava a determinação governamental de eleição indireta para governadores estaduais e a criação dos ditos senadores “biônicos”, eleitos indiretamente à razão de um por estado. 

Essas alterações das normas do jogo político integraram o chamado pacote de abril, editado em abril de 1977, e que constituía um conjunto de medidas em reação à não obtenção no Congresso Nacional dos 2/3 necessários para a aprovação do anteprojeto governista de reforma do Poder Judiciário. 

Nota: Este ano é de seu Centenário. A conferir, sua carteira de identidade indica seu nascimento em 17 de outubro de 1921. Neste outubro de 2021 vamos mais uma vez saudar a data com amáveis parabéns!!!

2 comentários:

  1. Parabéns ao ilustre e resiliente jornalista. Uma dádiva ter um brasileiro desse quilate, um dia a historia lhe dará e ou fará o reconhecimento devido. Muita saúde e muitas felicidades, continue sendo o farol da democracia sem adjetivos, DEMCRACIA é só o que desejamos para o nosso País. Parabéns pelo seu século de existência e brilho incomum jornalista Hélio Fernandes.

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  2. Exemplo de humanidade,brasilidade e amor ao povo,no exercício vitorioso de uma vida de conquistas éticas e morais,de um jornalismo que a imprensa devia aplaudir e seguir.

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