Titular: Helio Fernandes

sábado, 16 de abril de 2016

Editoria: Helio Fernandes. Subeditoria: Roberto Monteiro Pinho
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Sábado: Especial impeachment - II

O PSDB, 1994, o PT, 2002, o PMDB, cúmplice e acumpliciado de todos os períodos, descontraíram, obstruíram e destruíram o Brasil nos últimos 22 anos.
Hoje 16:07

HELIO FERNANDES

Quase todos os personagens que estão na televisão, nas redes sociais, nos jornais impressos e nos debates acalorados dos mais diversos locais, não são estreantes. Ha 22 anos, quando FHC assumiu,já estavam no palco. FHC jamais imaginou que seria Presidente da Republica.

O máximo, prefeito de São Paulo. 48 horas antes sentou na cadeira principal da prefeitura. Janio Quadros, que venceu, na posse desinfetou o lugar, informou: "Eu conheço a bunda de quem sentou aqui indevidamente". FHC foi o grande beneficiário do impeachment de Collor. Seu mandato de senador terminava em 1994, preocupado com a difícil mas indispensável reeleição.

Itamar Franco assumiu mediatamente, sem maioria e sem reeleição. Havia um, colegiado para ajudá-lo, na verdade pretendiam tutelá-lo. Sem consultar ninguém, para se afirmar, nomeou FHC Ministro da Fazenda, este aceitou logo. Colocou o deputado José Aparecido, seu maior amigo, Ministro do Exterior. Como Aparecido teve que viajar para Cleveland, transplante de coração, FHC acumulou as duas pastas talvez mais importantes do governo. Como Itamar só tinha 19 meses de governo, quase todos perceberam que já tinha candidato. E aderiram. Com a máquina, venceu Lula, que disputava sua segunda todos eleição presidencial.

Quero situar os personagens e a historia dos seus partidos, mais nada. FHC fez um governo catastrófico. Que rotulei como "retrocesso de 80 anos em 8". Alem de doar uma parte enorme do patrimônio nacional, recebendo no que chamei de "moedas podres", comprou a própria reeleição, com empresários financiando quase 1 bilhão de reais. (A Comissão de Desestatização, crime maior que ainda não prescreveu). Deixou o governo em 2003, o PSDB nesses 13 anos decorridos, disputou 4 vezes a presidência.

10. Perdeu todas. Serra em 2002, Alckmin, 2006, Serra novamente em 2010. E finalmente o "jovem presidenciável" Aécio Neves em 2014. Estão todos na primeira fila, aplaudindo o impeachment. Incluindo o único ex- presidente do partido.

Lula, na quarta tentativa, finalmente chega ao Planalto

Fato único no mundo. Tinha projeto, planos, compromissos. Cumpriu alguns. O mais importante:decidiu, que o bolo ao contrario do que fizera a ditadura nos tempos de Delfin Netto, devia ser distribuído enquanto estava crescendo.Com isso, criou  o "Bolsa família " e o "Minha vida,Minha casa". Podia ir para casa satisfeito, mas havia a reeleição, já era constitucional. O equivoco, perdão, o erro completo: assumiu o segundo mandato pensando  e acreditando no terceiro.Tentou, não conseguiu, passou a acreditar que seu futuro  dependia de um sucessor bem medíocre. 

Ninguém acreditava em Dona Dilma, que jamais disputara eleição, nem tinha tradição no PT. Ela não cumpriu o acordo de ficar só 4 anos, o "volta, Lula", não conseguiu sucesso. Agora está também na primeira fila, numa cadeira desconfortável, que embalança muito. Não consegue ser Ministro, depois de amanhã, quarta feira, o  Supremo irá decidir.Esperança:conseguir o foro privilegiado.

O PMDB caudatário, nunca teve candidato, quer a presidência sem voto

Nos últimos 5 anos, recebeu de "mão beijada" duas vezes a vice presidência. Alem disso, 6 ministérios, montanhas de cargos do segundo e terceiro escalão. Mas vinha de longe a decisão de não ter candidato a presidente. Com FHC já recebera muitos cargos importantes. Renan Calheiros, que já esquecera que se formara em Direito, foi Ministro da Justiça. 

O próprio Temer, segundo suplente de deputado, ganhou a presidência da Câmara, com apoio de FHC. Retribuiu ou recompensou. Quando pediram o impeachment de FHC, como era o Eduardo Cunha da vez agiu ao contrario, "salvou" o então presidente. Agora são todos defensores da ética, da moral publica, da dignidade. Falta credibilidade. 

Agora a realidade de um momento rigorosamente histórico

Toda essa maratona, com o objetivo: a ultima sessão no domingo, por causa das manifestações de ruas. Começou ás 9 da manhã de sexta, ás 9 da manhã de domingo, 48 horas. Nenhum orador agradável, nenhum discurso que se aproveitasse. A estrela da campanha, José Eduardo Cardoso. 

Perdeu quase 5 anos no Ministério da Justiça, criticado por Lula e pelo próprio PT, pelo qual foi deputado Federal, por não ter parado a Lava-Jato. Falou duas vezes no Supremo, duas na Comissão Especial, uma a partir de sexta feira. Elogiado por adversários. E até por este repórter, que nem o conhece.

Sexta e nesta tarde de sábado, incógnita total. O plenário praticamente vazio, muita gente dormindo. No momento, 4 da tarde em ponto, faltam apenas 2 partidos, dos 25. Assim que terminar, começa nova sessão, que deverá ir até ás 11 ou meio dia de domingo. Aí, a votação, cujo resultado só deve ser conhecido a partir de 21 horas. Deputados e até senadores que estão mergulhados no jogo do poder, falam comigo, com prognósticos completamente diferentes.

*O COLUNISTA ESTARÁ DANDO MAIS UM FLASH HOJE ÁS 20 HORAS


Um comentário:

  1. Por que o Supremo não impede o Eduardo Cunha de presidir este processo?

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