Petrobrás sacrificada
*Publicações históricas no Centenário do jornalista
Depois da Lava Jato nada mais deu certo, e não podia mesmo. Publicamente tudo começou com o espantoso caso de omissão e corrupção da refinaria de Pasadena. Dona Dilma era Ministra de Minas e Energia e presidente do Conselho da empresa.
Diante do escândalo sem precedentes, fez uma declaração igualmente clamorosa, acintosa, calamitosa: "só assinei o relatório preparado pelo Diretor Internacional (já preso e condenado há 20 anos) Cerveró, porque ele era falho, deficiente e sem informações”. Todas as razões e motivos para não assinar.
Era uma soma vultosa de dinheiro, mas ninguém imaginava nem de longe que surgisse o Petrolão, Premio Nobel em matéria de roubalheira. Quando a Policia Civil Federal, o Ministério Público e o juiz federal Sergio Moro começaram a investigar, desfolhar, revelar, denunciar e divulgar as licitações denominadas de Lava Jato, o assombro foi total.
E a identificação e a classificação, irrefutáveis mas não inacreditáveis e cada vez se aprofunda e se identifica como o maior escândalo da História da República.
Já estamos na fase número 19, e as surpresas surgem a cada dia, revelando e aprisionando personagens nunca dantes responsabilizados, de tão poderosos que são, que eram mas não serão mais. E levaram de roldão a maior empresa brasileira, hoje completamente descapitalizada, desmoralizada, desacreditada.
Deve tanto, que não pode nem pensar em fazer caixa, não para pagar mas sim para amortizar. E essa dívida foi feita em dólar, a partir de 1,70 quase 2 reais. Mas hoje oscilando entre 4 reais e um pouco menos, admite que venderá ativos, loucura completa com a situação da inflação e a desconfiança dos supostos ou possíveis compradores.
Os fatos também comprometem a recuperação da Petrobras. O barril de petróleo já foi vendido por mais de 100 dólares, maravilha. A ultima cotação foi de 41 dólares e a tendência não é de alta e sim de queda maior. O último balanço trimestral apresentou prejuízo de 3 bilhões e 500 milhões de reais, e oficialmente a empresa informou: “O Pré - Sal representa 24 % da produção da empresa." Aí a culpa não é deles, mas é um roteiro que ninguém gostaria de ler ou produzir.
A extração de um barril custa entre 50 ou 60 dólares. Vendendo a 100 dólares cada barril, bastava exportar 1 milhão e o lucro desse Pré - Sal, numa aritmética tem que ser invertida. Com os mesmos números, o prejuízo passa a ser de 50 ou 60 milhões também por dia. E como a Petrobras tem um volume grande de importações (combustível, derivados, diesel, etc.) a perda de recursos é inimaginável.
Não podemos encerrar o capítulo de hoje sem discordar (como tenho feito desde o inicio) sobre os prejuízos provocados pelas empreiteiras, todas elas, das maiores às outras. O primeiro relatório de volume das propinas, falava “em 6 bilhões de reais ". Conhecendo o desfalque, fiquei revoltado e protestei.
Agora, levantado por especialistas, eleva a roubalheira para 42 bilhões. Ainda não estou satisfeito ou conformado.
A então
presidente Graça Foster foi mantida irresponsavelmente, porque "era amiga
e via novela junto com Dona Dilma ". Surpreendentemente publicou um
relatório no qual colocava as perdas em 88 bilhões. Achei que estava perto da
realidade. Mas a realidade transtornou a presidente da República, que
imediatamente demitiu Dona Graça, nunca mais se falaram.
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