A FEB, O GENERAL AFONSO ALBUQUERQUE LIMA, O ENCONTRO VARGAS-ROOSEVELT
HELIO FERNANDES
*Publicações históricas no Centenário do jornalista
Parte I
Incrível que alguns defendam
Castelo Branco, com opinião, mas contrariando os fatos. Não leram nem os dois
livros do general depois marechal Lima Brayner, que esteve sempre no centro dos
acontecimentos. Podiam pelo menos ler os livros e fazer restrições aos fatos
contados por ele.
O V Exército americano (muito
citado aqui), uma piada, comandado pelo general Mark Clark. Não era
militar de carreira, quando foi convocado presidia a Sears Roebuck, uma espécie
de mercado (ainda não havia shopping). Como levar a sério um “general” como
esse?
O COMPETENTE E PRETERIDO AFONSO ALBUQUERQUE LIMA
Falando nos militares que não foram à Itália, queria me referir a generais. Mas como pessoas queridas me pedem, faço esclarecimento, não retificação. Como major ele foi para a Itália no primeiro escalão e voltou no último. Comandou o Batalhão de Operações. Fez carreira brilhante, nacionalista importantíssimo.
NÃO FOI “PRESIDENTE”, VINGANÇA DE ORLANDO GEISEL
A volta da FEB, acontecimento extraordinário. O Rio, então capital, foi todo para o centro da cidade. Não se podia andar da Praça Mauá à Cinelândia, engarrafando toda a Avenida Rio Branco e as transversais. Segundos cálculos, eram 2 milhões de brasileiros (não apenas cariocas) entusiasmados.
Albuquerque Lima foi logo a general de Brigada, em 1967 a Divisão. Em 1969, quando Costa e Silva teve o AVC e foi considerado “incapacitado”, assumiu a Junta Militar (os “Três Patetas”). Foi feita eleição indireta. Pela primeira vez colocaram urnas em diversos órgãos do Exército, Marinha e Aeronáutica. Orlando Geisel, candidato do governo, Afonso, da oposição, ganhou em todos os lugares.
Geisel, que chefiava o nascente Doi-Codi, ficou irritado (leia-se, revoltado): “Albuquerque Lima não pode ser ‘presidente’, é general de 3 estrelas, como é que eu, de 4 estrelas, vou fazer continência a ele?”. Isso foi em dezembro de 1969. Em março de 1970, duas vagas para general de Exército (quatro estrelas). Albuquerque Lima era o número um para promoção. Foi “caroneado”, teve que passar para a reserva. Era a vingança de Geisel.
O ENCONTRO VARGAS-ROOSEVELT EM NATAL
Não houve nenhuma intimação ou intimidação, e sim um encontro amigável entre dois chefes de Estado, que depois se transformou num acordo entre dois países. No início de 1942 (logo depois do massacre do Japão a Pearl Harbour, em 7 de dezembro de 1941), os americanos tiveram que entrar na guerra.
Precisavam então de uma base no
Norte/Nordeste. Depois de contato com assessores de Vargas, oficiais americanos
vieram conhecer os locais. Não quiseram Fernando de Noronha, muito exposto,
estreito, sem aeroporto. Ficaram entusiasmados com Natal (Rio Grande do Norte),
que, segundo eles, “preenchia todas as condições e requisitos”.
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