Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 11 de julho de 2016

O doleiro Funaro devassa os meandros da poderosa doadora JBS. Temer conhece muito bem o assunto. Cunha quer sobreviver em duas frentes

HELIO FERNANDES

A cada dia surgem mais denuncias estarrecedoras, escancarando personalidades importantes e grupos influentes, com a roubalheira de dinheiros públicos. Praticamente não existe uma estatal que não esteja comprometida com o enriquecimento ilícito obtido com a roubalheira do dinheiro do cidadão.

Haja o que houver, nenhuma empresa publica contabilizará mais prejuízos do que a Petrobras. (Dona Graça Foster, presidente da Petrobras, foi demitida porque contrariou ordens de dona Dilma, e publicou oficialmente, num relatório, que a empresa PERDEU 88 bilhões. Juntando corrupção e desperdício conseqüente, paralelo e correlato).

Teríamos que dedicar dias, semanas, meses e anos, (o que temos feito) para cobrir toda a lavagem dessa monstruosa e colossal destruidora roubalheira. A Lava-Jato cada vez trabalha com mais relevância, competência e esforço, e vai revelando mais e mais desvios dos recursos que pertencem ao contribuinte e deviam ser empregados e investidos e não enriquecido alguns, sem o menor constrangimento.

Hoje dividiremos a prioridade da renuncia do corrupto Cunha, com o depoimento-delação do doleiro Lucio Funaro. O numero de doleiros envolvidos nessas operações, deixa claro, que uma parte enorme da corrupção tinha passagem internacional, era paga ou recebida em dólares. Depositada aqui, ou lá fora, havia a necessidade de um profissional da área, com conhecimentos e contatos.

E Funaro era considerado o mais importante, porque coordenava as maiores importâncias em moeda estrangeira. E atuava junto ás grandes personalidades, de diversos setores.

O doleiro confessou que atuava como “coordenador de todas as operações financeiras de Eduardo Cunha”. Trouxe dados mais comprometedores sobre Eduardo Cunha, se isso fosse possível. (Naturalmente, antes da renuncia "estratégica").

Disse que atuava desde o tempo "em que ele era presidente da Câmara, quando acumulou a maior parte da fortuna". Acrescentando que "nem eu sei quanto ele recebeu". Como todos consideram que apesar de estar sendo acusado pelos mais diversos crimes, REU duas vezes no Supremo, o depoimento de Funaro é o fim de Cunha, passemos a outro item da sua denúncia – depoimento - delação. (Depois continuaremos com outros episódios de sua renuncia, como comecei a contar logo depois).

Funaro ENTREGA a JBS

 Essa empresa, tida e havida como a mais importante do país, é também a mais generosa doadora de partidos e personalidades. Sem "discriminação" ou partidarismo, doava para todos. Naturalmente a diferença era regulada em recursos, de acordo com a representatividade dos partidos. Ou no caso pessoal, a importância do personagem. E isso acontece ha anos e anos, o dinheiro do "Friboi" permitia essas doações, consideradas investimento.

1 ano antes do inicio da conspiração-traição,quando se considerava um vice "decorativo" (auto-condenação espontânea), nem imaginava a "promoção", Michel Temer foi chamado com urgência á sede principal do PMDB. Era presidente do partido, precisava resolver uma questão que ameaçava explodir tudo. A JBS fizera doação de 50 milhões (ninharia) para o PMDB.

Como não identificara o recebedor, deputados e senadores se julgavam os proprietários e herdeiros do dinheiro. Michel Temer tomou conhecimento, entrou em campo, procurando o entendimento. Nisso ele é bom, pela habilidade e o conhecimento.

Traçou um roteiro, considerou que precisava começar pelo contato com o doador. Vice presidente da Republica e presidente do maior partido, mandou comunicar que estava indo. E foi. Muito bem recebido pelo proprietário, tudo esclarecido. Conheceu também o importante presidente da holding, o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. (Não imaginava, que pouco mais de 1 ano e meio depois, Meirelles seria Ministro da Fazenda dele, presidente, mesmo provisório).

Saiu da JBS com tanta documentação, que até ele ficou estarrecido. Resolveu o problema que ameaçava um confronto entre o PMDB da Câmara e do Senado. Não era difícil. Impressionado ficou ao examinar os documentos que recebera '"dadivosamente. Constatou que na ultima campanha, 2014, a JBS destinara 461 milhões para diversas personalidades e partidos. PMDB, PSDB, PT receberam a maior parte desse dinheiro. O DEM e outros coadjuvantes, também foram recompensados, com muito menos, não tinham a importância dos outros.

Isso apenas numa campanha, existiam doações de outras disputas eleitorais. Agora Funaro devassa tudo. Por enquanto, o sigilo impede a publicidade. Mas o sigilo tem tempo de duração. O suspense, a angustia, o pânico não têm limite. Atormentam até á publicação. Ou depois, preocupadíssimos. Como participante, mediador ou "historiador", seu conhecimento é geral. Os fatos dirão se também tudo isso se transformou em fundamental.

Quase todos, unidos ou escondidos, tentam salvar o mandato do corrupto Cunha

È degradante, humilhante, até inconsciente, o que está acontecendo na Câmara. Pela primeira vez na Historia do Brasil, ao eleger o seu presidente, a Câmara coloca no pacote do vencedor a vice-presidência da Republica. E nesse duelo de duas guerras simultâneas, só uma certeza: esse vice será Presidente da Republica, pelo menos por 10 ou 15 dias. Para a maioria dos "candidatos", é um tranco, um choque, uma violência ou uma violação da própria biografia.

No controle ou participando dessas duas guerras, no centro de tudo, Eduardo Cunha. Haja o que houver, ele será beneficiário ou beneficiado. Trama, confunde,desune, mistifica, mente, mas é o senhor do espetáculo. Na CCJ, (Comissão de Constituição e Justiça) o propósito é ganhar tempo. Acredita que pode conseguir o objetivo maior nessa área: que o processo da cassação do seu mandato, volte para o Conselho de Ética.

Como retardou por 8 meses a decisão, voltando ao Conselho, terá obtido uma extraordinária vitoria. Nada é impossível nessa Câmara desmoralizada, e como ele mesmo rotulou sem constrangimento, "acéfala". Mas a palavra utilizada por ele, se transformou em realidade pelo seu próprio comportamento.

Aparentemente está com jeito de vencedor. Pelo menos vai conseguindo adiar a decisão, marcando, desmarcando, remarcando a data, emparelhando com o dia da eleição. O relator afirmou: "Se eu mandar o processo de volta ao Conselho de Ética, tenho que mudar de país". Perfeito. Mas nada impede que recorra a outro truque ou artifício. Desde que favoreça ao ex-presidente.

Tudo incerto na CCJ, passemos para a outra guerra. (São duas guerras, não confundir com duas batalhas) Essa também é travada nos bastidores, com os partidos inteiramente ultrapassados. Existem vários candidatos. Alguns para disputar mesmo, outros para trocarem o voto por vantagens.

Não é difícil identificá-los. O quase impossível é encontrar alguém que não seja ligado a Eduardo Cunha ou apoiado por ele. E como contrapartida, depois da vitoria, cumprir os compromissos. E ajudar de todas as formas a impedir a cassação do seu mandato.

Hoje, segunda feira, nem se sabe o dia da eleição, terça ou quinta. Qual a diferença? Mais tempo para "negociação" e logicamente para registro das candidaturas. Que são muitas, mas não definitivas ou reveladas. Todos têm posição particular definida mas oficialmente mantida num silencio constrangedor. O motivo é o receio de votar abertamente em Eduardo Cunha, quer dizer, eleger o candidato recomendado por ele.

Mas examinando o DNA de quase todos, rastros visíveis do ex-presidente da Câmara. E da sua luta pela não cassação, ficar em liberdade, ganhar no Supremo. Ele é tão audacioso, que "antecipa" o resultado da votação na Turma.

Não esconde: "Serei absolvido por 3 a 2. Isso antes da Turma estar completa, por culpa da tremenda divergência, quase hostilidade, de alguns Ministros. Circulam muitos nomes mas apenas 3 com possibilidades. Para ser eleito, o candidato tem que ter o apoio de Eduardo Cunha, e o beneplácito do Jaburu.

Esses apoios, constrangidamente silenciosos, no caso de Temer. Vergonhosamente ostensivos em se tratando do maior coordenador de tudo, o próprio Cunha. A posição do presidente provisório pode ter uma ressalva: a sujeição ao extravagante sistema político "Presidencialismo Supra Partidário". Como combato esse sistema ha mais de 20 anos, tenho que reconhecer a dificuldade de quem estiver no Poder. Mas Temer está ha 40 anos na vida publica, esse modelo tem uma eternidade, ninguém faz nada para modificá-lo. 

No momento, o favorito se chama Rogerio Rosso. Foi escolhido e empossado presidente da Comissão do Impeachment, fez tudo o que Cunha determinava. È gratissimo, sem Cunha não existira.

Acredita que Cunha lhe dê 100 votos, 20 por cento do total. Espera outros 90, (pelo menos, como diz aos íntimos) do "centrão". Este tem 280 deputados, mas está altamente dividido. Como precisa de 250 para vencer no primeiro turno, tem que garimpar mais 60 no "varejão".

Rodrigo Maia trabalha intensamente para agregar os 260 que sobram, no caso de Rosso não vencer no primeiro turno. A chapa de Maia é identificada como "governista independente". È tão difícil identificar o que significa isso, da mesma forma como imaginar de onde virão os votos que precisa. Quando escolhiam o líder do governo, se dizia: "O candidato mais forte é Rodrigo Maia, o preferido de Michel Temer. Não era. O líder foi e continua sendo, era indicado, bancado e exigido por Cunha. Depois de muita barulheira no Jaburu.

PS- Alem de toda incerteza, um dado que ninguém percebeu, mas que é rigorosamente verdadeiro: para onde irão os 130 votos que PT, PC do B e PDT mantêm?

PS2- Esses 130 deputados querem participar da transação pela conquista da presidência da Câmara. Com um candidato próprio. Trabalham o nome de Manuel Castro, PMDB, ex-ministro de Dilma, e psiquiatra. O que é um dado importante, depois que psicólogos, psicanalistas e psiquiatra, proporcionaram um festival de bobagens sobre Cunha.

PS3-Se não conseguirem vencer com o candidato próprio, aceitarão conversar. Nesse quadro altamente caótico e traumatizado, 130 votos, nada desprezível.
Portugal, emocionante no primeiro titulo

PS4- Não era o favorito. Na verdade, chegava á final pela segunda vez. Na primeira, em casa, perdeu para a Grécia, que ninguém sabia que jogava futebol. Para não enganar nem  mistificar os fatos, perdeu para seu técnico arrogante, o brasileiro Felipão. Demitido imediatamente, ainda foi técnico do Brasil. Entrando para a Historia, pela porta larga da vergonha e do vexame dos 7 a 1, inesquecíveis.

PS5- Portugal mais do que mereceu a vitoria. Pelo que jogou, pelo que não deixou a França jogar. Em sua própria casa, o belo Stade de France, que eu vi inaugurar em 1998. Quando o Brasil foi facilmente derrotado, por 3 a 0. Inesquecíveis.

PS6- Alem do mais, Portugal mostrou incidental e acidentalmente, que um time ou seleção, joga com 11. E continua com 11, mesmo quando não pode contar com seu melhor jogador, varias vezes o melhor do mundo.

PS7-Quando Cristiano Ronaldo, o admirado CR-7, saiu de campo chorando, a torcida chorou junto, se comoveu e comoveu o mundo. Os 80 mil pagantes vendo o jogo dentro do estádio, com os quase 100 mil do lado de fora, aplaudiram no fim, Choraram pela derrota, festejavam os que venciam pela primeira vez. Portugal vibrava com a vitoria em 123 minutos. Inesquecíveis.


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