Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Obama entra no ultimo ano, cheio de vitorias, mas não conseguiu derrotar o preconceito.

HELIO FERNANDES

Hoje, quarta feira, termina o sétimo ano do presidente, começa o ultimo. Ao contrario de muitos, chamados de "pato manco" eram apenas "decorativos", (royalties para Michel Temer). Obama está no apogeu. Apesar de minoritário na Câmara e no Senado, acumula sucessos no plano interno e externo.

Conseguiu que 150 milhões de americanos conquistassem plano de saúde. E apesar de 100 milhões terem ficado de fora, Republicanos não esquecem a derrota. Num país habitado inicialmente por imigrantes, estes eram desprezados, humilhados, perseguidos, Obama reverteu à situação.

Lutou incansavelmente para destruir ou pelo menos diminuir o formidável poder de fogo, da poderosa indústria de armamento. No seu excelente discurso no Congresso, obrigatório pela Constituição, colocou quase como prioridade, o adeus ás armas. Os Republicanos não gostaram mas aplaudiram.

A reconciliação com Cuba depois de 54 anos, e a assinatura do acordo anti-nuclear com o Iran, passados 15 anos, outra vitoria, registrada até pelos adversários. Falhou em não derrubar o ditador Assad, da Síria, já em 5 anos de terrível guerra civil. Essa guerra insensata tem apoiadores formidáveis, os fabricantes de armas. Por causa da Síria, assistimos assombrados, a fuga de milhões, que emocionaram e comoveram o mundo. Alem do mais, os americanos não querem mais guerra com tropas, como no Vietnã, Afeganistão, Iraque.

Mas inesquecível para Obama, a luta perdida contra o preconceito, o aumento do racismo. Por causa disso, no horizonte, nenhum perfil de outro presidente negro. (Pelo lado negativo e incompetente, o Brasil não verá tão cedo outra presidente mulher.  Estará sempre presente, o perfil de Dona Dilma, campeã e porta voz do antifeminismo).

Hillary Clinton no caminho da sucessão de Obama.

Falta algum tempo mas não muito. O presidente não tomou posição, mas nenhum presidente gosta de ser derrotado. E a vitoria de Hillary não será vitoria de Obama. Já tentou lançar seu vice, Joe Bidden, não deu certo. Hillary ainda é favorita, mas seu amplo domínio como candidata dentro do Partido Democrata, vem sendo ameaçado.

O que não aborrece Obama.

A eleição é só em novembro, mas dentro de 15 dias se iniciam as primarias, que não param mais. Começam pelos estados de Iowa e New Hampshire. São pequenos, mas carregam historia. Sem importância eleitoral, marcam a campanha. Iowa é o primeiro, o vencedor se entusiasma, consegue doadores. New Hampshire, o menor estado, alimenta uma lenda varias vezes confirmadas. O candidato que vence ali, tem obtido, até surpreendentemente, a indicação no partido. No momento as pesquisas garantem vitoria de Hillary. Mas já esteve muito mais na frente.

Destruição criminosa.

Gastaram centenas de milhões de reais, para transformar o histórico Maracanã, num estadinho qualquer. Sem falar na final Brasil - Uruguai na Copa de 50, dois recordes inesquecíveis. Em 1970, l87 mil pagantes na eliminatória contra o Paraguai. Logo depois, numa final Flamengo-Fluminense, 173 mil pagantes, inacreditável. Hoje o Maracanã tem lotação para 79 mil pessoas, mas a policia não deixa vender mais de 75 mil ingressos. 

Para destruir o Maracanã tiveram que sacrificar o Estádio Célio de Barros, centro intransferível do atletismo nacional. Foi transformado miseravelmente em estacionamento. Repetiram o crime, no centro da cidade. O "presidente" Geisel, sem ter o que fazer nos seus 5 anos ditatoriais, resolveu transformar o Palácio Monroe, sede do Senado, num estacionamento.

Explicação: o Palácio Monroe, doado ao Brasil era uma replica, sem criatividade. Para ser coerente, Geisel devia ter mandado demolir o Teatro Municipal e "plantado" ali um enorme estacionamento. O Teatro Municipal, uma replica magistral do Teatro da Ópera de Paris, foi doado ao Brasil pelo Barão Houseman. O grande transformador de Paris, abrindo suas larguíssimas avenidas, incluindo o Champs Elisés. O Teatro Municipal foi inaugurado em 1909 pelo presidente Nilo Peçanha.

Temer quer "conciliação", desde que fique tudo como está.

Nunca se movimentou tanto. Está conversando para todos os lados, não livra nem a presidente. Ou deputados e senadores que acredita estarem fora do horizonte do Planalto. Sabe que acordou do sonho do impeachment, mas ainda existe o pesadelo da cassação pelo TSE. 

Precisa manter a presidência do PMDB, com um senador de coadjuvante "decorativo". Está difícil. Não quer admitir, mas Dona Dilma pode chegar até 2018.  Nesse caso não quer perder a vice, mesmo que tenha menos importância do que hoje. Considera que sendo vice em 2018, pode convencer o PMDB a disputar o cargo. Para isso, tem que ser vice e presidente do PMDB. Quanta desambição.

Considera que tem cacife para tudo isso. Ontem, quem era do PMDB dito dissidente, passou o dia no majestoso Jaburu. É majestoso, mas adoraria se mudar para o vizinho Alvorada.

1 - O Ministro Aloizio Mercadante foi demitido do Conselho da Itaipu. Soube pelo Diário Oficial. Para o seu lugar, foi nomeado o Ministro Jaques Wagner. Soube pessoalmente pela própria Dilma. Jeton confortável. 
2 - Audácia de corrupto. Eduardo Cunha pediu a interrupção (o fim) da operação Lava-jato. Inacreditável. O plenário já devia ter cassado, a Comissão de Ética autorizou. Seu desespero: ser julgado em Curitiba.
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