Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 29 de abril de 2020




O STF NÃO CONSIDEROU "ROBUSTAS"
AS ACUSAÇÕES CONTRA BOLSONARO

HELIO FERNANDES

O presidente participou de manifestações contra a democracia, pessoalmente nas ruas, como carreata. E depois, empolgado com a multidão que o aplaudia, alem de ameaçar as instituições, colocou todos em risco violando as instruções e aconselhamentos da OMS.

O STF tinha á disposição, nos dois casos, constatação visual, com ele totalmente desprovido de cautela, abraçando e apertando as mãos de quem se aproximasse.

Quando ele acabou de cometer um dos crimes, o presidente da Câmara discursou: "Se ele insistir, será responsabilizado". Insistiu não aconteceu coisa alguma.

Na questão nítida e exclusivamente política, está tudo gravado na voz do próprio Bolsonaro. Textual, pessoal e indiscutível: "Quero o fechamento do Congresso e do Supremo. E depois a volta do Ai-5".

Se fossem vivos, Aurélio e Houais estariam recriminando alguns ministros pela falta de convicção democrática. E uma segunda vez, pelo uso da palavra "robusta", vulgar e medíocre para  figurar no dicionário pessoal de ministros do Supremo.

PS- Ultima esperança: existe um outro processo de investigação sobre acusações anti-democráticas de Bolsonaro. O relator é o decano Celso de Mello.

IMPEACHMENT DE BOLSONARO

Ha meses se fala no assunto. Antes de haver pedido á Câmara havia coordenação. Falaram com Rodrigo Maia, respondeu, só este repórter publicou: "Se houver algum pedido de impeachment, não coloco em pauta para votação".

Meses transcorridos, com o assunto no STF, pediram ao presidente da Câmara para informar o que sabia sobre a questão.

Ontem se manifestou, tergiversando, que palavra. Existem outras, mas não tão eficientes quanto essa para quem está obrigado a responder, mas não quer se definir. Leiam o malabarismo verbal do presidente da Câmara, todo entre aspas.

PS- "Não sou contra ou a favor do impeachment. Mas é um assunto que precisa ser tratado com cuidado e sem pressa".

PS2- Existia  um clima de hostilidade entre os dois, Bolsonaro queria reconciliação, Maia, não.  É bem possível que não demora, e Bolsonaro estará  almoçando no palácio mordomico do presidente da Câmara.

A DECLARAÇÃO "FORTALECENDO" O MINISTRO DA ECONOMIA, É MAIS UM EPISÓDIO ENVOLVENDO BOLSOGUEDES

O presidente foi colocado diante do dilema opção. Demitia o ministro da Economia, (como queriam ou exigiam militares de dentro do Planalto fardado e até uns poucos de fora)  ou reforçava o ministro ameaçado e intimidado.

De forma espetacular e inesperada, deu "plenos poderes ao ministro" que estava presente, mas não sabia de nada. 

Repetiu o que dissera ao apresentá-lo, era presidente eleito mas ainda não empossado. Até a "carta branca", recebida ha 16 meses, (e logo rasgada acintosamente) foi repetida agora.

"Congelando"  um projeto de mais de 200 bilhões patrocinado por grupos militares e criticado duramente pelo ministro, o presidente não teve duvida: "O ministro Guedes é o homem que decide tudo na economia".

PS- Não houve protesto ou represália dos militares. Eles sabem que Bolsonaro precisava  "dessa demonstração de força e prestigio". 

Alem do mais, conhecem Guedes, ( todos conhecem, é um perdulário de oportunidade) já começou.

PS2-"Prevejo para o próximo ano, o maior crescimento da nossa História".

PS3- Como falou vagamente, próximo ano, 2021, garantiu 20 meses  para ser cobrado.

Ele não resistirá. E a "compreensão" de agora, terá se esgotado.

BOLSONARO E O CORONAVÍRUS

Até assessores ficam surpreendidos com seu comportamento e respostas. Quando falam no aumento do número de mortes, responde: "Todos morrem, não faço milagres".

MISTÉRIOS DO BANCO CENTRAL

Depois de passar um tempão desperdiçando reservas, veio a declaração oficial, do Banco Central: "Dólar alto, é arma contra a crise, não investiremos forte". HOJE, terça não investiram mesmo.

Resultado, incógnita: a moeda  CAIU 2,64, veio para 5,50, exatamente o contrario do que propagavam. E perseguiam.

A Bovespa subiu quase 4% (3,96), pelo terceiro dia trafegando nessa estrada de mais 4%. Não é tendência, é momento. Ainda estão em 81 mil pontos, já deviam estar em 132 mil pontos, desde o mês passado. 

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