Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 10 de março de 2020


NA GUERRA DO PETRÓLEO, QUE VEM DE LONGE,
O BRASIL É SEMPRE DERROTADO

HELIO FERNANDES
  
Há  60 anos, o  extraordinário Monteiro Lobato, famoso escritor de histórias infantis, se dedicou a defender  as riquezas nacionais. Fez um comentário-sensação, de enorme repercussão, pois desvendava  e denunciava os poderosos interesses  que dominavam o mundo.

O comentário na integra: "De manhã, quando acordo, acendo a luz e  ligo o gás par a fazer café, estou enriquecendo  empresas multinacionais, que nos exploram". 

Terminava atirando no verdadeiro e  principal adversário, o  petróleo: "Entro no carro, estou  pagando  a  Esso  e outras exploradoras"  Foi expulso do seu país.

PS- O Brasil foi invadido por dezenas de americanos  para divulgar: "NÃO HÁ  PETRÓLEO NO BRASIL".

PS2- Gastaram fortunas para impedir o Brasil de abandonar a  condição humilhante e ruinosa de COMPRADOR.

PS3- Nessa época, o barril chegou a valer 175  dólares,  era o que  pagávamos.

PS4- Hoje produzimos 3 milhões de barris por dia, imaginem o quanto já perdemos e o que representamos para uma  aliança  Putin-Arábia Saudita, TODOS CRIMINOSOS.

125 ANOS DE REPUBLICA, GOLPES E MAIS GOLPES. QUASE TUDO “LUTA ARMADA” DE GENERAIS. EM 1945/46 CONHECI OS 13 DEPUTADOS COMUNISTAS, QUE 20 ANOS DEPOIS SERIAM OS BRAVOS GUERRILHEIROS DO ARAGUAIA.

Reprise: 21.02.15

A Republica nasceu militar, militarista e militarizada. Dois marechais, (Floriano e Deodoro) na madrugada de 15 de novembro de 1889, derrotaram a brilhantíssima geração dos “Abolicionistas” e dos “Propagandistas da Republica”. E implantaram um regime com o qual sonhávamos, e que o grande Saldanha Marinho fulminou numa frase que muita gente não conhece mas, é inesquecível: “Esta realmente não é a Republica dos nossos sonhos”.

Em 1860, Saldanha fundou o jornal diário “A republica” e durante 29 anos, lutou diariamente pela Republica. Quando se esperava que tudo mudasse com a “promulgação” da Republica, as coisas pioraram terrivelmente com a “implantação” de um governo fantasiado de Republica, dominado pelos dois marechais envelhecidos, política e militarmente envelhecidos.

Vieram brigados da estranha Guerra do Paraguai, eram coronéis, chegaram a marechais. Se reconciliaram por interesses pessoais. Ao contrario da França e dos EUA, que na mesma época (1789 e 1788) mobilizaram o povo em nome da Republica e da independência. Tudo pelo voto direto, apesar das dificuldades.

Aqui tudo nos bastidores, sem voto, sem povo, sem urnas. E se confrontando, Deodoro e Floriano dominaram o país até 1894, quando foram expulsos do poder. No 15 de novembro, oficiais de cavalaria mal podiam subir num cavalo. Mas logo depois, Floriano, “eleito” vice em fevereiro de 1891, derrubava Deodoro, conseguia se manter como “presidente” até 1894, quando veio o primeiro civil eleito, Prudente de Moraes.

Esses 41 anos, mais tarde admiravelmente de “Republica velha”, mergulharam o país num lamaçal político e financeiro, com os militares dominando tudo.

Em 1910, Rui Barbosa tentou iluminar o cenário, se lançou candidato a presidente. Só havia um partido, por ironia ou gozação chamado de Republicano. Foi escalado um general para derrotá-lo. Rui fez campanha maravilhosa, sem qualquer recurso financeiro ou técnico.

Sem comunicação, sem gravação, até sem microfone, Rui fez discursos extraordinários, que apesar de tudo, chegaram aos nossos tempos. Chamou sua luta de ”campanha Civilista”, explicou: “Temos que combater a influencia da Igreja, do exercito, do partido único”. Foi derrotado pelo Marechal Hermes da Fonseca, sobrinho de Deodoro e Ministro da Guerra do presidente Nilo Peçanha, que usou todo poder da máquina e do exercito, para derrotá-lo.


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