Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Rodrigo Maia corre perigo. O supremo perigo pra a Lava Jato

HELIO FERNANDES

Com as modificações provocadas pela conspiração parlamentar, muitas mudanças. Principalmente na hierarquia do Poder. O Presidente da Câmara concentra muitos poderes, tenho ressaltado o fato. Agora então esses Poderes aumentaram muito.

Deputados sem nenhuma repercussão, eleitos presidentes da Câmara, acumulam também a vice presidência da republica. Eventual, circunstancial, temporária, mas efetiva e nada simbólica. Por causa disso, a grande disputa pela eleição do dia 2 de fevereiro.

Faltam menos de 10 dias para a eleição, a efervescência aumenta. Aumenta a pressão sobre Rodrigo Maia, pelo fato de querer continuar no cargo, o que seria reeleição, não permitida pela Constituição.

È tal o interesse, que até um juiz de primeira instancia interferiu no assunto, sem nenhuma competência para isso. Até "atravessando" o poder da Suprema Corte. A presidente Carmen Lucia, tomou conhecimento de um recurso, intimou Rodrigo Maia a se explicar. E colocou o assunto na pauta de julgamento, para a quarta feira dia 1 de fevereiro. 

Mais interessante: a eleição é no dia 2. Derrotado na véspera, Maia pode ser candidato no dia seguinte? Dizem-me que sim. Mas se for vencedor, caberá recurso para o próprio tribunal que o derrotou. Esse juiz de primeira instancia tem que ser punido.  

TENTANDO ATINGIR OBAMA, TRUMP FAVORECE NETANYAHU

Não se trata de unir ou desunir Israel e a Palestina, e sim construir a paz da única forma possível e ratificada pelo mundo inteiro: a existência dos dois Estados, como deveria ter acontecido em 1948. Quando criaram Israel e abandonaram a Palestina.

Os dois povos querem a paz definitiva, anseiam por uma vida normal. Mas a questão se transformou num ambicioso jogo político, e enquanto Netanyahu for Primeiro Ministro, haverá cada vez mais retaliação, em vez de reconciliação. O Primeiro Ministro era subserviente aos EUA, com Obama. Continua servo e submisso a Trump, apesar da diferença entre o ex- e o atual presidente.

Netanyahu eTrump não estão "inventando" nada. O novo presidente americano mostrou na sua odiosa e desprezível campanha, que apoiaria o Primeiro Ministro e sua decisão de fazer mais assentamentos na Cisjordânia, oprimindo os palestinos, Para isso mudaria a embaixada, que passaria a ser localizada em Jerusalém. 

Trump já cumpriu o primeiro item de sua desavergonhada agenda. O Primeiro Ministro, com medo de hostilizar Obama, suspendeu os assentamentos, enquanto Obama ainda estava na Casa Branca. Assim que ele saiu, no mesmo dia retomou as construções, afirmou: "Vou construir mais 600".

Isso não interessa e até merece o repudio do povo de Israel e logicamente da Palestina. 68 anos em guerra, desde 1948, separando dois povos irmãos, com as mesmas origens. Sempre que podem, israelenses encontram com amigos na Palestina. A mesma coisa fazem os palestinos. Os dois povos são condenados ao isolamento, sem que o mundo tome uma providencia.

Semana passada, importante encontro em Paris, com grandes personalidades. Agenda: a paz no Oriente Médio, com a ratificação do Estado da Palestina. Com a reunião tratando da questão, Netanyahu, deu entrevista em Tel Aviv, afirmando: "Esse encontro é INUTIL". Até agora, tem tido razão

JUROS E DESEMPREGO

Agora, a cada dia, surgem os especialistas no "mercado", cada vez mais otimistas com a queda de juros. A partir de janeiro de 2015, defendo de forma intransigente, a Selic em 10 por cento. Hoje, são inúmeros os que afirmam: "A Selic fechará 2017 em apenas um digito". Ou seja, abaixo desses 10 por cento, 3 anos depois da minha analise.

Ontem, dois bancos, um brasileiro e outro estrangeiro, decidiram revelar o numero exato: 9,50, no fim de 2017. Como está em 13 por cento, é necessário que o Banco Central faça 7 reduções de 0,50, para que chegue a 9,50. Existe espaço para isso, como existia antes. Falta coragem e espírito público.

Duas importantes agencias do exterior, fizeram ontem previsões sobre o desemprego. No momento, 12 milhões e 300 mil brasileiros, estão sem emprego. Previsão dessas agencias: no segundo semestre deste 2017, "o Brasil terá 13 milhões e 400 mil desempregados". Portanto, em apenas 5 meses, o fechamento de 1 milhão e 100 mil vagas. O país não suporta.      

GILMAR MENDES QUER SER O RELATOR

Quem acompanha este repórter, sabe que o mais alto tribunal do país, está completamente dividido. Não apenas em ideias e convicções, mas proporcionando debates ou como se chama popularmente, "bate-boca", lamentável. Quase num "desforço" físico, nada jurídico. 

No momento, duas disputas acirradissimas. A primeira: indicação para a condição de relator da Lava-Jato, ocupado desde o inicio pelo Ministro Teori Zavascki. Alem do fato inesperado e inimaginável, a perda de uma figura notável e extraordinária. 
A segunda: escolha de quem completará o plenário do mais alto tribunal do país. Normalmente é dos cargos mais cobiçados. Agora então, ganhou uma relevância fora do comum. Esse Ministro pode julgar o próprio presidente que vai indica - lo. E precisará ser ratificado no mínimo por 14 senadores, que estão gravemente envolvidos na Lava-Jato. E trabalham para que seja destruída, e eles se salvem.

No Supremo, pela vaga de relator, a confusão é geral. No velório de Zavascki, Gilmar falou para Carmen Lucia: "Se você precisar, estou á disposição para ser o relator". Ela não respondeu, viu que Temer ia entrando lá no fundo, saiu pelo outro lado. Só voltou quando o presidente indireto foi embora. Esse é o clima, dentro e fora do Supremo.

TEMER ASSUSTADO, APESAR DE DIZER O CONTRARIO

Assim que houve a tragédia que levou um dos maiores magistrados brasileiros, o presidente indireto passou a dizer e a repetir: "Só anunciarei o novo Ministro assim que o relator da Lava Jato for escolhido". Não existe nenhuma relação entre um fato e outro. Mas nos bastidores, é conhecida a explicação. Temer sofre pressão de senadores e até de deputados, para escolher um novo Ministro, que seja de "total e extrema confiança".

Temer não sabe o que fazer. Logo que senadores indicaram o "nome ideal" de Alexandre Moraes, o presidente ficou entusiasmado. Sem duvida era isso mesmo, o "nome ideal" para ele, senadores e demais envolvidos com a Lava Jato. Mas o próprio Temer descartou a ideia: como justificaria essa indicação perante a opinião publica? Está inquieto, intranqüilo, impaciente.

SURGE UM "MINISTRO", AMIGO E APOIADO POR RENAN

Estava demorando a entrada em cena do ex-presidente do Senado. Mas ontem, por volta das 15 horas, começaram a falar num nome desconhecido nos meios jurídicos: Bruno Dantas. Funcionário do Senado, intimissimo de Renan, foi surpreendentemente nomeado Ministro do Tribunal de Contas da União. Não se passaram nem 3 anos.  

Renan fechou a questão, "tem que ser ele", derrotando 2 senadores em fim de mandato. Só que agora, Renan não conseguirá convencer nem o presidente indireto. Mas está entrando no jogo. Mesmo que Bruno Dantas não vá para o Supremo, (não irá) Renan está cacifado.

PS- Quaisquer que sejam as circunstancias, o novo relator da Lava Jato será indicado ainda esta semana, talvez até mesmo hoje, depois das conversas que foram iniciadas ontem.

PS2- Os interesses são colossais. A comunidade ficaria atendida e recompensada, se o novo relator fosse um destes três Ministros.  A presidente Carmen Lucia, o decano Celso de Mello, o Ministro mais novo, Fachin. Apesar do que dizem, soluções rigorosamente dentro da Constituição.
pensada, se o novo relator




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