Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O 2017 que não quer começar, ameaça a politicalha e não favorece a economia
HELIO FERNANDES

Nesse governo ou desgoverno, ninguém tem autonomia de vôo. O presidente indireto pilota um helicóptero de quinta geração, convencido que tem á disposição um super jato da Boeing. Apregoa por todos os órgãos de comunicação: "Minha fortaleza é a formidável base parlamentar que me apóia".

Até agora só obteve apoio circunstancial, na tramitação da complicada PEC dos gastos. Popularmente identificada como PEC do desgaste. Deputados e senadores não entenderam nada, examinaram se prejudicavam seus interesses pessoais. Consumaram a troca de favores, votaram. Impulsionados pela duração da PEC que impede o crescimento do país: 20 anos.

Como já viveram essa política transformada em politicalha, por um tempo substancial, concluíram: "Não existe nenhuma possibilidade de uma PEC resistir em atividade durante esse tempo interminável". E apoiaram, recebendo na hora, a recompensa, explicita e implícita. 

Só que agora, a partir da derrota retumbante e inesperada da terça feira, o ano de 2017, que não quer começar, avança em alta velocidade, cada vez mais assustadora. E ameaça a permanência de todos no Poder. Com prioridade destrutiva e negativa para o próprio presidente indireto.

A GUERRA DA SUCESSÃO, E A TENTATIVA DA CONTINUAÇÃO

Cercado por todos os lados. Varias vezes citado e acusado diretamente na Lava-Jato. Ameaçado de cassação pelo TSE, afastamento que só não foi consumado pela proteção indevida e vergonhosa dos Ministros Toffoli e Gilmar. Agora sofre ataque direto, de parlamentares, principalmente do partido que considera indispensável para a sobrevivência, o PSDB.

Totalmente dividido, fracionado e fragilizado, o partido exibe publicamente, uma divisão que era pressentida, mas agora exposta miseravelmente. Aécio, na "calada da madrugada", prorroga sua permanência no comando da legenda. A decisão tinha e tem um objetivo visível: a indicação como presidenciável, na sucessão de 2018. 

Por mais que essa data esteja cada vez mais distante. E tendo obrigatoriamente que ultrapassar e conviver com o 2017 que não quer começar, mas se transformará em realidade, a partir do dia 31 de dezembro, quando entrará o que se convencionou chamar de "ano novo". 

AECIO PEDE A TEMER, QUE ACALME ALCKMIN

Evidentemente, o governador de São Paulo, não gostou da mistificação de Aécio. E como ainda tem 2 anos do mandato, que não será atingido por nenhuma reviravolta, se movimentou. O grupo de Aécio, solerte e maliciosamente, despejou em todos os órgãos de Comunicação: "Alckmin não deixará o PSDB". Baixaria pura, isso não estava em discussão.

Sentindo que agira muito mal, e o governador não fora atingido de leve, Aécio pediu ao presidente indireto, para ir conversar com Alckmin. Temer aceitou imediatamente. Motivo: O governador de SP faz oposição, não apóia seu governo, condena sua omissão, transformada em "salvação do país"
.
Ao mesmo tempo em que apela a Temer, o grupo ligadíssimo a Aécio, se joga contra o presidente indireto. O senador Cunha Lima, ex-lider do PSDB, afirmou em entrevista publicada ontem: "Está cada vez mais difícil a possibilidade de Temer terminar o mandato". Impossível Cunha Lima fazer uma declaração como essa, sem conhecimento de Aécio.

Cunha Lima continua: "Se houver eleição indireta, FHC não tem que ser lembrado. Ele já deu a sua contribuição, agora chega". Essa é também uma das "teses" prediletas de Aécio. Só não tem coragem de defender publicamente. Aécio acredita que mesmo por um período curto, FHC seria desastroso. E prejudicaria o PSDB, ou seja, o próprio Aécio, no entendimento dele mesmo, Primeiro e Único, numa sucessão direta.

A BASE DE TEMER, NÃO RESISTIRÀ À LUTA PELO COMANDO DA CAMARA

O problema com o PSDB, é grave. Mas é apenas um partido. Só que a eleição do primeiro dia de fevereiro, movimentará no mínimo 300 deputados. E sem acordo visível ou previsível. Pois alem da comandar a "casa", será vice presidente, enquanto durar o mandato do presidente. Existem vários candidatos, que se dizem inarredáveis.

Um dos candidatos mais convictos: Rogerio Rosso. Trabalha intensamente para presidir a Câmara. Pertence ao PSD, que "não é de esquerda, de centro ou de direita". Mas é de negociação. Só que depois da eleição.

 Ontem falou: "Estou correndo o Brasil em campanha, de carro". E acrescentou: "Maia também está em campanha, usando jatinhos da FAB". Isso mostra o clima da disputa.

E vejam as dificuldades de Temer nos ultimo deste 2016, e TODOS desse 2017, que resiste em não começar. Mas que Temer, um sábio, tem certeza de que começará. Para infelicidade dele.

 As grades da Praça Mauá

A bravura do almirante, e a velocidade com que conquistou dois terços do Bulevar Olímpico, tiveram enorme repercussão. Negativa, ou melhor, altamente negativa, por causa de um fato: o terreno "conquistado", pertence ao povo. Que protestou com tanta veemência, e dos mais variados lugares, que alguma providencia teve que ser executada e com urgência.

AS grades foram retiradas. E uma nota oficial foi publicada, com a garantia: "Essa decisão é para sempre". Só que o almirante fez uma ressalva: "As grades continuarão na orla, para que ninguém morra afogado". Na verdade, do seu gabinete com uma vista sensacional, o almirante vê meninos pobres se divertindo, e isso não deve ser estimulado.

Ausência total do suplente de deputado, que é Ministro da Defesa. Tinha que ficar em silencio. Se apoiasse a arbitrariedade, impopularidade para o governo. Se repudiasse a decisão absurda, corria o risco de perder o Ministério. 

E voltar a ser suplente. Suplente e em recesso, que desagradável.

RENEGOCIAÇÂO DAS DIVIDAS

Ontem contei, com os maiores detalhes, a derrota do governo na questão do pagamento das dividas dos estados. Logo que surgiu o problema, ha meses comentei. Não deveria ser permitido, que um governador (ou prefeito) deixasse para o sucessor, dividas impagáveis. Mas acontece e continuará acontecendo.

Só que a Câmara jogou no lixo, o projeto amaldiçoado, que veio do aristocrático Senado. 300 deputados suprimiram as contrapartidas que o Ministro da Fazenda exigia. E aprovaram um projeto mais aceitável.

 E que os governadores podem cumprir, com evidentes benefícios para os servidores, que pelo menos receberão os salários em dia, sem parcelamento de 7 ou 8 vezes. O presidente pode VETAR o projeto. Mas não quer assumir mais essa impopularidade.

Num ponto fora da curva, Temer e Meirelles conversaram e se acertaram. Não cumprirão o que foi aprovado na Câmara. Não sei como farão, mas não existirão muitas dificuldades. Principalmente para quem passou de vice "decorativo", a "presidente" indireto, usufruindo de três palácios. O povo cansa. No caso de Temer, não foi apenas o povo. E sim a Lava- Jato e a justiça eleitoral.

As contradições de Temer - Meirelles

Depois do que relatei das analise a respeito das dividas dos estados, mudaram de convicção. Se é que em qualquer momento, tiveram alguma. Exatamente ás 6 da tarde, Temer foi para a televisão, e comunicou: "Aprovarei o projeto das dividas dos estados, da forma como saiu da Câmara". Provavelmente nem disse nada a Meirelles.

O Ministro da Fazenda, um malabarista da palavra vazia, pouco depois, foi também á televisão e falou mais do que o chefe. "Não esperem que o PIB suba no primeiro trimestre de 2017". Perdeu tempo, ninguém esperava isso. 

Continuando: "A economia avançou bastante, mas ha muito a fazer". A segunda parte é verdadeira. O crescimento da economia, ainda não foi percebido. "Ha muito a fazer", é uma artimanha dele. 

Quando foi Presidente do Banco Central, nos primeiros 4 anos de Lula. Dizia a mesma coisa. Fracasso completo, não foi demitido. Simplesmente não foi RELACIONADO para o segundo mandato.
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GRANDE NATAL PARA TODOS, FELICIDADE GERAL. ESTAREMOS DE VOLTA, TERÇA FEIRA 27.


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