Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 14 de abril de 2015

JÂNIO NÃO FOI CONVIDADO NEM VETADO PARA A FRENTE AMPLA, APENAS IGNORADO. FHC O INVENTOR DO RETROCESSO E DA REELEIÇÃO, CRITICA DILMA.

HELIO FERNANDES
14.04.15
As manifestações de 15 de março, e 12 de abril, anteontem, tiveram fundamentalmente as  mesmas motivações: corrupção, desemprego, inflação, alta do custo de vida. Esses alimentaram os protestos, foram o ponto de apoio. Outros, ocasionais: impeachment, falta de transporte, o PT e o governo.
Inteiramente diferentes. 1 - A reação do governo e da própria Dilma. No dia 15, no final do mesmo domingo, o Planalto, com muitos ministros e Dona Dilma em pessoa, se jogaram freneticamente contra os protesto, na tentativa de desmoraliza-los, deprecia-los, despreza-los.
Vieram até com a burrice de que "os 2 milhões que estavam as ruas, não votaram em Dilma". Ora, como 44 milhões votaram na reeleição e 40 milhões não, as ruas deveriam ter ficado mais engarrafas, como ficam normalmente pela falta de transporte coletivo.
No final do dia 15, a presidente deu insuportável entrevista coletiva, que provocou um panelaço, á distancia com protestos em cadeia nacional, por casa da repercussão de televisão. Ontem, o silencio natural, Dona Dilma e os Ministros nem foram ao Planalto, cultivaram esse silencio á distancia.
2 - Comentaristas de televisão e até de jornais, (geralmente mais sombrios e diretos) insistiram em ressaltar o fato de que agora "as ruas estavam mais vazias". A PM até tentou "colaborar", garantindo que em São Paulo os manifestantes foram 275 mil. Exagero, compartilhado por quase todas as televisões.
Só este repórter e o Datafolha, escrevendo no domingo, de lugares diferentes e sem a menor ligação, falaram em "100 mil participantes". Fomos os únicos que vimos a passeata, mas não passeamos com os mesmos festejos.
Finalmente, um fato que merece destaque. As cartas dos jornais, (Globo, Folha, Estadão, Jornal de Brasil) todas com as mesmas intervenções tolas e sem nenhuma base na realidade: "As passeatas foram dominadas pelas elites".
Desde quando as elites se interessam ou são atingidas pelo desemprego, inflação, alta do custo de vida? Protestar contra punições aos corruptos e corruptores, bem que poderia entrar no planejamento deles. E desde quando a elite vai pra rua?
FHC: hipócrita e mentiroso.
Num artigo que se lê por dever de oficio, só o fato de ser assinado por uma sigla subserviente afasta o leitor: "Do governo do PT ha pouco a esperar mesmo quando tenta se corrigir". FHC que "inventou" a reeleição inconstitucional e paga, completou o retrocesso de 8 anos em 8, e nem assim se recuperou.
Dona Dilma em matéria de tempo e espaço, seguiu a trilha pedregosa da sigla patrocinada pela Fundação Ford. Obteve a reeleição no segundo turno, errou de tal maneira, que ao completar 90 dias da repetição, trocou os 73 por cento a favor pelos 79 contra, somando uma impopularidade de 152 por cento.
Mentiroso, (igual a ela) mistificador, apoiou a ditadura fingido que a combatia, foi o único "cassado", (suposto e presunçoso) que conseguiu ser candidato a suplente com os generais no poder, em 1978.
Iniciando assim, a carreira que infelicitaria o país. Só se consegue essa façanha sendo servo, submisso, subserviente, mentiroso, hipócrita. FHC é mestre nisso tudo. Dona Dilma ainda tem 48 meses, o tempo de FHC já se esgotou.
Não acredito de maneira alguma na recuperação política econômica, administrativa de Dona Dilma. E são vozes do Planalto que confirma o repórter" "A presidentA está satisfeita de ter mantido os 13 por cento de bom e ótimo da pesquisa anterior
Com outras palavras, Dona Dilma glorifica a estagnação negativa, aplaudindo o retrocesso de FHC.
Odebrecht.
A empresa arrolada, encrencada, acusada de forma indefensável na Lava jato, fez a proclamação e praticou a tentativa de explicação da fortuna acumulada. Citou os clientes aos quais serviu e que contribuíram para o enriquecimento.
Clientes poderosos e importantes apresentados na matéria paga: República Dominicana, Portugal, Angola, Venezuela, Peru, Panamá. Não citou nenhuma empresa do Brasil, as que mais contribuíram para a notoriedade (palavra ás vezes desagradável) até da prisão.
Não falaram uma vez só em PROPINA, poderiam ter obtido mais leitores e audiência.
Resposta.
Fernando Powlow, Jânio Quadros não foi convidado nem vetado. Foi apenas ignorado. Em 1965 ele simplesmente não existia mais. Vivia bêbado começava a beber as 9 da manhã, as 9 da noite já estava caído em qualquer lugar. Ou então viajando (principalmente para a Inglaterra) com o dinheiro que acumulara de forma ilegítima. E que dizia sempre, “foi o resultado da venda de um terreno na Vila Maria”. Durou até morrer. O golpe de 64 teve início com a sua união com os generais golpistas em 1961.
 Dizia depois de eleito: “com esse regime é impossível governar”. Não conseguiram o objetivo, se retirou. Mas em Outubro de 1962, com o mesmo regime que detestava e considerava “impossível governar”, tentou refazer a caminhada.
Disputou o governo de São Paulo, foi derrotado por Ademar de Barros. Ainda houve o episódio com FHC que “sentou” na cadeira antes de eleito, Jânio ficou mais algum tempo como prefeito de capital, mas já não tinha mais como enganar ninguém.
Existiram três Jânios Quadros. 1- O eleitoral. 2- O político. 3- O pessoal. O primeiro foi um fenômeno, fez uma carreira inigualável a vereador pelo então PDC, ficou como primeiro suplente. Em 1948 o Partido Comunista teve o registro cassado, seus representantes foram cassados, insatisfeito, Franco Montoro renunciou, Jânio assumiu.
(No então Distrito Federal os vereadores Carlos Lacerda e Adauto Cardoso, que travaram debates diários com os comunistas, como protesto, renunciaram também).
Jânio foi de vereador a Presidente da República em 12 anos, sem derrota, inacreditável. Deputado Estadual, prefeito da capital, governador de 1954 a 1958, ainda ficou 2 anos esperando para ser presidente.
Como político usou e abusou de todos os truques, numa época irreal ele se aproveitou para enganar sem constrangimento o cidadão-contribuinte-eleitor. Fingia, enganava, andava sempre mal vestido e com as roupas cheias de caspa. Era uma espécie de “malabarista de Nossa Senhora”, como no conto famoso de Aníbal Machado, cujo irmão Cristiano foi candidato a presidente em 1950, traído pelo PSD e PTB.
Do ponto de vista pessoal era intratável, desprezava a todos se julgava melhor do que todos. Na campanha presidencial de janeiro a outubro de 1960, renunciou varias vezes nos bastidores, desaparecia súbita e inesperadamente, surgia ou reaparecia da mesma forma.
Deve  a presidência e Carlos Lacerda que o manteve apesar de tudo. O depois governador da Guanabara, líder e “dono” da UDN, garantiu sua candidatura, imaginem, derrotando o próprio presidente do partido, general, governador, interventor, ministro, Embaixador, Juracy Magalhães.
Praticamente tudo que aconteceu depois se deve á leviandade de Janio. E jamais consegui explicação. Podia ter feito um excelente governo, ficar cinco anos e voltar, era mocíssimo.
José Carlos Masello, obrigado pelo apoio á chapa Barbosa Lima Sobrinho. Queremos provar que a ABI está decadente mas não está morta. Fizemos uma seleção criteriosa, diria, respeitosa. Você entrou por essa porta.
..............................................................................................................................................

Nossos leitores podem fazer comentários e se comunicar com os colunistas, através do e-mail: blogheliofernandes@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário