Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 7 de abril de 2015

EM 90 DIAS, DILMA PERDEU 152 POR CENTO DA POPULARIDADE. O TESOUREIRO QUE DETESTA SILÊNCIO.
HELIO FERNANDES
07.04.15
Dona Dilma foi reeleita com 73 por cento da população avaliando que seu governo era “bom ou ótimo". Menos de um mês depois do inicio do segundo mandato, o Data folha descobria e revelava: "77 por cento dos brasileiros garantiam que a presidente mentira durante a campanha". Disseram isso entre revoltados e indignados, sinal de que alguma coisa mais grave estava a caminho.
Quando se completava o terceiro mês desse governo (90 dias) aparece o IBOPE, (já vendido para um grupo multinacional, que se comprometia a manter a linha tradicional do instituto) que se transformara em sinônimo de credibilidade e vai mais longe do que o Data folha. Traz a público números horripilantes até para o governo Dilma.
Os 73 por cento do "bom e ótimo" badalado na campanha, se transformaram em 79 por cento de "ruim ou péssimo". Esse é um resultado histórico e inédito em qualquer país onde haja pesquisa.
Em 90 dias Dilma desbaratou 152 por cento do índice medido pelos dois institutos. Perdeu os 73 por cento favoráveis de antes e acumulou no seu acervo de impopularidade, mas 79 por cento. Basta descobrir porque 11 por cento da população insiste na afirmação ultrapassada, reconhecida e envergonhada, de que o governo Dilma ainda é “bom e ótimo".
Nem a própria presidente reconhece ou referenda o fato e a pesquisa com os 152 por cento negativos, mas tenta minimizar e lógico, mistifica como de costume: “Tudo é passageiro, quando sairmos disso (sic) estaremos novamente no auge, voltaremos ao crescimento”.

Não posso deixar de concordar com Dona Dilma, nada é definitivo, tudo na vida ”é passageiro, menos o condutor e o motorneiro”. (Anuncio genial e popular ha 100 anos, num tempo em que ainda existiam bondes).

Dona Dilma se transporta no tempo, assume compromissos. Diz que mudará tudo rapidamente.  E que dará volta e reviravolta, incluindo juros, inflação, falta de investimento, desemprego, desequilíbrio, desentendimento, dívidas astronômicas. Corrupção então nem se fala, ”todos serão punidos, doa a quem doer”.

Vou dar crédito á presidente, argumentando com o exemplo que mostra que tudo pode ser modificado. Em 1744, empresários americanos compraram aos índios a Ilha de Manhatan, Não era uma ilha e sim um tremendo lamaçal um intransitável lodaçal. Pagaram 24 dólares, a pergunta púnica: “Por que pagar essa fortuna por um local onde ninguém pode chegar”.

Hoje o lamaçal é Nova Iorque (Manhattan) capital do mundo. E vale QUATRILHÕES de dólares.

Eu sei que o otimismo da presidente não tem á disposição o mesmo tempo (270 anos) e o Brasil não é a terra dos índios. O grande cineasta, Martin Scorceze, fez um filme, “Gangues de Nova Iorque” que mostra o que acontecia na cidade há 90 anos passados.

A boa vontade, esperança e otimismo da Presidente talvez não levem ou levassem á recuperação nacional. Mas o deslumbramento, a falta de constrangimento ou a ânsia de enriquecimento de quase toda a cúpula do PMDB, levariam certamente á decomposição institucional.

Tendo ainda a favor dela, o fato de não ser financeiramente desonesta, embora normalmente não saiba de nada. Enquanto os líderes (?) que formam a cúpula do PMDB, sejam naturalmente comprovadamente e corporativamente acumpliciados, com tudo que existe de mais condenável.

Se engendrarem uma “solução” falsa que costuma chamar de impeachment, o PMDB ocupará a “desarquiaria” política econômica e administrativa. Podem chamar de caos e desestabilização.

O tesoureiro que lavava dinheiro.

João Vaccari Neto está convocado para depor na CPI da Petrobras. Quinta-feira, depois de amanhã. Não sabe o que vai dizer nem o que o PT quer que diga ou silencie. Não é de hoje que o partido se divide entre grupos. O majoritário, dois minoritários na legenda mas agora dominando o Planalto.

Três alas, três tendências. Pela demissão pura e simples. Licenciamento, renúncia. Mas acima deles o “dono” de tudo, Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda não se decidiu. Talvez faça como Renato Duque, surpreendentemente descobriu a Bíblia: “Existe hora de falar e hora de calar”.

Vaccari poderia entrar com mandado de Segurança no Supremo Tribunal Federal reivindicando só depor depois das empreiteiras corruptas e corruptoras. Sem elas a CPI vai naufragar. Sem elas e políticos como Renan, Romero Jucá, Eduardo Cunha. Este não como voluntário e sim caudatário e beneficiário. O tesoureiro é acusado de “lavar dinheiro”, indicio de que não gosta de “dinheiro sujo”. Seria exigência do PT?

Respostas.

Sergio Avila Benevides que bom você escrever sobre a ABI. Só que é uma tristeza sem fim, um lamento que tem que ser considerado irremediável. Tua colocação é perfeita. Quem poderia assumir e salvar a ABI, já morreu, os jovens não se interessam.

Administrativamente o grande baluarte da democracia, desabou. E desabou até o prédio histórico projetado pelos três grandes arquitetos e irmãos, MMM.

Você fala que até do ponto de vista de diversão a ABI é inesquecível. Totalmente verdadeiro. O último andar tinha a sinuca, bar, restaurante, frequentado por personagens notáveis, não se pode esquecer de Villa Lobos, assíduo. Mesmo em questão de Liberdade de Imprensa e de Expressão, a ABI estava sempre na vanguarda. Agora, lamentavelmente esquecida.

Jucinara Reis, de Niterói, lembra os desastres provocados colateralmente pelo massacre que foi e é a corrupção da Petrobras. Já chega a quase 100 mil o número de desempregados, diretos e indiretos. No Comperj (complexo Petroquímico) 23 mil pessoas perderam o emprego, que é o bem maior do trabalhador. Não receberam o salário dos últimos seis meses, nem as indenizações obrigatórias. E não conseguem outros empregos. É terrível, Jucinara, obrigado por não esquecer.

(Carlos Santana lembra o que escrevi muitas vezes) sobre o que se chamava de “Consenso de Washington”, traição ao Brasil e referendado por FHC. O então presidente entregou uma parte enorme do patrimônio nacional, começando com a Vale do Rio Doce e não parando mais. Denunciei na época com FHC no poder, que estava “doando” nossas riquezas e recebendo em “moedas podres”. Foi um crime que ficou impune.

 Você pede que eu republique essas matérias. Bem que gostaria, Santana. Só que há quase sete anos a Tribuna está fechada, sem acesso, pensei que existisse na internet. Agora, por você estou sabendo que desapareceu até da internet.
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Helio,


Com o dólar a 3,20 nada mais precisamos falar sobre o fracasso total da nossa economia. Tenho medo da tablita, do confisco e hiperinflação. Você já abordou em suas matérias essa questão do dólar, lembro que achava que jamais passaria de 2,70. E agora o que pode me dizer? – Osmar Victor de Abranches – Rio de Janeiro - RJ

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