Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Temer: com recursos públicos, ESTARDALHAÇO em torno de Dona Marcela

HELIO FERNANDES

È o caso mais insensato, disparatado e espalhafatoso, envolvendo um Presidente da Republica e sua mulher. E atingindo tais proporções que chegou á CENSURA de jornais. Fora das ditaduras, que dominam a Historia do Brasil, é a primeira vez que um presidente, oficialmente, "pede á justiça que PROIBA jornais de publicarem matérias". E é atendido imediatamente.

Mas seguindo os fatos, na ordem em que aconteceram, temos que registrar. Quando eram ou foram conhecidos apenas por uns poucos, em São Paulo, Temer não era Presidente, e Dona Marcela, lógico, nem pensava em ser Primeira Dama. Mas o vice, que já participava de ações para deixar de ser decorativo, resolveu "quebrar a privacidade", e aparecer espetacularmente.

Chamou o secretario de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes (ele mesmo, que não sabia de nada), e determinou: "Quero que apure tudo imediatamente, CUSTE O QUE CUSTAR”. Coloquei em maiúscula, porque era dinheiro publico.

O secretario, espertíssimo, sentiu o que o destino colocou nas suas mãos, parou tudo, se dedicou inteiramente a cumprir as ordens do vice. Organizou uma força tarefa com 6 delegados e 35 investigadores, recomendou: "Trabalho em tempo integral”. Não descansaram ,logo prenderam o "culpado", um hacker   desconhecido. 

Confessou imediatamente, o processo correu de forma alucinada, chegou ao juiz, que aceleradamente, providenciou a sentença no máximo para o caso: 5 anos. Acharam pouco, reexaminaram, acrescentaram mais 10 meses. Ficou em 5 anos e 10 meses. Temer cumprimentou Moraes, os dois satisfeitisimos, obtiveram o resultado que esperavam. Sem a menor despesa. CUSTE O QUE CUSTAR, pago pelo contribuinte.

SURPRESA: O FATO REAPARECE COM APARATO

Com Temer já presidente, mesmo indireto, e seu acolito e serviçal, Ministro da Justiça, tudo que parecia terminado, volta a publico. Com dona Marcela, agora PRIMEIRA DAMA, satisfeitíssima nas manchetes. Não havia mais PRIVACIDADE, os jornais consideraram que existia interesse jornalístico, passaram a tratar dele. e dos jornais transferiram a cobertura para as televisões.

 Defenderam Dona Marcela de todas as maneiras. E ela se saiu mito bem, até na televisão, falando com clareza e desembaraço. Menos naquela bravatice e arrogância, fora de qualquer compreensão: "Quer me encontrar, não tenho medo de você". Aí, indefensável, mas jornais e televisões, fingiram que não entenderam.

Só que o presidente indireto, que até esse momento concordava com tudo, achou que estava caminhando em rumos perigosos. Como acha que manda em tudo, mudou o roteiro. E desavizadamente, entrou na justiça, CENSURANDO as publicações. E como não é impossível ou difícil, encontrou um juiz (?) que logo, logo atendeu ao pedido do presidente. 

A repercussão negativa foi terrível o presidente indireto, enfrentou e enfrenta uma ofensiva dos jornais, se defendendo, embora façam o possível para não desgastá-lo, coisa que Temer já fez sozinho. E esse jeito POSSIVEL de preservar o presidente indireto, passou a ser missão IMPOSSIVEL.

O tempo de Temer que ele acredite que irá até 2018, cada vez diminui mais. A VALIDADE do mandato de Temer, invisível. Principalmente porque ele não tem mandato e sim usurpação.

ELISEU PADILHA- RICARDO BARROS

Não tenho a menor simpatia pelo Chefe da Casa Civil. Suas "credenciais" de ser Ministro de três presidentes seguidos, todos diferentes, não pode ser justificado. Mas está sendo criticadissimo, no caso sem razão. Afirmação que estrondou em cima dele: "O presidente Temer, trocou cargos no governo, por apoio no Congresso, Câmara e Senado".

Ha mais de 20 anos, desde os tempos da Tribuna impressa, defendo que é impossível governar com um sistema PRSIDENCIALISTA SUPRA PARTIDARIO. Quer dizer: um pouco PRESIDENCIALISTA e outro pouco PARLAMENTARISTA. Entrega os cargos ou não governa. Com dezenas de partidos, tem que entregar tudo e ainda ficar dependente.

Mas pode ou tem que haver respeito e dignidade. E aí Eliseu Padilha naufraga, quando narra a formação inicial do governo Temer, com grande participação dele. E sem constrangimento mostra como teve que fazer maquiagem para compor o chamado governo de NOTÁVEIS. E cita Ricardo Barros, personagem vulgar e comum, que acabou Ministro da Saúde, preterindo um grande e famoso medico de São Paulo.

Agora, esse Ministro MAQUIADO, está nas manchetes, não se defende das acusações feitas pelo "Estadão". Tendo declarado á receita, bens no valor baixissimo, comprou um terreno pagando 56 milhões. 28 vezes mais do que informou á Receita.

Eliseu Padilha, Chefe da Casa Civil, devia estar falando no nome do Ministro para comunicar a sua demissão. Temer não pode tomar essa providencia saneadora, perderia os votos do PP. Mas como Chefe da Casa Civil, deveria levar ao presidente o ato de demissão, ele não poderia recusar.

MESMO SEM LIBERDADE CABRAL PRECISA DE PSIQUIATRA

Quando ele foi preso, escrevi: "Não vai sair da prisão nunca mais". E eu sabia apenas de uma parte, que poderia ser enquadrado como corrupção, roubalheira, enriquecimento ilícito.  Mas depois das revelações do juiz Marcelo Bretas, enquadrando o ex-governador como réu pela quarta vez, mudei inteiramente de convicção.

Os corruptos enriquecem se apropriando do dinheiro publico, com um objetivo: levar uma vida luxuosa, sair da miséria, ajudar a família. Mas com um limite, totalmente ou tolamente ultrapassado pelo ex-governador. (E por Eike Batista, da mesma família, fica para depois).

Cabralzinho começou enriquecendo na Alerj, junto com Picciani. Comprou um condomínio em Mangaratiba, podia ser a vingança do menino pobre, que nasceu no subúrbio ainda mais pobre da fumacenta Linha Auxiliar. A lancha já foi exagero, mas vá lá.

A partir dai, as coisas ficaram tão amalucadas, acima da loucura, que nem um psiquiatra explica,nem o doutor Pinel curaria com seus métodos revolucionários e
consagrados. 100 milhões de dólares doados por Eike, que ele nem sabe onde estão, no nome de dois irmãos doleiros. 

52 milhões de reais, também de Eike, em dinheiro, fechados um cofre, não pode nem delatar a si mesmo, não sabe o nome do banco ou do país. E fortunas fabulosas em diamantes, quilos de ouro, jóias de todos os tipos, loucura em cima de loucura.  Sem falar no carro forte que transportava montanhas de dinheiro, que não podiam ser depositado, ou guardado em algum lugar fixo.

E não esqueçamos do incêndio, só do conhecimento de uns poucos. Estes  
lamentavam: "Num incêndio perdeu uma soma incalculável". Em troca de tudo isso, que Sergio Cabral jamais desfrutou, ele perdeu a liberdade, e o futuro, que em determinado momento, parecia o mais radioso possível.

 O julgamento do pedido de liberdade de Eduardo Cunha, no plenário do Supremo.

No ultimo dia antes do recesso do judiciário, tentou a liberdade num plantão ocasional. A presidente Carmen Lucia impediu o "acaso", e pautou a questão para o plenário, na volta desse recesso. Foi ontem.

No dia seguinte, escrevi aqui mesmo: "Perderá por unanimidade, podendo receber 2 votos". Às18 horas e 4 minutos desta quarta, terminava a sessão do Supremo, 8 a 1, mantendo Cunha preso. O argumento magistral do Relator Edson Fachin: "Como o Supremo ainda não julgou o apelante, ele não pode entrar com RECLAMAÇÃO".


Traduzindo em linguagem esportiva: Eduardo Cunha RECLAMA do resultado de um jogo que ainda não se realizou.

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