O MINISTRO DA JUSTIÇA, ANDRE MENDONÇA, ESTÁ SEMPRE NAS MANCHETES NEGATIVAS.
HELIO FERNANDES
VASTAMENTE CRITICADO, FEZ UM RELATÓRIO, DURÍSSIMO, ATACANDO FUNCIONÁRIOS ANTIFASCISTAS.
ARBITRÁRIO, IMORAL, ABUSO DE AUTORIDADE, ACABOU NO SUPREMO, FOI MASSACRADO. NÃO DEMOROU, PROCESSOU O JORNALISTA DA FOLHA, HELIO SCHWARTSMAN.
GUEDES REPREENDIDO PELO SENADO
REPRESÁLIA. O MINISTRO FEZ CRÍTICAS DESPROPOSITADAS
O SENADO ESTAVA COBERTO DE RAZÃO. DIZEM ATÉ, ABERTAMENTE, QUE ESTÁ SENDO "FRITADO"
A CONVENÇÃO REPUBLICANA, CONTINUA O FRACASSO ANUNCIADO.
DESTA VEZ, TRUMP NÃO CONTOU COM OS 100 MILHÕES DE DÓLARES DA AJUDA DO FARSANTE E CORRUPTO PUTIN.
FOI COM ESSE REFORÇO COLOSSAL QUE DERROTOU HILARY CLINTON.
EM 1963, NAS VÉSPERAS DO GOLPE, GENERAIS,
GOVERNADORES, O PRÓPRIO PRESIDENTE JÕAO GOULART, CONSPIRAVAM,
SÓ ESTE REPÓRTER FOI PRESO
HELIO FERNANDES
Reprise:
Em agosto
de 1963,o presidente João Goulart determinou ao ministro da
Guerra,
Jair Dantas Ribeiro, que enviasse a generais da sua confiança,
uma
"carta sigilosa e confidencial", que estava lhe mandando.
Ainda não
existiam generais de Exercito ( 4 estrelas ), só 24 generais
de
Brigada e 12 de Divisão. Eu não tinha nada a ver, nem conhecia o
conteúdo
do documento "sigiloso e confidencial".
Conhecia
um dos generais que recebeu a carta, não era amigo nem
informante.O
general Cordeiro de Farias, ex-interventor no
RGS,
governador de Pernambuco, eleito pelo voto direto. Mostrou a
carta,
com envelope e tudo, li, pela minha alegria e agradecimento,
viu que
seria publicada, foi embora .Eram mais ou menos 8 da noite.
Naquela
época, os vespertinos, (caso da Tribuna da Imprensa) rodavam
ás 11 da
manhã, ao meio dia estavam nas bancas.
Foi um
estrondo, começou a circular que eu seria preso. Às 3 da tarde
fui para
o Santos Dumont, tinha uma entrevista programada na
TV-Itacolomy. Em Belo Horizonte, um grupo enorme de
jornalistas me
esperava,
todos com a noticia de que eu seria preso. Enquanto
conversávamos,
chegavam dois assessores do governador
Magalhães
Pinto "eu seria preso ainda em Belo Horizonte".
Os
jornalistas me acompanharam na caminhada
até a porta da
Itacolomy,
o diretor me esperava, "o programa foi cancelado, não por
nós, você
será preso". Não demorou, sem estardalhaço, parou um fusca
vermelho.
O motorista,mais o capitão Aurelio, nos conheciamos muito.
Nos
abraçamos, ele comunicou: "Vamos jantar e dormir na ID-4".
Pela
manhã um avião me trouxe para o Rio, fui para o quartel da
Policia
do Exercito, enorme, mais tarde ali seria localizado o
terrível
e tenebroso CODI-DOI comandado pelo general Orlando Geisel,
irmão do
Ernesto. Orlando queria ser "presidente", o premiado foi o
Ernesto,
de 1974 a 1982.
Enquanto
decidiam meu futuro, fiquei uns dias na Policia do Exército
Na hora
do banho de sol, pude constatar a tremenda divisão do
Exercito.
Oficiais cruzavam comigo, diziam, "resista, Helio estamos com
você".
Outros me olhavam, queriam me fuzilar com os olhos. O ministro
da Guerra
mandou me transferir para Brasília, preso á ordem do seu
gabinete.
O Millor
escreveu artigo de grande repercussão. Textual: "Não quero
defender
o Helio por ser meu irmão.Mas um jornalista que recebe um
documento
como esse e não publica, é melhor que abra um armazém de
secos e
molhados".
Carlos
Lacerda cuidava dos advogados. Juntou tradicionais defensores de
presos
políticos, Sobral Pinto, Prado Kelly, Prudente de Moraes Neto,
com
Evaristinho de Moraes e George Tavares,meus advogados. Eu
incomunicavel
não sabia de nada. Sobral Pinto telefonou para o bravo
presidente
do STF, Ribeiro da Costa, protestou:
"Eu falo com o
senhor,
presidente do tribunal, ha 3 dias não consigo falar com meu
cliente".
Ribeiro da Costa providenciou, no mesmo dia conversei com os
advogados.
Sobral me disse que fora procurado pelo general Cordeiro de
Farias,
confessando que fora ele que me dera o documento. Como não
concordei,
(não posso entregar uma fonte) Cordeiro de Farias deu
entrevista
coletiva a dezenas de jornalistas, confirmando que quem me
deu a
carta sigilosa foi ele.
O
presidente oficiou ao ministro da Guerra, para saber onde eu
estava.
Arrogante, o ministro respondeu por oficio: "Está preso á minha
ordem, só
meu gabinete pode localizá-lo". Como o ministro tinha foro
privilegiado,
o julgamento aconteceu no STF. Ribeiro da Costa achou os
fatos
muito estranhos, usou o que está no Regimento Interno, designou
a si
mesmo como relator.
O
julgamento aconteceu no dia 31 de Julho, não queriam que passasse
para
agosto, mês considerado politicamente aziago. Pediram 15 anos de
prisão
para o repórter. Estavam presentes 8 ministros, 3 estavam de
ferias ou
hospitalizado. Fui prejudicado, 2 deles votariam pela minha
absolvição.
Luiz Galloti, grande amigo, telefonou para Rosinha: "Estou
de
ferias, não existe possibilidade do Helio ser condenado".
Com o STF
lotado, o PGR Bevilaqua, fez um libelo terrível, parecia que
eu era um
assassino e não um jornalista. (Meses depois me mandou uma
carta
carinhosa, pedindo mil desculpas).
Os
ministro foram votando, estive sempre em desvantagem, 3 a 1, 4 a 3,
faltava o
ultimo, Candido Motta filho. Não o conhecia, me absolveu,
levou o
resultado para 4 a 4, e o voto de Minerva, ai sim, verdadeiro.
Ele já
votara como ministro, agora desempataria, pela absolvição ou
condenação.
Os que votaram pela condenação, pediram o adiamento do
julgamento.
Ribeiro da Costa perguntou: "Os senhores querem votação?".
Quiseram,
novo 4 a 4.
Ribeiro
da Costa decidiu, "o julgamento terminará hoje, vamos a um
lanche,
voltaremos, condenarei ou absolverei o jornalista, é a minha
obrigação
constitucional". Antes de votar, me chamou, quero o senhor
ao meu
lado" Seu voto foi uma declaração de Liberdade. Palavra do
presidente:
"O senhor nem devia estar aqui,
sendo julgado. Às 20,30 do
dia 31 de
julho de 1963, determino que o senhor está livre para se
locomover
para qualquer parte do Brasil. E me abraçou, aplaudido pelo
Supremo
lotado.
Ainda deu
tempo para eu, Rosinha e Millor voltarmos para o Rio.
PS-
Depois de 56 anos, é a primeira vez que relato estes fatos,
rigorosamente
históricos. Com nomes e sobrenomes dos personagens.
PS2- È
uma lembrança e uma condenação do capitão Bolsonaro, que
disse,
" existe diferença entre COMEMORAR e REMEMORAR"
Nenhum comentário:
Postar um comentário