Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O PSDB, AVILTADO, DESMORALIZADO, DIVIDIDO, DESESPERADO, DESORIENTADO, MAS NÃO É O ÚNICO PARTIDO FALIDO

HELIO FERNANDES

Houve um tempo em que os partidos eram realmente representativos e respeitados. 56 anos depois de protelada, prorrogada e promulgada indiretamente Republica, foi realizada a primeira eleição direta no país. Apesar dos 15 anos da ditadura, o povo votou satisfeito, nesse 2 de dezembro de 1945.

Apenas 3 partidos: PSD,PTB,UDN. Entre a derrubada do decrépito e autoritário "Estado Novo", e a eleição, 33 dias, dificuldade de aglutinação partidária. Os socialistas não tiveram tempo de registrar o PSB(Partido Socialista Brasileiro). Se filiaram a UDN, formaram a "Esquerda Democrática", elegeram 3 deputados, incluindo o mais votado do Distrito Federal,Hermes Lima.

Nos 69 anos decorridos desse 1945 até  2014, a ultima eleição federal e presidencial, descrédito, desanimo, desesperança, dispersão e dissolução do sistema partidário. A representatividade  aumentou em numero, reduziu em credibilidade. 

Ainda resistiu 15 ou 20 anos, se transformou no que está aí, um sistema desagregador e destruidor, cada vez mais longe do povo. A ditadura deixou como herança, o caos, a discórdia, a desunião e a desavença. E um único objetivo, que  domina  os maiores partidos, numericamente,PMDB, PT, PSDB.Ou seja:o  engrandecimento pessoal pela ocupação de cargos, e o enriquecimento ilícito e sem limites.

Os quadros que dominaram e dominam as legendas, vieram praticamente todos da forja corrupta e anti-democrata dos 21 anos discricionários. Lógico, quase todos desapareceram pela idade,absolvidos e beneficiados pela proximidade com os generais.

Mas seus substitutos e sucessores, não rejuvenesceram a política. Pelo contrario, introduziram e glorificaram o engrandecimento pessoal, e o enriquecimento sem limites, escandaloso, sem o menor constrangimento, que desprezou a verdadeira e insubstituível POLÍTICA, colocando no seu lugar, a criminosa, corrupta, amaldiçoada  e dominadora POLITICALHA.

È com isso que o cidadão tem  que conviver agora e nos próximos tempos, seja em 2018 ou em qualquer outra data. Os quadros são praticamente os mesmos, desde a primeira eleição direta, em 1989. Uma tragédia grega,traduzida para o português.Vejamos rapidamente.

DE 1989 ATÈ AGORA, SÓ DOIS PARTIDOS DISPUTARAM TODAS AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

Muito antes de ter fechado a Tribuna impressa, lutava de forma intransigente, pelo que deveria ser obrigatório e objetivo dos partidos.Ter candidato dos seus quadros a presidente da Republica. Têm projetos de governo, planos, promessas, que só podem cumprir, conquistando o poder diretamente com o voto do povo. Se não vencerem, no segundo turno, apóiam um candidato que se aproxime das suas convicções.

Mas não é isso que acontece. Nas 7 eleições presidenciais realizadas de 1989 a 2014, só 2 partidos, PT e PSDB, concorreram a todas as eleições.Os dois, no momento em terrivel e tormentosa crise interna e externa.

O PMDB disputou apenas a eleição de 1989, candidato, doutor Ulisses. Fez uma carreira brilhante, apenas como deputado e presidente da Câmara. Aceitou um acordo de "oposição consentida", com os generais. Não seria cassado, mas não poderia de modo algum  se candidatar a governador de SP.

Permitiram que fosse "anti-candidato”  em 1974, com Barbosa Lima Sobrinho de vice. Apenas figuração. Na eleição de verdade, doutor Ulisses teve 5% dos votos.

O PSDB disputou sua primeira eleição em 1989, com Mario Covas. 4% do eleitorado. Elegeu FHC em 1994, por causa do impeachment de Collor e o patrocínio total do presidente Itamar. Comprou mais 4 anos com o dinheiro de empresários riquíssimos, que receberam fabulas como recompensa. (Se naquela época já existisse a Lava-Jato, FHC estaria incluído. Mas isso é outra historia, já escrevi muito sobre isso,no "retrocesso de 80 anos em 8").

O PSDB concorreu e perdeu em 2002 e 2010 com Serra. Em 2006 com Alckmin, em 2014 com Aécio Neves.Agora, Aécio oscila entre uma prisão ou um mandato de deputado. Alckmin que pretendia a terceira disputa presidencial, terá apenas mandato tampão dentro do PSDB.

Para impedir que um senador sem credenciais e um governador desconhecido, se transformem, irresponsavelmente em presidenciáveis. O PSDB chegou ao fundo do despenhadeiro ,está completamente fora do mercado eleitoral. E não apenas presidencial

O PT, INÉDITO: DISPUTOU A PRESIDÊNCIA CINCO VEZES SEGUIDAS, SEMPRE COM O MESMO NOME

Seu nome, Luiz Inacio da Silva acrescentou o Lula, ficou sendo sua identificação oficial, nacional e internacional. Concorreu em 1989, 94, 98, 2002, 2006. Na primeira, descrença geral. Eram 9 candidatos, quem era muito falado, embora não favorito, era Brizola.

Mas quem chegou ao segundo turno foi  ele, o líder sindical, era praticamente o que sabiam dele. Ganhou de Brizola por 0,44%, foi apedrejado de todas as maneiras. Brizola foi para a fazenda no Uruguai, voltou, apoiou Lula, não podia fazer outra coisa. O mandato de Collor foi complicado, houve o impeachment, e a posse do vice legítimo, Itamar.

Ainda não havia reeleição, Itamar tinha apenas 19 meses no cargo. Membros da politicalha, emparedaram Itamar, este respondeu com a candidatura do senador em fim de mandato, FHC. Não dava para Lula derrotá-lo. Em 1998, Lula foi contestado pela primeira vez no PT. Um grupo lançou a candidatura do senador Suplicy. 

Conseguiu a legenda, mas ele sabia, não dava para ganhar da dinheirama oficial e extra-oficial, que abarrotou  a campanha do arrogante e pretensioso FHC. Lula tinha certeza de que não ganharia, mas precisava garantir a indicação para 2002. Fez a análise perfeita: Suplicy  mesmo derrotado em 98, seria o candidato em 2002.

Com  3 derrotas, Lula chegou ao Planalto fácil em 2002. Achava que  devia ao povo uma grande administração, cumpriu o que imaginava. 4  anos admiráveis e insuperáveis. A reviravolta aconteceu inesperadamente tramada e executada surpreendentemente por ele mesmo. De 2006 a 2010 destruiu o passado e o presente, e lançou toda a tragédia, para o futuro que é agora.

Lula continua participante e com lugar cativo no espetáculo da sucessão. Só que por culpa exclusiva dele, os fatos não dependem nem dependerão apenas dele. Ele continua muito bem avaliado nas pesquisas. Mas a palavra final (para ele finalíssima) depende do Judiciário. 

Com uma condenação, a possível candidatura dele, não perderá espaço. Mas com duas, e isso não está sendo considerado impossível de jeito algum, ele tem tudo para continuar como ex-Presidente. O PT não se lembra de nenhuma outra opção que possa ser colocada no lugar do mesmo candidato, derrotado três vezes e vitorioso em duas. 

Mas apesar de tudo, das maiores contrariedades, das dificuldades alimentadas insuportavelmente, não se pode de maneira alguma, descartar o seu nome para uma presumida candidatura. Mesmo dividindo o País, Lula continua visível como personagem em 2018.

No momento, faltando exatamente 1 ano, com uma sucessão presidencial marcada no calendário de outubro de 2018, impossível qualquer análise ou comentário, sobre as supostas candidaturas dos mais diversos partidos, todos eles desgastados, desorientados, desmoralizados.

PS: Lá em cima, falei sobre o Governador Geraldo Alckmin, que presidenciável em 2006 quer voltar a disputar o Planalto em 2018, 12 anos depois. È quase impossível para ele, e inimaginável para sua legenda, o PSDB. Que garantiu a sua candidatura única, apesar de não existir ninguém que possa garantir até mesmo a sobrevivência desse PSDB.

RECOMPENSA DA  CORRUPÇÃO

E desprezo pela credibilidade, desinteresse pelo que pensa a coletividade. O PMDB elegeu ontem quase á noite, o presidente da Comissão de Ética da Alerj. O ex- presidente, deputado Albernassi, ia para o TCE, mudou de endereço, foi para Benfica.


Alem  disso, o mesmo corruptissimo PMDB, ganhou a Comissão de orçamento. Em suma:  tem agora o poder de punir e de movimentar todos os recursos.

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