Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 27 de junho de 2016

A Grã-Bretanha está acabando, ficará apenas a Inglaterra, que pode arrastar a UE. Fortalecendo a direita do ódio

HELIO FERNANDES

A situação é muito mais grave do que parece ou se imagina. O problema não é numérico, a UE tinha 28 membros passa a 27. È o fim de muita coisa, poucos percebem. E ninguém, mas ninguém mesmo imagina o que virá depois. Pode ser o fim da UE, certa e seguramente é o fim da Grã-Bretanha.

Durante 300 anos dominou os maiores territórios, geográfica, política e administrativamente. Austrália, Canadá, índia (antes de ser dividido com o Paquistão) eram propriedade autoritária e indevassável da Grã-Bretanha. Fora as enormes possessões na África e na Ásia.

Até 1782, eram "donas" de um território enorme mas desconhecido, não tinha nem nome. Em 1776 sem exercito, desafiaram a poderosa Grã-Bretanha, em 6 anos se tornaram independentes. Naquelas terras quase desabitadas, só com imigrantes montaram a hoje maior potencia do mundo, Estados Unidos da America. Depois de 1800, revanchistas e raivosos, invadiram a capital Washington, completamente incendiada.

Com o fim da Segunda Grande Guerra, a Grã-Bretanha, que vinha se arruinando ou deteriorando desmoronou de vez. Resistiu algum tempo com uma providencia inteligente: criou a Commenwelt, que ajudava a administrar os países que já foram seus.

Durou um certo tempo. Desapareceu como potencia, não existia mais a Grã-Bretanha. Se refugiou então entre os países vizinhos, dominando-os da mesma forma arrogante e discricionária. Intitulada de Reino Unido. Tentou escravizar, a Irlanda, Escócia, País de Gales e a criada mais tarde, Irlanda do Norte. Desenvolveu então, criminosamente, serviços de inteligência e métodos cruéis de tortura. (Alguns deles usados no DOI-CODI, a partir de 1968).

Fracassou também como Reino Unido. Os poderosos instrumentos de repressão, foram usados monstruosamente contra a Irlanda. Que acabou se libertando. E ajudando a criar a livre Irlanda do Norte. A Escócia vai embora, não demora muito. No ultimo plebiscito, o país decidiu ficar na UE, o Reino Unido era conseqüência.

A Primeira Ministra, no dia da saída, afirmou: "Queremos pertencer a UE, essa é a nossa decisão".

Indefinido, por enquanto, só o País de Gales muito ligado á aristocracia inglesa. Um membro da família Real, tinha o titulo de Príncipe de Gales. Mas isso é passado. A terrível realidade: têm que sobreviver sem a potencia, a opulência e a arrogância antiga. Ha enorme expectativa a respeito de quem será o novo Primeiro Ministro. Inicialmente a duvida: será Conservador ou Trabalhista? Inteiramente divididos, quem indicará esse Primeiro Ministro. Haja o que houver, "governará" o caos, a indecisão, a desilusão. Será simplesmente a isolada Inglaterra.

A situação da UE, também nada confortável. Impossível saber se resistirá ou desaparecerá. De qualquer maneira, a UE agora tem apenas dois pilares: Alemanha e França. Os outros 25 são e serão apenas coadjuvantes. Mas é obrigatório lembrar e registrar: com a decisão de sair da UE, o ainda Reino Unido, "entronizou" Alemanha e França no comando dessa combalida UE.

A mesma Alemanha e a mesma França, que antes da união, se enfrentavam ferozmente pelo que se chamava de BIPOLARIDADE. O outro que disputava a liderança da Europa, precisamente a Grã-Bretanha, Reino Unido, Inglaterra.

Grande vitoriosa, a direita do ódio, da raiva, vingança, xenofobia. E de muitos países dominados por esses grupos, surgirão modificações. Em alguns deles, com plebiscito agora, para se definirem em eleições, um pouco mais tarde. No ainda Reino Unido, essa direita já se manifestou, não esconde: "Fomos os vitoriosos". Suécia, Polônia, Noruega, e outros 3 ou 4, irão pelo mesmo caminho.

Mas a mais perigosa é Marie Le Pen, da extrema direita da França. Candidata a presidente em 2017, tem organização e seguidores. Já declarou: "Estamos estudando se convocamos um plebiscito, ou se começamos imediatamente a campanha presidencial". Afinal, 2017 é amanhã.

Com exceção do presidente provisório, o Brasil inteiro, aplaude e segue a Lava- Jato

Ontem e ante ontem, diversos episódios mostraram a realidade admirável do que acontece em Curitiba. E a hipocrisia de Michel Temer. Começando pelo que aconteceu com Cerveró e a enorme repercussão.

As vaias a ele, o fato de ter sido chamado de ladrão, aplauso e entusiasmo pelo trabalho dos que desvendam os caminhos e descaminhos das empreiteiras roubalheiras. A Policia Federal de SP, e a Procuradoria também de lá, encarregados da operação "Risco Brasil”. Cumpriram tudo, incluindo a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo.

Acusado de um crime nefando, desviar 90 milhões de funcionários endividados. (Praticamente a mesma criminalidade desonrosa, dos que roubaram dinheiro da merenda escolar). Foram criticados por terem efetuado a prisão dele, num apartamento "funcional" da mulher, que é senadora.

Todos os deputados e senadores têm direito ao privilegio da moradia "funcional". Cada um recebe 4 mil e 100 reais mensais, mesmo que a residência seja própria. E o privilegio se transforma em imunidade.

Já o presidente provisório, não perde oportunidade de demonstrar a hipocrisia. Sempre diz, "sou a favor da Lava-jato", mas age ao contrario. Ontem, garantiu: "A Lava-jato tem meu apoio, mas não pode durar para sempre". Tem que durar o tempo que for necessário. Na coletiva de anteontem, perguntaram sobre sua relação com o presidente afastado da Câmara. Resposta: "O Eduardo Cunha não me atrapalha em nada". Inacreditável.

Quando foi obrigado a demitir o poderoso Ministro do Planejamento, Romero Jucá, manteve no cargo, o Executivo. Informei aqui: "Vai ser mantido, apesar de estar sendo investigado pela Lava-jato". Alguém "lá de dentro" me disse: "Michel vai demiti-lo". Concluí: "Não vai, exigência de Jucá, ele tem que ficar". Eu não adivinho nada, trabalho a informação. O interino está lá até hoje, o presidente provisório, morre de medo do Senado não prorrogá-lo.

PS- Causa preocupação e repercussão nacional o fato de juízes do Paraná estarem processando jornalistas da "Gazeta do Povo". Eram 36, passaram a 41. Os juízes teriam todo direito de se defenderem, desde que tivessem sido ofendidos.

PS2- Os jornalistas revelaram quanto recebem os juízes, bem acima do teto constitucional. Essa é a "ofensa" que provocou a reação coletiva. Ora, a transparência é consagrada pela Constituição. E revelação de salário não é quebra de privacidade.

PS3- Os juízes não fizeram restrição fato ás matérias, se eram mentirosa. Ou se tinham o objetivo de desmoralizá-los. Processaram e pronto. E agora, os próprios juízes irão julgá-los.

PS4- A douta Ministra Carmem Lucia interrogada sobre o assunto respondeu: "È "esquisito" (as aspas são dela) que juízes movam ação e eles mesmos julguem, em causa própria".

PS5- A Associação Brasileira de Imprensa – ABI, abandonada a própria sorte, não sai do marasmo que se meteu a uma mais de uma década. Dos seus 4 mil associados, hoje apenas 300 são  pagantes. O resto sumiu, “ninguém sabe e ninguém vê”.

PS6- Quem viveu os seus áureos anos de brilho entre outros líderes do jornalismo, com o laborioso presidente Barbosa Lima Sobrinho, não pode imaginar quão diferente está à casa do jornalista. O retrato da apática administração reflete na mal produzida  placa de “ALUGA-SE SALAS”, que se encontra na hall de acesso. Senão irônico, é por demais vergonhoso para a classe.

PS7- Afinal, um grupo de abnegados associados indignados e com razão. Falam: É preciso entrar com uma prestação de contas da diretoria!  E se cometeram ilegalidade, é caso de impeachment.

PS8- Inicialmente para que seja explicado quanto custou o processo eletrônico introduzido na última eleição, quando votaram apenas 44 associados?  E ainda se pagam despesas diferenciadas das autorizadas pelo seu Estatuto, quanto custa para seu cofre o gasto com passagens e hospedagem para diretores e conselheiros amigos da casa, votar em suas reuniões?
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Via e-mail do leitor:

Mestre HF, meu pai dizia: "Não existe 'Se' em História”, mas...

como o Sr imagina que seria um Governo Carlos Lacerda, caso este ganhasse, e '65, ou o segundo governo JK, fosse este o vencedor naquela eleição.

Não existe se, mas o Sr tem elementos para imaginar como seria hipotético governo de um, ou de outro, não?

Desde já agradeço

Abraço do Pawwlow
...
Helio
Fale a respeito da redução da verba orçamentária do judiciário. Outro dia o jornalista falou sobre o processo de indenização da Tribuna da Imprensa, que já dura 37 anos. Entendo que é um acinte e uma insolência deste Judiciário desafeto da sociedade.
Abraços
Jose Messias de 

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