Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

HELIO FERNANDES
publicada em 13.08.14 

A Teoria dos Três Poderes tem pelo menos mil anos, Executivo, Legislativo e Judiciário. Se o que foi chamado de regime do povo, pelo povo e para o povo, tivesse que ser reduzido para dois, através de um plebiscito, referendo popular e direto, qual seria eliminado?

O Executivo tem que ser mantido, ou não seria Democracia e sim anarquia e nihilismo (Paulo Solon). O Judiciário tem errado muito através dos tempos, principalmente tempos ditatoriais e “funcionando” ostensivamente.

Mas é indispensável. Como viver sem Justiça, mesmo eventualmente contestada ou desfigurada? O próprio Rui exaltava a Justiça como um todo, embora desprezasse individualmente juízes venais. Como escreveu neste libelo de 1899, no jornal “A Imprensa”, que infelizmente durou pouco tempo. 

“Todos os juízes tíbios, acreditam, como Poncio, salvar-se lavando as mãos do sangue que vão derramar, do atentado que vão cometer. Como quer que te chames, prevaricação Judiciária, não escaparás ao ferrête de Pilatos: O bom ladrão, salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde.”

Sobre o Legislativo, que pelo menos no Brasil (e não apenas no Brasil) vai se degradando cada vez mais. E seria prazerosamente descartado, se o povo tivesse Poder. Trabalham apenas um dia por semana, deixam acumular 3 mil vetos presidenciais, como se não tivessem importância.

Recebem, votam (a favor) e aprovam as inconstitucionais Medidas Provisórias, como se fossem manifestações legais e irrefutáveis. Sem falar nos atos de corrupção. Não adianta repetir como tantos tolos, “é melhor um Congresso funcionando precariamente, do que um Congresso fechado”.

Esse Congresso, em 1934 transformou a eleição DIRETA em INDIRETA. Em 1964, sancionou o ditador Castelo Branco.

Em 1997/98 aceitou o pagamento (bolso a bolsa, em dinheiro vivo) para reeleger FHC, a primeira vez que isso acontecia no Brasil. Em algum desses casos, e em centenas de outros, serviram ao povo? São servos, submissos e subservientes, pensam (?) apenas nos seus interesses pelo Poder. 
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A versão mais próxima da morte de JK

Juscelino Kubitschek faleceu em 22 de agosto de 1976, durante viagem de carro na rodovia Presidente Dutra, segundo as autoridades de então, a história oficial que relatava sua morte em um mero acidente automobilístico, no antigo quilômetro 165 (atual quilômetro 328) da Rodovia Presidente Dutra, na altura da cidade fluminense de Resende.

O automóvel em que viajava, um Chevrolet Opala, colidiu violentamente com uma carreta carregada de gesso após o carro ter sido fechado por um ônibus, mas o corpo do seu motorista e amigo Geraldo Ribeiro, que também perdeu a vida nesse acidente, apareceu com uma perfuração semelhante as deixadas por um disparo de arma de fogo na cabeça, segundo fontes da segurança em 1976, o que levou muitas pessoas a afirmarem que o ex presidente havia sido vítima de assassinato.

Até hoje, “o local do acidente é conhecido como "Curva do JK", antes conhecido como " Curva do Açougue". 

Mais de 300 mil pessoas assistiram ao seu funeral em Brasília, onde a multidão cantou a música que o identificava: Peixe Vivo. Seus restos mortais repousam no Memorial JK, construído em 1981, na capital federal do Brasil, Brasília, por ele fundada.

Teoria da conspiração a respeito da morte de Juscelino Kubitschek

Duas semanas antes do acidente que teria vitimado o ex presidente JK, uma notícia a respeito de sua morte, em um acidente de carro, já tinha corrido o país, mas, depois, confirmou-se que se tratava de um boato. Algumas pessoas acreditam que o boato teria sido espalhado para funcionar como um teste, para saber a reação da população, afinal o ex presidente era uma figura muito popular, o que era visto como um problema pelos militares.

Quando aconteceu o acidente que vitimou JK, o carro em que Juscelino estava não foi periciado, e, na exumação do corpo do motorista, que também morreu no acidente, foi encontrado um objeto de metal em seu crânio. Há duas versões para a origem desse metal: A versão oficial fala que o objeto era um prego que se soltou do caixão, causando um buraco no crânio, já os defensores da teoria de que JK teria sido assassinado a mando dos militares, afirmam que tratava-se de um projétil. As fotos de ambos não foram incluídas nos laudos “por recomendação de ordem superior”. Um perito contratado pelos responsáveis pela reabertura do inquérito, em 1996, disse que o ônibus não encostou no carro.

O vereador paulista, Gilberto Natalini afirma, no entanto, que um passageiro que estava no ônibus depôs para a Comissão da Verdade Vladmir Herzog e contou uma versão diferente, em que o veículo dirigido por Geraldo Ribeiro teria feito uma ultrapassagem perigosa pela pista da direita entre o ônibus e a carreta com que colidiu, atravessando uma grade de proteção.

“A suspeita é de ele tenha sofrido um atentado antes da ultrapassagem do ônibus”, afirma Natalini.

Uma coincidência de morte

Um fato particularmente intrigante nessa história trata sobre uma estranha “coincidência”. Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek e João Goulart, as três maiores lideranças do movimento Frente Ampla, em oposição à ditadura militar, e que articulavam o retorno às eleições diretas, morreram em um intervalo de apenas 10 meses, todos em circunstâncias estranhíssimas. JK morreu nesse acidente de carro ainda não esclarecido. Carlos Lacerda foi internado na Clínica São Vicente com gripe; recebeu uma injeção e, no dia seguinte, morreu vítima de uma infecção no coração; e João Goulart, que teria tido um infarto, foi encontrado com um travesseiro no rosto. A morte de Jango continua sendo investigada na Argentina, país onde ele estava exilado.

Uma conspiração Sul Americana

Um outro fato importantíssimo a favor da teoria do assassinato de JK é a carta que Manuel Contreras, chefe da polícia secreta de Pinochet, enviou ao general João Figueiredo, então chefe do SNI de Geisel, em 1975. Nela, Contreras se mostrou preocupado com a possível vitória de Jimmy Carter nas eleições americanas, o que beneficiaria dois inimigos: JK e Orlando Letelier, ex-chanceler do governo de Salvador Allende e opositor de Pinochet. Nessa mesma carta, Contreras ainda manifesta apoio ao “plano” de Figueiredo. Um ano depois, JK e Letelier morreram – o último, em uma explosão de bomba em Washington – com um intervalo de apenas um mês. Há suspeitas de que todas essas mortes fariam parte de um plano chamado Operação Condor (clique aqui para ler mais a respeito), que objetivava a eliminação de opositores das ditaduras sul-americanas.
Investigações a respeito da morte de JK no Brasil

Em 1996, seu corpo foi exumado, para se esclarecer a causa de sua morte, levantando-se novamente a polêmica sobre o caso. O laudo oficial da exumação novamente concluiu que foi apenas um acidente de trânsito, sendo tal laudo contestado pelo secretário particular de JK, Serafim Jardim, no livro "JK, onde está a verdade".

Em 2001, a Câmara dos Deputados instituiu uma Comissão Externa - requerida pelo marido da neta de JK, ex-deputado Paulo Octávio - para averiguar as suspeitas de assassinato do ex-presidente. A apuração final da Comissão foi taxativa: "Por mais que se exercite a imaginação e a criatividade, não se consegue encontrar um argumento sólido, balizado, lógico e técnico que possa apoiar a tese de assassinato. Os menores detalhes não passaram despercebidos. Investigamos todas as dúvidas, todas as suspeitas. À medida que as questões foram sendo esclarecidas e respondidas, a conclusão foi-se impondo inexoravelmente. Ao final destes trabalhos, não restam mais dúvidas de que a morte de Juscelino Kubitscheck foi causada por um acidente automobilístico, sem qualquer resquício da consumação de um assassinato encomendado."

Em 2012, a Comissão Nacional da Verdade que analisa os crimes políticos ocorridos entre 1946 e 1988, decidiu analisar o inquérito sobre a morte de Juscelino. Finalmente, em 9 de dezembro de 2013, a Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog, da cidade de São Paulo, anunciou que o ex-presidente na realidade foi assassinado. Em 22 de abril de 2014 a Comissão Nacional da Verdade, concluiu que a morte de JK foi acidental.

"O ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira e seu motorista, Geraldo Ribeiro, morreram em decorrência de lesões contundentes, sofridas quando da colisão frontal entre o veículo Chevrolet Opala, em que viajavam, e o Scania Vavis", destaca o relatório apresentado hoje pela Comissão Nacional da Verdade. "Não há nos documentos, laudos e fotografias trazidos para a presente análise qualquer elemento material que, sequer, sugira que o ex-presidente e Geraldo Ribeiro tenham sido assassinados vítimas de homicídio doloso".
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Matéria publicada originalmente no Blog Noite Sinistra.


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