Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

HELIO FERNANDES 
Publicada em 22.05.14

Obrigado, Marcus de Paula, pelo teu comentário sobre o que o então ex-deputado, falou no dia 2 de abril de 1964. Estava tão desaparecido quanto ele, preso, torturado, assassinado e então rotulado como os generais bem entenderam. Teu comentário de 18 linhas, admirável, incisivo e definitivo.

Você termina com a frase altamente bem colocada, tão irrefutável que chega a ser emocionante: “A esperança é a última que morre”. Comparando com a descoberta do discurso de Paiva, você diz que o meu depoimento de horas em 1981, na CPI do Terror, também pode ser encontrado.

Até poderia, se houvesse interesse. Mas a Comissão da Verdade não considera importante o “atentado-teste” de fevereiro de 1981, destruição do jornal. No meu depoimento não há revelação sobre o Riocentro, que só ocorreria três meses depois. 

Eu não adivinhava, apenas denunciava 

Essa CPI do Terror (o senador Montoro era o relator, depois governador de São Paulo), importantíssima. E o meu depoimento tem nomes, sobrenomes, patentes, funções e objetivos pretendidos com o atentado contra a Tribuna da Imprensa.

O nome do general de Quatro Estrelas, Otavio Medeiros, é fartamente citado e denunciado por mim. Era o Chefe Geral do SNI. E como tenho dito, os atentados, primeiro o da Tribuna, o segundo contra o Riocentro, tinham como objetivo, a “prorrogação da ditadura”. Ele seria o herdeiro natural, o último general a ser “presidente”.

Mais uma vez, obrigado, Marcus de Paula. Não apenas por mim, mas porque interessa a todo o país. Tua confiança me alertou para a esperança do final da comunicação. 

Dois atentados entrosados 

Para que todos se lembrem: os dois atentados, foram praticados ou cometidos, depois dos generais-torturadores terem publicado sem consultar ninguém, o que chamaram de “anistia ampla, geral e irrestrita”. Mas só servia a eles, que assim puderam comandar a transição.

Perderam a “prorrogação”, mas garantiram a impunidade. E ROUBARAM do povo brasileiro, até uma data para comemoração do fim dos 21 anos do regime arbitrário, autoritário, atrabiliário e torturador. 

A “Revolução dos Cravos” 

Portugal acaba de comemorar com grande alegria das ruas, o fim da sua também terrível ditadura. É a festa da “Revolução dos Cravos”, que acontece todos os anos. E o cidadão brasileiro vai para as ruas em que data?

Comemorar a posse de Sarney? Que depois de 5 anos de “presidência” (com as aspas da ditadura), está completando quase 25 anos de poder? 25 sem contar os 5 de “presidente” e os outros tantos que serviu à ditadura. 
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