Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 5 de novembro de 2014


*Titular: jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Agora com suas matérias exclusivas, e a participação de colunistas especialmente convidados. (NR)

AS CONCLUSÕES DA DELAÇÃO PREMIADA,  ASSUSTAM LEGISLATIVO E EXECUTIVO.  ASSIM QUE OS DEPOIMENTOS SE TORNAREM PUBLICOS, A REALIDADE, ALTANEIRA.

HELIO FERNANDES
05.11.14

O pânico é total. Dona Dilma não poderá nomear Ministros, quase todos estão ou poderão estar na lista de Paulo Roberto ou do doleiro. Alem de Ministros, não existe um só nome que possa ser indicado para presidência da Petrobras. Os escândalos foram colossais, e todos de dentro para fora da grande empresa e de fora para dentro. Contaminados, vulneráveis, em situação precária.

Já começou com o diretor da Transpetro Sergio Machado e o Ministro Lobão. Este desapareceu logo que citado, não foi nem á Parada de Sete de Setembro, com os holofotes voltados para ele. Deixará o ministério, voltará para o senado. E o filho derrotado no Maranhão, que estava no cargo, o que fará da vida? Nem Salomão, conseguiria dividir apenas uma vaga no senado entre pai e filho. A reforma política é cada vez mais urgente.

Sergio Machado, diretor da importante e poderosa Transpetro, não voltará ao cargo. Pediu licença, informou, “não tenho nada a temer, podem investigar á vontade”. Está no cargo desde 2003, indicado por Renan, perdera a reeleição para o senado em 2002, ficou desempregado, Renan, generoso, não pode ver um amigo nessa situação, Puro desprendimento.

Sergio Machado, fazia parte de um triangulo de cearenses com um projeto. Ele, Jereissati e Ciro Gomes. Seriam sucessivamente governadores e logo senadores. O mais moço, Ciro, foi o primeiro. Jereissati, riquíssimo pelo casamento e a herança do sogro morto num desastre de avião, foi o segundo.

Quando chegou a vez do terceiro, Sergio Machado, ser governador foi abandonado pelos outros dois. Era senador, mas como eu disse, não se reelegeu. No cargo já foi acusado varias vezes de irregularidades, Lula, Dilma e ele mesmo saíam pela tangente: “Não sabia de nada”.

Corrupção não é novidade na vida de Sergio Machado, até pelo exame da genética. O pai, Ministro de João Goulart, foi cassado por corrupção pelos generais golpistas. Agora o que fará? Nem Renan arranja emprego para ele. Mesmo que fique impune, quem o contratará? Renan foi generoso, mas isso não se estende á comunidade ou unanimidade.

Alem de seguir a linha idiomática de Lula, “eu não sabia de nada”, Dona Dilma usa outro refugio que só satisfaz a ela: “Eles não têm provas nem documentos”. Dona Dilma faz questão de se mostrar ingênua com afirmações inúteis e inócuas: se o Ministério Publico, a Policia Federal e o serio e correto juiz federal, Sergio Moro, só tivessem “declarações vagas”, Paulo Roberto, teria obtido o que obteve?

Raciocine, Dona Dilma, reflita, analise os fatos, isso não deixa sequelas, nem vai precisar consultar o doutor Niemeyer filho, notável neurocirurgião.

Haja o que houver, os eleitos e as consequências da delação premiada, não se esgotam com eleição, diplomação e até posse. O pior de tudo é esperar. O tempo não passa, a angústia aumenta, e se eleva ao máximo a incerteza de possíveis indicações ministeriais. Se nomear alguém (ou vários) identificados negativamente nas delações do ex-diretor da Petrobras, e do doleiro que faz acusações PROVADAS em dólares e em reais?

Perplexidade.

Todo Legislativo mergulhado num problema sem resposta: por que Eduardo Cunha lançaria seu nome á presidência da Câmara com três meses de antecedência? Lobista aplaudido, mais esperto do que inteligente, ficaria em melhor situação, candidato reconhecido mas não confessado.

Com isso, articulou, movimentou, aglutinou adversários. No mínimo estranho para um jogador do seu porte. Não é só pela presidência da Câmara mas por se tratar do terceiro personagem na linha de sucessão.

Em plena campanha eleitoral eu já falava, que “reeleita, Dona Dilma ficaria exposta ao impeachment”. E não apenas ela. Agora, se organizam e se formam comitês a favor do impeachment. Não seria nada surpreendente.

É preciso muito cuidado e responsabilidade na escolha do presidente da Câmara, em situação normal. Com clima de hoje o presidente da Câmara tem que ter “notável saber político e ilibada reputação”.

Para terminar por hoje: o juiz Sergio Moro e o procurador Geral da Republica, não têm nada que “dar acesso dos documentos da delação a deputados e senadores”. Também não adianta Dona Dilma pressionar esses parlamentares, se eles souberem, ela saberá na hora. Todos saberão ao mesmo tempo e provavelmente não será um tempo glorioso.

 O equívoco do Ministro Gilmar Mendes.

É um falastrão, está sempre querendo aparecer. Agora diz que o “Supremo pode se transformar numa Corte Bolivariana”. Pode mesmo, não pelos motivos que apresentou. E o fato da chamada “PEC da bengala” estar na pauta para aprovação, não sustenta o protesto do doutor Gilmar.

Nenhuma irrealidade com o fato de Dona Dilma poder nomear mais quatro ministros no segundo mandato. (E mais um, vaga de Joaquim, que está em aberto ha mais de cinco meses). O objetivo é de impedir Dona Dilma de ter maioria no Supremo, isso não serve para nada. Gilmar tenta desmoralizar os próprios colegas. Sem exceção, Ministro do Supremo não se subjuga ou se submete ao Planalto.

E o próprio Gilmar? E a sua relação, até familiar com grandes escritórios de advocacia?

PS- José Sarney tem mandato no senado até 31 de Janeiro. Mas pretende fazer um grande discurso de despedida, não sabe se agora em novembro ou dezembro. Retrospectivo, contando a vida política-eleitoral, minuciosamente.

PS2- Deputado em 1954, governador do Maranhão, dominando o estado, incontestavelmente por 56 anos. Presidente da Republica, cinco mandatos de senador sendo dois pelo Amapá.

PS3- Ainda não sabe se fala de improviso ou escreve. Gostaria que Lula estivesse presente, vai convida-lo. Em fevereiro assume o Ministério da Cultura, fica faltando um objetivo: presidir a Academia. Único obstáculo: precisa morar no Rio.

PS4- Dona Dilma sobre corrupção: “Punirei a todos, doa a quem doer. Não ficará pedra sobre pedra”. Estava falando diante do espelho? Cumplicidade, omissão, esquecimento têm o mesmo peso da autoria.

PS5- Ontem, terça, o dólar ficou igual á segunda, pouco acima de 2,50. O BNP Paribas acredita que a última cotação deste 2014 será de 2,45. Aposta em 2,60 para 2015. Morgan Stanley prevê 2,80 para 2015, por conta da queda da economia. PS6- São “adivinhadores”. A economia não vai se recuperar, mas o dólar não chega nem perto de 3 reais.




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