Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 29 de maio de 2019

A SURPRESA DA MANIFESTAÇÃO,  
FOI LEMBRAREM DE MORO E GRITAREM
SEU NOME

HELIO FERNANDES

No mais completo ostracismo, sendo derrotado até mesmo em combates que
não combateu, nem ele esperava ser citado. A Câmara, sem o menor
constrangimento tirou do seu ministério um órgão importante,
transferiu-o para o Ministério da Economia. Mas nas ruas, ninguém se
lembrou de aplaudir e dar repercussão ao nome Paulo Guedes.

Apesar dos que citaram Moro, representassem minoria inexpressiva,
existiu. Na verdade tem que ser interpretada na sua verdadeira
intenção. Por menor que tenha sido, foi um protesto contra a corrupção
e a insegurança, que dominam o país. Esqueceram que em quase 5 meses,
Moro não conseguiu fazer o projeto andar, por mais lento que fosse.

Outro esquecimento: o capitão presidente, solertemente, tem
questionado a ida de Moro para o STF, e levado a publico a discussão
sobre uma vaga que não existe.

Rigorosamente verdadeiro: se a vaga no STF tivesse que ser preenchida
agora, Sergio Moro seria vetado na sabatina do senado. Sem que o
capitão fizesse qualquer gesto para a sua aprovação. Essa
interpretação, garantida hoje, tem validade curta e restrita, duvida
que ameaça as instituições e os que dominam o Poder maior.
 
ALEM DE TODOS OS PROBLEMAS QUE UM PRESIDENTE 
ASSUME, O CAPITÃO CRIA OUTROS
 
Em pleno regime autoritário, (da ditadura que Bolsonaro garante que
não existiu) os generais que eram transformados em
"presidentes", precisavam dividir o poder com os generais do SNI. 
 
O Tenente-coronel Golbery, (esse foi o ultimo posto que ocupou na
ativa) passou para a reserva como general, naquela época existia o
privilégio absurdo de receber duas promoções. Chegou então a general, o
que não conseguiu na ativa.
 
O próprio Exército mais tarde acabou com essa promoção escandalosa.
Golpista a vida inteira, Chefe do Serviço de Segurança do Presidente
Jânio Quadros, (exercendo o cargo junto com o presidente no palácio
presidencial, embora ainda estivesse na ativa) foi o artífice da
"renúncia" de Jânio para voltar com todos os Poderes por tempo
indefinido.
 
Como deu tudo errado, a renúncia perdeu as aspas, Jânio conheceu o
ostracismo. Golbery pediu para ir para a reserva. Derrubado, o
presidente João Goulart, implantada a ditadura de 21 anos, Golbery se
transformou no poderoso chefe do importante SNI.
 
(Ele e o general de 3 Estrelas, Ernesto Geisel, Chefe da Casa
Militar de Castelo, apavorados com a "eleição" de Costa e Silva,
trataram de ir para um cargo vitalício. Geisel escolheu ser membro do
STM.
 
Precisava ter 4 Estrelas, foi promovido, e quase imediatamente
indicado para o tribunal que escolhera. (Golbery, já na reserva foi
nomeado Ministro do TCU, Tribunal de Contas da União).
 
Morto Costa e Silva, os dois voltaram á política. Foi feito
"presidente" o general Médici, Chefe do SNI.
 
Uma tragédia, fracasso pior do que todos os outros "presidentes"
juntos. Seu maior prazer era assistir (escondido) torturas ou
construir obras faraônicas, que custavam fortunas.
 
Terminado seu tempo, Médici foi substituído por Ernesto Geisel, foi o
apogeu de Golbery. Com a chamada "redemocratização", o SNI acabou.
Mais tarde foi criada a ABIN, com os mesmos poderes e objetivos, só
que mais silencioso.
 
Agora o capitão "desafia o órgão", quer nomear para a diretoria da
ABIN, o chefe da sua segurança, antes de ser presidente. Compenetrado
ou convencido de que pode tudo, está preparando  a nomeação. O grupo
que domina a ABIN coordena um veto á indicação do Planalto.
 
Mais problemas para o capitão. Os que dominam a ABIN consideram que
podem descumprir a nomeação do Planalto. Se a coragem ou audácia
persistir depois de saber do Poder e da intenção da ABIN.
 
NUM QUADRO DE CRISE PERMANENTE, COMO O DO BRASIL,
A TRAGÉDIA È O DESEMPREGO
 
Cruel, selvagem, perverso, lamentável, desolador, toda e qualquer
palavra que percorra o caminho verbal negativo define roteiro
irrecuperável. Um salário mínimo que não chega a mil reais, completa
desesperança. Mas nem isso ou menos do que isso, é inacreditável.
 
No entanto não podemos perder o senso da realidade, da credibilidade,
da sensibilidade, ao comentar números que revelam o quadro do
desemprego. E as pesquisas positivas e negativas. O governo retumbou o
fato de no mês de abril terem sido criados 129 mil vagas, as mais
cobiçadas, com CARTEIRA ASSINADA.
 
È um dado satisfatório? 129 mil trabalhadores que passarão a receber
pouco mais de mil e quinhentos reais mensais. Isso nos levaria perto
de uma solução? Uma simples comparação deixa evidente que estamos
longe, mas bem longe de uma conclusão agradável.
 
A ultima pesquisa do IBGE mostrou de forma irrefutável, o país está
com 14 milhões de desempregados. 10 por cento de vagas
 empregariamos 1 milhão e 400 mil trabalhadores. 
1 por cento, abririam 140 mil vagas.
 
Se repetíssemos esse mês de abril, e criasse - mos o mesmo numero de
empregos precisariamos de 100 anos para uma quase normalidade. A
única possibilidade ou promessa de emprego está no polemico projeto
da Nova Previdência: criação de 8 milhões de empregos em 10 anos.
 
E com ECONOMIA de 1 trilhão de reais. Como o projeto será aprovado,
mas a execução se perderá no caminho, mais da metade se transformará
na farsa que nunca deixou de ser.
E o semestre está terminando.
 
BOLSONARO INTERPRETOU, DITATORIALMENTE, O CONTEÚDO 
DAS MANIFESTAÇÕES DO DOMINGO
 
Sem o menor constrangimento não esperou nem 24 horas para se
apresentar como Imperador. E convocou os presidentes do STF, da Câmara
e do Senado, para o que chamou, audaciosa e irresponsavelmente," de
pacto dos 3 Poderes".
 
Como a Constituição não é uma das suas leituras prediletas ou
prioritárias, não sabe que tudo que pautou para o café da manhã de
ontem, já está no que Ulisses Guimarães popularizou como “Constituição
Cidadã".
 
O capitão considerou que "as ruas lhe deram autonomia total para
exercer e manipular o poder". Perdão, ele pretende dominar e subjugar
os 3 poderes, apesar de não conseguir unificar o Executivo, que deveria
exercer, e só faz envolvê-lo em contradição diária e permanente.
 
Na verdade, as ruas foram convocadas "para autorizar o fechamento do
Congresso e do STF", e nem tocaram no assunto. Preferiram atacar os
"chefes dos 3 Poderes", que logo convidaria, (convocaria?) para uma
reunião que tinha tudo para ser espúria, e foi mesmo.
 
A citação elogiosa (e surpreendente, de Moro) não precisa
interpretação. Os que saíram de casa se manifestaram contra "a
corrupção e a insegurança". Mas o país todo quer a mesma coisa, menos
o capitão. Vem dinamitando o mesmo Moro, diretamente e defendendo o
filho, encrencadissimo nos dois itens.
 
Só pode se livrar da acusação de CORRUPÇÃO por ser filho. E como grande
protetor dos milicianos tem que se salvar, com a mesma JUSTIFICAÇÃO
familiar. As ruas deixaram claro, “não davam a Bolsonaro o que todos
chamaram de carta branca". Os que identificam isso de ponto a favor do
capitão, na verdade estão rigorosamente contra.
 
PS- A Constituição é clara e incisiva, qualquer interpretação é
desnecessária: “Os Três Poderes são autônomos e independentes
 entre si".
 
PS2- O jornalista JE de Macedo Soares, escrevendo 15 linhas diárias e
depois se elegendo senador, eternizou: "A patuléia vil e ignara das
ruas, não representa o povo".
 
PS3- O capitão expulso do Exercito, repudiadissimo em manifestação
desprezível em todos os itens pretendeu reformar a Constituição num
café da manhã. (Que começou depois do meio dia, tão atrasado quanto as
suas idéias).
 
PS4- O que cresce mesmo é a mudança política, com a implantação do
"semi-parlamentarismo"  ou então do "semi-presidencialismo". Para que
ele não chegue a 2022.
 
PS5- Ou que cumpra a palavra: "Não disputarei a reeleição".
 
O DÓLAR SURPREENDENTE
 
Ha 10 dias não sai do lugar. Fica girando entre 4,02 e 4,04. O BC se
manifesta e reforça a exaltação dos que sabem tudo. E garante: 
"Sabiamos que isso aconteceria". Para o país, como um todo, nenhum

prejuízo.

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